
Postado originalmente por
Shirion
Mais um, aparentemente, caiu no saco de Ghostlands, kkkkkk
Daqui a pouco essa galera aÃ* vai fazer um ataque fantasmagórico a Carlin
Aguardando o próximo.
Obrigado pelo comentário Shirion, um comentário é as vezes o necessário para finalizar um projeto.
Obrigado a todos que acompanharam e segue o enredo final:
V
https://www.pinterest.co.uk/pin/677017756456822067/ - Claudia Raven
Meu passado me condena, odeio a minha vida amaldiçoada, mas poderia ser bem pior, é verdade poderia ser muito pior, ao invés de fazer isso, poderia ser o que lanço os que aqui se aventura serem, meu trabalho é muito simples, ser o guardião dessa terra desolada e amaldiçoada pelos mortos.
Não me recordo um dia que tenha dormido em paz, os gritos, os gemidos das pessoas sempre estão em minha cabeça, além dos problemas que tenho em casa, mas esta casa está longe de ser um lar, que tempo bom era aquele.
Ando sozinho, perdido em meus pensamentos, somente com uma lamparina e uma lamina, a noite é cheia de terrores, mas os terrores da noite não podem comigo, a um grupo de esqueletos, eles farejam vida, vou segui-los. Eles parecem não notar que eu existo, ou não há nada em mim que os atraia, será que não restou vida em meu corpo?
Oh, uma mulher e um homem, são oferendas perfeitas, oferendas à rainha, maldita rainha, já me matou inúmeras vezes, aceitar dói menos, retiro um gancho e coloco sob o pescoço da mulher e do homem, saio arrastando eles para a oferenda. Lembro-me que no começo saqueava os corpos, mas agora isso não me interessa mais.
Pobre mulher, ela irá conhecer os terrores da noite, será uma perfeita cria para a rainha, ela irá se deliciar com os sentimentos dessa jovem, esse homem está em perfeitas condições para se tornar um morto vivo, melhor me apressar.
Ambos entregues, agora vou lá pegar meu filho e seus coelhos inúteis, sim os deixo em uma toca de coelho, junto com algumas cenouras, agora tenho que ir para minha casa, pouco antes de deitar ela vem e me esfaqueia, meu passado me condena mesmo.
VI
https://www.pinterest.co.uk/pin/306807793344207009/ - Valhalla RPG
A minha família perfeita, casada com um bom homem e com um filho perfeito, o que mais poderia desejar uma mulher? A resposta correta seria nada não é? Mas não, por azar meu ou detalhe do destino sou uma bruxa, manipulei muitas ervas e partes de animais mortos, o poder que dão é incrível, posso fazer de tudo um pouco, mas sei que com o passar dos anos irei ficar velha e morrer, preciso fazer algo a respeito.
A coleção que tenho sobre bruxaria é imensa, mas um dia encontrei um papiro que falava sobre a necromancia, é uma arte incrível, principalmente por que mostrava um caminho para a eternidade, mas esse caminho necessitava de grandes sacrifícios.
Fiz meus preparativos e apliquei a magia em mim mesma, eu morri por dentro, mas meu corpo estava vivo, meus olhos fecharam por um instante, ao acordar me bateu uma fome imensa, mas não era uma fome de comida e sim de energia, não sabia que tipo era, ouvi me chamarem, conheço essa voz, mas não me recordo, vejo um homem, tento falar com ele, mas meu desejo é grande, me aproximo dele e com um beijo lúgubre tiro todas as forças dele, ele cai desfalecido, me sinto ótima, ai vejo uma criatura estranha, ela se hipnotiza por meu olhar, sim, pego uma faca e finalizo meu ritual, mas o que fiz? Matei minha família por quê? No desespero cravo a faca em meu peito, todo o meu sangue se esvai, se pode chamar de sangue.
Eu não morro, mas volto, dou um grito de desespero por não aceitar a situação, toda vida ao redor se esvai, grama, árvores e animais morrem num instante, reanimo minha família ou o que restou dela, será que consegui o que queria?
VII
A tradicional arte de pastorear, sim essa é a verdadeira arte de um bom pastor, sempre gostei de levar meus rebanhos para pastorear nas montanhas de femon hills, mas com os ataques cada vez mais frequentes daqueles goblins malucos, fui obrigado a partir de lá, cada região contava com um problema específico, em Venore quase não havia pasto para as ovelhas, em Thais os pastos eram disputados com os cavalos, em Abdendriel haviam aqueles veados brancos, só me restou Carlin para levar meu rebanho.
Carlin sim tinha potencial, encontrei uma região perfeita, não haviam trolls e nem golens como ao norte e ao leste da cidade, nessa região o único problema era a terra amaldiçoada, mas contado que nada entrasse lá não teria problemas, os animais sentiam o desconforto de lá e evitavam pastar próximo a muralha, mas como quase nem haviam animais, sobrava pasto e as ovelhas comiam a vontade, cresciam e produziam uma boa lã.
Além de meu oficio, encontrei outra função por assim dizer, enquanto cuidava das ovelhas eu monitorava a barreira, qualquer diferença logo chamava um dos druidas para concertar ela, isso sim que era magia, mas me espantam quantas passagens já foram feitas para essa terra maldita, é incrível o que se passa na mente de uma pessoa que se joga num lugar destes, é um caminho sem volta, sua vida, sua família, todos sofrem com essa decisão, aqueles que um dia voltam, já não são mais os mesmo, os poucos sobreviventes que vi saírem estavam deploráveis, não sei o que tem ali dentro, mas prefiro nem querer saber, oh uma abertura, bom ora de recolher as ovelhas e chamar um druida antes que algo saia dali.
Me dá calafrios só em poder ver essa terra, que os deuses tenham piedade de quem passou por ali.
VIII
Mais um dia nessa cidade, quantos anos já se passaram desde que estou aqui? Não é tempo de desperdiçar pensando em besteiras, tenho um trabalho importante, alertar a todos sobre os perigos de ghostland, levanto minha placa e continuo esse árduo serviço:
-Não vá a ghostland! É uma terra amaldiçoada!
Oh céus, aquela sombra de novo e está naquela jovem, vou ajudar ela, nossa passou muito rápido, nem tive como falar com ela, mas outra sombra em um rapaz, esse não me escapa, moço não vá para ghostland lá é . . .
- Me larga seu velho estúpido! Fala o rapaz
Esses jovens não tem mais respeito com os idosos, ele me derrubou no chão e nem quis saber do que eu falava, aquela sombra, é não restam duvidas eles estão indo para lá e estão condenados, que os deuses tenha piedade da alma deles.
Um comerciante me ajuda a levantar.
- obrigado jovem senhor!
- Não há de que!
Bato na minha roupa para tirar a poeira e depois vou até o espelho da loja ver como ficou, mas não posso acreditar, a sombra está em mim agora, ou será que nunca saiu de mim? Não posso contrariar esse fardo, afinal, fui eu quem levou aquela família naquele lugar!
Pesadelos me atormentam a noite e acordo depois de um deles, mas espera, ouço alguém me chamar, mas quem será, minha memória a pouco se foi, não consigo me recordar, caminho na direção a voz e estou na frente da barreira, será que chegou a minha vez de conhecer meu destino?
IX
Lembro como se fosse ontem, nós nos reunimos em um grande grupo de druidas, assim conseguíamos ensinar muitas mulher as artes sagradas da terra, para que possamos manter uma situação mais confortável em termos de alimentação na cidade.
Graças as convocações havia os mais diversos tipos de druidas e cada um de uma região distinta, devido nosso compromisso sagrado com a natureza, temos os mais diversos tipos de conhecimentos sobre a vida, já sobre a morte e suas maldições nem tanto assim.
Era meio dia, o sol estava em seu ápice, aproveitávamos o momento para que as mulheres da cidade fizessem a comida, para testar suas habilidades, foi então que ouvimos o grito, era um grito pavoroso, com ele vinha uma onde de energia negra, animais silvestres e pássaros voavam para as mais diversas direções, me juntei ao grupo de druidas em linha contra essa onda, mas por aonde ela vinha, aparecia um rastro de morte e podridão, juntos usamos nossa magia, a runa de crescimento selvagem, com ela esse mal não poderia transpassar, mas mesmo assim ele começou a penetrar pela terra, nos juntamos as mãos, todas as mulheres, crianças e demais moradores da cidade nos ajudaram nesse abraço fraternal, com isso a barreira se tornou maior e mais poderosa, o misto dessas energias ajudou a barreira a transcender as expectativas, ela arrodeou toda a área afetada por essa maldição.
Hoje, quando me chamam, venho até a barreira recompor um pedaço que esteja danificado ou deteriorado, sempre amarro essas fitas vermelhas, pelas almas daqueles que ousaram transpassar nossa barreira, pois ela foi feita para conter o mal dentro e não para barrar quem quer que queira passar para ele.
Por isso, hoje a área contém uma barreira mágica selando o local para manter todo o mal dentro de Ghostlands. Tibia Wiki
X
Parece que uma eternidade já passou, mas não foram tantos anos não é mesmo, que ótimo, outra cria em potencial, a quanto amor, quanta paixão, mas logo irá conhecer os terrores, levem essa menina a câmara do desespero, quando acordar seus gritos irão se unir aos demais, vão minhas crianças.
Quantas almas já me pertencem, mas preciso de mais, muito mais para poder passar da barreira mágica, talvez assim consiga aumentar o meu domínio, malditos druidas, essa barreira me impede completamente de sair deste lugar, algumas crianças já morreram tentando também, mas quando esta cria ficar pronta, a sim vou enviar ela para fora, quem sabe tenha mais chance que as demais. Preciso de um bom plano, vou caminhar um pouco para refletir sobre isso.
Há quanto tempo não venho à superfície, nossa como esse lugar mudou, tantas crias das trevas andando por ai, observo a barreira e vejo pequenas falhas, elas não estavam aqui, quem será que as criou, só pode ser algo externo.
- Minha rainha a cria esta pronta!
- Perfeito, tragam aqui que tenho uma ideia para ela!
XI
Após concluir a missão, encerro por relembrar memórias antigas, caminho de volta a minha antiga casa, nela encontro meu filho e meu marido deitados, quando me aproximo uma dama de branco vem até mim, não me recordava de ter visto ela antes, ela vem ao meu encontro e me abraça.
São raras as vezes que saem lagrimas de meus olhos, esse minha parte ainda vive na superfície, pensei ter la esquecido a muito tempo, meu coração se alegra ao poder ver meu filho dormindo, sua respiração me tranquiliza, logo encontro meu marido, ele estava com seu jaleco negro, não tinha o costume de tira-lo.
Deito ao seu olho e contemplo as estrelas, será que elas sempre estiveram ali, viro para o lado e chamo meu marido.
- Querido! Já está na hora de ir trabalha!
Ele se levanta sem nada dizer
Epílogo
Estava sentado a mesa aguardando alguma notícia, tinha confiança no serviço prestado pela agência de investigação tibiana, esse conhaque de Svargrond é mesmo uma delícia, quase me faz esquecer do motivo que estava lá.
De repente um funcionário vem apressado e me entrega uma carta com selo da agencia, abro e leio rapidamente a mensagem, amasso o papel e jogo no lixo. É uma merda mesmo, garota burra, agencia incompetente.
Deixo a agencia central e desloco para minha residência, já é de noite, quando deixei de prestar atenção ao clima, mas isso nada importa, só uma boa noite de sono para organizar meus pensamentos.
Chego em casa, sinto que o clima esfriou, mas estamos no verão? Deve ser só impressão, ou alguma coisa mudou em mim, ouço alguém me chamar! Filha é você? Não consigo enxergar pela penumbra da casa, as luzes já eram para estarem acessas, funcionários incompetentes, amanhã eles me pagam, quando vejo um corpo e um homem velho caído no chão, o que será que aconteceu com ele, ao ouvir uma voz me chamando do meu lado todo o meu corpo se enrijece, não consigo mexer um músculo sequer, ela se aproxima de mim e tudo vai se escurecendo, raio de casamento arranjado. Culpa da mãe dela. . .
- Esta casa foi amaldiçoada, vamos estabelecer um templo por cima dela, qualquer das maldições aqui existentes ficará presa por debaixo de nossa estrutura!
- E pensar que nessa região era para ser próspera!
- Vamos fazer o possível para que não aconteça o mesmo que aconteceu em Ghostlands!
Mais uma vez obrigado a todos que leram até aqui, quem sabe um dia finalize a outra história também, sucesso a todos e se cuidem.