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Tópico: Guardiões - O Filho da Tempestade

  1. #1
    Avatar de Arctic Wolf
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    29-09-2007
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    Padrão Guardiões - O Filho da Tempestade

    Bom, creio que esta é a primeira história que escrevo!

    Me considero novato no tema, por isso posto aqui para receber críticas e sugestões e, quem sabe, aprender mais!

    Postarei os 2 primeiros capítulos de minha narração para serem avaliados. Só pretendo postar todos os capítulos em ordem quando ela estiver finalizada (eu demoro para escrever, e estou constantemente fazendo mudanças).

    O objetivo de postar os 2 primeiros capítulos é ver no que posso melhorar até o final da história.

    A trama se passa na atualidade [não antes que o ano 2000] e os personagens habitam locais reais [existentes].

    Esta parte acaba de ser editada, para postar uma introdução à história, deixando um pequeno exemplo do que aparece nela:

    A vida de Hondan sempre fora normal. Ou era o que ele achava. Tudo isto muda quando um estranho resolve visitá-lo e chamá-lo para uma missão. Acontecimentos anormais pairam sobre todo o globo, desde terremotos em regiões consideradas estáveis, tempestades em lugares calmos e todos os tipos de demonstrações da fúria da natureza.
    Sabendo que é o único que pode salvar a humanidade de sua própria extinção, Hondan deve correr contra o tempo e combater forças místicas que desejam sua morte. Desvendando vários segredos - desde sua real existência a um mundo antes desconhecido, o dos Guardiões - ele tem de fazer o possível para retornar a paz à Terra, antes que o pior aconteça.
    Nessa jornada, Hondan descobre que é muito mais capaz do que pensa, e surpreende a si mesmo ao ver que possui poderes inimagináveis. Como voar, por exemplo.
    Então, lá vai...

    _____



    .

    Prólogo
    Esta é minha história. Minha vida sempre fora normal, até que, quando completei quatorze anos, eles resolveram me encontrar.
    Mal sabia eu que era constantemente observado. Os Guardiões estavam por todo o lugar. O que eles queriam comigo? Você entenderá durante o livro. Só posso dizer que tinham um propósito para mim. Afinal, eu sou um Guardião também.
    Para falar a verdade, desejaria não ser um deles... pois isto implica em correr riscos a cada segundo que passa.
    Creio que algumas perguntas estão aparecendo em sua mente, então tratarei de começar logo a contar minha aventura.
    Por último, só quero lhe avisar: tenha certeza de que sua concepção sobre a natureza mudará drasticamente. Se você acha que as árvores são calmas e os animais são dóceis, saiba que não encontrará isso nesta história.




    Capítulo 1 – Um vulto me persegue
    Eu sou Hondan. É, duvido que você já tenha visto alguém com um nome desse tipo. Esta palavra vem da língua etsita, digo, a língua dos Guardiões.
    Eu morava na cidade de Nova York, Rua Harrison, próxima ao braço de mar oeste. Minha casa, assim como várias da quadra, era feita de tijolos vermelho escuro, enquanto a porta de frente e as janelas eram brancas. Possuía dois andares: o térreo e o andar de cima, além de um andar subterrâneo. Pode-se dizer que a casa era antiga, porque as curvas, entalhes e o tipo de telhado se enquadram neste modelo, uma ornamentação bem trabalhada.
    Na calçada da frente, havia algumas árvores altas de tronco fino, combinando com as rosas que enfeitavam as janelas.
    Minha vida começou a ficar estranha aos quatorze anos, no último mês de Junho. Era a véspera de meu aniversário, dia doze, sexta-feira.
    Acordei às 6h45min. O despertador tocava ao meu lado, gritando sobre a mesinha que ficava na lateral de minha cama. Esfreguei os olhos e desliguei o objeto. Sentei-me, com os pés no chão.
    - Só mais um dia, Hondan. Só mais um dia. – murmurei.
    Como meu aniversário seria no sábado, minha mãe conseguiu nos agendar uma viagem de quatro dias para algum lugar. Eu não sabia aonde iríamos, afinal, era surpresa.
    Levantei e, com muito esforço, caminhei para a cozinha. Lá estava ela, como sempre. Hellen, minha mãe, gostava de preparar meu desjejum, fazendo sua especialidade: omelete com queijo e bacon. Era incrível o sabor, suas mãos deviam ser divinas. E eu nunca enjoava da comida. A prova disso é que ela trabalhava como cozinheira em um restaurante. Hellen é o tipo de mãe que sempre tenta agradar o filho, mesmo que isto custe alguns cortes na despesa mensal. E, até sem um marido, mamãe é a mulher que está constantemente feliz. Ela é relativamente alta, com cabelos castanhos e cacheados que passam um pouco dos ombros. Seus olhos verdes claros demonstram um ar de profundidade, reflexão. Vestia uma blusa azul e calças brancas. Em minha opinião, ela é muito bonita. E não digo isso só porque sou seu filho.
    Ouvindo meus passos, ela disse, sem se virar:
    - Bom dia, Hondan! Dormiu bem?
    Respondi que sim, ainda sonolento. Sentei-me à mesa de madeira branca, no centro da cozinha. Na mesa, havia um vaso com rosas. Sim, como aqueles nas janelas. Minha mãe adorava rosas. Baixei a cabeça, me recuperando da preguiça enquanto ela preparava as omeletes.
    Terminando de fazer meu desjejum, ela o pôs em um prato de vidro e colocou-o à minha frente. Demorei um pouco para levantar a cabeça e começar a comer, porque estava pensando em um sonho que tive naquela noite. E ela percebeu.
    - Algum problema, filho? Você geralmente ataca o prato assim que eu lhe sirvo... E agora, sequer olhou para ele...
    - Na verdade... – respondi – Eu tive um sonho esta noite. Um sonho que me deixou intrigado e até um pouco assustado.
    - Um pesadelo.
    - Não – continuei -, era um sonho misterioso, como aqueles em que algo, ou alguém, quer falar com você.
    - Bem... E exatamente como foi seu sonho? – ela parecia interessada.
    Esfreguei uma mão na outra. Minha mãe diz que este é o meu jeito de demonstrar que estou nervoso. E, bem, eu estava um pouco. Levantei a cabeça e continuei:
    - Sonhei que estava na escola. Tínhamos aula de Educação Física e no momento jogávamos queimada. Subitamente, ouvi um grito estridente, parecia de uma águia. Olhei para cima, e era. O pássaro era branco e muito bonito. Tão branco que parecia brilhar. Pousou na arquibancada do ginásio, onde não havia ninguém. Ele olhou para mim e balançava a cabeça, tentando me chamar. Saí do jogo, me aproximei dos bancos e, com receio, cheguei mais perto dele. A águia fechou os olhos serenamente, como se dissesse a mim que tudo estava bem, não havia perigo.
    - E você, o que fez? – Hellen disse, parecendo mais interessada ainda.
    - Ao me aproximar do pássaro, arrisquei dizer-lhe “olá”. Pensei que estava louco, afinal, quem é que fala com um pássaro? Eles não podem responder. Mas tive uma surpresa maior quando, contrariando todas as leis da física e quase me causando um infarto, a ave disse, sem movimentar o bico: “Olá, jovem Hondan. Gostaria de falar com você”. Mesmo sonhando, senti que iria desmaiar. Tive que apoiar em um banco. Levei alguns segundos para me recompor. Tentei continuar: “Claro, qual o problema?”. Falei isso tão normalmente que nem reparei em estar conversando com uma águia. Aliás, nenhum dos meus amigos e o professor notaram. O pássaro prosseguiu: “Nós precisamos de sua ajuda. Ele já iniciou o Grande Extermínio. E só o Filho da Tempestade, ou seja, você, tem chance de impedi-lo. Por favor, nos encontre”. Tentei responder, mas a águia levantou vôo muito rápido e foi embora, terminando meu sonho.
    Percebi que, quando falei “o Filho da Tempestade”, o rosto de minha mãe assumiu uma feição de espanto. Porém, logo ela disfarçou-a. Hellen ficou alguns segundos sem falar, olhando para o nada em um tom reflexivo.
    Terminou de refletir e virou-se para mim, comentando:
    - Interessante... Mas não se preocupe com isso, querido. Sonhos são apenas sonhos.
    Mesmo com as palavras reconfortantes dela, sua pausa e seu espanto me fizeram compreender que estranhou o que ouvira. Com certeza mamãe não achava que aquilo era apenas um sonho.
    - Coma sua omelete, Hondan. Vai esfriar. Aliás, apresse-se, sua aula começa em menos de uma hora - ela disse. Obviamente estava tentando “me expulsar” de casa, para evitar que fizesse possíveis perguntas sobre meu sonho.
    Eu estudava em uma escola na Rua Franklin, suficientemente perto para eu poder ir a pé.
    Terminei a refeição, escovei os dentes, arrumei meu cabelo. Coloquei uma camisa vermelha – minha cor predileta – e calças jeans, em seguida calçando meus tênis. Agarrei minha bolsa e dei um beijo na face de mamãe. Fui caminhando para a escola.
    Ao colocar os pés fora de casa, senti a maravilhosa brisa matinal. Um vento leve, refrescante, que acariciava minha pele. Esta foi uma sensação muito boa, até levou embora meus pensamentos sobre o sonho. Na verdade, limpou minha mente. Eu não pensava em nada importante, estava apenas desfrutando daquele momento que, apesar de corriqueiro, era incomum.
    Porém, a tranqüilidade não durou muito tempo. Quando estava prestes a atravessar a Hudson Street, rua perpendicular à minha, fui surpreendido por um vulto muito rápido, que passou tinindo em meus ouvidos, logo dobrando a esquina. Foi um momento de poucos segundos. Um objeto veloz, no ar, havia passado rente à minha cabeça em uma velocidade incrível, quase me acertando. Meus cabelos foram lançados para frente e levei um susto enorme. A única coisa que distingui naquele vulto era a cor branca. Não importava a origem do objeto, mas eu sabia que era inteiramente alvo.
    Encostei-me em um pilar de aço que havia ali na calçada para uma construção e permaneci assim por alguns segundos, me recuperando. Pude sentir o coração batendo com grande intensidade, ameaçando saltar de meu peito.
    Quando voltei ao normal, notei o que havia acontecido. Fiquei perguntando a mim mesmo se o objeto voador não-identificado era um pássaro, uma assombração, uma brincadeira de mau-gosto ou um deslize mental que sofri. Depois de pensar no sonho que tive, a resposta mais agradável seria a brincadeira de mau-gosto.
    Enfim, deixei isso de lado e continuei caminhando. Um pouco apreensivo, é claro.
    Cheguei à escola. Era relativamente grande, com um grande portão de ferro azul e muros brancos. Nas laterais da entrada, viam-se canteiros com flores e algumas árvores mais distantes. Havia uma escada central que levava ao edifício. Este possuía três andares distribuídos em salas de aula, banheiros, ginásio, vestiários e departamentos escolares. Entrei normalmente e iniciou-se a aula. Fiquei muito tempo realizando os monótonos cálculos de matemática, que pareciam infinitos. As matérias de sexta-feira eram realmente chatas: matemática, história e artes. A única salvação do dia era a aula de física. Eu adoro esta matéria: é algo palpável, que possui aplicações práticas e envolve muitas curiosidades que estão em nosso cotidiano e nem percebemos. O simples som de minha voz já envolve propriedades físicas.
    Passou-se o tempo, e consegui resistir à carga de informações que havia em minhas costas, além do caos formado por alunos atirando bolinhas de papel entre si. Era por volta das 13h25min, estava deixando a escola. Despedi-me de meus amigos e voltei caminhando para casa, novamente, imensamente feliz por ter liberado o peso que os números faziam sobre mim.
    Ao contrário da ida para a escola, minha volta não envolvia uma brisa suave, mas vários jatos de ar quente provenientes do período do dia. O sol estava praticamente em cima de minha cabeça, queimando-me o rosto.
    Ainda andando sobre as calçadas da Rua Franklin, eu praguejava e me queixava sobre a temperatura. Como e não bastasse isto, levei outro susto imenso. Um vulto muito rápido passou sobre minha face direita – talvez o mesmo vulto de antes – fazendo com que eu pulasse para o lado oposto. Quase bati a cabeça no muro de um prédio.
    Estava prestes a gritar de raiva, perguntando o que me incomodava novamente. Porém, desta vez, consegui recuperar-me em uma velocidade mais rápida e pude ver melhor o que estava me incomodando. No outro lado da rua, havia um edifício de onze andares. Era branco e ricamente ornamentado, desde portas até janelas. Olhei para seu topo, lugar para o qual o vulto se deslocou.
    Esfreguei meus olhos, tentei aguçar minha visão e, observando o objeto por mais tempo, pude ver que era um pássaro. Aos poucos fui distinguindo o tipo de pássaro, notando que era uma águia. “Era branco e muito bonito. Tão branco que parecia brilhar”.
    Senti que iria desmaiar. Tratava-se da águia com que sonhei.




    Capítulo 2 – Jogo um carro pelos ares
    Não podia ser real. A poucos metros de distância, no alto de um prédio, estava o animal que apareceu em meu sonho. Como isto seria possível? Nunca acreditei em casos de premonição – até porque isto não existe – mas neste momento eu me senti estranho.
    - Bobagem, Hondan – eu disse comigo mesmo – é apenas uma águia. Muito parecida, só isso.
    Suspirei e continuei andando. Olhei disfarçadamente para o pássaro e notei que ele me observava. Sua cabeça parecia uma câmera automática, movimentando-se de acordo com meus passos.
    Aquilo começara a me assustar. O que o animal queria comigo? Pensando em tragédias e mutilações que águias podem cometer – tudo bem, exagerei – acelerei minha caminhada. Comecei a dar passos mais longos e rápidos, em seguida me pus a correr.
    O animal não sossegou. Quando me viu correndo, saltou do edifício e voou em minha direção. Mas, desta vez, não se aproximou de mim. Ele voava sobre minha cabeça, a alguns metros de altura – aproximadamente vinte metros.
    “Ele está me seguindo”, foi o que pensei. E obviamente era verdade. O desespero possuiu meu corpo, e corri o mais rápido que pude. Corri tão desgovernado, tão assustado que não prestei atenção à minha volta. Fui atravessar a rua, alcançando a margem da Rua Harrison quando, de repente, ouço uma buzina. Aflito, olhei para o lado de que vinha o som.
    Um carro estava em alta velocidade, arrancando em minha direção. Eu não chequei os dois lados da rua antes de atravessá-la, por isso não havia visto o veículo – e nem o motorista me viu a tempo de desviar.
    Em uma fração de segundos, ouviu-se o atrito dos pneus contra o solo da rua. O carro tentara desviar-se de mim, mas não pôde. Ergui minhas mãos em um ato involuntário e, quando o veículo estava prestes a me atingir, empinou.
    Sim, o carro empinou. O rumo dele seguiu o movimento de minhas mãos, como se eu estivesse controlando o veículo. O objeto rodopiou acima de mim, como se houvesse uma rampa invisível. Ele atravessava o ar sobre minha cabeça.
    Então, caiu do meu outro lado. Estava amassado e riscado, com os vidros quebrados, além de estar virado para cima.
    Não pude acreditar. Eu simplesmente desviei o carro, impedindo-o de me atropelar, lançando-o inconscientemente para cima. Tudo isso ocorreu em menos de cinco segundos.
    Foi muito confuso, paralisei e não sabia o que fazer. Mas, rapidamente, retomei meus pensamentos e lembrei-me da águia. Ela ainda voava sobre mim, em círculos. Corri novamente, desta vez alcançando a margem oposta da rua, são e salvo. Minha casa estava na próxima quadra.
    Ainda correndo, olhei para trás e percebi que uma multidão já se reunia em torno do veículo acidentado, comentando e gritando. Não deixei isso me atrapalhar. Eu podia ver a sombra da ave na calçada, ou seja, ela ainda me seguia.
    Eu desviava de várias pessoas e objetos enquanto corria, esbarrando algumas vezes e lançando um apressado “desculpa”.
    Cheguei à ponta do quarteirão e, desta vez, olhei para a rua – rapidamente, é claro. Atravessei-a, já que não havia carro algum, e alcancei o outro lado. Pude ver minha casa, a alguns metros de distância.
    Esforcei-me para correr mais, pois estava ansioso para entrar no meu seguro lar. Após alguns passos, alcancei a porta. Abri-a com muita rapidez, entrando e trancando-a em velocidade semelhante. Encostei-me nela, de costas, recuperando o fôlego.
    Minha mãe, que estava na cozinha, notou minha entrada desesperada. Até assustou-se, pois bati a porta com força. Virou-se rapidamente e gritou:
    - Hondan, o que é isto? Aconteceu alguma coisa?
    Esperei um tempo e respondi:
    - Não, mãe – gaguejei – por que diz isto?
    Minha tentativa de disfarce não fora muito convincente.
    Hellen disse, diretamente:
    - Filho, você entrou como um louco em casa. Parecia que alguém queria lhe matar. O que foi?
    Quando me propus a responder, vi um vulto voando rapidamente em frente à janela acima da pia da cozinha – atrás de minha mãe. A águia passara pela face traseira de minha casa.
    Desencostei da porta, larguei minha mochila no chão e corri pelas escadas, a tempo de ouvir minha mãe gritar comigo, de novo. Rapidamente entrei no meu quarto, que se situava no andar de cima. Tranquei a porta e fui até a janela, que ficava no mesmo lado da janela da cozinha, por onde o vulto passou.
    No momento em que agarrei as alças para fechá-la, o pássaro surgiu e pousou no beiral. Assustei e saltei para trás, caindo em minha cama. Com muito medo, fui me levantando sutilmente e recuando, tentando manter uma distância segura da ave.
    Ela, por sua vez, inclinou a cabeça para frente, como se fosse dar um salto.
    - Por favor – eu gaguejava e suava assustado – não me machuque!
    Pensando em como escapar ou desviar de um possível ataque, nem percebi que a águia tinha outras intenções. Como em meu sonho, ela fechou os olhos levemente, avisando-me que eu não corria perigo.
    - Hondan? – uma voz ecoou no quarto. Era grossa e suave ao mesmo tempo.
    Não consegui responder. Nenhuma palavra saía de minha boca.
    - Ei, garoto! Você é Hondan? – a mesma voz tornou a perguntar.
    Provavelmente a ave se referia a mim. Com muitos esforços, reconheci a voz que falava, pois eu sonhei com ela. Então, respondi:
    - Sim. Sou eu.
    - Sabe quem eu sou? – com certeza era a águia que falava, mas não movia o bico.
    - Você... – respondi trêmulo – é o pássaro com que sonhei?
    Eu gostaria muito que ele negasse.
    - Então você recebeu a mensagem! – a ave bateu as asas levemente, como em um gesto de felicidade.
    - Quer dizer que o sonho foi proposital? Não foi uma simples coincidência? – perguntei.
    - É óbvio que não, criança! – continuou – Esqueceu que estamos todos conectados?
    Ela fez uma pergunta totalmente sem sentido para mim. Mas, devido à firmeza com que perguntou, parecia que era algo muito claro.
    - Conectados? – gaguejei.
    Neste momento, ouvi batidas à porta. Era minha mãe, berrando:
    - Hondan, o que está acontecendo? Responda, filho!
    - Espere um pouco, mãe! – virei minha cabeça para a porta e gritei.
    No momento em que retornei para falar com a águia, ela havia sumido. Fiquei ali, olhando para o beiral vazio da janela, esperando alguma coisa. Mas minha mãe continuava batendo à porta e gritando, então tratei de atender logo.
    - O que foi, mãe? – respondi, fingindo calma.
    - Como assim, “o que foi”? Você simplesmente entrou em casa correndo, nem terminou de falar comigo! – ela estava nervosa.
    E já desconfiava de algo... mas eu não tinha certeza se ela sabia sobre tudo o que ocorreu.
    - Eu queria ir ao banheiro, por isso subi correndo. – expliquei.
    Hellen me olhou analiticamente e respondeu:
    - Então, o que fazia no seu quarto? E com quem falava?
    - Eu... – gaguejei – Eu estava guardando minha mochila, arrumando umas coisas... E conversava sozinho.
    Ela não parecia acreditar.
    - Arrumando a mochila com a porta trancada? Falando consigo mesmo? Hondan, eu sou sua mãe há quatorze anos e sei quando você está mentindo.
    Tudo bem, ela não ia desistir. Então, me pus a contar tudo o que aconteceu.
    Mas, neste exato instante, ouvi um grito e, em seguida, a águia pousou rapidamente na janela, olhando para eu e minha mãe.
    Ela assustou-se e recuou. Ficou olhando paralisada para o pássaro, sem mover um músculo. Parecia hipnotizada, ou provavelmente teria visto uma assombração.
    Piscou e, com muitos esforços, disse, sem tirar os olhos da ave:
    - É esta a águia... a águia que perseguia você?
    - Acho que sim, mãe. – É aquela que apareceu no meu sonho, também.
    Hellen estava mais assustada que eu, e tremia muito.
    - Não pode ser... – ela murmurou – Hondan, desça. Agora.
    - Mas, como assim...
    - Desça, Hondan. – ela me olhou severamente, e eu entendi que era algo sério.
    A águia apenas assistia ao diálogo entre mãe e filho, pacientemente.
    Então, resolvi ir para a sala de estar. Não sem me preocupar um pouco.
    Entrei no cômodo e sentei no sofá, que era de cor ocre – já desbotado, com o tempo. À minha frente, estava a televisão, posta sobre uma simples mesa de madeira.
    Este dia havia sido tão esquisito que, ao sentar-me, afundei no sofá. Nada fazia sentido, parecia um sonho. Mas era um sonho muito real.
    Pensei no carro que desviei. Como eu fizera aquilo? Era impossível. Eu me senti como um super-herói! Também pensei na águia. Não pude deixar de me perguntar por que minha mãe ficara sozinha no quarto com aquele pássaro.
    A curiosidade venceu meu corpo e me levantei do sofá. Caminhei sorrateiramente pela escada, em direção ao meu quarto, cuja porta havia sido fechada. Ao alcançá-la, encostei-me a ela com muito cuidado e agucei meus ouvidos.
    Minha mãe e a águia pareciam estar conversando... na verdade, discutindo.
    Consegui distinguir as duas vozes e captei algo como “você não vai levá-lo!”, dito por minha mãe. Escutei a águia respondendo “mas é conciso, ou todos vão correr!”.
    Pensando bem, ela disse “mas é preciso, ou todos vão morrer!”.
    Esta frase me espantou. Com certeza falavam de mim, mas eu não sabia a razão. Recuei um pouco e tentei analisar o que ouvi. Quem queria me levar? Por que eu era preciso?
    Milhares de perguntas surgiam à minha cabeça. Como se não bastasse um sonho real, uma águia falante e um carro voador, agora eu era necessário para alguma situação, ou todos morreriam. Não sei a quem a águia se referia com “todos”, mas certamente não era bom.
    No momento em que eu estava pensando no assunto, minha mãe abre a porta do quarto, se assustando comigo.
    - Hondan! Você estava espiando? – reclamou ela.
    Eu não tinha uma desculpa, desta vez.
    - Na verdade...
    - O garoto já sabe? – uma voz interrompeu, vindo de dentro do quarto.
    Era a voz da águia, mas, ao olhar para a direção, não encontrei o pássaro. Sentado no beiral da janela, estava um homem. Ele era moreno e possuía cabelos grisalhos penteados para trás, além de uma barba rala, aparentemente mal-feita. Notei que o homem era também alto e seus olhos eram esquisitos. Eram normalmente pretos, porém a conjuntiva era amarela, assemelhando-se aos olhos de uma águia. Isso lhe dava um ar sombrio.
    Ele estava educadamente vestido, com um terno preto e sapatos da mesma cor. Sua gravata era tão vermelha que parecia sangue. Ao lado esquerdo dela, prendia-se um broche dourado em formato de um pássaro.
    Ao vê-lo, fiquei curioso. Onde estava a águia e quem era este homem?
    - Não, Hondan não sabe. – Hellen disse, nervosa.
    - Eu não sei de quê? – perguntei assustado.
    - Então é hora de termos uma conversa. – respondeu o homem, seco.
    Minha mãe virou-se para mim e disse:
    - Filho, vamos até a cozinha. Eu e Gederik precisamos conversar com você.
    O tom dela foi muito sério, me deixando apreensivo. Obviamente Gederik era o homem, já que não havia mais ninguém ali.
    Ele desceu do beiral e nos seguiu escada abaixo, para a cozinha.

    Sentamo-nos à mesa central da cozinha. Enquanto minha mãe preparava uma xícara de café para Gederik, eu aguardava sentado, pensando em tudo o que aconteceu nesta anormal sexta-feira. Mesmo assim, não deixei de notar que o homem me analisava discretamente.
    - Pronto! – sorriu Hellen – Aqui está seu café. – Colocou a xícara à frente de Gederik.
    Este, por sua vez, não o bebeu imediatamente, já que o líquido estava muito quente, soltando pequenas ondas de vapor pelo ar.
    Mamãe puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado, deixando apenas o homem na outra extremidade da mesa.
    Eles ficaram um tempo sem falar, apenas trocando olhares severos e, provavelmente, pensando no que diriam a mim.
    Enfim, Hellen quebrou o silêncio, com um suspiro.
    - Hondan... – ela coçou a cabeça – Você sabe por que este homem está aqui?
    - Eu nunca o vi na vida. – esclareci, tentando parecer o mais calmo possível.
    Ela segurou minha mão por baixo da mesa e continuou, olhando para mim de um modo estranho – um pouco triste e um pouco séria.
    - Este homem, Gederik, é aquela águia que seguiu você até aqui.
    Em ocasiões normais eu teria rido, mas percebi que minha mãe não estava brincando.
    Mesmo assim, não pude esconder meu espanto:
    - Como assim, mãe? Como este senhor poderia ser aquele pássaro?
    - Filho. – ela apertou minha mão mais forte ainda – É por isso que estamos aqui, conversando. Há algumas coisas que você precisa saber, já está na hora. E este assunto é extremamente delicado. Só lhe peço que me compreenda e não fique assustado.
    Naquele momento meu coração disparou. Meu dia já havia sido esquisito, e agora minha mãe diz que há um assunto sério a ser discutido. Era impossível que eu não ficasse assustado.
    - Continuando, - disse Hellen – este homem é de verdade a águia que lhe seguiu. Ele, assim como nós dois, não é uma pessoa normal. Quero dizer, ele não é um ser humano.
    Paralisei. Não consegui dizer nada. À minha frente, eu via um homem simples, como qualquer outro de terno. Fora os olhos amarelos, é claro. Pisquei lentamente, e minha mãe resolveu continuar.
    - Hondan, ele é um Guardião. Um ser cujo objetivo é manter o equilíbrio da natureza e protege-la. Porém, nenhuma pessoa normal sabe de nossa existência. Aliás, nem deve saber.
    “Nossa existência”. O que Hellen disse não fez sentido para mim. Era como se eu fizesse parte desses “seres”. Fiquei mais pasmo ainda, mas já estava me acostumando com essas frases chocantes.
    Gederik apenas ouvia nossa conversa, tomando um pouco de café sem demonstrar surpresa alguma.
    Mamãe percebeu que eu não entendi muito, mas deixou o homem prosseguir.
    - Criança... – ele se inclinou para frente, olhando diretamente nos meus olhos, o que me deixou um pouco amedrontado – Sabe como se formam as chuvas? Os ventos? Sabe como ocorrem os terremotos e relâmpagos?
    Balancei a cabeça positivamente, em silêncio.
    - Na verdade, você não sabe. Esses fenômenos não podem ser cientificamente explicados, por incrível que pareça. Todos os processos naturais que ocorrem no ambiente são realizados por nós, Guardiões. E, queira você ou não, é também um Guardião. – respondeu Gederik, friamente.


    Próximo capítulo:
    Árvores querem me matar
    ____

    Well, aí estão os capítulos. Espero que tenham ficado bons.

    Aceito críticas construtivas e sugestões.

    Peço desculpas se os capítulos forem muito grandes ou cansativos~

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    Última edição por Arctic Wolf; 03-04-2010 às 16:10.
    .

    "Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim." João 14:6.

    (X) 15 ANOS SEM TROCAR O AVATAR: DESDE O NATAL DE 2009.
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    Mais que um lobo.

  2. #2
    Avatar de Sadu Zefenazar
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    Oi, eu estou acompanando seu fanfic!
    estou adorando essa história! quando leio parece que estou assistindo a um animê. eu tenho um fanfic aqui chamado "Tíbia Rooker's Adventures" vai ver e depois diz como ficou tá?
    agora vou ler + um pokin ^^
    abraços!

  3. #3
    Avatar de Arctic Wolf
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    Citação Postado originalmente por Sadu Zefenazar Ver Post
    Oi, eu estou acompanando seu fanfic!
    estou adorando essa história! quando leio parece que estou assistindo a um animê. eu tenho um fanfic aqui chamado "Tíbia Rooker's Adventures" vai ver e depois diz como ficou tá?
    agora vou ler + um pokin ^^
    abraços!
    Obrigado pelo comentário, Sadu.
    Fico feliz que os primeiros capítulos de minha história tenham sido de seu agrado. :rolleyes:

    Só continuarei postando mais capítulos quando a história estiver finalizada, conforme eu disse lá em cima. E, é claro, se eu perceber que ela tem rumo, através dos comentários e críticas.
    .

    "Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim." João 14:6.

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  4. #4
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    Achei bem legal o desenvolvimento da história, só achei que a conversa entre mãe e filho foi meio formal de mais.

    Só isso muito boa a história
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  5. #5
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    Citação Postado originalmente por Suf Legend Ver Post
    Achei bem legal o desenvolvimento da história, só achei que a conversa entre mãe e filho foi meio formal de mais.

    Só isso muito boa a história
    Obrigado pelo comentário também, Suf.

    Realmente, notei que o diálogo entre os dois personagens foi um pouco formal, tendo em vista o grau de intimidade entre eles.

    Fico grato por também ter gostado da história.




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  6. #6
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    Estou acompanhando sua historia, muito boa por sinal, gostei muito. Continue, de quantos em quantos tempos você lança um novo capitulo?

  7. #7
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    Citação Postado originalmente por vinicious Ver Post
    Estou acompanhando sua historia, muito boa por sinal, gostei muito. Continue, de quantos em quantos tempos você lança um novo capitulo?
    Agradeço pelo comentário e por ter gostado da história, Vinicious!

    Não consigo estimar a velocidade com que posto capítulos, porque eu costumo escrever quando surgem idéias ou quando tenho alguma inspiração. Às vezes, escrevo muitas linhas em apenas um dia. Por outro lado, há vezes em que demoro muito tempo para escrever mais.

    Obrigado~
    .

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  8. #8
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    Padrão Bom man mto bom

    olha cara a história tahh mto rox gostei bastante tah pareçendo akeles livros famozos tipos harry potter ^^ tipo soh q axei q vc podia melhor tem mtos delalhes q n precizava estar por exemplo (vesti minha camisa vermelha "vc n precisava especificar a cor da camisa" um prato de vidro "n precizava por q ele era de vidro poderia por simplismente soh prato") bom soh vc diminuir um pouco os detalhes q fica perfeito .... go go posta mais capitulos q gostei pacas da história

  9. #9
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    Citação Postado originalmente por RaavenSS Ver Post
    olha cara a história tahh mto rox gostei bastante tah pareçendo akeles livros famozos tipos harry potter ^^ tipo soh q axei q vc podia melhor tem mtos delalhes q n precizava estar por exemplo (vesti minha camisa vermelha "vc n precisava especificar a cor da camisa" um prato de vidro "n precizava por q ele era de vidro poderia por simplismente soh prato") bom soh vc diminuir um pouco os detalhes q fica perfeito .... go go posta mais capitulos q gostei pacas da história
    Obrigado por ter lido e comentado. Fico muito feliz em saber que minha história foi comparada a obras como Harry Potter. :eek:

    Sobre esses detalhes, são pequenos, não vejo razão de retirá-los. Mas, se for necessário, eu paro com eles.
    .

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  10. #10
    Avatar de Sadu Zefenazar
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    Sua hisória está ficando muito boa. eu só gostaria de saber se vai ter mais ação como eu acho que vai ter.
    uma dica: coloque umas cenas de descontração na história para que não fique sempre em um clima tenso, além de de fazer o leitor sentiir mais prazer em ler ^^

    vai fundo boy!!! vc tem futuro!!! ^^
    _/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/_/

    Leiam meu fanfic:Tíbia Rooker's Adventures

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    Última edição por Sadu Zefenazar; 02-02-2010 às 09:02.



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