Poxa gente, comentem aí, nem que seja para dizer "oi, passei por aqui". Essa falta de comentário desestimula qualquer um. De qualquer forma...
Capítulo I - Perseguição
“A missão corre como esperado até então, nos aproximamos da entrada da casa dos verdes com sucesso. Todos os homens permanecem inteiros. Mas ainda não obtivemos nenhuma pista sobre o paradeiro daquele que procuramos.”
Willer pousou sua pena, e estudou o pergaminho. Parecia-lhe bom.
— Parece-me excelente, Will. Sabia que não tínhamos errado ao designa-lo para escrever as cartas. — Disse o Sr. Maxwell Prester, com uma voz altiva. Ele era vice-líder daquela operação, mas com certeza era o mais formidável dos soldados escalados. Com sua reluzente armadura de platina e enorme corpulência, era a imagem perfeita do que um cavaleiro de elite ungido pelo próprio Rei Tibianus III deveria ser. O Sr. Maxwell sempre levara jeito para a liderança, refletiu Will. Sabia conquistar o respeito e a confiança de seus homens.
— Muito bem, cavaleiro das penas. — Comentou outra voz por trás dele. — Começo a pensar ser verdade o que comentam sobre você em Thais, Sr. Willer. Você se dá melhor com a pena do que com a espada. — Quando se virou, deparou-se com o líder da missão, com seu rosto jovem e nariz empinado. O homem não tinha o carisma ou o porte de Maxwell, além de ter metade de sua idade. Apenas um garoto prodigioso com a espada e possuidor de um ego inflado, que olhava o mundo inteiro de cima, na opinião da maioria.
— Não nego a verdade nessas palavras, Sr. Artos. —Respondeu Will, com uma voz contida. Não era tolo a ponto de responder ao seu superior, ainda mais aquele. — A mim as palavras sempre vieram mais fáceis do que os movimentos de esgrima.
— Pois agora está na hora de puxar o aço e nos mexermos.
— Senhor? Não entendo... — Sua ficha caiu logo em seguida. — Orcs?
O líder assentiu. — Fomos vistos.
Will levantou-se rapidamente, e ficou ao lado de Maxwell, esperando ordens. Se houvesse alguma luta, esperava ficar por perto dele. Porém, o comandante Artos veio atrás, e deu ordens rápidas a todos.
— Os falsários viram-nos há apenas alguns minutos, e são só cinco. Eles separaram-se e correram em direções diferentes. Jamais podemos deixa-los que avisem outros orcs, ou pior, que cheguem a sua fortaleza em Rocha de Ulderek. Se isso acontecer, podemos dizer adeus ao sucesso da missão. E às nossas vidas, por assim dizer. — Fez uma pequena pausa, como que para aumentar para o efeito das palavras.
— Felizmente, a maioria esta a pé e desarmado, e nós temos cavalos e espadas. Mas um dos patifes monta um lobo de guerra e empunha uma lança. Desse cuido eu. Sr. Willer, seu cavalo é o segundo mais rápido, virá comigo. Os outros montem também e cuidem dos restantes. Fugiram para nordeste, e não estão muito longe. Quero cinco cabeças de orc reunidas aqui ao cair da tarde.
Todos os homens assentiram e foram rapidamente tratar de seu serviço. Will também se apressou a montar seu corcel de batalha negro, mas antes de partir, o Sr. Maxwell veio segredar-lhe ao ouvido.
— Trate de proteger nosso bravo comandante, Will. Sua armadura é a mais reluzente de todas, e seu cavalo corre como nenhum outro. Não podemos deixar um exemplar tão excelente de cavaleiro morrer pelas mãos de um orc. — Ele riu, e Will riu com ele.
Deu as costas ao cavaleiro de elite com relutância, e seguiu logo atrás do comandante, montado em seu imponente garanhão de pelo cor de leite e reluzente. Logo, os corcéis eram apenas dois riscos preto e branco, que seguiam velozmente pela campina aberta em direção ao nordeste. Seus cavaleiros iam bem armados e de armadura completa. Sr. Artos estava certo, logo avistaram à frente um vulto cinzento, montado por uma figura esverdeada.
A armadura do orc reluzia ao quente sol do meio da tarde, e seu brilho ficava cada vez mais próximo, a medida que se aproximavam.
— Normalmente, lobos de guerra são mais rápidos que isso. Pergunto-me porque o orc não aperta o passo. Neste ritmo, os alcançaremos em poucos minutos. — Comentou Artos. — Bem, não imagino que a criatura tenha grande capacidade de raciocínio.
— Está enganado. — Retrucou Will. O comandante olhou-o com tal surpresa que era como se seu próprio cavalo de repente tivesse começado a discutir com ele. Imediatamente se deu conta de que o comandante não estava habituado a ser respondido e provavelmente acharia a resposta insolente. —Senhor. — Acrescentou, tentando consertar. — Talvez não sejam tão capazes em magia como os elfos, engenhosos como os anões ou versáteis como os humanos, mas os orcs possuem uma grande inteligência bélica e uma sociedade cuja cultura é voltada para a guerra. Senhor, faríamos bem em não subestimar suas táticas de combate, se me permite um conselho.
Artos fitou-o com tal expressão que Will soube imediatamente que suas palavras não tiveram efeito algum. Sua opinião a respeito dos orcs continuava a mesma.
— Hum... Entendo. Que seja. Veja, ele sabe que estamos em sua cola, mas não acelerou mesmo assim. — Agora já podiam ver mais detalhes da figura. Ele realmente empunhava uma grande lança de caça, além de um escudo de batalha simples. Logo, encurtaram mais a distância. Cem metros, depois cinquenta. Quando estavam a uns dez metros do grotesco ser, ele virou-se e praguejou no característico linguajar Orc, uma língua rústica e gutural.
— Ferut, buta humak! Ork alk!
— O mesmo para você, canalha. — Disse Sr. Artos, e puxou seu aço da cintura. Will imitou-o. Quando o orc já estava ao alcance da espada, o comandante desferiu um pesado golpe contra o pescoço da criatura, que foi parado com o escudo. Vendo que não adiantava mais fugir, ele virou-se para a luta. Seu lobo rosnava mostrando as grandes presas, e pingava saliva de sua boca. O orc arriscou uma investida com sua lança em cima de Will, mas este se desviou a tempo e agarrou o cabo da arma. O monstro verde segurou-a com ambas as mãos e tentou recuperá-la com um puxão.
Sua força foi tamanha que Will sentiu-se impelido para frente, e no tempo de um piscar de olhos percebeu o que aconteceria em seguida. Soltou a lança, mas já era tarde. Escorregou pela cela do cavalo, e ia diretamente de encontro ao chão. Um segundo depois, estatelou-se na grama verde e tinha sobre si um enorme lobo raivoso, que tentou morder sua face. Sentiu o fedor do hálito da criatura, de sangue e carne decomposta. Sem pensar, Will pôs seu braço revestido de armadura entre seu rosto e os dentes da criatura, e com a outra mão desferiu um golpe contra seu peito desprotegido, com todas as forças que tinha. O sangue jorrou sobre seu corpo. Will rolou para longe do lobo no momento em que este desabava, com uma espada enfiada no coração.
Seu dono estava igualmente morto, e com uma cabeça a menos de altura. Sr. Artos segurava a feia cabeça de feições grotescas do orc pela orelha, como um sinistro souvenir da batalha recém travada. O próprio comandante encontrava-se em perfeito estado, e ajudou Will a levantar-se.
—Já enfrentei ratazanas mais perigosas. — Disse. — Recupere sua espada, Sr. Willer, e vamos voltar ao ponto de encontro. Os outros já devem ter retornado. — Will puxou sua espada ensanguentada do corpo inerte do lobo, e em seguida montou novamente seu corcel de batalha.
Logo estavam de novo correndo em direção ao sul, e os outros soldados já haviam se reunido no ponto de encontro. Quatro cabeças de orc estavam ajuntadas a um canto, e Artos trazia mais uma para adicionar à coleção.
— Ótimo, pelo menos o sucesso da missão não foi ameaçado. No entanto, não podemos permitir que essa situação se repita, temos que agir mais furtivamente. — Falou o comandante a todos logo que chegou. —Façam o que quiserem com as cabeças.
Will reparou nos soldados que eram seus companheiros. Todos estavam perfeitamente bem, e ninguém tinha nenhum ferimento sério. No entanto, alguns deles pareciam nervosos, e o Sr. Maxwell olhava para estes com uma expressão ameaçadora. Algo estava errado, e ninguém parecia ter percebido.
— Will, venha cá. — Chamou o cavaleiro de elite. Ele tentava ostentar uma expressão alegre, mas sem muito sucesso. Nunca fora um bom fingidor, e Will viu a tensão no rosto do homem. — Feriu-se? Não, imaginei que não. Confiei que você podia lidar com um orc, e não me decepcionei.
— Obrigado, senhor. Senhor, aconteceu alguma coisa enquanto estivemos fora? Os homens estão estranhos. Não entendo...
— Não, não entende. — O homem cerrou sua mão direita e ergueu o braço. — Você não entende nada. — Will só teve tempo para perceber o que estava acontecendo, mas, pego desprevenido, não reagiu a tempo. A última coisa de que se lembrou de ter visto foi um enorme punho revestido de aço, que vinha velozmente de encontro à sua cabeça. Um instante depois o ferro duro e frio encontrou seu rosto, e uma dor horrível rachou sua cabeça. Will viu estrelas dançarem em sua visão por um momento, e depois a escuridão engoliu-o.
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Responder com Citação
)... e não se preocupe, daqui a poco o Izan estará postando aqui, até porque ele lê TODAS as histórias da seção, parece que ele anda um pouco OFF, mas daqui a pouco ele volta... 
Se está falando sobre possíveis lutas futuras, não posso falar nada. Há!