Tchê, se diminuir mais uns 10ºC acho que já dá pra mudar o chuveiro pro morno.
Para os friolentos de plantão, mais um pouquinho da estória.
Espadas, Escudos e Anéis
Os sóis ainda não haviam despertado no horizonte e as trombetas já anunciavam o momento de acordar e pôr-se em forma. As fogueiras do acampamento estavam praticamente apagadas, foi difícil acordar da sua primeira noite de sono como soldado. Anon Tårik abriu os olhos, mas pouco pôde ver. O corpo ainda não estava completamente recuperado do esforço realizado no dia anterior, entretanto, levantar era preciso. Arredou-se da beirada da fogueira que o manteve aquecido na noite e foi em direção ao riacho, lá ele lavou seu rosto.
— Mas que Merklin, como está gelada essa água — resmungou ao sentir a temperatura — Bom, pelo menos está ajudando, vamos lá.
Mergulhou a cabeça inteira na água fria, e o sono se foi de imediato. Secou-se com os panos que havia trazido e voltou para o acampamento.
Chegando, viu seus companheiros cambaleando com os olhos entreabertos enquanto as trombetas tocavam mais alto afim de acordar os últimos.
— Hoje começa a ação — comentou um dos recrutas — anseio por minha espada e meu escudo desde criança.
Mas o que se viu naquele dia não foi nada do imaginado pelos aspirantes. Foi ordenado que todos se assentassem em uma grande clareira perto dali. Os duzentos novatos formaram um círculo ao redor de um patamar já instalado no centro.
Neste patamar subiu o Coronel Baxter que começou a falar.
— Soldados, agora vocês terão contato com espadas e escudos — começou Baxter com voz firme — mas não empunharão nenhum dos dois ainda.
— A espada é a arma tradicional do nosso exército e ela será a extensão de vossos braços. O escudo é o que manteve homens como eu vivos para repassar seus segredos a todos vocês.
— Um bom soldado conhece seu escudo e sua espada melhor que a palma de sua mão. Sabe exatamente quanto do seu corpo pode ser defendido pelo primeiro e até onde chega a lâmina da segunda.
— Sabe, só de olhar, quando precisa afiar sua arma, ou qual é o ponto mais vulnerável do seu escudo — então o coronel brandiu a sua espada que brilhava com os primeiros raios de Suon — Ensinaremos a vocês a arte de decepar cabeças de orcs fazendo o menor esforço possível.
O dia seguiu com uma série de explicações e teorias sobre ataque, defesa, postura e técnicas de luta. Diversos líderes revezaram o centro do círculo contribuindo com suas experiências e conhecimentos.
Poucos se sentiram entediados com tanta teoria, os discursos eram em sua maioria, cativantes e repletos de histórias de como cada técnica foi capaz de salvar uma vida ou garantir uma vitória improvável.
No final da tarde, espadas e escudos de madeira foram entregues a todos, assim como armaduras de pele de animais. As espadas não eram capazes de cortar ou perfurar, mas eram suficientes para os primeiros testes. Os recrutas foram divididos em grupos de sete ou oito e começaram a receber orientações mais diretas. Treinaram contra alvos de madeira e em pequenos combates entre eles, sempre sob a supervisão e orientação de um soldado superior.
Anon correspondeu as expectativas, foi paciente ao ouvir as instruções e empunhou a espada com firmeza durante todo o treinamento.
Ficou um pouco desajeitado quando teve que usar o escudo, era bastante pesado e o desequilibrava. Foi muito mal quando teve que atacar e defender em sequência.
— Espere para ver quando adicionarmos um elmo e uma armadura pesada ao seu corpo — disse o instrutor — se você não trabalhar sua postura não conseguirá ficar de pé — concluiu mostrando a posição em que suas pernas deveriam ficar.
— Agora sim não parece tão desajeitado. Ataque, defesa, ataque, ataque, defesa, defesa, esquiva, defesa — eram as ordens do mestre enquanto Tårik recuava ao ser atacado pelo colega de treino — muito bem, acabastes de sobreviver ao seu primeiro orc. Chega por hoje, amanhã continuamos.
A refeição noturna era uma recompensa merecida ao final daquele dia. Anon jantou e dormiu na barraca desta vez.
Na manhã seguinte Tårik acordou antes mesmo do tocar das trombetas, e foi em direção ao riacho executar aquele que se tornaria seu ritual diário para despertar. Mergulhar a cabeça na água gelada.
Dessa vez abriu os olhos sob a água e mesmo naquela madrugada escura consegui ver um brilho entre as pedras.
Esticou o braço e apanhou um pequeno objeto quadrado que emitia um brilho dourado.
Limpou a lama que restava no objeto e apreciou a bela peça que parecia um tesouro. Tinha a semelhança de uma caixa de joias. Enfeitada com detalhes em azul, dourado e pequenas pedrinhas de várias cores.
Tårik abriu a tampa do artefato sem dificuldade, dentro dele, cinco lindos anéis. Apreciou cada um. Era difícil decidir qual era o mais bonito. Guardou os anéis em seu bolso e enrolou a caixa em seus panos enquanto começava a ouvir o entoar das trombetas. Era a hora de voltar para começar mais um dia.
Longe dali a tropa dos Cães de Guarda partia rumo a horda de mortos-vivos. A ideia era chegar até a montanha dos anões antes deles e assim surpreendê-los na estreita passagem.
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