Lorofous
Obrigada, Loro
Na verdade, eu escrevi neste sentido:
Não comiam muito, mais conversavam e riam [do que comiam]
Comparei, sabe? Não sei se está certo, e a ideia de contraposição fica, sim, melhor do que a comparativa. Portanto vou substituir o "mais" pelo "mas" mesmo. (y)
Clandestino
Se você se refere ao prólogo, sim. Quando coloquei os asteriscos quis mostrar que outro fato estava se passando naquele mesmo momento.Esses teus saltos, você pode usar do esquema de historia paralela talvez ?? Acho que eu que não entendi bem.
E sim, I'm fourteen
Bela~
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Olá, pessoas. Terminei o terceiro capítulo. Avaliem...
Bela~Capítulo 3 – Surpresa
Victora acordou ouvindo um grito que lhe ensurdecia. Assustou-se ao descobrir que o som vinha de sua própria boca.
-Deus! O que houve, Victora?!
Atordoada, olhou para os cantos. O quarto ainda estava quase todo mergulhado no breu. Não fosse pela fraca luz que a lua despejava sobre o cômodo, não enxergaria nada. Na porta, a silhueta de Aita.
-M-mãe?
-Filha, está tudo bem? Que aconteceu?
Piscando os olhos turvados pelo sono, respondeu, tentando tranquilizar a mãe:
-Não, tudo bem. Eu só sonhei, mas estou bem. Boa noite, mãe.
Levantou-se para beijá-la e logo voltou à cama. Enrolou-se nas cobertas e notou que tremia. Não fazia frio, porém seu corpo se remexia inteiro. Fechou os olhos. Buscou o sono, mas não encontrou. Então, esperou, apenas.
Revirou-se inúmeras vezes sobre seu catre, inquieta. Deu-se por vencida e se levantou. Assim como no sonho, estranhamente, suas pernas se moveram sozinhas. Saiu de seu quarto, atravessou o corredorzinho estreito e passou pela cozinha. Girando a chave da porta tosca, ganhou o quintal imerso em sombra. Incrível, fizera tudo isso sem produzir rumor algum.
Como era bom tocar a grama com os pés descalços! Úmida de orvalho, a relva refrescava-lhe por dentro. Respirou fundo. O ar limpo adentrou suas narinas e limpou seus pulmões. Não se deteve por muito tempo: continuou sua caminhada sem pressa.
Apesar da luz limitada do local, Victora não se enganava. Chegando a um ponto, onde o mato rebelde roçava-lhe os joelhos, sentou-se sobre os calcanhares. Era aquele seu canto preferido do jardim. Ali havia uma fonte e árvores altas. Era engraçado como estas se organizavam quase formando um semicírculo perfeito. A fonte era agora apenas uma mancha negra recortada. À luz do dia, seus contornos revelariam uma bela criança entelhada em pedra segurando um jarro que despejava água infinitamente. Existia também um banco de cipó trançado, desgastado pelos anos.
A jovem seguia nesta agradável contemplação, já esquecida do pesadelo. Tamanho era seu devaneio, que não teve tempo para notar que o garotinho pétreo se mexia e cobria-lhe o rosto com um grosso pano. Num segundo encontrou o sono que tanto procurara.
-Hmm, que belezinha, hein? Até que você agiu rápido, seu velho. –
desdenhosa, a voz ecoava em sua cabeça. Sentia ser manuseada com desprezo. Entretanto, sequer abriu os olhos; seu
estado de torpor era imenso. Quis reagir quando dedos libidinosos deslizaram sobre suas pernas, mas não conseguiu.
-Ei, pode parar, espertinho canalha! Só vai se divertir se lhe for permitido. Antes precisamos levá-la ao Kraos, não se lembra? - era outro falando. Sua voz era mais grossa, porém igualmente arrogante à do primeiro – Vamos sair dessa cidade imunda antes que amanheça. Anda, vai pegar a charrete que eu fico aqui com ela.
Após a ordem, fizeram-se ouvir passos apressados sobre o que parecia ser um chão de madeira. Seguiram-se alguns minutos vazios e silenciosos.
-Pronto, já está lá fora – o homem falava com um tom de urgência. Em seguida, amarraram seus pulsos e seus tornozelos com cordas apertadas.
-Me ajuda a colocar no saco, vem aqui.
Foi içada da superfície dura onde estava por mãos rudes. Estas a colocaram no saco mencionado. Não saberia dizer como, mas seu corpo retorceu-se para se adequar ao pequeno espaço a que fora submetida ficar. O surrão finalmente foi suspenso e um balanço violento e ritmado se iniciou.
Jogaram-na com agressividade contra a madeira irregular. Com o baque, sua garganta produziu um ruído invountário e abafado. Estaria voltando à vida? Aos poucos a mocinha se sentia menos entorpecida. Abriu os olhos, mas viu só escuridão. A saca de couro lhe sufocava, embora, sabia, houvesse um minúsculo orifício nela que lhe salvava da asfixia.
Sem demora, o veículo começou a se mover. Chacoalhando horrivelmente, a carroça provocava ânsias em Victora. Numa tristeza quase irracional, pensava em sua situação. Estou perdida.
No momento seguinte, ela derramava lágrimas que iam perder-se no interior do saco. Procurando conter os soluços de aflição, a garota seguiu a incerta marcha para o nada.







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