Nada a acrescentar. Leiam e comentem, se possível:
:thumb:VictoraPrólogo - O parto
A silhueta recortada pelo fraco luar caminhava errante, trôpega. As ruas estreitas da cidadela de Pan estavam desertas e fantasmagóricas naquela noite. Apesar de seu tamanho e músculos, Labios mais parecia uma criança aflita. Entrou num beco frio e deixou-se cair sobre o pavimento, exausto. Ficou lá, consigo mesmo. Sentiu uma lágrima morna escorregar por seu rosto marcado por cicatrizes. Um aperto fuzilante e invisível o envolvia.
De forma involuntária, deslizou a mão pelo cinto de couro, à procura de algo. Brandindo uma adaga, aproximou-a do peito lentamente. A ponta fina ia perfurar-lhe a pele clara, mas algo o impediu. Sentiu um leve toque em seu ombro e parou de imediato.
-Não seja tão leviano, meu caro - assustado com a voz rouca, olhou para trás. O que viu provocou espanto. Um velho de vestes surradas e sujas o mirava - o que o faz agir assim?
-A vida, meu senhor... simplesmente a vida - sua voz era enfraquecida pelo pranto - Mas quem é você?
Massageando a barba desgrenhada, a figura fétida falou devagar - Creio que este não seja o momento certo para apresentações e que você não disponha de tanto tempo... quer salvar o ser que, neste momento, ainda está lutando no ventre de sua esposa? - Labios ficou estático e não respondeu à pergunta. Por isso, o outro continuou - Que me diz?
Novamente, não houve resposta. Apenas pôs-se a chorar encolhido, silencioso e envergonhado.
Como que para encerrar o caso, o estranho declarou:
-Bem, considero isso como um "sim" - Afastando-se, o velho escancarou os dentes amarelos e apontou sua mão espalmada para o céu sem estrelas. Um forte clarão se seguiu e um vento forte soprou. No momento seguinte, Labios jazia morto, com o líquido rubro e viscoso se espalhando pelas costas mutiladas por mágica.
Não havia mais ninguém ali, apenas o cadáver do infeliz e a nuvem de morte que pairava pela viela macabra.
*****Os berros de Aita dominavam o aposento. A luz do candeeiro oscilava, assim como suas forças. Lá dentro estavam apenas a agonizante mãe e a parteira. O ambiente fervilhava com o longo tempo de luta e aflição. Vendo que os espasmos induzidos não surtiam efeito, a mulher que conduzia o parto introduziu a mão por entre os lençóis ensanguentados de Aita. Um grito, mais forte que os anteriores se seguiu. Era o momento. Sentindo a cabecinha entre os dedos, puxou-a com certa força. E finalmente surgiu o choro fino, sensível.
Entregou o bebê à mãe sorridente. Trêmula, ela segurou-o entre os braços, acalentando-o e limpando o sangue de seu rostinho rechonchudo. Aliás, era uma linda menininha. Ela recobriu-a com a manta que a parteira lhe estendia. Por hora, poderia ficar bem com sua pequena Victora.
Bela~
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Já consertei os errinhos, obrigada por apontá-los (reli o texto várias vezes, mas passaram despercebidos...)
