Foram tantas emoções, dos corações, dos pensamentos e das razões. Agora o meu mundo está a se perder, o que fazer? Seguir mentiras, ilusões? Isso acabaria de vez com o meu mundo. A diversão acabaria.
Nunca me prendi a uma pessoa. Acho que nunca amei uma mulher como se deve amar. Já brinquei de amar, já acreditei que amei, mas no fim, sempre, vi que o nada existia ali. Essa é uma das poucas horas, um dos poucos lugares, que eu sentia (que eu sinto) que o nada não deveria existir, um dos poucos lugares que o nada me incomoda. Eu queria um amor. Eu queria amar uma mulher, amar de verdade. Uma das minhas únicas mentiras, a minha melhor ilusão, se forma na encenação de emoções e sentimentos, que estimulam uma sensação, a qual acredito ser a mesma de quem ama, a sensação do amor, a sensação de amar.
Evito me cegar, me iludir. Evito mentir para mim, mas às vezes caio nessa tentação, porém com consciência de uma ilusão à frente, consciente da farsa que aceito para me alegrar.
Foi me perdendo nessa vida que me encontrei. Será que não estou apenas perdido mais uma vez? É tudo tão diferente quando se tem amigos. Ah... Meus amigos, meus velhos amigos. Dormíamos como loucos e acordávamos querendo ser mais, ou pelo menos aparentar mais, pelo menos eu queria. Era tão bom ser chamado de louco e receber um sorriso sincero ou até mesmo um abraço agradecido, por ser o que éramos. Não éramos loucos, na verdade as pessoas apenas não entendiam a nossa lucidez, mas nos amavam.
Sabíamos que a realidade equivale ao numero de indivíduos, e éramos felizes juntos por sabermos, juntos. Apesar disso, acredito até hoje que tínhamos duas realidades: uma para cada um e outra para quando estávamos juntos, parecendo que éramos apenas um, com uma só mente.
Não é difícil me achar, de me encontrar de repente possa ser. Mas ao certo não me escondo. Só me esquivo e não finjo ser.