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Tópico: Concurso Taverna do Roleplay - 2010

  1. #11
    Avatar de Wu Cheng
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    13-11-2008
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    Padrão De Heróis e Vilões - Professor Girafales

    De Heróis e Vilões
    Professor Girafales



    Carlin, 1357 da era de ouro, ano zero da era das trevas. O recém descoberto continente de Zao, desbravado a cada novo dia, revelava novas riquezas. A rainha Eloise de Carlin mantinha-se ocupada, seja negociando novos tratados comerciais com os anões de Farmine, ou cuidado de entrepostos comerciais que estavam sendo estabelecidos nas ilhas gélidas de Folda e Senja ou no vilarejo de Northport. O tempo gasto por ela e seus conselheiros governamentais cuidando dessas questões era tão grande, que sobrava pouco tempo para olharem para seu próprio quintal.

    Aproveitando-se disso um culto demoníaco secreto, com poucos membros, bem selecionados, estabeleceu-se na cidade. Seu líder era o Barão de Ljungberd, um homem baixinho e barrigudo. O pouco cabelo que lhe sobrava na lateral do cocuruto era prateado, uma mistura de negro com grisalho. Ostentava um grande bigode. Era uma pessoa simpática, adorava crianças e estava sempre brincando com as pessoas, um estereótipo de bonachão. Ninguém poderia imaginar que participava de uma seita secreta.

    Além do nobre, participavam do culto o jovem Fritz, garoto forte, de uns 20 e poucos anos, cabelos loiros e uma expressão sempre séria, que trabalhava no porto de Carlin. Também havia a jovem Caroline, irmã gêmea não idêntica de Fritz, tinha longos cabelos lisos negros, olhos azuis e um namorado que não fazia ideia da existência do culto. Outras figuras, de menor importância participavam.

    Era numa noite, atipicamente fria, que o grupo se reuniu no porão de um casarão pertencente ao Barão. O porão empoeirado servia de depósito para toda sorte de artigos. Tapeçaria de Darashia, frutas exóticas de Port Hope e Liberty Bay, artesanato dos elfos de Ab’dendriel, entre várias outras coisas. Envolta de uma mesa, estavam de pé os principais membros do culto, o Barão, Fritz e Caroline. O vento que soprava do mar ao sul trazia boas notícias ao grupo, más notícias para Carlin. O barão tira um pequeno tubo, contendo um líquido prateado de um bolso interno de seu paletó, e diz:

    ― Amigos... Finalmente podemos dar início ao nosso plano ― o Barão abre um largo sorriso. ― Por anos estivemos reunindo os raros artigos necessários para criar o veneno mágico que nosso mestre me ensinou a fazer em minha visão.

    ― Salve o mestre Zathroth! ― Disseram os gêmeos, quase que ao mesmo tempo.

    ― Agora basta que Fritz espalhe o veneno no porto, e logo a maior parte dos habitantes de Carlin estará compartilhando de nossa visão para o mundo.

    O Barão estende sua mão para Fritz, dando-lhe o frasco. Fritz pega o frasco e o fita por alguns segundos. Sua face não deixava claro suas emoções, era um misto de êxtase e nervosismo. Ele guarda o frasco em uma pochete de couro que trazia em sua cintura.

    ― Fico honrado com essa missão, e tenho certeza de que vou conseguir...

    Caroline o interrompe e diz:

    ―Já está na hora de terminarmos a reunião. O plano começa amanhã e é, na verdade, bem simples.

    Os três saíram do casarão um a um, dando um tempo, para não levantar suspeitas.

    ***

    Tão logo os primeiros raios de sol começaram a bater no alpendre, Fritz já despertava. A ansiedade para por o plano em ação venceu rapidamente o sono. Ao som do canto dos galos e outros pássaros da alvorada, o jovem colocou seu uniforme de estivador e foi até a sala da casa desjejuar. Caroline, que também acordara cedo, havia lhe preparado o que comer.

    ― Tome, meu irmão, aqui está o seu café.

    ― Hmm ― murmurou o irmão, ainda sonolento.

    ― Está preparado para botar o plano em ação hoje mesmo?

    ― Claro que sim, quanto antes, melhor. Nem é tão difícil...

    ― Mas se alguém vê é perigoso mano... O sacerdote do templo poderia desfazer o feitiço, se for descoberto rapidamente.

    ― Tomarei todas as precauções, já discutimos isso umas quinhentas vezes.

    ― Tá bom, tá bom, boa sorte maninho! ― A irmã deu um beijo carinhoso no topo da cabeça do irmão e volta até seu quarto.

    “É, a hora chegou...” Pensou Fritz. O rapaz foi andando, pensativo e ansioso, rumo ao porto. Logo ao sair de casa, percebeu que as ruas ainda estavam vazias. Um ou outro pássaro a cantar, folhas sendo empurradas pelo frio vento da manhã. Um ou outro comerciante abrindo suas lojas... A cidade ainda dormia, e isso era bom para Fritz. Precisava que o porto estivesse vazio, para que pudesse colocar o plano em ação, espalhar o veneno na comida que vinha de Thais.

    Toda manhã ele era um dos primeiros, senão o primeiro, a chegar ao local. Tendo saído mais cedo que o normal, não foi diferente naquele dia. Ele pegou seu molho de chaves e abriu o portão. Foi andando até o armazém enquanto tirada a substância de um bolso interno de seu casaco. Ele abriu o vidro e o virou em cima das pilhas de alimento importado armazenado. O que se viu em seguida não foi um líquido caindo, mas sim uma nuvem negra estranha, como uma substância em sublimação, que começou a englobar todo o alimento. Não fosse a natureza mágica da substância, não haveria como isso acontecer. A nuvem então se dissolveu no ar, literalmente sumindo.

    Essa parte do plano era a mais simples e se completou com sucesso. Bastaram poucos meses para que a maldição mágica que foi posta nos alimentos se espalhasse entre a maioria dos habitantes da cidade de Carlin. Ninguém sabia, mas as mentes dos amaldiçoados estavam prontas para obedecer aos comandos do Barão de Ljungberd sem questionamento.

    ***

    Em um dia ensolarado, nuvens negras apareciam no horizonte, acima do mar, e se avizinhavam cada vez mais da cidade, como se estivessem trazendo a má notícia do dia que chegava.

    A rainha Eloise havia acabado de acordar, e desceu de seus aposentos até o salão principal do castelo, para um dia que, ela imaginava, seria rotineiro. O Barão entrou no salão apressado:
    ― Minha rainha, preciso tratar de um assunto urgente com você, em particular!

    A rainha olhou para os guardas e balançou a cabeça positivamente, sinalizando que eles poderiam se retirar.

    ― O que precisa falar, barão, que é tão urgente que fez você até se esquecer de falar comigo usando os pronomes apropriados?

    ― Se meu mestre permitir que você sobreviva, será você que deverá falar respeitosamente comigo.

    A rainha se levanta, e apontando seu cajado real para o súdito, exclama, surpresa:

    ― Como ousa falar ― Mas foi interrompida bruscamente.

    O barão tirou de seu casaco um amuleto e o apontou em direção a rainha. Um raio de luz púrpura saiu dele e atingiu em cheio a rainha, que foi jogada para trás e desmaio. Normalmente a magia do barão não seria páreo para a da rainha, mas ela se encontrava sob efeito da maldição.

    Os guardas, alarmados, tentavam abrir a porta para o salão, mas ela parecia selada magicamente. O barão então sacou uma pequena adaga de prata e fez um corte no pulso da rainha. Ele pegou o braço e o esticou por sobre o amuleto, deixando que algumas gotas de sangue caíssem por cima do objeto, que começou a brilhar intensamente, como se estivesse incandescente.

    O barão soltou o amuleto no chão e deu alguns passos para trás. O brilho se tornou um clarão insuportável, e foi necessário até que ele protegesse os olhos com o braço. De repente o brilho parou, e parado no local onde se encontrava o amuleto, estava uma figura assustadora. Três vezes o tamanho de um homem, pernas e braços extremamente musculosos e uma pele de cor escarlate, era um demônio, proveniente de um local aterrorizante, no qual nenhum homem jamais colocou os pés. O demônio então se dirigiu ao barão, com sua voz grave e alta, que ecoava pelos salões do castelo.

    ― Quem é o verme que ousa conjurar a presença de Morgaroth no plano terreno, em plena cidade de Carlin?

    ― Sou o Barão de Ljungberd, e não lhe chamaria se não tivesse a certeza de que o exército da cidade não irá lhe impor uma derrota como em outras oportunidades. Eles estão enfraquecidos.

    ― Estão mesmo? E por quê?

    ― Eu e meus parceiros amaldiçoamos a comida da cidade, e todos os habitantes estão enfraquecidos contra magias das trevas. Mesmo os mais valorosos guerreiros serão presa fácil.

    ― É o que veremos ― Disse o demônio, enquanto esticava seu braço, criando uma enorme bola de fogo em direção a porta na qual os soldados tentavam, desesperados, entrar.

    O estrondo jogou todos para trás e abriu um buraco de tamanho suficiente para a passagem de Morgaroth. O que se seguiu foi um massacre. A cidade inteira foi rapidamente subjugada pelo demônio.

    ***

    Desde o dia em que Morgaroth dominou Carlin, já haviam se passado três semanas. Com seu enorme poder e a ajuda de um exército de cidadãos de Carlin possuídos pela maldição demoníaca e dos orcs de Ulderek que se prontificaram a servir o demônio, derrotar uma a uma as principais cidades do continente foi uma tarefa fácil. Por onde passava o exército, ficava um rastro de dor e sofrimento. Os homens eram mortos em sacrifício ao deus Zathroth, suas decepadas e empaladas, apodrecendo. As mulheres eram estupradas e depois mortas. O exército do mal fazia as crianças presenciarem tudo, e depois as abandonava a própria sorte. Traumatizadas e sem capacidade de se sustentar, a maioria morria rapidamente.

    Uma a uma as grandes cidades do continente caíram. Ab'dendriel e Venore agora não passavam de ruínas. Carlin e Ulderek estavam sob domínio demoníaco. Kazordoon e Mintwallin se isolaram embaixo da superfície. A certeza de que seus exércitos não representavam perigo fazia com que os demônios nem sequer se incomodassem com a ideia de tentar invadi-las. As cidades espalhadas em ilhas sofriam com a falta da ajuda das cidades do continente. Sem liderança, eram como formigas que tiveram a cabeça arrancada e corriam, desesperadas, a deriva.

    Restava apenas Thais, o último bastião de esperança do mundo livre contra o domínio dos servos de Zathroth...


    A hora se aproximava, e o Rei Tibianus sabia que os demônios iriam atacar sua cidade com força total. Olhando pela janela de seu quarto, o céu vermelho-sangue do alvorecer de alguma maneira lhe alarmava. Ele sabia que seria hoje, o dia da verdade.

    Ele tirou seu roupão de ceda de Liberty Bay e abriu seu armário. Colocou roupas de baixo, e vestes de batalha. Um elmo dourado com detalhes prateados, e uma armadura pesada, e certamente resistente, forjada pelos anões, de cor avermelhada. Embainhou sua espada longa que emanava um brilho fraco, de origem mágica, e colocou seu escudo nas costas, herança de seus antepassados. Terminou com a coroa, ornada por joias de rara beleza, forjada em tempos imemoriáveis pelos ciclopes, usando minérios raríssimos, também herança de seus antepassados.

    Enquanto foi descendo pelo castelo, era encarado pelos súditos e guardas, que percebiam, tanto pela expressão, quando pela maneira como o rei se vestia, que o dia não seria normal.

    Mas para Tibianus tudo era silêncio. Não escutava o barulho dos frequentadores do castelo, não escutava o barulho da cidade, não escutava o vento e o mar. Tudo que conseguia pensar era na batalha longa que estava por vir. Ao chegar na sala da guarda real, o rei abordou o seu general, Linus.

    ― É hoje, Linus, eu sei.

    Entendendo o que o rei queria dizer, o general saiu, esbaforido, certamente para reunir o exército da cidade.

    Alguns minutos se passaram, e estavam o rei, seu general e alguns outros membros importantes do exército na parte que emcimava o portal norte. No chão estava o exército da cidade, bem como inúmeros voluntários, alguns maltrapilhos, carregando desajeitados qualquer arma que conseguiram achar. O rei começou a falar, com sua voz imponente:

    ― Como vocês já devem imaginar, hoje é o dia em que os demônios tentarão tomar Thais. Muitos de vocês nem eram nascidos quando Ferumbras invadiu e espalhou a desgraça em nossa querida cidade. Apesar da certeza de que a guerra que enfrentaremos hoje será muito pior do que a invasão do mago maligno, sei que só venceremos no final se mantivermos o mesmo espírito dos bravos guerreiros que o baniram de Thais. Hoje, assim como naqueles dias, lutarei lado a lado com vocês, pois sou mais um, um cidadão de Thais querendo defender o lar que tanto ama. É importante que mantenhamos ― O rei se calou tão logo escutou ao longe o rufar de tambores de batalha. A hora chegará e um frio percorreu sua espinha. ― Escutem! Os tambores de batalha dos inimigos! Devemos nos manter dentro da cidade e defendê-la! Não devemos deixar o exército inimigo perpassar nossos muros!

    Ao longe já se via o exército inimigo. Manchas verdes eram Orcs, vermelhas eram demônios, e borrados multi-coloridos eram humanos, de diferentes etnias, trajando diferentes armaduras. Não tardou até que flechas, pedras catapultadas e magias ofensivas fossem trocadas de lado a lado. O exército demoníaco era demasiadamente numeroso, e era questão de tempo até que encontrassem uma brecha nos muros da cidade. Mas, de repente, o sítio à cidade cessou. Morgaroth, que apenas observava a batalha, começou a falar, e sua voz ecoou por toda a cidade, como mágica:

    ― Venha, Tibianus, vamos lutar mano-a-mano! Quero ter o prazer de lhe derrotar antes que acabe morto por algum mortal qualquer de meu exército!

    O exército demoníaco abriu espaço, formando um corredor do portão da cidade de Thais até o local onde se encontrava Morgaroth. O rei veio andando, e novamente aquela sensação de silêncio invadia sua mente, até que se encontrava defronte o maligno Morgaroth.

    ― Vamos acabar com isso, aqui e agora! Derrotar-lhe-ei, usando o mesmo escudo e a mesma coroa que meu bisavô usou para banir Orshabaal na batalha de Jakundaf, o mesmo escudo e coroa que usei para banir Ferumbras da cidade de Thais!

    O demônio gargalhou, esticou o seu braço e lançou um jato de energia em direção ao rei, que a barrou com seu escudo. Foram minutos de duelo, muito equilibrado. Por fim Morgaroth derrotou Tibianus. Com sua força descomunal, levantou o rei e lhe arrancou a cabeça do corpo, como se estivesse rasgando papel.

    ― Vejam! ― Exclamou, com o braço esticado, mostrando a cabeça do rei, como um troféu ― O rei de vocês está morto. O duelo foi árduo, devo reconhecer, mas agora sua linhagem está acabada, eu nunca serei derrotado!

    Dentro dos muros da cidade, muitos choravam, e a maioria tirava seus elmos e largava suas armas e escudos no chão, desistindo da luta.

    ― Não! Não devemos desistir, não é isso que Tibianus queria! ― Gritou Linus ― Devemos lutar até o fim de nossas forças por nossa cidade!

    As palavras de Linus pareciam em vão, o exército estava desmotivado, quase ninguém tinha forças para lutar. Mas ao longe, a esperança renascia. Ouviam-se gritos e tambores e exclamações de surpresa eram ouvidas de membros dos dois exércitos. Eram os anões que chegavam, trazendo sangue novo para a batalha. Como se tivesse sido combinado buracos começavam a se abrir no chão, levantando uma enorme poeira. Deles brotavam minotauros, que também vieram para ajudar.
    A batalha recomeçou, e com as esperanças renovadas, os cidadãos de Thais pegaram em armas novamente para defender seu lar.

    Linus sabia, no entanto, que o exército do mal ainda era muito mais numeroso, e ganharia a batalha mais cedo ou mais tarde. Deveria aproveitar a oportunidade que surgira com a inesperada ajuda de anões e minotauros para tentar vencer a batalha derrotando o líder Morgaroth. Mas se nem mesmo o rei não havia conseguido derrotar Morgaroth, será que ele conseguiria? “Depois do rei, certamente sou eu o guerreiro mais preparado, sou eu que devo derrotá-lo. É melhor morrer tentando do que esperar eles vencerem a batalha”.

    Correndo por entre o exército inimigo, esquivando-se de golpes mortais e flechas certeiras, cortando através de fileiras de combatentes com sua espada, Linus avançava a passos largos rumo a Morgaroth, que agora, ao invés de apenas assistir a batalha, lançava bolas de fogo e esferas de dor e sofrimento concentradas, conhecidas como “morte súbita” em direção a cidade.

    Morgaroth estava distraído e a oportunidade se apresentava, de pegar a espada de Tibianus que estava no chão e tentar derrotar Morgaroth. Linus lançou sua própria espada em direção ao demônio, atingindo-o no braço direito. Isso o distraiu, mas o fez também perceber a presença do oponente. Com uma cambalhota ágil, Linus pegou o escudo e a espada do falecido rei do chão e ajoelhou-se, defendendo uma rajada de morte súbita com o escudo. Tão logo defendeu o golpe, soltou o escudo, e, correndo em direção a Morgaroth, com uma mão lançava uma runa de magia no inimigo, e com a outra balançava a espada para trás. Com um pulo, empurrou a espada no peito do demônio.

    ― Não! ― Exclamou Morgaroth.

    O demônio começou a brilhar e desapareceu, certamente banido ao plano das trevas. Os demônios menores que participavam da batalha também foram banidos, e ao mesmo tempo os humanos de Carlin, possuídos, retomavam sua consciência. Restavam apenas os orcs. Alguns se retiraram covardemente, enquanto outros ainda lutavam, mesmo sendo certa a derrota.

    A batalha estava ganha e Linus era um novo herói.

    ***

    Três meses se passaram desde a épica batalha, e a paz reinava em Tibia. As cidades destruídas eram reconstruídas com a ajuda de todos. Em Thais, era aclamado o novo imperador, herói da cidade, responsável por derrotar a ameaça demoníaca ao mundo livre, Linus.

    "Acho que essa coroa ficou boa em mim"

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  2. #12
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    Padrão O Fantasma do Corsário - Drasty

    O Fantasma do Corsário
    Drasty



    No outono do ano que selou as batalhas em todo o continente, eu me tornei escravo. Uma corja me aprisionou em seu navio e com eles eu viajei os sete mares. Dos maus tratos eu sofri diversos: fui cuspido, espancado e trancafiado no calabouço. Passei com fome as piores noites do inverno, sem destino aparente apenas vagando com aqueles animais. Trabalhei! Todos os dias naquele gigante eu suei meu corpo, limpando o convés, jogando ao mar suas necessidades e cozinhando-os as refeições.

    O capitão era um homem pouco civilizado. Andava forte com a perna-de-pau atropelando os pregos do chão. Suas longas barbas brancas eram a evidência de suas aventuras e, através delas ele contava as histórias. Pouco articulado e muito animado, por noites seus oficiais ouviram anedotas sobre as batalhas nos mares mais perigosos já navegados. Uma vez que todos estivessem ensopados de cerveja, ele sacava a sabre das tipóias e cantava canções embriagadas. A cantoria seguia firme até caírem no sono.

    Nos meus aposentos eu tinha a companhia de uma vasta gama de ossadas. Provavelmente meus antecessores naquela cruzada. Nas sombras do crepúsculo conversava sozinho. Lembrava-me da minha família em solo firme. Vivi durante anos dessa vida em Thais, estudando em busca de algum dia ser alguém memorável. Porém esses sonhos já tinham sido assassinados pelas ondas do mar.

    Depois de alguns meses, peguei a mania de cantar com os piratas. Diferente das canções sobre mulheres e tesouro que cantavam sobre minha cabeça, eu cantarolava as antigas melodias dos tempos de criança. Era a única forma de encontrar naquele inferno uma felicidade. Em uma dessas noites, algo estranho aconteceu. A água salgada que invadia o navio batia rápida nos meus pés machucados. Havia alguém além de mim no recinto.

    Foi quando, através das barras de minha cela, surgiu a forma de um sobretudo. Dentro dele apenas o vácuo da escuridão. Flutuava em cima de si um chapéu de corsário com pontas e ornamentos. Sufoquei de medo ao ver a figura fantasmagórica. Recuei atrapalhado e cai sentado no caixote de pólvora. Seja lá o que aquilo era, continuava a se mover ao meu encontro. Então, ele parou. Estático ficou por alguns minutos. Tentei acreditar que fosse fruto de minha imaginação, afinal depois de tanta humilhação, uma hora eu ficaria louco.

    Assim que a cantoria no convés teve fim, a figura começou a tremer inquieta. Entre seus tremeliques, se enrijeceu. Um pigarro altíssimo arranhou o assoalho e passou voando pela janela do barco. O chapéu virou para um lado e depois para o outro e finalmente focalizou em mim.

    – Uman! Uman! – gritava uma voz rouca que emanava pelos botões do casaco. – Ave Uman! Vamos garoto, agradeça Uman comigo – com uma mistura de pavor e perplexo eu o acompanhei na sua oração.

    Terminada a prece, o chapéu do fantasma se abaixou cabisbaixo. Supus que aquele ser não me faria mais mal do que os piratas haviam feito, então perguntei eufórico:

    – O que estamos agradecendo, senhor?

    – Ora, meu jovem! Se não é o fim dessa cantoria infernal. Nos meus tempos os tripulantes eram muito mais afinados – ele forçou uma risada, amassando todo o vestuário, fazendo o parecer uma pilha de roupa amarrotada.

    – Que mau lhe pergunte, mas quem é o senhor?

    Dessa vez, houve uma pausa longa. Ele flutuou da direita para a esquerda e saltitou insistentemente na cela. Em seguida, saltou no ar e parou sentado do meu lado. Vi um dos braços apoiar-se em meu ombro, mas nada senti.

    – Se eu soubesse, eu te diria com o maior orgulho – disse tristonho. – Só sei de uma coisa, garoto. Sei que esse navio é meu! Essa corja barulhenta se apossou do que é meu! Crápulas! – agora a voz do fantasma não estava mais rouca, soava forte e cortante como um trovão. Levantou-se e caminhou à frente. Dessa vez, falava para si. – Preciso expulsá-los do meu bardo. Do meu barco!

    – Isso mesmo, senhor! Tem que mandá-los embora! – vi minha chance de voltar a terra firme tornar-se real. Talvez meus sonhos não estivessem perdidos em garrafas vazias. – Sabe o que devia fazer? Devia matar um a um, afinal, o senhor é o verdadeiro capitão desse estupendo navio.

    – É verdade, meu rapaz! É verdade. É meu, meu e somente meu – ele pigarreou de novo e agora mais comedido finalizou: – Ironicamente, o desembarque deles será feito na Baia da Liberdade.

    Ainda ouvi a gargalhada do fantasma desaparecer com seu espectro. Sumiu como apareceu, indo sabe-se lá para onde. Nem tive chance de perguntar o que a última frase significava. A conversa com o espírito de um capitão possessivo tomara horas do meu sono. Deitei-me tranqüilo no assoalho do barco e adormeci.

    Acordei no silêncio da manhã. Os raios de sol invadiam minha cela e tocavam meu rosto gentilmente. Notei que a porta da cela estava entreaberta. Segui o rumo da proa e batendo meus pés contra os degraus surgi nas imediações, agora empapadas de sol. Não havia ninguém ali. Estávamos ancorados e logo ao lado uma praia jazia.

    Saltei ao mar e nadei. Meu corpo logo arrastava-se na areia. Já tinha desistido de acreditar que seria possível voltar a terra-firme.

    Após andar alguns metros terra adentro, virei meu dorso e mirei o navio pirata atrás. A bandeira negra ostentando uma caveira maquiavélica balançava no topo do mastro. Pude ver o capitão fantasma acenar as mangas do sobretudo. Devia estar desejando-me boa sorte. Agradeci devolvendo o aceno. Acho que não vou precisar.

  3. #13
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    Padrão Sem Título - Ldm

    Sem Título
    Ldm


    Os feixes de luz invadiam meu quarto, indicando-me o começo de um novo dia. Não era uma mansão, mas era aconchegante. As paredes eram de madeira e o aposento possuía alguns móveis, como um criado-mudo, um fogão, uma mesa e cadeiras, uma cama e um velho baú, que continha antigos troféus e utensílios domésticos. Pus-me de pé, encaminhei-me ao baú e vesti as únicas peças de roupas que ali estavam. Após isso, me encaminhei para minha loja, um modo para sobreviver quando demônios tornavam-se intragáveis. Algum tempo depois, um freguês adentrou e dirigiu-se a mim:

    — Olá, Gorn!

    — Bom dia, nobre cavaleiro. Estaria interessado em um de meus produtos? Eu vendo cordas, pás, tochas, mochilas e utensílios em geral.

    — Na verdade, não. Estou aqui para lhe falar sobre algo de seu interesse. Baxter está na pista para a Excalibug novamente.

    Senti como se alguém tivesse me dado uma panelada na cabeça. Baxter, meu amigo e companheiro de muitas aventuras, procurando pela espada de meus sonhos, sem ao menos avisar-me? Não podia ser, aquele desgraçado estava brincando comigo. Todavia, dispensei o sujeito e fui em direção ao palácio real, na esperança de encontrar um sorridente Baxter acenando-me. Infelizmente, não foi bem isso que achei.

    Outro guarda, corpulento, de cabelos crespos, andava de um lado para o outro. Assim que me aproximei, um par de olhos negros penetrantes me olhou. E não só me olhou, me avaliou. Senti-me como se estivesse nu, no meio de uma multidão. Mas mantive a postura. Olhei-o com superioridade e disse:

    — Saudações, guerreiro. Poderia me informar onde está o antigo guarda, Baxter? Preciso falar com ele urgentemente.

    Fiz força para não demonstrar o medo que tomara conta de mim. Mantive a voz e o olhar firmes. Ele retrucou:

    — Não faço idéia de onde ele esteja e nem diria soubesse. Fui convocado ontem pelo Rei e os motivos pelos quais Baxter foi demitido eu não faço ideia.

    Surpreendi-me. Baxter era um dos soldados mais devotados e competentes.

    — E por que ele foi demitido?

    Assim que enunciei a frase, arrependi-me. Ele deu uma risadinha e disse:

    — Com certeza estava ocupado demais mandando bilhetinhos e flores para seus companheiros.

    A afirmação dele fez meu sangue gelar de raiva. Desembainhei minha espada e me preparei para lutar. Ele não mexeu um músculo se quer.

    — Acha mesmo que lutarei com um velho todo quebrado?
    Deu as costas para mim, rindo, continuando a andar pelos arredores. Senti-me humilhado, desonrado e ridículo. Percebi a besteira que tinha feito e guardei minha espada.

    O mundo de Tibia não era mais igual ao de antigamente. A honra e o respeito haviam sido substituídos pela covardia e desonestidade. Receei que meu velho amigo Baxter tivesse seguido este caminho.

    Thais sempre fora uma cidade modelo. As árvores eram bem cuidadas e o gramado era tão verde quanto a mais brilhante esmeralda. As ruas eram pavimentadas de modo excepcional e sem lixos. Fui, então, à casa de Baxter. Era uma casa bonita, digna de um guerreiro da corte. Devia ter uns 300sqm² e três andares. Ela era muito bem cuidada, afinal, Baxter nunca tinha sido relaxado. Durante o trajeto, pensava em duas possibilidades: ou tinha sido um idiota por ter desconfiado dele ou ele me traiu e armou uma nova expedição para procurar a Excalibug.

    Chegando lá, meu coração bateu mais forte do que nunca. Um vulto estava agachado, cuidando das plantas. Aproximei-me do vulto e perguntei-lhe:

    — Baxter?

    O vulto virou-se para mim e sorriu. Ele levantou-se e cumprimentou-me.

    — Gorn? O que faz aqui? Te devo dinheiro?

    Quase chorei. Soltei todo o ar em meus pulmões, sorrindo largamente. E então lhe disse:

    — Não, me desculpe por aparecer tão de repente. É que algum desocupado apareceu na minha loja para dizer que você estava atrás da Excalibug!

    — Deve ter sido o Bozo. Ele disse algo sobre “fazer uma pegadinha com a sua demissão”.

    Quando ele disse isso, sua cara se fechou. Todos sabiam que Baxter não partilhava da alegria corrosiva de Bozo.

    — Mas qual foi o motivo da demissão?

    — Na verdade, me aposentei. O Rei me ofereceu a aposentadoria, afinal, eu já estou velho. Não tenho mais os mesmos reflexos de antigamente.

    — Mas e quanto a Excalibug? Descobriu algo novo sobre ela?

    Perguntei isso esperando uma resposta afirmativa. Eu estava ansioso para mais uma pista. Uma que fosse. Apenas para ter a oportunidade de buscá-la de novo.

    — Na verdade, não. Todos com quem falei disseram ser apenas um mito.

    Quando ele disse-me isso, meu ânimo murchou. Afinal, eu já estava idoso. Ir procurar uma espada na velhice era insanidade, mas não cedi. Eu queria ter o prazer da aventura novamente.

    — E que tal uma nova expedição?

    Ele me olhou assustado. Percebi que ele não queria me contrariar.

    — Não sei, Gorn. Já não somos mais tão jovens.

    — Entretanto, nossa sabedoria aumentou. Já faz algum tempo desde a última expedição.

    Percebi que ele não estava colocando muita fé na minha idéia maluca. Mas eu tinha essa vontade. Não queria morrer sem tentar encontrá-la pela última vez. Talvez ele tenha percebido isso, pois algo em seu olhar mudou. Um brilho que eu não via há muito tempo surgiu e a postura dele tornou-se a de um guerreiro preparando-se para uma guerra. Então, ele me confirmou:

    — Tudo bem. Não temos mais tanto tempo nessas terras. Melhor aproveitar enquanto ainda temos dinheiro.

    Combinamos que iríamos no próximo entardecer. Ele entrou em sua casa e trancou-se lá. Eu me dirigi à minha e, chegando nela, abri o velho baú. Nele, peguei tudo que julguei importante: mapas, livros, poções, runas e minha velha armadura. Deixei tudo separado, em cima da mesa de imbuia. Deitei-me na cama e adormeci.

    Trovões me acordaram. Os grossos pingos de chuva martelavam o telhado de minha casa. Não me levantei de imediato. Fiquei refletindo um pouco e decidi por onde começar: Avar Tar, o grande herói de Edron. Falaríamos com ele primeiro.

    Tateei em busca dos meus trajes especiais. Entre eles, estavam: uma armadura, feita de ouro, ganhada de um poderoso mago. Um elmo, simples, feito de um metal comum. Um escudo cedido por um vigoroso dragão. Um par de calças, feitas de um metal comum também. Um par de botas, que me tornavam mais veloz e minha velha espada, que parecia emitir luz própria, de tão brilhante. Após vestido, fui em direção à Taverna de Frodo.

    A Taverna de Frodo não ficava longe de minha loja. Tudo se resolvia lá, com uma caneca de rum e petiscos de carne de dragão. Adentrei o ambiente, que por sinal era medonho, e dirigi-me ao Frodo:

    — Bom dia, Frodo. Como vão as coisas por aqui?

    - Meu bom e velho Gorn, é sempre bom te ver. Nada de anormal, mas entre um rum e outro aparecem sujeitos estranhos. Por exemplo, ontem à noite, um herói de Edron apareceu por aqui. Não parava de contar seus feitos e de exibir sua espada.

    — E ele disse para onde ia? – Perguntei com interesse.

    — Na verdade, não. Mas os guardas passaram aqui depois para tomar um refresco e contaram que ele seguiu em direção a Venore.

    Fiquei receoso e achei melhor não arriscar. Rumei para a casa de Baxter e contei-lhe da possível busca de Avar Tar e da urgência da partida. Ele concordou e partimos no mesmo instante. Porém, não sem antes de fazer uma prece para Banor. Dirigimo-nos para o templo, onde a sacerdotisa Lynda orava e pedimos proteção divina.

    O caminho de Thais para Venore era muito belo, porém, eu não estava atento. Concentrava-me apenas na estrada e nada mais. Meu companheiro estava igualmente mudo. As árvores, montanhas e rios eram belíssimos. A água era cristalina, com diversos peixes nadando, as árvores eram, na maioria, frutíferas e frondosas e as montanhas eram imponentes e ameaçadoras.

    Chegamos ao deserto de Jakundaf no entardecer. Não era um lugar agradável para passar a noite, afinal, muitos segredos encontravam-se debaixo daquele solo arenoso. Baxter me olhou e eu meneei a cabeça afirmativamente. Continuamos a jornada noite adentro.

    O deserto nos castigou muito. As tempestades eram freqüentes e feras também apareciam. Porém, quase ao amanhecer, conseguimos sair do deserto e, após andar um bom pedaço, chegamos ao nosso destino final: As Planícies da Destruição.

    O lugar em si era horrível. Defuntos apodrecendo, urubus comendo as carniças e um cheiro muito desagradável. Mas, no fundo, me causava uma dor profunda em saber que esta poderia ser minha última visita. Agüentei o tranco e prossegui. Não demorou muito para encontrarmos uma tenda armada em um local seguro, com um sujeito dormindo dentro. Aproximamo-nos e constatamos o óbvio: Era Avar Tar.

    Com um cutucão, Baxter acordou-lhe. Ele virou-se, mal-humorado e resmungou:

    — Quem ousa me acordar?

    — Bom dia, Avar Tar. Acho que estamos aqui com o mesmo propósito. – Respondi-lhe.

    — Mas de que diabos está falando?

    — A Excalibug.

    Os olhos dele arregalaram-se. Com certeza, ele não esperava por essa resposta. Mesmo assim, recuperou a postura e disse:

    — Tudo bem, nobres pupilos. Aceito a tarefa de ensinar-vos tudo que sei. Peço, humildemente, que não me incomodem enquanto medito.

    Dito isso, ele nos expulsou de sua tenda. Algum tempo depois, saiu de lá vestido como de costume e nos disse:

    — Vão indo. Vocês conhecem o caminho, eu estarei aqui para protegê-los de qualquer perigo.

    Quase ri dele, mas me contive. Afinal, ele poderia vir a ser útil.

    Eu não me lembrava do caminho. Dei o mapa para Baxter e ele, rapidamente, localizou-se e nos levou a uma caverna oculta. Diferentemente do que muitos pensavam, nós havíamos descoberto que se a Excalibug de fato existisse, não estaria nos Poços do Inferno. A caverna oculta havia sido cavada por nós mesmos, há muito tempo atrás.

    Não preciso dizer que nada aconteceu. Cavamos, cavamos e... Nada. Ou devo dizer que fiquei com uma terrível dor nas costas?

    Enfim, vocês acharam mesmo que nós iríamos encontrá-la? Leram essas memórias na esperança de encontrar mais um clichê escrito por um velho comerciante de Thais?

    Perdoem-me. Às vezes, sinceridade demais acaba tornando-se agressividade. Avar Tar inventou uma história fabulosa cheia de demônios, Baxter continuou cuidando de suas plantas e eu continuei fornecendo tochas para recém chegados.

    • • •

    Observações do escritor:

    — Grande parte dos acontecimentos narrados nestas memórias são verídicos, retirados de diálogos reais com NPC’s.

    — Os lugares (com exceção da última caverna) também são reais.

  4. #14
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    Padrão Cordel - Wu Cheng

    Cordel
    Wu Cheng


    Cara de Coco tava meio injuriado

    e abraçado com a garrafa não queria amolação


    Cobra Coral, que não era fala pouco

    cutucou Cara de Coco e começou a confusão


    "Tu me respeita seu cabrito sem vergonha

    Minha mãe, Maria Antonha, na peixeira eu sou o cão"


    "Reco-reco, Tico-tico, Mafuá

    Me chamam filho do vento, hoje a cobra vai fumar"


    Mas a Lozinha, moça delicada e pura

    que partiu nessa aventura de noivar Cobra Coral


    Tava encolhida, passarinho no xaxim

    Acuada, reprimida, branca que nem aipim


    Brilhou a faca, punhalada traiçoeira

    Cobra não marca bobeira, salta longe e cai de pé


    Ficou Lozinha esperando o Deus dará

    Recebeu risco certeiro, só deu tempo de assustar


    O sanfoneiro vendo a situação

    resolveu tomar partido e gritou para o salão:


    "Guenta o andor, que a Lozinha se danou

    Traz o padre e a benzedera, a hora dela já chegou"


    E foi na reza, no unguento e patuá

    que os briguentos se picaram, pr'acabar de se matar


    Mas só um talho é coisa pouca pra aflição

    A moça logo tava boa, o padre largou extrema unção


    O sanfoneiro vendo a situação

    resolveu tomar partido e gritou para o salão:


    "Esquenta o forró, que a Lozinha tá mió

    foi doença passageira não carece de abricó"


    Baile na roça voltou logo a se animar

    o sanfoneiro satisfeito terminou de recitar:


    "O barco vira, virou

    quem tem padrinho bonito garantiu lugar no céu"


    "Dessa vida só se leva o pensamento

    É melhor andar direito do que se entortar pelo sustento"

  5. #15
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    Padrão Lanças - Meltoh

    Lanças
    Meltoh


    Marchando pela planície,
    Iam de encontro ao seu destino.
    Vestiam a armadura branca da justiça
    E portavam a lança destemida
    O escudo da coragem era o seu guia.
    De cabeças erguidas
    Encaravam, sem temor, o que viria.

    Do topo da colina,
    O perigo espreitava.
    Eles uivavam
    E o ódio os consumia.
    Brandiam lanças negras
    Carregadas de tamanho desprezo.
    Para eles nada importava.

    Quando o trovão passou
    E as lanças haviam se quebrado
    Apenas um vencedor foi contemplado.
    Apenas um reino foi brindado.

    Enquanto alguns estampavam risos de satisfação
    Outros derramavam lágrimas de desolação.
    Aquilo tinha sido uma vitória?
    Ou teria sido uma triste derrota?
    Alegria e tristeza contrastavam
    Naquele campo de guerra devastado.
    No qual, afinal de contas,
    Penduradas em lanças,
    Viu-se tremular, naquela estrelada noite,
    Bandeiras brancas.




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  6. #16
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    Padrão Leviatã - Manteiga

    Leviatã
    Manteiga


    Tamanha por glórias tua gula se faz,
    “Temei-a mortais, dançai no inferno.”
    Trocai tuas línguas de modo fugaz.
    Enterraste a verdade em solo tão terno.

    Lastimo tua incursão de modo profano.
    Expurgado em alívio tu foste, demônio vil.
    Ah, surgiste envolto em arcano.
    Desejo, em fervor, apodreça teu corpanzil.

    Se despida da falsa casca que traja.
    Engula o veneno que escorre em teu busto.
    Pois digo que sim, não passas de naja.

    Ah, quão leviano é aquele que te elege!
    Quer-se, em nome de Deus imploro,
    Rei cruel suma-te! Que aqui tu não rege.

  7. #17
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    Padrão Meio Púrpura - Steve do Borel

    Meio Púrpura
    Steve do Borel


    Eu não programo a minha vida
    Pensando em besteiras
    Futilidades que o amanhã nunca irá satisfazer
    Quero mais é me perder com você
    Ver o Sol nascer
    Olhar pra frente, sonhador
    Qualquer futuro lindo que for
    Desses de cinema
    Céu clarinho, meio púrpura
    Da cor do amor

  8. #18
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    Padrão Poesia - Lucius Cath

    Poesia
    Lucius Cath


    Meu amor prometeu voltar a mim
    Desde que se foi nada fiz se não chorar
    Sozinha estou, mas a esperança não tem fim
    E logo, logo, descansarei em seu olhar

    Ele prometeu, irá cumprir
    Minha tristeza é breve, logo acabará
    E juntos mais uma vez iremos rir
    E tenho certeza, não tardará

    Prometeu voltar e aqui estou
    A esperar, esperar, sem fraquejar
    Enegrecida como as penas de um grou
    Mas com a esperança da ave que não cansa de voar

    O que é a promessa senão a mentira que sonha
    Que sonha em virar verdade
    Mas sonhos não existem
    Não passam de futilidade

    Prometeu me fazer feliz
    Mas desde então nunca mais ri
    Prometeu voltar a mim
    Mas aqui, sozinha morri

  9. #19
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    Padrão Quatro Gotas de Sangue - Drasty

    Quatro Gotas de Sangue
    Drasty

    Na civilização o povo vivia com fome;
    Então: come, come, come!
    Na civilização o povo tinha sede de sangue;
    Então: mate, mate, mate!

    No mato o povo vivia com fome;
    Então: mate, mate, mate!
    No mato o povo tinha sede de sangue;
    Então: come, come, come!

    Nas montanhas o povo tinha sede de fome;
    Então: come, come, come!
    Nas montanhas o povo tinha fome de sangue;
    Então: mate, mate, mate!

    Nas sombras o povo não tinha fome:
    Então: mate, mate, mate!
    Nas sombras o povo não tinha sede de sangue:
    Então: mate, mate, mate!

  10. #20
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    Padrão Roubaram minha Menina - Thomazml

    Roubaram minha Menina
    Thomazml


    Olho nos teus olhos castanhos mentirosos
    Vejo teus sorrisos vazios e inúteis
    Qual alegria eles passam, nervosos?
    Quais não-sentimentos, pensamentos fúteis?

    Cadê a minha menina, e sua molecagem?
    Cadê a minha garota, fazendo besteiras?
    Quem é essa mulher, cantando vantagem?
    Cadê a minha guria , e suas brincadeiras?

    Esse malvado tempo eterno, que passa depressa
    Essa maldita máscara de mulher, que a menina se prende
    Onde estará minha garota? Será que regressa?

    Será que esse velho menino, que muito pretende
    Não entende que o funesto tempo tem pressa?
    A menina crescida, já mulher, ele não compreende.

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