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Tópico: A odisséia de Taura - A convenção dos lobos

  1. #21
    Avatar de xmina
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    Belaau eu estou gostando demais. O Prólogo foi muito bom.
    x)~

    Vou escrever uma coisa sobre a Taura naquele meu tópico do signo dos personagens,
    e o Lorofous falou uma coisa tão interessante que hoje mesmo vou pesquisar sobre os Werewolfs.

    Eu não conheço a primeira história mas minha intuição está me dizendo que essa vai ser ainda melhor. Parabéns. Vou continuar acompanhando.

    Tchaí beijo

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  2. #22
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    Salve, Roleplayers! Volto aqui para postar o quinto capítulo da história, no qual as coisas começam a esquentar. Boa leitura. ;D

    Capítulo 5 – Estopim

    Ambos trocaram um forte abraço, sorrindo levemente. Mal podiam saber que, por trás da espessa folhagem, dezenas de olhos atentos fitavam-nos ameaçadoramente.

    *****
    Os mansos olhos de Taura observaram o lindo dia alvorecido. Podia sentir a pedra dura abaixo de seu corpo. Dormira na rua, com sua antiga moradia reduzida às cinzas.
    Nesse momento, os lábios de Nevan tocaram seu rosto macio, quase que como a suave brisa matinal acaricia a grama.
    -Bom dia, Taurinha.
    Ela retribuiu-lhe o gesto com um par de olhos cheios de significado. Após alguns instantes, porém, ela disse, ligeiramente aflita:
    -Querido, estou preocupada. Na madrugada havia... – ela hesitou, medindo o mais sabiamente as palavras – Havia vários vultos. Enormes, brutais. Alguém gemia e-e... ah, Nevan com tudo isso, sabe. Estou inquieta demais com a fuga de Iluminista, o desaparecimento de Madame Chacal... – sem abandonar seu ar reticente, concluiu – estamos às voltas de algo perigoso, sinto isso.
    Nevan aconchegou-a nos braços como uma criança desalentada. Notou que a moça tremia debilmente, assim como um pequeno roedor que se oculta do felino.
    -Vamos lá, Taura, não há com o que se preocupar. Os guardas já estão buscando Margareth e seu irmão, tanto fora quando dentro da cidade. E aquilo que viu à noite pode ter sido apenas um sonho, fique tranqüila, por favor.
    Ao ouvir tais palavras, a jovem tocou as mãos gentis do namorado, fitando-o com profundos olhos. Assim ficaram, mudos, trocando, ainda que silenciosamente, palavras amorosas e inaudíveis. E, enquanto se dava todo esse diálogo interior, o sol subia, talvez para anunciar a necessidade de pressa, de cuidado, cuja existência o jovem casal desconhecia.

    *****
    Seus murmúrios desesperados mostravam-se imprestáveis ali. Sua cabeça, latejante, lutava inutilmente em busca de uma saída. Queria a raiva, o furor que já conhecia. Onde estava? Poderia surgir assim, repentina e abrasadoramente. Mas este não veio, e em seu peito restou apenas a frustração.
    Numa última tentativa de chamar a atenção daquela velha senhora que se encontrava desacordada ao outro canto do quarto, Iluminista grunhiu, procurando chamar Margareth e ao mesmo tempo não fazer o alarde suficiente para despertar o homem dorminhoco, estirado no portal da velha casa abandonada no interior da cidade. Este ressonava, indicando um cochilo leve, instável.
    Após o som gutural produzido pela garganta seca do rapaz, Margareth expressou alguns movimentos. Finalmente, de olhos abertos, a mulher mirou-o, suplicante, desejando uma forma de escapar. Apesar de grossas cordas apertarem seus pulsos, este não era o problema. O maior obstáculo era passarem despercebidos pelo guardião peludo, mesmo este estando adormecido.
    Mas, algo acontecia lá fora, longe da vista dos dois prisioneiros. Grandes figuras se moviam discretamente, refugiando-se nas sombras provocadas pelo meio-dia e se aproveitando do descanso coletivo após o almoço.

    *****
    Nevan e Taura acabavam de pôr na boca uma maçã murcha quando o grito de partida foi dado. Uma série de passos pôde ser ouvida de perto. Um brado viril seguido de um forte baque.
    E lá vinham eles, desferindo golpes incríveis, mostrando uma força incomum. Berravam, agitavam os braços. Pareciam se dirigir ao grande edifício, o chamado Intocável. Sim, em outras palavras, a sede dos Noturnos.
    Mas, antes mesmo de qualquer janela ser arrombada, surgiu a defesa. Faces ocultas por grossos mantos, eles focalizavam os lobos. O líder dos lupinos disse, seu tom debochado:
    -Então os Noturnos não podem nem batalhar conosco agora, e mandam apenas lacaios mortais e imprestáveis?! Façam-me um favor, seus mestre não veem que são mais fracos que nós?
    Após tais provocações Klaus avançou sobre as encapuzados, sendo seguido por todo o bando. Os criados noturnos investiram sobre os lobos robustos, olhos cintilando de raiva reprimida. O conflito seria pesado, e, a essa altura, Taura e Nevan haviam se escondido por ali, não querendo aproximação, planejando sair sorrateiramente.
    Porém, de repente, suas bocas foram tapadas e seus corpos levantados do chão com agilidade. Taura emitiu algo como “O que é que está...” mas não pôde continuar. Era carregada nos braços de um Iluminista forte, maciço e ligeiro.
    Atrás dos dois vinha uma velha mulher, tendo nos braços um jovem com quase o dobro de seu tamanho. A cena incomum por pouco não atraiu os olhares do povo que abria suas janelas à procura do barulho da batalha que se formava. A briga era deixada para trás, o estopim da nova guerra, uma luta selvagem.
    Última edição por Bela~; 27-06-2009 às 16:11.

  3. #23
    Avatar de Dark Heru
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    Taura foi sequestrada?

    se sim

    Literalmente é uma odisseia, morando na rua... apenas com uma maça no estomago... e ainda é parentemente sequestrada!!!
    E iluminista... quero ver logo o desenrolar da historia!!!

    só dá uma olhadinha no final, pois acho que você se esqueceu de colocar um travesão...

    mil desculpas por não ter vindo antes!!!

  4. #24
    Avatar de Bela~
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    Obrigada pelo comentário, Dark ;D Saindo mais um capítulo:

    Capítulo 6 – Possível controle

    Podia sentir um leve balanço, que oscilava ora para lá, ora para cá. A brisa gélida irrompeu impetuosa por suas narinas, despertando-a. Tentou abrir os olhos, embora estes se encontrassem selados pelo sono.
    -Querida, acorde. Coma isto, deve estar com fome.
    A voz doce de Margareth tirou-a por completo do estado de transe. Lá estavam os grandes olhos acinzentados, fitos na garota. A senhora estendeu-lhe um punhado de pequenas frutas azuladas, com um aroma delicado e agradável.
    Taura engoliu algumas delas e, pela primeira vez, olhou ao redor. Qual foi seu espanto quando observou a cena: a imensidão anil inebriou seu olhar, estonteando-a. O grande mar ártico era puro , parecia infinito.
    Percebeu também que o grupo se encontrava numa balsa, onde Nevan e Iluminista mantinham-se de pé, atentos. O barqueiro estava ao seu lado, conduzindo a embarcação sábia e calmamente.
    -O-onde estamos?
    -Ah, querida, navegamos sobre o Oceano Nórdico, a caminho de Folda, a ilha congelada.
    Com a menção de tais palavras, Taura sentiu sua boca assumir o formato de “O”, e, após alguns segundos, indagou:
    -Mas... por quê? É como se estivéssemos fugindo de algo...
    -E exatamente isso, Taura. Queremos o máximo de distância da guerra. Bem, principalmente Iluminista, que não quer ser mais um no exército de Klifos.
    Após murmurar algo, Taura continuou a mordiscar suas frutinhas, pensativa. Aos poucos, o céu foi se cobrindo de uma espessa malha, que misturava tons de roxo com lilás, anunciando o crepúsculo.
    Svenson, o barqueiro, pouco falava, transmitindo-lhes um ar austero e distante. Nevan fascinara-se pelo novo “dom” de Iluminista, e fizera-lhe perguntas durante a maior parte da viagem. Exceto quando a namorada, como um pequeno e frágil gato, ia aninhar-se em seus longos braços, solicitando carinho.
    Quando a noite depositou seu breu sobre todos, o cenário glacial encheu-se de um fabuloso espetáculo celeste: luzes coloridas que atravessavam o manto coberto de estrelas roubaram a atenção geral. Mas, talvez houvesse exceções. O jovem casal trocava um longo beijo molhado, pontuado de abraços e carícias mútuas.

    A manhã chegara num passe. Ninguém havia notado, e o sol já despontava. Apesar do nervosismo e do cansaço, todos estavam unidos, formando uma forte corrente fraterna, que afastava qualquer temor.
    E, quando a balsa finalmente tocou uma margem macia e gelada, Svenson recebeu algumas moedas pelo serviço e foi-se. Lá estavam eles, rodeados da brancura da neve de Folda. Sendo inverno havia uma camada extra de gelo sobre tudo, o que dificultava a caminhada.
    Andaram durante a manhã inteira, detendo-se apenas para descansar por breves minutos. Ás vezes era preciso também fechar os olhos ainda que por instantes, pois esses ardiam e lacrimejavam com a imensidão branca.
    Numa dessas paradas, algo intrigante ocorreu: vestidos com grossas peles, movimentavam-se rapidamente, como se suas vestes fossem leves como pena. Levavam consigo lanças rudimentares, porém afiadíssimas. Pareciam estar caçando seu alimento, a talvez fossem uma das tribos nômades do lugar.
    O grupo de viajantes ocultou-se ainda mais na gruta. Todos, menos um. Gesticulando para que não fizessem barulho algum, Iluminista pôs-se s seguir o distinto bando. Os outros tentaram impedi-lo, porém inutilmente. Com agilidade e sigilo impressionantes, o jovem logo desapareceu em meio à neve.

    Quando, mais tarde, o ato repentino do irmão fora esquecido, Taura perguntou a um Margareth distante a pensativa:
    -A senhora ainda pode se transformar? Bem, é que, desde que chegamos à pousada, nunca teve nenhum comportamento – ela interrompeu-se, imaginando estar ofendendo-a – estranho, suspeito.
    Madame Chacal parecia esperar por tal dúvida, pois esboçou um sorriso radiante:
    -Ah, minha pequena, fez uma ótima observação, como sempre – deu-lhe uma piscadela e continuou – Pode-se dizer que sou um caso raro no mundo lupino. A maioria deles se acostuma à nova vida sanguinária, fazendo com que as transformações imprevisíveis se tornem normais. É comum a raiva não ser controlada. Mas eu sou diferente, como puderam ver. Tudo por causa de um sábio elfo das terras de Ab’Dendriel, que me ajudou a notar que a maldição dos lobos também pode ser uma ferramenta de proteção. Ora, posso me transformar quando quiser, sem precisar da fúria. E, mesmo quando tenho raiva, consigo não mudar de forma. Enfim, algo inconveniente se tornou útil.
    Ela deteve-se, com um olhar hesitante:
    -Bem, o único cuidado que ainda devo tomar é durante a lua cheia. Não é possível me controlar sob a força dos raios lunares em sua maior potência. Por isso é necessário permanecer trancada num quarto, com janelas e portas igualmente fechadas. Não posso de maneira alguma entrar em contato com a luz da lua durante esse período. – Ela farejou longamente o ar – já está na hora do almoço, não acham?
    Dito isso, a mulher pulou para fora do abrigo, coberta de uma vasta pelagem prateada e correndo sobre quatro patas ágeis e robustas
    .
    Última edição por Bela~; 04-07-2009 às 16:00.

  5. #25
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    É, a seção anda bem desanimada... Talvez poste o sétimo hoje à noite ou amanhã, mesmo com os parcos comentários. :/




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  6. #26
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    Lá vai:
    Capítulo 7 – Visita inconveniente

    Os dois se entreolharam, ao mesmo tempo confusos e maravilhados. Decidiram que, enquanto Margareth não voltava, seria bom começar a preparar a fogueira para seu almoço. Gravetos secos e algumas pedras eram os componentes da lista de fabricação.
    Com aquilo de que precisavam, não demorou muito para que tudo estivesse pronto. Depositando primeiro as pedras, depois os galhos na neve, uma boa fonte de calor dói construída.
    Por conta do frio extremo, o fogo foi aceso bem antes de uma grande loba cinzenta entrar na gruta, triunfante. Carne de coelho compunha a simples, porém saborosa refeição. Mesmo após a caçada, Margareth se mantinha em sua forma animalesca, talvez por conta dos longos pelos que lhe ofereciam um calor extra.
    Após encherem as barrigas, Madame Chacal deitou-se de encontro à parede de pedra fria, tornando-se um travesseiro felpudo para os outros dois. A quentura que se desprendia de seu corpo era enorme. Os dois adolescentes se acomodaram como pequenos filhotes, envoltos por sua mãe. Com isso, em poucos minutos todos ali estava num sono profundo e desejado. Pareciam finalmente estar em casa.

    Pesados passos abafados pela neve macia. Próximos dos três cada vez mais. Seria aquele sonho real ou imaginário? Com os olhos entreabertos, a moça enxergou, precariamente, uma forma densa, monstruosa. Debruçava-se sobre as sobras do coelho, já frias. Seus pés e mãos eram curtos e grossos, ligados a um tórax atarracado e robusto. Supondo que a imensa montanha branca iria embora após seu furto, Taura se manteve silenciosa, simulando um sono tranquilo e intocado.
    Mas algo interrompeu a encenação, tirando a grande Yeti do foco de seu desajeitado roubo. Um segundo depois, quando a jovem tornou a abrir os olhos, lá estava a criatura, agora ardendo em fúria. Ao seu lado, estava m Nevan aturdido, empunhando sua espada manchada de sangue.
    A massa branca, olhos queimando de raiva, fincou as mãos ensanguentadas no gelo maciço e urrou ferozmente. O rapaz desferiu outro golpe contra a fera, a gota d’água. Taura pôs-se de pé, na tentativa de ajudá-lo no combate desproporcional.
    Com sua arma nas mãos, bloqueou um forte soco da besta, desviando-se da outra pesada mãozorra. Porém, o próximo golpe acertou em cheio e face da moça, jogando-a longe. Nevan investiu sobre suas costas, encharcando-as ainda mais. Apesar dos fortes ataques, o Yeti parecia não se abater nunca. A tensão aumentava mais e mais.
    A essa altura, Madame Chacal esboçava alguns movimentos, sonolenta. Deparando-se com a inesperada luta, levantou-se, alerta. Apenas teve tempo de lançar um olhar de reprovação para os dois antes de lançar-se à batalha. Pulou contra o intruso com voracidade e iniciou seu ataque. Taura, caída a um canto, sentiu ser içada pelo monstro. Suas grandes patas envolveram-na fortemente, aponto de sufocá-la. Outra ofensiva da loba Margareth, ineficaz.
    Com seu braço de ferro, a fera deixou, dentro de instantes, Madame Chacal irreconhecível. Ainda com a moça entre os dedos grossos, a Yeti saltou para fora do pequeno abrigo, rumo às primícias de uma tempestade de neve. O namorado iniciou uma louca perseguição, seguindo-os de longe. Mas, algo lhe dizia que tal comportamento adiantaria muito pouco.
    Seus gritos desesperados mostravam-se inúteis. Seus pés, cada vez mais impotentes, travaram-se, tamanha era sua frustração.
    -MINHA TAURA!! OH, QUE DROGA! – Nevan não parava de praguejar, até não mais ser possível ouvi-lo.
    Em pouquíssimo tempo os companheiros desapareceram. A visão de Margareth – seu corpo humano estatelado no gelo – e de Nevan - olhos avermelhados e fixos na amada – nunca sairia de sua lembrança. As lágrimas frias que rolavam por seu rosto secavam rapidamente, com o vento incessante arrebatando suas feições.
    Tudo ao redor tornava-se borrado. Podia sentir seu coração bater cada vez mais debilmente. Pontos negros tomaram conta de sua visão. De repente, tais pontos transformaram-se em enormes manchas, fazendo com que, por fim, a moça apagasse por completo. O vazio a devorava, e o temor reinava.

    O forte solavanco para frente bastou para retirar Taura da inconsciência. Fora deixada lá, na terra fria, enquanto o grande Yeti ia entreter-se com um par de facas pontiagudas e primitivas. Ao ver que suas lâminas estavam sendo afiadas ainda mais, uma série de tremores invadiu seu frágil corpo.
    Por sorte, tal ação compulsiva cessou, e a criatura foi deitar-se num monte de palha mal-cheirosa. Após murmurar algo incompreensível, virou-se para o outro lado e adormeceu. A moça explorou todas as extremidades do lugar. Pareciam estar numa caverna, porém sua saída estava cerrada por imensas pedras, o que impedia uma fuga.
    A fogueira que ardia no centro da câmara circular formava sombras na parede, cujos movimentos assombravam-na ainda mais. As manchas de sangue e ossos humanos pelos lados não melhoravam seu estado de ânimo. Esperava, a qualquer momento, ser devorada pela besta.
    Encolheu-se ao máximo contra uma das paredes rochosas, lutando para que seu pranto desesperado se tornasse inaudível.
    Última edição por Bela~; 16-07-2009 às 10:10. Razão: correção de erro de digitação

  7. #27
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    Ah! Belaau eu adorei! Gostei dos "pesados passos abafados pela neve!" eu pude sentir o peso!
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  8. #28
    Avatar de titahh
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    Hm, belaau...
    Não pude deixar de vir aqui depois do convite ;P

    Confesso que o tema não me chamou muito a atenção, porém, após a leitura do prólogo - que está muito envolvente, por sinal -, bateu curiosidade. Assim que rolar um tempinho, passo aqui para ler os capítulos, com toda certeza.

  9. #29
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    Citação Postado originalmente por xmina Ver Post
    Ah! Belaau eu adorei! Gostei dos "pesados passos abafados pela neve!" eu pude sentir o peso!
    [2]

    Fabuloso, Belaau


    Abraços...

  10. #30
    Avatar de Bela~
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    Capítulo 8! Ah, e obrigada pelos coments :rolleyes:

    Capítulo 8 – Lua vizinha

    O bando corria com vigor, inseparável sob a claridade alva. Seu novo integrante, apesar de bem recebido, acompanhava-os do final da fila. Estae supunha que seus recentes músculos tivessem feito a diferença para a admissão.
    -Urso alfa, gostaria de conversar com o senhor.
    Apesar de estar no fim do grupo, o chamado forte de Iluminista foi ouvido com perfeição. A voz grossa veio prontamente em resposta:
    -No próximo descanso me procure, lebre aprendiz.
    E assim foi feito. Lá estava o mestre Kwolk, líder dos Kiujeis de Folda. Fazendo-lhe uma reverência, o jovem aprendiz sentou-se em frente ao sábio homem, cujos traços faciais abriam-se em uma expressão enigmática. Mantinha-se sobre as pernas dobradas, ganhando assim uma aparência austera. Parando para tomar ar, o rapaz começou:
    -Senhor, sinto que estamos nos distanciando do alvo. Se continuarmos avançando a oeste, a tribo morrerá de esperar pela carne da força sagrada. – vendo a expressão cética do chefe, continuou, escolhendo melhor as palavras – Sei que não costuma acreditar nos aprendizes, Senhor, mas o cheiro da carne que queremos está indo-se embora. Suponho que esteja ao norte, Mestre.
    O Urso Alfa parecia estar pensativo. Acariciou seus cabelos grisalhos com calma. Argumentou:
    -O que dirão se souberem que segui o conselho de um aprendiz? Nosso grupo de caçadores será ultrajado pelas próximas décadas, rapaz. Espero que não se ofenda.
    Levemente magoado, Iluminista continuou sua estratégia de persuasão sem desistir.
    -Mas, Mestre Kwolk, como pode afirmar se estamos na pista correta? Por que não tentar algo novo, se, como me parece, não temos nada a perder? Por favor, confie em mim. Use seus instintos, e verá que estou certo.
    Após um minuto de reflexão, disse, claramente irritado:
    -Não diga nada a ninguém sobre esta nossa conversa. Pensarei sobre isso, e, quando der as próximas ordens, saberá se sua sugestão foi aceita ou não. Agora o que tem a fazer é repousar. Vá, vá!
    Após outra longa reverência, Iluminista saiu, um sorriso disfarçado em seu rosto. Sentia que ganhara aquela batalha de palavras. Agora só restava esperar, logo seria próximo o bastante de Kwolk para fazer-lhe certas perguntas.

    *****
    A doce brisa costumeira da claridade transformou-se num vento arrebatador. Nada além de seu rumorejar era escutado lá fora.
    Taura despertou sobressaltada. Lá estava o Yeti, o rosto inexpressivo, os dentes sujos à mostra. Podia sentir seu hálito, tamanha era a proximidade entre os dois. Este tinha nas mãos uma das facas afiadas na véspera. Apontava-a para o pálido braço da moça. Chegara o terrível fim.
    -Para, não, por favor! – Vendo seu inútil apelo, a jovem fechou os olhos, sem ação. A ponta da lâmina de pedra começava a perfurar-lhe a pele macia. A criatura pouco ligou para seu grito de dor lancinante. Seu puro sangue escorreu, espalhando-se pelo braço como água. Nesse momento, o Yeti afastou a arma de perto do corte, virando-se para pegar algo atrás de si. Posicionou o frasco vazio de forma a coletar o líquido vivo que deslizava. Quando o vidro finalmente ficou cheio, o monstro levantou-se, arrolhou o recipiente e dirigiu-se para o outro extremo da caverna. Guardou o sangue de Taura numa sacola junto à sua cama de palha, onde se deitou e ficou brincando com sua faca, evidente objeto de estimação. A operação fora estranha, porém bondosa, se comparada ao que a pobre vítima esperava. Seu braço manchado tremia, branco como cera. Confusa, recostou-se o mais longe que pôde do misterioso anfitrião, seu rosto já marcado pelas lágrimas.
    *****
    A caminhada do bando tornava-se cada vez mais cansativa. Dias de procura e resultado algum. Por esse motivo, o Urso Alfa mudara seus planos, tomando o caminho do norte. Na hora do crepúsculo, estavam mortos de tanto buscar algo, até o momento inalcançável. Quando a penumbra negra finalmente assentou-se, os caçadores estavam já refugiados sob suas cabanas móveis. Formava-se um círuclo, no qual todos aqueciam-se em volta de uma imensa fogueira.
    -Lindo céu, não? Em breve nossas noites serão mais iluminadas.
    O comentário de um dos companheiros do grupo provocou na lebre aprendiz uma reação inesperada. Faltavam, de fato, alguns dias para a lua cheia, o que representava um grande problema para Iluminista. Levantou-se, as feições contraídas de preocupação.
    -Preciso... dormir, e-estou exausto.
    Entrando em sua pequena cabana, manteve-se silencioso, isolado dos demais. As brincadeiras e cantorias não mais lhe afetavam. Estaria encurralado pela selvageria quando o plenilúnio chegasse, e não haveria como fugir. Amedrontado por tais pensamentos, cerrou fortemente os olhos e entregou-se a um sono agitado.

    Algo lhe sufocava horrivelmente. Corria mais do que nunca, quase voava. Tinha raiva, e seus olhos ardiam. Mas... lá estavam! Figuras recortadas pela imensa brancura da neve. Avançou enérgico sobre eles. Primeiro a moça. A escultura delicada desmanchou-se em suas grandes mãos. Seus finos traços desfiguraram-se numa horrível máscara de sangue.
    O próximo era o rapaz, agora debruçado sobre o corpo irreconhecível da jovem. Seus cabelos negros caíam-lhe pelos olhos, e sua boca entreaberta tremia. Transtornado, não percebeu as unhas bestiais cravando-se em suas costas magras. Quando sua sede foi saciada, levantou-se triunfante. Tudo aquilo correra num passe, e seus pés enormes aprontavam-se para subir a elevação gelada à frente. Mas, parou, rígido. Havia uma velha, olhar suave, despreocupado. Quando abriu a boca para falar, sua voz saiu alta, ecoando como se estivessem numa câmara acústica.
    -Iluminista... a humanidade...
    Tudo em volta rodopiou, inclusive as gentis palavras em sua mente. Mas algo lhe incomodava, sentia isso. De repente e aos poucos, seu corpo era engolfado pelo nada, o terrível vazio do “não ser”.

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    Última edição por Bela~; 05-08-2009 às 15:08.



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