Antes de mais nada, valeu por todo mundo que postou aqui.
Esta estória está temporariamente abandonada. Aliás, quando eu falar "isso aqui vai ter continuação", nunca levem a sério. Isso é um defeito meu, eu sei. Atualmente estou escrevendo um conto medieval, que ao contrário deste aqui não será pequeno, do jeito que vocês gostam.
Só vou postar mesmo para não desperdiçar o texto, mas o Cap. 1 não está pronto ainda. Se algum dia eu voltar a escrevê-la, vou terminá-lo. Se.
Talvez os comentários daqui me animem um pouco para fazê-lo. Talvez.
Capítulo 1 - Parte 1
O Bar Lulalib era bastante movimentado, especialmente àquela hora da madrugada. A maior parte dos vagabundos decadentes da região ia até lá esconder-se da triste realidade. Mas eles podiam, tinham esse direito. Eram sobreviventes de uma época difícil, talvez a mais difícil de todas. Haviam sujado as mãos durante anos de guerra civil, e agora; bem ou mal, viviam sossegados, sem preocupações, eternamente embriagados. Chegava até a ser uma história feliz; um fim de vida justo e honroso para homens que lutaram por esse direito. Robert era um deles. Estudou em uma das melhores faculdades do país, formou-se em medicina, mas foi tragado pelo seu trago. A bebida e as drogas acabaram o levando para aquela realidade. Robert era conhecido como Pat, por algum motivo já esquecido pelo tempo. Seus cabelos grisalhos e seus olhos verdes profundos, sem sentimentos, revelavam o homem que era um nada. Havia perdido dois dedos de sua mão esquerda durante a guerra civil. “O que são dois dedos?” pensava ele. Os outros três estavam segurando, naquele momento, uma garrafa de cerveja, enquanto sua mão direita se deliciava com a prostituta à sua frente, dançando em seu colo. Assim como ele, muitos outros não tinham a menor perspectiva de vida, e morreriam em um banheiro qualquer da vida, vomitando em frente a uma nojenta privada.
O Bar Lulalib era o lugar perfeito para tipos como aquele. A música eletrônica ditava os movimentos suaves e harmoniosos daquelas sensuais dançarinas, enquanto vidas se afogavam em bebidas, drogas e jogos de azar. No fim daquela madrugada, quase ao amanhecer, ninguém notou quando mais um aparente maluco entrou no bar, empurrando lentamente a porta de aço, e andando com passadas vagarosas até o balcão. Usava uma jaqueta de couro preta, uma calça jeans velha e um tênis também velho, todos manchados de sangue; o que, contudo, não assustou ninguém naquele lugar. Estava todo surrado pela forte chuva que caía do lado de fora.
- E aí meu brother, qual é a boa? – perguntou o balconista, o mais sóbrio do lugar, com uma voz bem receptiva.
- Não tem boa nenhuma não... – respondeu o recém-chegado, tirando seus cabelos negros, que iam até a altura dos ombros, de frente de seus também negros e cerrados olhos – Vê uma daquelas... Bem forte. – sua voz era calma, serena. Correspondia perfeitamente com sua expressão naquele momento, enquanto observava as pessoas ao redor, se é que poderiam ser assim chamadas. Seu olhar procurava algo, ou alguém. Embora quase não piscasse, as olheiras profundas entregavam as muitas noites mal dormidas. Fixou-se em nosso velho amigo, Pat. Contemplou atentamente o seu ritual com a dançarina, que parecia não se contentar mais apenas com a dança. Ficou observando-os por alguns segundos.
- Tá aqui a sua bebida – disse o balconista, lhe entregando um copo cheio do que costumavam chamar de “uma daquelas”. Ele, por sua vez, bebeu com vontade, tudo de uma vez só. Sentiu o drinque queimando em sua garganta por um curto momento, e depois colocou o copo de volta no balcão, agressivamente.
- Há quanto tempo ele está aqui? – perguntou, apontando para Pat.
- Ih, cara, eu só fico aqui de madrugada. E, que eu me lembre, não houve uma sequer em que esse sujeito não estivesse aqui. Muito comédia esse cara.
- Ah... Valeu. – Ele se levantou, e com as mesmas passadas vagarosas foi se dirigindo até a erótica cena. Ao chegar lá, falou a única frase que ninguém queria ouvir.
- A festa acabou.







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