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Tópico: A odisséia de Taura

Visão do Encadeamento

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  1. #35
    Avatar de Bela~
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    Capítulo 13

    Em meio ao vale de lamúrias e choro, Taura não agüentou mais. Recostou-se a um barril e adormeceu. Não demorou para que uma imagem se formasse em sua mente: o estranho movimentava-se rapidamente de um lado para o outro. Havia um grande vulto próximo a ele:
    -Mestre, o que devo fazer agora?
    -Vá receber nossos convidados - respondeu ele - sinto que estão próximos. Enquanto isso, irei me preparar para minha própria aparição.
    O imenso dragão esquelético dirigiu-se para a saída da gruta colossal em que ele e seu mestre se encontravam. Logo suas garras descarnadas tocaram a areia pálida e seus olhos fuzilaram o mar: ele tinha fome. Sede de sofrimento alheio. Mas, esperava ser saciado sem demora. Com paciência, ele pôs-se a esperar na praia.

    *****
    Taura acordou subitamente com uma bofetada. O rosto ardendo, encarou Greg, com o desejo de atacar-lhe a jugular ferozmente.
    -As instalações são boas o suficiente para a princesinha? – caçoou ele, puxando-a pelo braço e amarrando seus pulsos firmemente. Com os olhos entreabertos, ela foi arrastada pelo convés movimentado. A lua ainda depositava seu brilho pelos cantos, indicando que a moça dormira pouco. Um grito muito alto pôde ser ouvido por todos:
    -Jogar âncora!!
    Taura sabia que seu destino e o de muitos outros dependia do local onde haviam chegado, fosse ele o que fosse. Ela queria encontrar o irmão e os amigos, mas isso parecia impossível no meio daquela multidão se aglomerando cada vez mais para desembarcar. Jim deu um leve chiado. A criaturinha devia estar com fome, não havia comido nada desde então. Com os passos vacilantes, encaminhou-se para a descida do navio. A escada de cordas balançava precariamente, podendo desabar a qualquer instante. No entanto, em pouco tempo todos já mantinham seus pés vacilantes sobre uma areia macia. Muitos dali tremiam de frio e conservavam seus braços junto a corpo.
    A praia onde se encontravam parecia pertencer a uma ilha não muito grande. Seguiram-se alguns minutos de silêncio e tensão. Subitamente, Taura viu emergir da escuridão um vulto colossal, olhos brilhantes como esmeraldas.
    -Sejam bem-vindos à ilha de Zaroth. Sigam-me, meu mestre os espera com ansiedade.
    Com os pés estranhamente pesados, Taura avançou tristemente, imaginando o pior. Após uma rápida subida numa pequena duna de areia, todos se depararam com uma gruta de pedra, cujo limo já se incrustava na parede rochosa. Sim, aquela era a gruta da visão de Taura, agora mais nítida e aterrorizante.
    O ar lá dentro era viciado, apesar de o ambiente ser enormemente amplo. Archotes iluminavam precariamente o lugar. Porém, uma enorme fogueira impedia que a luz da gruta fosse tênue. Mas nada disso fazia com que o local tivesse ar menos fantasmagórico. Gárgulas que escancaravam os dentes jaziam imóveis em cada canto. Havia pilhas de ossos e carne em decomposição. Delas se desprendia um odor nauseante.
    E, próxima à fogueira, estava montada uma plataforma elevada feita de madeira. Foram escoltados e obrigados a posicionar-se ao redor do grande palco. Alguns minutos de silêncio brutal. Apenas o crepitar do fogo que ardia diante de seus olhos assustados.
    Uma explosão. Todos cobriram os rostos, frente à luz que era emitida sobre a plataforma. Havia algo ou alguém em meio àquela névoa brilhante a avermelhada.
    Aos poucos a fumaça foi se dissipando e dando lugar a uma figura austera, diabólica. Seus olhos, rubros, queimavam como brasa, fuzilavam todos ali presentes. Ele começou a falar, sua voz lenta e pausada:
    -Bem-vindos...- disse ele, o mais reticente possível – ao seu fim!
    Um murmúrio foi iniciado, o que o deixou enfurecido:
    -Calem a boca! Será que seus pais não lhe ensinaram nem um pingo de disciplina? Espero não haver mais interrupções. Bem, suponho que vocês desconheçam o motivo pelo qual estejam aqui. Vou contar-lhes a história do começo. Em primeiro lugar, meu nome: Ferumbras. Em segundo, meu sonho: ganhar o domínio integral do continente de Tibia e seus povos, além de todas as ilhas. E, acredito que conseguirei realizá-lo em breve, muito em breve... Eu, por ser amante de livros, li, certa vez, uma pequena profecia que se referia a um grande mal. Não podia deixar de atentar-me a isso, visto que minhas intenções eram claras. Usando meus dotes mágicos, constatei que meu plano corria perigo. Calculando o tempo que deveria esperar para agir por meio do enigma dado na profecia, percebi que a ameaça – olhou com desdém para a multidão – surgiria durante esse ano. Mas ainda me faltava um detalhe crucial: de onde viria a salvação para o mundo, a minha possível ruína? Foi aí que recorri ao uso de minha bola de cristal , descobrindo assim, que as pétalas da flor do campo viriam de uma caravana de aprendizes. Munido dessas duas informações, foi fácil infiltrar servos fiéis no único grupo de aprendizes desse ano. – e um olhar cúmplice foi lançado para Greg e Gran – Suponho que tenham pouco tempo com ar nesses pulmões, pois já conheço os escolhidos e sei quem são.
    Todos estavam visivelmente atormentados. De repente, Nevan perguntou, a voz fraca:
    Se você já sabia quem eram, porque está causando todo esse sofrimento de tanta gente?
    Sem se ofender com a pergunta, Ferumbras respondeu, sorrindo maliciosamente:
    -Pois eu não poderia desperdiçar a oportunidade de alimentar meu dragão, que já não come há anos. Agora, vamos ao que interessa!
    Nesse momento, Taura sentiu uma sensação percorrer-lhe o corpo inteiro. Sua pulsação aumentava descumunalmente. Sentia-se mais leve a cada instante, tal qual um pena. Estava flutuando, literalmente. Involuntariamente ela foi subindo mais e mais, até pousar na plataforma. Ao olhar rapidamente para o lado, ela viu seu irmão, branco como cera, mas com o olhar fixo no feiticeiro, que lhes falou o mais suavemente possível:
    -Olá, minhas pétalas...




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    Última edição por Bela~; 18-01-2009 às 22:02.



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