Capítulo 4 - Mais Um Inimigo
O homem aparentemente calmo entrava na casa. Tirou suas luvas, o paletó e sua bengala. Colocou em cima da mesa da casa de Ric.
- Então é assim que você me obedece, Ric Artar?
- Eu não obedeço mais ninguém... Só ao meu senhor, todo poderoso.
- Pois o seu senhor sou eu, esqueceu?
- Você era! Descobri que as coisas que eu fazia iam contra meus princípios!
- E você acha que escondendo esse dois na sua casa vai te livrar de algum pecado? Abra a mente, homem! Os seus pecados nunca serão perdoados.
- E você acha que os seus serão?
- Cala a boca e me obedece!
O desconhecido pegou sua bengala e a apontou para Ric, que se sente paralizado na hora.
Ele continuava erguendo sua mão fazendo o seu antigo subordinado flutuar involuntariamente.
- Eu não queria partir para a violência Ric! Por acaso já se esqueceu que fui eu que fiz seu corpo ficar assim, todo deformado? Acho que não, estou certo?
- Me tira disso! Já disse não quero trabalhar para você!
- Então você quer que eu te faça não respirar mais? É isso?
- Se eu morrer agora é por que meu Deus quis assim! Vamos! Continue, tire o meu ar!
- Você é o como um cachorro que não quer obedecer o dono! Vou acabar com a sua vida de uma vez!
Lwuida ainda estava em choque. Alca havia levado ela até um dos quartos da mansão.
- Uma das pessoas que mais me deu alegria foi você... Durma bem, Katarine.
No hall, os dois continuavam discutindo.
- Quer dizer... não vou acabar com isso de uma vez: vou fazê-lo sofrer!
O desconhecido jogou Ric numa das estantes da casa. O barulho foi enorme.
- Mesmo que você encontre Salid Patrön ele não é o mesmo que te conheceu! A alma vendida de Salid está adormecida e você sabe bem disso.
- Não fale bobagens! - Dizia o estranho homem jogando Ric contra a parede dessa vez.
No quarto.
- Já é a segunda vez que ouço um barulho? Estão vindo do hall... - falou o homem - RIC?!
E nisso Alca se dirgia ao hall da casa. Ouviu um pouco da conversa dos dois escondido atrás da parede.
- Faça o que quiser comigo, Rubin! Me mate! Mas Salid não é mais quem você pensa!
Uma folha de papel cai do segundo andar da casa ao primeiro. O esconderijo de Alca é descoberto.
- Você? - Dizia Rubin.
Alca se levanta, desce as escadas e vai até o hall.
- Salid Patrön...
Ric é soltado do poder da bengala de Rubin.
- Alca! - Exclamou Ric.
Subitamente, a face branda e bondosa de Alca se torna perversa.
- Porque machuca ele? - Perguntou o fazendeiro, nervoso.
- Ahn?
E Rubin leva um forte soco na cara. Numa velocidade incrível Alca consegue chegar até Rubin e acertar a pancada. Das narinas saía sangue assim como nos lábios.
- Meu Deus!
Rubin passa a mão no nariz. Ele viu o sangue. E com um olhar desafiador para Alca, pega suas coisas e vai embora.
O agressor tem uma forte tontura e enxaqueca. Ric se levanta e o agarra antes de Alca cair de tontura.
- Droga!
- Ric! Eu não agüento de dor, pelo amor de Deus!
- Calma, calma! Já tô indo pro quarto!
O sangue dessa vez escorreu pelas narinas de Alca sem motivo aparente. Ele tem náuseas, vertigens, vê vultos.
Enquanto isso Ric ainda tentava carregá-lo para o quarto. Com ele deitado seria melhor para medicá-lo.
Depois de alguns minutos de pavor, o dono da casa o leva até o cômodo. Alca tremia.
- Alca, tome isso... - Mostrou um jarro - é suco de maracujá. Acho que vai te ajudar a se manter calmo. Mas pare de tremer homem!
- E-eu não consigo...
- Meu Deus...
Ric se retira do quarto e vai até o quarta onde Lwuida deitara. Bate na porta.
Ela que parecia estar em choque da ultima vez que esteve acordada agora estava mais calma.
- Quem é aí?
- Ric!
- O monstro?! - Perguntou ela apavorada.
- Não, não sou um monstro! Vim te avisar que Alca não está passando bem.
Um momento de silêncio em menos de um segundo depois a porta se abre de sopetão.
- Como é?
- Sim, Alca não está bem!
Ela corre procurando o quarto onde estava Alca, deixando Ric para trás. Ele também corre tentando alcançá-la.
A porta do quarto de Alca estav entreaberta. Ela entra muito nervosa.
- Alca? Alca?!
- Katarine?
- Sim!
- Onde que está todo mundo?
- Que todo mundo?
- Todo mundo...
- Alca... - Ela olha para a jarra de suco - beba, Alca...
Ela põe um pouco de suco num copo e dá pra ele beber. Ric que se encostou no vão porta, da sua ultima olhada para Alca e vai para seu quarto.
Lwuida acariciou os cabelos do homem e se deitou na mesma cama que ele.
Alca estava muito mal.
Longe dali, Rubin ainda bufava de raiva e transtorno.
- Malditos! E eu pensando que Ric ainda estava do meu lado! - Leva o charuto à boca.
Enquanto isso, ele ainda enxugava o sangue que escorria pelo rosto.
- Preciso encontrar um jeito para tirar a vida daqueles infelizes!
O homem se levanta e joga o charuto, aceso, fora.
- Aquele deformado! Nunca pensei que ele poderia me trair! - Sussurra.