Bem pessoal, os motivos do atraso envolvem aulas particulares de biologia e dez simulados(X___X).

Realmente tenho demorado muito ultimamente, e peço desculpas, mas é que eu to com minha cabeça toda ocupada ultimamente. É claro que Os Doze Guardiões está em um dos lugares no topo, mas mesmo assim, preciso de tempo senão a parada não fica boa.

Eu estive nessas ultimas duas semanas terminando de definir o roteiro e tudo mais, ainda não tá tudo pronto, mas dá pra continuar. E eu já to com uma página escrita aqui, vou tentar chegar a tres antes de postar, pra não ficar muito mastigado.

Mas por favor, não deixem de ler, comentar, ou criticar ><

Até mais,
~Heenett

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Ei! E não é que eu consegui escrever quase que as três páginas agora mesmo?xD
Ai está, e espero realmente não demorar muito com o próximo!xD

Até mais,
~Heenett
PS: COMENTÁRIOS E CRÍTICAS, POR FAVOR XD


Anteriormente...

Fábio então colocou o cordão com o cristal no pescoço, e conduziu Richard até ambos estarem abaixo do buraco da entrada:

— Eu vou lhe mostrar. – disse ele. Então, ele se colocou atrás de Richard e o abraçou. Lentamente Richard notou que começava a ficar mais leve, mais leve... Até que o vento começou a carregá-los. Eles então foram, sendo conduzidos cada vez mais alto, em meio a neve e ao vento, flutuando, voando. Richard estava maravilhado: ele não sentia frio, dor, fome, ele não sentia nem mesmo seu próprio peso, não sentia nada nem ninguém, a não ser o vento que o carregava, e carregava... Então, parou. Richard se viu acima de tudo, acima da neve, da tempestade, acima das nuvens. O sol ofuscou seus olhos por um instante, e então ele observou, maravilhado, a vista ao seu redor. Atrás dele, Fábio disse:

— Isso – começou ele – é tudo isso. Agora, Richard, me diga: você gostaria de se tornar um guardião?

Ele então pensou na caverna de gelo, na beleza do cristal, na sensação de ser livre, nos animais que tinha estudado, na neve que admirara na infância... E então respondeu.


— Por quê? Shalkan, me responda. Porque você se tornou um Guardião?
— Eu me tornei um Guardião... – disse Shalkan, convicto. – Para poder defender tudo aquilo que sempre amei e admirei. Eu me tornei um guardião para poder proteger os animais, para poder proteger esse planeta e as belezas que ele ainda preserva. Mas eu me tornei um Guardião, sobretudo, para poder proteger aquilo a que mais dou valor: a vida.
— Mas você não acha irônico? – começou Dard – Um protetor da vida que protege justo a espécie que mais mata no mundo?
— O que você veio fazer aqui? – respondeu Shalkan. – Se você veio me questionar, é melhor que vá. Eu sei o que faço, e porque o faço, e seus questionamentos não vão fazer com que eu me torne menos convicto quanto aos meus valores, desista! Se você quer trair os Guardiões então saia daqui, deixe de uma vez por todas esse jardim, esse santuário, você não é bem vindo!
— Ora, sinto muito. – falou Dard. – Mas não posso fazer isso.

E antes que qualquer um dos dois respirasse, ambos já haviam sumido.

Capítulo 6[parte 5] - Além das Leis
Gelo versus Terra II - De mal a pior


E antes que qualquer um dos dois respirasse, ambos já haviam sumido. Até que, do vazio, veio a voz de Shalkan:

— Stryder disse que a humanidade deveria cair porque era natural que uma espécie mais inteligente viesse a surgir! Isso talvez realmente venha a acontecer, mas não é motivo o bastante para vocês simplesmente traírem a ordem resolverem destruí-la! E justo quando o mundo está em guerra, à beira de um cataclisma! Ou será que você não sabe da guerra que já vem ocorrendo faz seis meses?

— É claro que eu soube – replicou Dard. - E é justamente por isso que eu quebrei o juramento. Se eu deixasse a ordem, outro guardião da Terra viria depois de mim e continuaria com a missão de proteger a humanidade e o planeta, e isso simplesmente não pode acontecer. A humanidade merece morrer.

— Você por um acaso ficou maluco? – respondeu Shalkan, fervoroso. – Não importa o que você diga, mas a raça humana, povo deste planeta, é a espécie que mais até hoje indicou que veio para ficar. Afinal, que outra espécie foi até o espaço? Que outra espécie superou os próprios limites físicos usando a inteligência? Que outra espécie desvendou os segredos do próprio DNA? Você acha mesmo que toda essa raça, todos esses povos, que fizeram tantas descobertas, merecem morrer?

— Acho. A destruição desta raça significaria a salvação da Terra. Porque do mesmo modo, Shalkan, que a humanidade superou os próprios limites, ela também destruiu florestas, matou animais, poluiu o ar, a terra, corrompeu o planeta e deixou-o à beira de um, como você diz, cataclisma, várias e várias vezes. O planeta está morrendo Shalkan. A cada dia que passa mais espécies animais morrem, mais florestas são destruídas, mais pessoas se aniquilam. Essa guerra é a prova disso, como seres tão irracionais, que se aniquilam quase por esporte, merecem continuar aqui?

— Eles estão melhorando! – gritou Shalkan – Milhares de pessoas hoje lutam pela natureza, pelos animais, pelo fim da guerra! Combustíveis ecológicos estão surgindo, fábricas mais limpas, a poluição não é um argumento a seu favor!

— Claro que é Shalkan. – respondeu o outro. – Esses seres humanos só fazem isso, só defendem a natureza, porque senão eles vão acabar se auto destruindo. Aqueles que defendem a natureza só fazem isso porque não querem morrer, isso é puro interesse, puro egoísmo, quando lhes for conveniente novamente, o planeta vai voltar a morrer, tenho certeza! Veja bem essa guerra! Você faz idéia da quantidade de seres vivos que já morram?

— É claro que sim! – falou Shalkan – E é exatamente por causa disso que nós temos que nos reunir novamente, para acabar com essa matança! E além do mais, você sabe que quando a espécie humana desenvolver combustíveis mais limpos, eles acabarão sendo mais lucrativos, e serão usados sempre, salvando o planeta!

— Está vendo, Shalkan? Você mesmo concorda, os humanos só farão isso por lucro! Essa é a verdadeira natureza humana, uma espécie egoísta, cheia de indivíduos que só pensam na própria sobrevivência!
— Exatamente iguais à maioria das espécies animais deste planeta!
— Por serem os mais evoluídos, deveriam ser diferentes!
— A simples vontade não pode mudar séculos de evolução!
— Exatamente por isso que eles devem sumir! – E então Dard saltou, saindo de dentro da terra e revelando-se. Com um gesto, ele fez um bloco rochoso levantar do solo e voar diretamente para a muralha do santuário, de onde Shalkan rapidamente saiu, uma vez que estivera escondido lá, camuflado por entre as esculturas em alto relevo. Dard girou o braço e o bloco também girou, indo na direção de Shalkan. Este, por sua vez, levantou a mão e apontou o dedo indicador para o bloco, que congelou e explodiu quase que instantaneamente.

— A espécie humana é aquela que nós juramos proteger – disse Shalkan, virando-se para Dard, mais calmo. – Se você não acha que essa espécie merece proteção, você não pode mais ser um guardião. – Então, fazendo um arco com o braço, um bloco de gelo surgiu e, acompanhando o movimento do mesmo, voou em direção a Dard. Este, por sua vez, girou sobre um dos pés e depois socou o chão, fazendo com que envolta dele se levantasse da terra um casulo, que o protegeu do ataque.

— Desista Dard, você está cansado da viagem, não pode vencer! – disse Shalkan.
— Não? – disse uma voz vinda de trás. E então, Shalkan se viu envolto em sombras. Antes que pudesse deduzir, porém, ele foi atingido por um chute no peito.
— Stryder – disse Shalkan, recuperando-se. – Mas que diabos...
— Sinto muito por isso, Shalkan, mas você vem comigo.
Shalkan pode sentir a vibração do solo. Em algum lugar naquela escuridão, Dard, preparava um ataque. E Stryder, com sua capacidade de manipular objetos envoltos por sua sombra, provavelmente também estava preparando algo, de modo que a situação era crítica. E então, Shalkan mudou completamente: não era mais o Shalkan questionador e nervoso de antes, voltara, naquela fração de segundo, a ser o Shalkan frio, calmo, e sem emoções. Não havia espaço para pensamentos, ele precisava lutar a sério, muito a sério, se quisesse ter alguma chance.

— Não resista. – continuou Stryder. – Você vai me compreender assim que vier comigo.
Shalkan não respondeu. Ele estava ocupado, tentando descobrir a localização dos dois adversários. Ele foi tecendo no ar algo parecido com uma teia de gelo, ele ia congelando a umidade do ar em filetes mais finos que um fio de cabelo, e ia lentamente espalhando-os à sua volta. Quando os filetes batessem em algo, ele poderia sentir. E uma vez que a esfera de escuridão estivesse inteira envolta em filetes, não importa onde os adversários aparecessem, eles iam acabar quebrando algum filete, e ele ia saber onde eles estavam. Enquanto fazia isso, Stryder continuava falando:

— Você acha que consegue derrotar dois guardiões sozinho? – perguntou ele. Shalkan não respondeu. Agora, além dos filetes, ele estava prestando atenção também na vibração do solo: era provável que Dard estivesse em algum lugar abaixo, e aquela mínima vibração era a única chance que ele tinha de perceber onde ele estava. – Shalkan, você vai acabar se matando nisso, não faça nada que possa lhe trazer algum arrependimento futuro, não vale a pena.

Ele podia sentir que os filetes já havia se espalhado em um raio de dois metros. Ele não havia achado Stryder, ele provavelmente estava em um dos extremos, preparando um ataque.

— Mas tudo bem. Já que não quer vir, infelizmente terei que leva-lo à força e... – Naquele momento, Shalkan arregalou levemente os olhos. Lá estava Stryder, em uma das pontas, sobre uma rocha, uma posição alta perfeita para um salto acompanhado de um golpe letal. Stryder provavelmente sentiu os filetes se quebrando ao baterem nele, porque parou de falar e se mexeu. Shalkan, porém, foi mais rápido: sem se mover, para não estragar a teia de filetes, fez com a umidade do ar ao lado do rosto de Stryder se congelasse na forma de bloco, e em seguida atingiu-o em cheio no rosto. Ele não pode vê-lo caindo, mas deu pra sentir o impacto. Ele podia sentir também a vibração embaixo dele se aumentando gradativamente, quando subitamente a teia de gelo de rachou em diversos pontos diferentes: diversos objetos de pequeno porte haviam saído do chão, e agora flutuavam à sua volta. Para criar um escudo de gelo, Shalkan girou em torno dos próprios pés com os braços abertos, de modo que uma barreira foi surgindo à sua volta, como um casulo. Quando estava no meio do caminho, porém, um par de mãos vindas do chão seguraram-no nos pés.

— Acabou, Shalkan. – disse a voz de Dard, porém ela não estava vindo do chão, e sim do lugar onde aparentemente Stryder havia caído. Mas não era Stryder, era Dard. Sob seus pés, Shalkan começou a sentir um frio avassalador, mas não era um frio com o qual estava acostumado, era o frio característico de uma pessoa tocada pelas trevas: um frio avassalador, agoniante, um frio vindo da dor, da perda, da escuridão.

— Não sei se você sabia... – disse a voz de Stryder, sob Shalkan. – Mas eu só consigo envolver o corpo de uma pessoa em minhas sombras se as toco. E você baixou a guarda achando que um ataque de Dard viria por baixo, e não um meu. Eu posso me transportar livremente por entre as sombras, mas você achou que eu estava lá, caído no chão, e que Dard tinha feito as pedras subirem. – E então, as trevas se dissiparam, e Shalkan viu: Dard estava em pé, à sua frente, ao lado de um bloco de gelo, e à sua volta estavam pequenas esferas de escuridão, que subitamente de dissiparam, revelando as pedras em seu interior. Então Shalkan olhou para baixo: Stryder, uma vez fora das sombras, estava agachado segurando os tornozelos dele fortemente, e uma onda de sombras se espalhava pelo seu corpo como um fungo contagioso, subindo desde os tornozelos em direção à cabeça.

— Você se esqueceu da astúcia, Shalkan – disse Dard. – Quando sua visão foi bloqueada, você foi puramente guiado pelos sentidos, e isso não é o suficiente. E é por isso que você perdeu. – continuou ele.

Shalkan, agora apreensivo, acompanhava a progressão das sombras com os olhos: o frio avassalador delas impedia que ele se mexesse ou se concentrasse, e as sombras já ultrapassavam a sua cintura: uma vez completamente envolvido em sombras, ele entraria em coma profundo, podendo ser acordado somente pelo próprio Guardião das Sombras. E pior: uma vez completamente envolvido pelas sombras, ele podia ser transportado livremente através das mesmas, como o próprio Guardião faz, ou seja, poderia ser facilmente transportado para um lugar longínquo, onde provavelmente seria morto.

— Nos veremos depois, Shalkan. – disse Stryder, calmamente. – Você vai me entender. Agora durma. – E no momento que as sombras cobriram os cabelos de Shalkan, um emaranhado de vinhas e plantas brotou do chão e prendeu Stryder pelas mãos, pelos pés, pelas pernas e pelo pescoço. O mesmo fora feito com Dard.

— Eu não faço a mínima idéia do que esteja acontecendo. – disse uma voz feminina, que surgia por trás da muralha do santuário. - Mas essa loucura vai parar, aqui, e agora.
— Não se eu tiver algo a dizer – disse Stryder enquanto virava o rosto, com os olhos em profunda fúria.
E então, a esfera de escuridão novamente surgiu.