Melhorou! Semana melhorou, Palmeiras já ganhou ontem.
Tomara que continue assim.
De presente, capítulo novo e o fim da parte de Rookgaard.
A história realmente começará a partir do capítulo 8.
Capítulo 7 – O adeus e o novo início.
A mão direita de Argos tateou suas costas em busca do cabo da tocha, presa por uma corda. O troll avançava contra o rapaz, a clava de madeira pronta para o golpe que desta vez seria mortal. Um calafrio percorria toda a coluna do jovem guerreiro, porém ele sentia que desta vez havia sido superior e havia controlado aquele ódio que lhe atingia toda vez que algo ruim acontecia. Argos então descobriu porque ainda não era digno de sair de Rookgaard, seu ódio o transformava de guerreiro em um bárbaro com sede de sangue.
- Obrigado Oráculo. – sussurrou agradecido, o jovem agarrou o cabo da tocha e lançou contra o troll que corria contra ele, bufando.
Com um movimento cego o troll tentou acertar a tocha com sua clava, mas sem sucesso sentiu as chamas percorrerem o seu corpo. Agonizando, a criatura deixou o escudo e se pos a correr novamente, sua clava queria sentir a carne daquele maldito moleque.
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O mercenário assistia a batalha enquanto seu arco apontava para Argos, estava esperando o final da batalha, talvez em um golpe de sorte o troll poupasse seu trabalho. Estava apreensivo. Viu as chamas percorrendo o corpo do troll enquanto o mesmo avançava. Viu um homem desacordado próximo ao jovem, sentado contra a parede. Viu Argos se inclinar enquanto novamente sua mão direita tateava as suas costas. Viu...
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Foi então, enquanto o troll corria ao seu encontro, que Argos pegou uma lança. Outras quatro estavam presas pela corda. Correndo insano contra o rapaz, o troll cambaleou e parou quando uma lança atravessou seu corpo. O peso da clava se tornou insuportável neste momento e o troll a soltou. Até seu próprio peso era insuportável e assim o troll caiu, ofegante. Com o corpo chamuscando e o sangue escorrendo pelo chão da caverna, aquela grande criatura se rendeu.
Cansado, Argos sorriu. Havia agido como um guerreiro honrado e derrotado aquela criatura como um homem, sua mãe teria orgulho dele. Talvez não tanto, pois Argos já havia feito sua escolha. Quando a noite já caia Argos continuava a acertar uma arvore ao sul da cidade com suas lanças. Algumas lanças já haviam ficado velhas e se partido, mas o jovem tinha uma certa habilidade para confeccioná-las. Se tinha algo que o garoto tinha habilidade era com as lanças, seu treinamento fez seus braços acostumar com o peso delas e seus tiros se tornarem cada vez mais mortais.
- Maldito! – exclamou Argos após ter dado um passo na direção do troll, para recuperar sua lança. Uma flecha havia acertado em sua cocha direita, a dor era tanta que os gritos do rapaz ecoavam por toda a caverna – Bastardo maldito! – gritava enquanto olhava em volta, com a mão direita sobre a perna.
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Não foi um bom tiro, não foi. O mercenário não havia feito jus ao seu título, tremia. O jovem caído a sua frente gemia de dor, era a sua segunda chance. Desta vez não iria errar. Pegou outra flecha no saco preso a sua cintura e prendeu junto ao fio do arco, seus dedos puxaram a flecha com força e então a soltou. A flecha cortava o ar enquanto buscava o corpo de Argos.
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O jovem procurava o responsável pelo ataque, alguém havia desrespeitado o tratado de paz de Rookgaard. Cipfried precisava saber disso, urgentemente. Quando tentou se levantar um grito de horror cortou o ar. O rapaz que havia sido atacado pelo troll e estava desacordado sentiu a ponta afiada de uma flecha rasgar sua cota de malha e atingir seu peito, o grito ecoou por toda a caverna.
Argos olhou para o rapaz que agonizava, a dor era intensa e seu corpo começara a desistir de viver. Com as duas mãos tentava arrancar a flecha do peito, porém ao tocar na flecha a sensação do peito rasgando era indescritível. Respirava ofegante e chorava, suas lágrimas molhavam o chão da caverna. Argos novamente via um homem morrer e não sabia como ajudá-lo, sua mão tremia e ele não entendia como alguém poderia matar outra pessoa assim, com sangue frio. O sangue do rapaz escorria pelo seu peito e se unia as suas lágrimas, escorregando pela parede o jovem deitou no chão da caverna.
Com a flecha cravada na perna, Argos se levantou. Sentiu uma fisgada mas nada iria impedir de achar aquele maldito assassino.
- Bastardo maldito! Você não terá uma terceira chance! – gritava o rapaz nervoso, cada parte do seu corpo tremia sem parar. Em sua mão jazia uma nova lança e o garoto olhava do ponto de onde obviamente havia vindo à flecha. – Serei obrigado a enfrentá-lo, caso você não apareça! – o garoto se manteve em silêncio por alguns segundos, então um pequeno estralo o chamou a atenção. Com um movimento rápido a lança do jovem rasgou o ar e sumiu pela escuridão, acertando a parede logo após.
Foi então que um ser de capuz saiu correndo das sombras que se escondia e desceu as escadas logo à frente. Argos gritou porém o homem de capuz não o olhou e então o jovem tentou segui-lo, mancando. Seguiu andando até encontrar uma mesa velha, pedaços de veado assado estavam sobre ela, encostado ao pé da mesa havia corpos de veados podres e uma quantidade imensa de ossos. O garoto segurava a lança enquanto se apoiava sobre a perna esquerda, a direita latejava.
- Apareça! – gritou o rapaz – Apareça maldito! Não tem coragem de enfrentar um homem frente a frente? Mesmo eu estando ferido?
O silêncio se manteve e Argos percebeu que não adiantava seguir. Sem nenhum tipo de defesa e com uma lança em punho o jovem se sentiu fraco. Eles ainda se encontrariam e desta vez aquele assassino não seria capaz de escapar.
Dallheim fazia guarda na ponte norte de Rookgaard quando viu o jovem Argos Fall caminhando na direção da cidade, apoiado por dois rapazes em situações muito melhores do que ele. Argos estava sem qualquer equipamento, nem seu escudo de madeira. Três lanças estavam presas nas suas cotas, ao lado de seu saco, onde havia um pedaço de carne cru e alguns sacos com moedas de ouro. O cansaço era visível no rosto do rapaz, havia um corte no seu braço que já não sangrava mais e metade de uma flecha cravada na sua coxa direita.
- Argos! Rapaz, o que houve? – disse Dallheim, se apoiando para ajudar o garoto – Lewoen, Gabriel... Obrigado pela ajuda. Irei levá-lo para o Cipfried.
- Sim senhor.
Suon acariciou o rosto de Argos pela manhã, seus raios iluminavam as ruas da cidade. A escada rangeu quando o garoto começou a descê-la, a perna ainda doía desde o dia que a flecha o acertara. Estava pronto para a resposta do Oráculo nesse dia, sendo positiva ou não. Acompanhado de Seymor e de seu primeiro amigo na ilha Rookgaard, Cipfried, Argos caminhou mancando até a estátua que o cumprimentou com os olhos vermelhos.
- Bom dia jovem Argos. – a bela voz do Oráculo ecoou pela sala.
- Estou pronto Oráculo. Espero que você ache o mesmo. – as franjas mal-cortadas foram afastadas do rosto com o braço direito enfaixado.
- Está preparado para receber a resposta? – perguntou o Oráculo.
O garoto confirmou com a cabeça enquanto a lembrança de Donovan vinha a sua cabeça.
- Então meu jovem, qual a cidade que receberá o mais novo guerreiro do continente?
Argos sorriu e olhou para Seymor e Cipfried que retribuíram o sorriso.
- Quero voltar para minha vila, vou para Thais. – disse o jovem, confirmando com a cabeça.
- E quer ser honrado com qual classe? – perguntou.
- Um guerreiro! – respondeu Seymor por Argos, gritando da porta.
- Não incomode o garoto Seymor. – ralhou Cipfried.
- E então? – tornou a questionar o Oráculo.
Lembrando de tudo que havia passado e de noites treinadas com ou sem seu mestre, Argos sorriu. Algo dentro do seu peito dizia que ele não queria ser como seu pai, ele queria ser tão bom quanto ele. E ele seria bom do seu próprio modo.
- Um paladino. – disse o garoto e viu Seymor e Cipfried se entreolharem.
- Então, está pronto para o início de sua nova vida?
Lembrando de tudo que havia passado, de todos os perigos e situações o garoto olhou para o monge e o bibliotecário na porta.
- Senhor Seymor, te devo todo meu conhecimento. Obrigado pela amizade.
O homem de cabelos vermelhos sorriu, não era todos os novatos que conseguia conquistá-lo daquela maneira, principalmente sendo um jovem de quatorze anos.
- Senhor Cipfried, descubra o responsável por isso como eu lhe informei. – disse o rapaz, mostrando a coxa enfaixada – Obrigado por todo o tipo de ajuda que me deu nesses anos que eu estive aqui, reze no túmulo do meu mestre, por favor.
O monge confirmou com a cabeça e nada falou, uma mão apertava a outra.
- Estou pronto, assim como nunca estive. – disse ao Oráculo.
- Que assim seja.
Os olhos do Oráculo brilharam enquanto um manto cor azul cercava o jovem.
Foi então assim, do mesmo modo que chegou, que o corpo do garoto sumiu e seu título foi marcado: Argos Fall, o paladino.
Sem mais;
Asha Thrazi!![]()
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