Capítulo 8 – O Plano – Parte 2
- Foi esperto.
- É, Rafael sempre foi um rapaz formidável...
- Mas, esse bilhete que ele lhe passou, é este que eu achei? – Indago. Mesmo ele tentando esclarecer tudo, ainda tinha dúvidas, e muitas...
- Não, esse que eu falei foi no ano passado, dois dias antes do ano novo. Foram em torno de cinco trocas de bilhetes, sempre com o mesmo livro. Deixava no canto de um banco, mudava de lugar e depois eu o pegava, e aos poucos ele ia contando tudo que estava acontecendo. Eu fazia a mesma coisa, para poder falar com ele. Rafael aceitou ajudá-los no assalto, mas depois voltou atrás, e mandou esse bilhete aí que você achou...- Dá uma pausa, meio deprimido – E... E, depois disso, não o vi mais no ônibus. Pensei em ir na casa dele, ver o que houve, mas não fui, poderia piorar a situação... Mas há dois dias Paula entrou em contato comigo, desesperada, perguntando se eu sabia onde Rafael estava, mas não disse nada, fingi que não o via há tempos. Rafael queria que eu não contasse nada a ela, em nenhuma circunstância, e fiquei calado...
- E depois?
- Não me interrompa, calma. Depois, fui com Paula à polícia registrar o desaparecimento dele, e não disse nada, sobre os assaltantes, o banco, os bilhetes, nada... Fiz errado, eu sei, mas Rafael não queria que mais ninguém soubesse. Só tinha levado, como já disse, o bilhete que ele achou dentro do carro, no qual ele me passou por um livro, mas a polícia ignorou, disse que não devia ser nada sério. Idiotas...
- É, tanto os policiais quanto você.
- Já disse que me arrependo muito disso...
- Isso não resolve. Mas, o que de importante os outros bilhetes diziam?
- Depois que ele aceitou fazer o serviço, contaram como seria o assalto e também a data que seria realizado o assalto.
- E, será quando?
- Dia vinte e cinco... Vinte e cinco de janeiro, feriado, aniversário de São Paulo. Será mais fácil para o roubo, e além disso, haverá, como Rafael citou...
- Mais dinheiro no caixa-forte – Completo, como se tivéssemos ensaiado...
- Sim.
- Mas hoje já é dia quinze, só faltam dez dias, temos que fazer algo, e rápido!
- Mas o que? Rafael está sumido, não sabemos onde os bandidos estão ou quem são, e eu já fui à polícia, mas nem ligaram, e prometi a Rafael que não diria nada a ninguém, mas fui obrigado a lhe contar tudo, depois de você me ajudar, e também por achar o livro e esse bilhete...
- Droga... Mas ainda não entendi, por que ele?
- Disse que o principal motivo era por ele possuir e saber parte da senha do caixa-forte principal, tornando assim mais fácil o assalto.
- Então o Sr. Augustus, dono do banco, corre perigo também. E...
E...
Não! Sua idiota, você agora também possui parte da senha! Submersa pela história, pelo que João Carlos contava, nem se lembrou disso... Idiota! Mas, quer dizer que... Davi! Gustavo!
- Não...
- Vanessa, que foi?
- Minha família, corre perigo!
- Mas, por quê?
- Agora eu tenho parte da senha do caixa-forte! Rápido, enquanto ligo para meu marido, você vá à polícia, com Paula, e leve os outros bilhetes, e conte tudo o que sabe.
- Mas prome...
- Esquece isso! Por sua causa ele já pode estar morto!
Não devia ter dito isso, o deixo magoado, se sentindo culpado. Sua burra...
- Bem... Tá bem, eu vou. Mas, e você?
- Eu irei com meu marido, e pedirei proteção para minha família, eles não vão poder recusar depois que souberem de tudo...
- Certo, até mais...
Pago a conta, saio correndo para um lugar mais calmo do shopping e ligo para Gustavo, que deveria estar ainda no hospital, trabalhando:
- Alô, Gustavo?
- Querida, ta ofegante. O que houve?
- Não dá tempo de explicar. Preciso que pegue Davi na escolinha e...
- Mas, ele só sai daqui a duas horas, e é você quem sempre pega...
- Me ouça! Pegue Davi na escolinha, o leve para casa, e me esperem lá.
- Mas, por quê?
- Meu bem, apenas faça isso e depois nos falamos. Tchau.
- Tchau...
**********
Mas, o que foi isso? Ela liga para mim e me diz para fazer coisas sem sentido, sem ao menos se explicar? Que desrespeito foi esse? Que loucura foi essa? Querendo ou não, a contragosto, farei o que ela pede, mas depois terá que me explicar tudo!
- Ângela, terei que sair mais cedo hoje, Diga ao doutor André me substituir, está bem?
- Claro, Dr. Gustavo.
O dia passou e acabei me esquecendo do tal sujeito que rondava o quarto de Rafael. Desde que entrou no banheiro não o vi mais. Deixo pra lá...
Antes de sair, visito uma paciente. Uma garotinha, de apenas dez anos. Tem uma grave, e fatal, doença, e a cirurgia para curá-la é muito cara, infelizmente os pais não têm dinheiro suficiente para paga-la.
Sinto pena, mas, não é uma coisa rara de se ver, triste... Cuidarei disso depois, não tenho tempo para pensar nisso agora, minha querida... E louca... Esposa, me espera.
Ligo meu carro e vou em direção à escolinha de Davi. A maior parte do caminho transcorre normalmente, porém... Curiosamente, um carro, uma pick-up, para ser mais exato, parece me seguir. Pega as mesmas ruas, para nos mesmos pontos. Coincidência em fazer o mesmo caminho, só pode...
De repente se distancia de mim, some. Paranóia minha mesmo. Dados dez minutos, chego onde Davi estuda, tendo que tira-lo no meio da aula.
Entro na escola, ando a passos rápidos pelo corredor até a diretoria, para depois pegar Davi em sua sala, que no momento estava desenhando alguma coisa que a professora pedira.
- Mas, senhor Gustavo, por que está levando ele mais cedo hoje?- Pergunta a professora de Davi, uma velha, chata e rabugenta...
- Médico... Dentista, marcado – Invento.
O levo pro carro e seguimos caminho, desta vez para casa, onde teria que esperar por Vanessa, sem nem saber o por quê...
- Papai, pó que tenhu que ir no médico?
- Você não vai não filho, vamos para casa. Lá sua mãe nos espera....
- Espera po que?
- Não sei filho, não sei...
Finalmente chegamos em casa. Só que, parece vazia, sem ninguém...
- Filho, espere aqui no carro, jájá volto com a mamãe.
- Ta.
- Querida...Vanessa! – Grito por ela, sem resposta...
Porta da frente aberta, escancarada. Entro em casa, grito novamente – VANESSSA! – Mas só ouço minha voz, mais nada...
Vou à sala. Que coisa, toda bagunçada, com almofadas espalhadas pelo cômodo, tapetes desarrumados, abajur no chão... Quem fez isso?
- PAPAI!
Meu filho, gritando! O esqueci no carro, sozinho... Seu irresponsável!
- JÁ VOU DAVI!
Corro para fora da casa. Tropeço no abajur, me machuco, mas não foi nada... Está um vento, um vento forte, incessante. Vejo Snoopy, preso, latindo feito doido, mas só faz assim quando tem estranhos por perto... Vou em direção ao meu carro, vejo, do lado dele, aquela pick-up, a que eu achava que me seguia... Droga, eu estava certo...
- Davi? – Carro vazio, ele não está mais lá. – DAVI! – Grito por seu nome, mas não adianta... Viro-me para ver a pick-up novamente, só que dessa vez a porta do motorista estava aberta, mas anteriormente quando as vi na primeira vez estavam todas fechadas...
Hã, que foi isso? Ouço barulhos vindo de dentro da casa, talvez seja ele! – Davi? – Porta entreaberta, passo por ela, não vejo ninguém... Ouço um barulho atrás de mim, vindo da porta, o que...
**********
- Um momento senhor João Carlos, um oficial virá lhe atender em breve.
- Obrigado.
- SEU CANALHA, POR QUE NÃO ME DISSE NADA?
- Paula, compreenda, foi o que Rafael pediu, que eu não contasse nada. Entenda, foi para seu pró...
- SAI DE PERTO DE MIM!
Saco. Que pessoa é essa que faz a mulher de seu melhor amigo chorar aos prantos? Tudo minha culpa... A deixo sentada numa cadeira qualquer, precisa ficar sozinha, absorver os fatos, compreender tudo, não tem como falar com ela agora, está fora de si... Mas, cadê esse oficial que não vem logo?
- Boa tarde, senhor?
- João Carlos.
- Senhor João Carlos. Sou o capitão Cláudio, desculpe-me pela demora, fui visitar minha filha. Bem, soube que você tem informações sobre um possível assalto a banco e seqüestro, então, no que posso lhe ajudar?
Dard*Não sei se foi por que o dia todo ficou chovendo ,ou se por que morri no Tíbia XD, sei lá.. Mas, não fui muito com a cara desse '-.-... Mas ta ai o/![]()
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