
Postado originalmente por
rapmel
Mas só achei uma "falha"... Pra que bosta o comandante de uma hora pra outra quis matar os guardiões que mantinham a paz??
Leia o primeiro capitulo com mais atenção que você descobre!
No mais, valeu por gostar, até amanhã no máximo sai parte nova xD
~Heenett
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Na parte anterior...
— Droga... – sussurrou Sigma, batendo com o punho na cama de concreto. – Droga, droga, DROGA! – A sua face, para quem pudesse vê-la, revelava um jovem garoto de dez anos em grande agonia. Sigma chorava, chorou, e continuou chorando por um longo tempo. Apesar de todas as diferenças, ele e Heenett sempre haviam sido parceiros...
— Eles vão pagar. – Disse Sigma algum tempo depois, endireitando-se. “Isso eu prometo.” Pensou. “Cientista, me aguarde, você se arrependerá do dia em que mexeu com Augustus Sigma, eu juro.” A determinação se apossou de Sigma, a partir daquele instante tudo ia ser diferente. Um novo Sigma iria entrar em ação, um Sigma calculista, firme e determinado. Eles não perderiam por esperar, isso era certo.
Capítulo 5(parte 4) - Prioridades
O mesmo homem de antes se aproximou lentamente de Gustaf, enquanto este observava atentamente os monitores que o rodeavam. Os monitores estavam posicionados em um cubículo anexado ao laboratório particular de Gustaf. Este, por sua vez, era equipado com a mais alta tecnologia e tinha uma grande parte das verbas a seu dispor. Haviam longas mesas cheias de frascos com produtos químicos, potentes microscópios, e um estúdio para construir aparatos eletrônicos. Gustaf era tanto químico quanto pesquisador, biólogo e engenheiro, e era o principal desenvolvedor do sistema de defesa da base e das armas dos soldados. Naquele momento, ele estava de costas para a entrada observando os monitores que informavam o estado de Sigma. Os monitores eram separados do resto do laboratório por uma parede de vidro que só era removida com a autorização pessoal de Gustaf. Ele ouviu alguém bater. Após se virar para checar, ordenou a abertura das portas com um comando de voz:
— Como vai o prisioneiro? – perguntou o homem que chegara, que atendia pelo nome de Irinosh.
— Decepcionante. – Disse Gustaf, pensativo – Há pouco as ondas cerebrais dele estavam em alta, provavelmente estava tendo lembranças do passado porque ele começou a chorar faz pelo menos uns cinco minutos.
— Achei que ele iria tentar uma fuga. – disse Irinosh.
— Como ele poderia? – disse Gustaf. – Aquela minha cela é intransponível.
— Concordo, foi uma idéia muito boa, senhor. – continuou Irinosh.
— Mas o que você quer? – Disse Gustaf, ainda atento aos monitores.
— Vim discutir com você aquele projeto do qual você me falou.
— Ah sim, eu bem disse que iria mostrá-la a você. – Disse ele, levantando-se. – Venha comigo. – Completou.
Os dois cientistas andaram pelo laboratório, passando antes pela porta parcialmente fechada do estúdio de engenharia. Irinosh conseguiu ver parte de uma perna que tinha a sua altura.
— E aquilo, o que é?
— O meu mais novo projeto! – Disse Gustaf, enigmático. – Falarei dele depois, por hora venha por aqui – Disse, apontando uma parede vazia. Irinosh ficou em silêncio enquanto Gustaf colocava sua retina em frente um pequeno buraco e deixava-a ser analisada por um laser que saía deste. A parede deslizou para o lado e Irinosh espantou-se: Lá estava, intacta, montada sobre um suporte, a armadura de Sigma.
— Contemple, a armadura do guardião do ácido! – disse Gustaf, triunfante.
Era um trabalho inacreditável. Toda feita de ouro, ela fora moldada com perfeição em todos os detalhes, desde as braçadeiras até o peitoral e as caneleiras. Era, por si, uma coisa que se impunha no ambiente. Lâmpadas a iluminavam, possibilitando à armadura exibir todo o seu esplendor.
— Retirá-la foi um trabalho demorado – começou Gustaf, enquanto observava a armadura com os olhos praticamente vidrados. – Ela se aquecia toda vez que alguém ou algo a tocava, de modo que precisamos de muitas ferramentas resistentes ao calor pra conseguir, e mesmo assim demoramos vários minutos. Para você ter idéia, nem com nitrogênio líquido ela esfriou.
— Isso é intrigante. – Disse Irinosh, também vidrado na armadura.
— Mas, por fim conseguimos retirá-la e a colocamos nesse suporte. Felizmente, ela prece não se aquecer quando algo inorgânico a toca por dentro, mas não tente usá-la, seria devastador.
— Entendo.
— Durante meses – Continuou Gustaf – eu estudei o sangue de Sigma, o seu código genético, a composição de suas células, tudo, e não consegui encontrar nada. Eu tinha a teoria de que os Guardiões eram alterados geneticamente, mas não consegui confirmar essa teoria, então, resolvi experimentar outra hipótese.
— Era sobre isso que eu queria falar e...
— Espere, deixe-me terminar! – interrompeu Gustaf. – Eu então pensei: Se não há nada na genética os Guardiões, algo de fora deve conceder-lhes os poderes, mas o que? Hora, então eu percebi! Durante as filmagens, todos os Guardiões usavam armaduras e levavam artefatos consigo, durante a invasão no santuário tanto o Guardião do Fogo quando Sigma protegeram com sua vida alguns artefatos, então, bem, estava claro: aqueles artefatos tinham uma relação direta com os poderes dos Guardiões!
Eles agora saíam do laboratório de Gustaf e caminhavam pela área restrita da base.
— Mas que decepção eu tive, ao perceber que Sigma não carregava a estatueta consigo! Então resolvi tirar a armadura de Sigma e analisá-la como um todo, e logo começarei a testar minhas hipóteses!
— Mas se suas primeiras experiências confirmarem suas hipóteses os Guardiões lhe serão inúteis, correto?
— Sim, e obviamente os matarei, como fiz com o primeiro deles, quando conseguir confirmar a fonte de seus poderes!
— Era sobre isso que eu queria conversar, você não pode matá-los tão precipitadamente! Pense bem, eles ainda podem esconder algum segredo, podem ser importantes aos artefatos de algum modo... Se você matá-los, pode botar tudo a perder! Além do mais, eu estou fazendo em meu instituto pesquisas que podem confirmar a ligação genética dos Guardiões com seus poderes!
— Ah, então suponho que você esteja com medo que as organizações G&M sejam excluídas do projeto, certo? Não se preocupe, vocês ainda serão muito úteis...
— Não é nada disso, eu estou querendo dizer que...
Porém, Irinosh foi interrompido por um som semelhante ao de uma buzina que ecoou por toda a base. Instantes depois luzes vermelhas banharam a base, o alarme havia sido ativado.
— O que está acontecendo? – perguntou Gustaf em um dos canais de rádio.
— Invasão! – disse um soldado, do outro lado da linha. – Os soldados confirmaram a aproximação do Guardião do Céu!
— Entendido, prendam-no a qualquer custo, eu o quero vivo! – Disse Gustaf energicamente. Logo após isso ele desligou o rádio, e com uma expressão de maníaco, disse:
— Irinosh, volte a seu posto e fique lá, eu preciso ir ver alguém!
— Quem? – perguntou Irinosh
— Duas belas senhoritas... – disse ele, enquanto desaparecia de vista. – A esposa e a filha de um senhor chamado Bernardo...
E assim, Irinosh observou Gustaf sumir em uma curva do corredor. No espaço aéreo da base, Onilink repetia a si mesmo, febrilmente:
— Minha família, minha família, minha família...
Ainda escorria sangue de seu peito quando ele investiu sobre a base.