Esse eu precisava de mais espaço, por isso ficou um pouco mais longo, espero que gostem.
Capítulo 4 - A Aparição.
Octavian e eu íamos ao centro da cidade, caminhávamos lentamente e conversávamos sobre os planos futuros. No caminho encontramos alguns amigos que esperavam por nós. Eles eram velhos conhecidos meus, pelos quais eu lutaria numa batalha caso fosse preciso. Lá estavam Bürgy, Rafos e Bulok. Dentre todos, o que eu mais apreciava era o último, o cavaleiro que sempre tinha uma carta na manga, o austacioso Bulok.
- Podemos ir? - perguntou Octavian.
- Podemos - disse Bürgy -, mas poderíamos passar na casa da Sara antes?
- Por mim tudo bem - eu falei.
Sara Lionheart era uma amiga nossa. Com presonalidade forte e um senso de liderança aguçado, eu tinha muito respeito para com ela. Devia admitir que era um tanto bonita, mas não me envolveria com ela, a não ser que ela se ofereçesse, o que eu sabia que jamais aconteceria.
Passamos na casa da família Lionheart e Sara se juntou a nós. Fomos conversando no caminho, prevendo o já conhecido discurso do Rei, e falando mal de Arieswar.
Ao chegarmos no centro da cidade, fomos para frente do Castelo, onde haveria a saudação ao Rei, que apreceria em sua janela, relativamente baixa. Em uma fila paralela a essa janela, estavam os quatro guerreiros da corte, entre os poucos escolhidos estava Arieswar. Não demorou muito até que o já repetitivo ritual se procedesse.
Da janela de sua torre, apareceu o Rei Tibianus. A ele, então, eram concedidos de cada guerreiro suas palavras de honra e lealdade. Eu poderia reconhecer cada um deles: primeiro foi o imponente Arieswar; depois um dos que mais merecia estar ali, Dragonslayer, o bravo; após ele foi a vez de Acanthurus, o mago; logo depois veio o onipresente Hesperides, o druida.
Encerrado os votos de honra, foi a vez do Rei abrir seu discurso, o mesmo de sempre.
- Povo da nobre cidade de Thais... - eu imitei o Rei para meus amigos, falando o que eu tinha certeza de que logo falaria o homem na janela.
Dito e feito. O Rei Tibianus começou o discurso de agradecimento à participação e envolvimento de todos em mais um encerramento das estações e falou dos seus planos futuros. Nada que não tivéssemos esperado previamente.
Assim que deu-se início a festa propriamente dita, uma banda puxou uma percussão com rítimo animado e os barris de rum foram abertos. Eu pretendia ir à farra com meus amigos, mas Sara estendeu o braço à mim e ofereçeu-se:
- Me acompanha?
Sem ter como recusar eu dei-lhe o braço e fomos caminhando até a fonte. Sentamos-nos na sua borda e esperei ela começar:
- Sabe, Pepelu, você é um dos meus melhores amigos. - eu manti o silêncio, queria saber logo qual era o ponto que ela queria alacança - E por isso mesmo não quero ver você em brigas. Principalmente com gente poderosa.
- Ah, não, não, não... - não acreditava que ela me daria um sermão - Desculpa, Sara, mas eu não estou para essa conversa.
- Mas é bom estar - disse com firmeza - O que mais você vai ver hoje é Arieswar passando de cá pra lá. É bom você manter o controle.
- E é bom você manter o controle da sua vida. - falei sem pensar.
Logo me dei conta da besteira que havia dito. Ela saiu totalmente ofendida e eu tentava achar palavras para me desculpar. "Idiota", eu pensei, socando a pedra na qual estava sentado; a água dentro dela ondulou.
"Será que eu estou tão forte assim?", não era possível, a água ainda tremia e ondulava. Aquilo não aconteceu por causa de mim. Eu senti o chão vibrar e fiquei com medo pela primeira vez. O que estava acontecendo? Pelo reflexo da água eu vi do que se tratava. A música parou.
Um dêmonio, um monstro, um ser do Inferno. Seja lá o que fosse aquilo tinha a aparência demoníaca e estava na frente de todos. O estopim da fuga desesperada e desenfreada foi o seu primeiro ataque. Em um só sopro de fogo, pude ver pessoas queimadas voando.
··Hail the prince of Saiyans··