Cap 2 - Controvérsia
Passado alguns dias, Gambit pegou suas roupas e foi para o tal festival, como de praxe foi direto ao bar. Enquanto bebia verificava nas pessoas, uma coisa que ninguém pensaria existir ali, felicidade. Porque por mais que eles eram amedrontados, pela tirania de Mikson, esperança era algo que nunca os faltou. Grande parte das pessoas presentes, sobreviviam da “esmola” oferecida em troca do trabalho, nos campos de cana-de-açúcar, e as mesmas tiravam motivação para festejar e decorar a parte “feia” de liberty bay, nome totalmente controversista com a realidade do povo.
Depois de alguns minutos e um “aquecimento”, Gambit entrou na multidão, tentando reconhecer alguém, ou tentar ser reconhecido, mas de nada adiantou a tentativa, ninguém o reconhecia, e isso era o que mais o frustava. Não demorou muito para que Mikson chegasse, dessa vez acompanhado de sua mulher, Moorie. Gambit logo estranhou a grande aglomeração de mulheres, em cima do tirano na esperança de ser uma das “reservadas” dele, Moorie sabia o que estava acontecendo, mas manteve a compostura.
Mikson se direcionou ao segundo andar do bar, que foi improvisado, diferente da parte inferior, era praticamente impecável, com uma sacada para o festival. Vendo a multidão que seguia os dois, Gambit se manteve sentado bebendo, trocou olhares com Moorie e não saudou Mikson, algo que o tirano não perdoo.
[Mikson] – Sabe quem eu sou? Medíocre? – Tomado por raiva, ridicularizou o mahad, jogando sua bebida, no rosto do mesmo.
[Gambit] – Um rato, que se esconde na impunidade concedida pela prostituta, que governa Thais. – Empurrando o tirano na direção da parede.
[Mikson] - Suas palavras selaram seu fim! – Retirando a sua espada e partindo em direção de Gambit.
O Mahad se preparava para defender, quando sentiu um sangramento ocular, e quando abriu os olhos novamente. Viu sair de seus ombros dois pares de serpentes, um par travando a espada de Mikson, enquanto as outras envolveram grande parte do corpo do tirano, que ficou sem reação, enquanto encarava os olhos cinza do Mahad, agora no estado inicial do balisco'o, que fez o "herói" thaiano lembrar de Kycel.
[Gambit] – Faça o que quiser, mas não cruze meu caminho, não sou igual a essas pessoas, que você e a metrópole tanto humilha! – Indo em direção de Mikson.
[Moorie] - Não é possível existir outro descendente! Exevo flam hur! – queimando as serpentes que recuaram ao corpo do Mahad.
[Gambit] – Descendente de quem?! – Finalmente Kycel, conseguiu o caminho, de alguma pista do seu passado.
[Moorie] – Deve ser um bastardo, ou um perdido, não temos tempo para essas suas proezas, vamos querido. – Encarando o Mahad, tentando achar uma semelhança com Kycel.
[Mikson] – Esteja preparado, a próxima vez será a ultima! – Puxando Moorie pelo braço, e saindo observado pelos olhos incrédulos da multidão, que não acreditava na cena que acabaram de assistir.
A confusão foi o combustível, para que a festa durasse mais ainda, Gambit foi cercado por todos, que enalteceram o Mahad propondo uma revolta, mas Gambit ainda não estava interessado em uma revolta ou guerra, sua atenção estava volta a frase que Moorie deixou escapar. De certa forma Gambit ficou angustiado ao saber que sua linhagem não existe mais, trazendo um novo porque para o Guerreiro, que estava recheado de perguntas sem resposta. E tentando achar uma resposta foi ao cais de baia, observando o mar que naquela noite estava calmo, o fazendo vagar com seus pensamentos na direção das respostas que ele tanto queria.
Enquanto pensava, Yamus se aproximou e pensou em dar fim ao Mahad, mas repensou na tentadora oportunidade, sabendo de que aos poucos, Gambit estava recuperando seus poderes, mas infelizmente a memória, o fato foi o rosto de Moorie não sair de sua cabeça.
[Yamus] – Sua situação aqui vai se complicar, está certo disso, não? – Colocando sua mão direita no ombro esquerdo de Gambit.
[Gambit] – Tenho problemas maiores que esse... – Retirando a mão do Necromante.
[Yamus] – Sua vida agora é aqui, se concentre no presente, há uma razão que te empeça de se lembrar. – Retirando-se do cais, deixando o Mahad novamente sozinho com seus pensamentos.
Passando algumas horas a madrugada já estava chegando, o festival já encontrava seu fim, Gambit decidiu ir para casa, indo de encontro a muitos outros que retornavam da festa. Entre muitos elogios, e encorajamento, ele acaba esbarrando na filha de July, Ursula. Uma linda jovem alta, cabelos ruivos, pele levemente morena, que combinavam com seu par de olhos verdes, finalizado com um corpo que era notável, mesmo com os trajes, que tentavam esconder as curvas da jovem.
[Gambit] – Me desculpe, não a vi passar... – Segurando a linda mulher, que tinha se desequilibrado, no encontrão com o Mahad.
[Ursula] – Tudo bem, fez muito por nós hoje, você pode ser nossa voz, sabia? - Aceitando a ajuda de Gambit, mas o indagando, com uma pergunta que ele cansou de responder, mas dessa vez o olhar de Ursula atingiu em cheio o Mahad, que não soube o que responder.
[Gambit] – Maneira estranha de se conhecer, não é? – Se aproximando da jovem, que ainda estava em seus braços.
[Ursula] – Realmente, mas isso não responde minha pergunta, qualquer dia passe na minha casa, quero saber o que você me diz... – Saindo dos Braços do Mahad.
[Gambit] – Só esqueceu de dizer aonde... – Segurando Ursula, que deu um leve suspiro, mas resistiu.
[Ursula] – Sou filha da July, não me viu naquele dia? – Provocando Gambit, mas logo se lembrou, do horrendo acontecimento que acontecera nesta data, mesmo assim não deixou revelar sua tristeza.
[Gambit] – Agora lembrei, até breve. – Selando com um beijo na bochecha da jovem, uma promessa de voltar e dar uma resposta, que poderia mudar a rota da sua busca, ou o aproximar da verdade, que o Balisco'o ainda não o revelou.