Postado originalmente por
Sero
Não considero que teve nenhuma "treta", fique tranquilo. :y: Obviamente não há motivo algum para se guardar rancor por uma disputa. Aliás, nada no mundo é motivo pra justificar algo como guardar mágoa de alguém.
Bem, acabei perdendo justamente por causa dos votos da galera... e agora que acabou a votação, posso dizer aquilo que guardei para mim durante toda essa semana.
A todos que votaram, deixo meu recado; espero não ser rude, mas meu jeito de escrever é assim. Se porventura alguém não gostar do que direi, peço desculpas sinceras.
Pra começar: escrevi assim de propósito, e não foi a primeira vez. Eu já escrevi várias histórias nesse estilo "cômico exagerado", e cheguei até a postar duas delas aqui mesmo há um tempão, provavelmente antes até de muitos aqui começarem a participar da seção: [THREADTIBIABR="182137"]Trondzdot: A maior saga pela liberdade do universo[/THREADTIBIABR] e [THREADTIBIABR="286803"] A Incrível Saga do Shukah: O Retorno de Cir Dos Shukahs Do Norte[/THREADTIBIABR]. É claro, em nenhuma delas tinha arriscado esse tipo de humor com os diálogos, mas ainda assim, gostava de criar continhos simples nesse estilo. Fora que, em cinco anos, peguei muito mais prática na escrita.
Então imaginem qual foi minha surpresa ao ver que ninguém, nem ao menos UM, entendeu meu texto.
Enquanto escrevia, eu até pensei que talvez alguns não entenderiam, mas resolvi arriscar mesmo assim. Agora... NENHUM? Sinceramente não era o que eu esperaria de pessoas que dizem gostar de leitura.
A intenção do meu texto era, obviamente, cômica. É claro que não era pra ser levado a sério. Pensei que isso tinha ficado óbvio o suficiente, já que logo que introduzi os personagens descrevi como eram preguiçosos e fracotes; um cavaleiro que mal podia caçar lobos, um mago que acabara de aprender o “exura” e um druida fanático por bestiários que parava para catalogar cada coelho caolho que encontrava. Achei que isso seria o suficiente pra deixar claro, desde o começo, que os personagens eram, no mínimo, meio malucos. A partir daí, escrevi um texto brincando com os exageros poéticos que encontramos em certos contos mais antigos, principalmente a exagerada cortesia de alguns personagens medievais.
Mas, surpresa, todo mundo resolveu achar que eu “rebusquei demais o texto por capricho exagerado”! Que fiquei escolhendo palavras para tentar “impressionar”, e que exagerei por puro descuido e por querer deixar muito bonitinho, como se eu tivesse começado escrever esses dias e não soubesse direito o que quero fazer quando escrevo algo.
Talvez contos roleplay não sejam suficientes para apurar a percepção das obras que se lê. Se nem esse primeiro texto que escrevi às pressas (Danboy sabe disso) foi compreendido, o que ia sobrar para os textos que eu quisesse, mais tarde, caprichar pra valer? E o pior; muita opinião foi por questão de “gosto”. Ora, o texto tem que estar bem feito, e não ser doce pra agradar todo mundo. De que adianta caprichar num texto, se gosto é algo relativo e cada um gosta de algo diferente?
Algo que provavelmente deveria ser aprendido por alguns é que quando a pressa de achar defeitos acaba sendo maior do que a capacidade do “crítico” de compreender a obra, acaba ficando chato. Ninguém vai achar inteligente alguém que critica algo que nem entendeu. Bom, talvez há quem ache...
O curioso mesmo é que, mesmo que eu tivesse querido caprichar só pra “impressionar”, isso agora virou algo ruim! Talvez por aqui seja pecado escrever bem, já que são engrandecidos os textos que obviamente não receberam lá muito empenho (quero deixar claro que não estou, de modo algum, me referindo ao texto do meu adversário, já que sequer o li). Esse negócio de “a história é o mais importante” é verdade — e eu até cheguei a votar baseado nisso no Torneio passado, em uma única disputa —, mas dá impressão que muitas vezes isso é usado como desculpa. Alguém não deveria chamar algo de “entediante” só por que foi obrigado a checar o dicionário durante a leitura...
Felizmente, antes de postar aqui, mostrei o texto para algumas pessoas, que entenderam minha intenção sem problemas, e foi muito legal vê-las rindo daquela comédia exagerada. Até eu ri com a coisa que eu mesmo escrevi enquanto as ouvia lendo. Então posso ter certeza absoluta que o problema foi a compreensão dos leitores. E, desculpem-me a sinceridade, em alguns momentos deu até impressão que havia um certo "consenso inconsciente" para tirar possíveis fortes adversários. Afinal, agora está valendo prêmio...
Perder não é problema algum quando você realmente comete erros e merece a derrota. Perder por ser mal compreendido é simplesmente... bobo.
No mais, faço minhas as palavras do mestre Tolkien, mas em vez de livro, aplico ao texto: “Algumas pessoas que leram o livro, ou que de qualquer forma fizeram uma crítica dele, acharam-no enfadonho, absurdo ou desprezível; e eu não tenho razões para reclamar, uma vez que tenho opiniões similares a respeito do trabalho dessas pessoas, ou dos tipos de obras que elas evidentemente preferem.” (A Sociedade do Anel, Prefácio, página XII)
Mas fazer o quê, né. É o risco que se corre quando se tenta algo muito diferente. Ou você tem um grande sucesso, ou fracassa grandemente. Mas é muito melhor isso do que ficar na mesma.