Capítulo 1 - Nova Aventura
Citação:
Postado originalmente por
Lord Dimmy
Muito interessante o começo, mas da uma revisada no paragrafo do homem misterioso, porque eu encontrei isso:
[Homem] Acho que posso lhes ajudar. - Disse confiante de que os dois vão aceitar."
Como se refere aos dois irmãos, o correto seria iriam aceitar.
É só lembrar da conjugação do verbo ir no futuro do pretérito se eu não me engano, no plural eles/elas.
Sim, já editei, obrigado por avisar :D
Obrigado pelo elogio :)
E bem, agora, 21/03/2016, trago-lhes reescrito o primeiro capítulo de minha história, utilizando minha escrita atual. Pra mim, saiu satisfatório, espero que para vocês também.
Estarei reescrevendo os próximos, espero poder concluir meu objetivo. :)
Capítulo 1 – Nova Aventura
O céu nublado de Thais refletia bem no humor de seus habitantes. Pessoas andavam de lá pra cá sem esboçar alguma coisa. Ninguém elogiava o dia ou dizia coisas bonitas, logo, não passava de um dia monótono. Um daqueles dias que chega e vai embora sem ninguém se lembrar dele. Exceto para algumas pessoas.
O Bar do Frodo, grande, com um andar acima e dez mesas embaixo, com três ocupadas, mostrava a pouca positividade do dia. Todos cabisbaixos, com suas bebidas na mão e olhares profundamente entediantes, pensando porque viviam e porque faziam o que tinham que fazer. Inclusive aqueles sentados no balcão, tão cabisbaixos quanto. O trio era bastante conhecido, mas já não possuíam o mesmo respeito que um dia tiveram.
[George] — Desce mais uma ai, Fodo!
[Frodo] — Maldição, é FRODO! — Berrou de dentro da cozinha, enquanto assava um presunto e fritava algumas coxas de galinha — Deuses, por favor, me deem paciência para lidar com esses bêbados, pois se me derem força eu mato todos! — Sussurrou ferozmente, por fim.
Quando a nova garrafa de cerveja veio para as mãos de George, seu irmão, Jack, ao seu lado, viu a necessidade de falar algo.
[Jack] — Já é a sexta, George. Não vou te carregar até a casa de novo.
[George] — Foda-se, problema meu. Bebo quanto quiser, afinal, eu to pagando!
Jack afundou seu rosto em uma de suas mãos, decepcionado, e passou ela pelos seus cabelos lisos e negros. Ao lado dele estava Watson, sem seu casaco cor de vinho naquele dia, mas com uma camisa de manga longa, preta, acima da branca.
[Watson] — George. Eu esperava voltar para Thais e ver você largando a bebida, mas vejo que nada mudou.
[George] — E nem vai mudar! — Disse, bebendo do liquido de cor marrom-claro.
Passaram-se dez minutos com o mesmo ritmo. Conversa vai, conversa vem, o clima do bar não mudava. Eis que um homem estranho aparece no bar, com uma grande capa bege cobrindo todo o seu corpo, junto de um longo capuz, cobrindo sua cabeça. Ele andou devagar até uma mesa próxima do balcão, sem fazer mais nada. Enquanto isso, George olhava para uma mancha na parede logo a frente, pensando.
[George] — Jack, lembrei de algo agora. Mas não sei se é bom falar aqui.
Jack olhou os arredores e notou algumas pessoas falando justamente sobre eles. Fez uma cara feia e voltou a olhar o balcão.
[Jack] — Não ligue para eles. Estão conversando uma merda ou outra inútil, não estão prestando atenção em nós.
[George] — Tá certo. Bem... — Disse, coçando a cabeça, tentando se lembrar — É um sonho maluco que eu tive. Estava em um mundo estranho, parecia uma cópia do nosso. Passaram vários flashes na minha cabeça de outros cantos desse mundo, e eu só olhava.
[Jack] — Certeza que não foi um dos seus pesadelos de bêbado?
[George] — EI! Eu não sou um completo bebum. Ainda tenho minha dignidade.
[Jack] — Bom, depois de ter vomitado naquela criança e dançado pelos postes da cidade na chuva, duvido que ela ainda exista.
[George] — Epa, epa, calma ai! Só podem estar inventando essas coisas, pois eu nunca me lembro de ter feito!
[Jack] — Ué, e do que você se lembra depois de beber, afinal?
George fez uma cara feia, mas percebeu que era verdade. Então resolveu dar mais um trago em sua bebida.
[George] — Ah, sei lá... — Disse, colocando a garrafa de volta no balcão e a afastando levemente — Eu queria poder sair dessa vidinha de merda que eu levo, sabe? Voltar a explorar o mundo, fazer coisas interessantes, matar umas criaturas poderosas, ajudar uns governadores, resolver uns quebra-cabeças, me aventurar por locais novos, ganhar nova fama, comer umas putas.
[Jack] — É, eu queria voltar a fazer isso também, tirando os dois últimos.
[George] — Você é santo, por acaso? Deve fazer anos que você não abre umas pernas.
[Jack] — Devo ser, pois não tenho vontade. — Disse, pegando seu copo e enchendo com um pouco da bebida restante na garrafa de George e tomando devagar.
Nesse momento, o homem na mesa logo atrás se levantou e se aproximou do trio.
[???] — Acho que posso lhes ajudar.
Eles viraram para trás e viram o homem encapuzado. Watson se absteve de perguntar, mas George e Jack estavam bem curiosos.
[George] — Com o que, exatamente?
[???] — Bem, permita que eu me apresente.
[George] — Vai em frente, não tem ninguém lhe pagando um boquete.
[Jack] — George! — Disse, dando um tapa no ombro do irmão, que solta uma risada zombeteira. Entretanto, o homem permaneceu sério.
[George] — Hahah... hehe... Vai, fala ai. Quem é você?
[???] — Meu nome é Philip Masgror. Venho de Yalahar, imagino que conheçam o local.
[Jack] — A cidade gigante e dourada daqueles seguidores de Variphor?
[Philip] — Essa mesma. Sou da elite do exército, e atualmente estou em modo de retirada devido a um infeliz ocorrido.
[Jack] — E qual seria?
[Philip] — É uma longa história, mas terão que ouvi-la para entender. Posso me sentar com vocês?
Jack já ia restringindo George e uma provável piadinha, e o mesmo o fitou com um sorriso maldoso. Jack e Watson foram mais para a direita, dando espaço para o guerreiro, que veio com um banquinho e se juntou ao trio.
[Philip] — Enfim, já ouviram falar do projeto de Ferumbras do portal vermelho, de 250 anos atrás?
[Jack] — Acho que sim. Seria o que iniciou toda aquela ganância que o levou a ser conhecido como é hoje?
[Philip] — Exatamente. Ele criou um portal chamado de Orbe da Natureza, que era tão poderoso que poderia levar a qualquer lugar de um mundo próximo, desde que o local tivesse energia semelhante a do portal. Quando testaram, conseguiram levar dezenas de pessoas para um mundo desconhecido, e mantemos conexão com este mundo. Muitas pessoas foram e voltaram, mas muitas jamais voltaram. Soube-se que estabeleceram pequenos assentamentos em alguns locais e formaram clãs dentro e fora de cidades, onde passaram a se relacionar com os povos dessas cidades. É dito que o mundo era muito semelhante ao nosso, mas com dezenas de diferenças, tanto em cultura quanto nas magias. Mas até mesmo as classes dos aventureiros dos quais chamavam de Sensatos eram parecidas com as nossas.
[Jack] — É, eu conheço essa parte. Mas o que tem a ver com nos ajudar?
[Philip] — Chegarei lá. Os cientistas de Yalahar, há alguns anos, redescobriram o projeto, criado em Edron, roubaram as informações que eram super secretas, tudo sobre as famílias que foram para lá, membros importantes e principalmente como fazer o portal. Decidiram, então, fazer um novo e se igualar a genialidade de Ferumbras. Foi um grande erro.
[Watson] — E o que aconteceu? — Indagou, curioso.
[Philip] — Eles recriaram o portal, mas algo deu errado e mandaram toda a população de Yalahar evacuar a ilha. Alguns membros da elite foram mandados embora também para escoltar o povo, enquanto a maioria ficou para trás, talvez para conter o problema que eles causaram. A verdade é que eu estou há quase um mês sem informações sobre o que aconteceu lá e ninguém fala nada também. Pararam de vir e ir navios para Yalahar, e realmente não sabemos porque isso tá acontecendo. Por isso eu peço a ajuda de vocês, o poderoso trio de Thais. Pago qualquer coisa.
George ficou pensativo, assim como os outros dois. Tentavam filtrar tudo que ouviram e o que poderia acontecer lá. Watson não gostou da ideia, e Jack já parecia falar algo. Mas eles se mantiveram calados quando o guerreiro lendário pegou sua garrafa e a segurou forte.
[George] — Cara... — Murmurou, mas saiu alto o bastante para ser julgado como uma fala irritada. Jack já se preparava para jogar Philip pra fora da cadeira e evitar o que achava que estava pra acontecer. Mas ao invés de acontecer algo de fato, George levou a garrafa a sua boca e virou todo o liquido dentro de uma vez só. Quando terminou, estufou o peito e bufou forte, em seguida abrindo um largo sorriso no rosto — Não creio que você está nos oferecendo dinheiro para sair desse buraco que é Thais! Você tem que ser muito troxa mesmo.
[Philip] — Bem... Eu acreditava que você tinha compromissos e coisa e tal. Não quero incomodar, de verdade. Mas eu realmente preciso da ajuda de vocês.
[George] — Meu amigo — Disse, colocando a mão esquerda sob o ombro do guerreiro — Não precisa nem implorar. Qualquer coisa por uma nova aventura, por menor que seja. E isso parece a cara de um bom desafio! Quando iremos?
[Philip] — Tenho dois amigos que possuem um pequeno navio, ele nos levará até Yalahar. Podemos ir quando quiser.
[George] — Pois iremos hoje! Quanto antes, melhor? E ai, podemos? — Questionou o irmão e o amigo, animado. Watson deu de ombros, e Jack ainda estava meio pensativo.
[Jack] — Bom... É alguma coisa. Faz tempo que não visito aquela cidade.
[George] — Excelente! Então está decidido! — Levantou-se, ainda com a garrafa vazia na mão —MUNDO! LEMBRE-SE DESSE DIA! O DIA EM QUE GEORGE VOLTOU A ATIVA! YEAH! — Gritou, muito animado. Em seu momento de euforia, ele joga a garrafa na mão até a parede logo acima da entrada da cozinha, acertando um quadro de Frodo de “Melhor Taverneiro do Tibia”, muito importante para ele. O mesmo veio correndo da cozinha até o balcão e viu o ocorrido, muito irritado.
[Frodo] — Você! Você vai pagar por isso! — Vociferou, sedento de raiva.
George viu a situação e saiu correndo do bar. Durante sua fuga ele esbarrou em uma mesa e tropeçou, jogando uma cadeira no chão e desorganizando a mesa e a cadeira do outro lado. Continuou correndo até o lado de fora, onde tropeçou e caiu na rua, mas rapidamente se levantou.
[George] — Vamos, vadias! Yalahar nos aguarda! — Gritou, acenando para os três dentro do bar, enquanto saia correndo.
[Jack] — Me desculpe! GEORGE! — Disse, também saindo do bar em disparada. Foi seguido por Watson, também preocupado. Philip, Frodo e todas as nove pessoas no bar apenas ficaram observando a cômica cena, rindo e abrindo sorrisos.
[Frodo] — Bêbado desgraçado... Bom, pelo menos ele paga as cervejas. — Murmurou, pegando o quadro quebrado do chão. Philip soltou uma risadinha, mas sentia pena do taverneiro.
[Philip] — Relaxa. Põe na minha conta, eu dou conta de tudo.
[Frodo] — Ah, é você, Philip... Pode deixar. Boa sorte dando uma utilidade praquele bebum imbecil.
[Philip] — Não se preocupe. Sinto que ele será de grande utilidade nessa jornada. — Disse, saindo a passos um pouco lentos, mas tranquilos até a saída do bar. Saindo de lá, fitou o céu com um sorriso no rosto. Mal acreditava que tinha deixado uma lenda como George tão eufórico com uma coisa que não parecia tão grande assim. Pelo menos em sua visão, pois ele mal sabia o que lhes aguardava na cidade dourada.
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