Bem, estou aqui hoje pra falar de um filme relativamente velho, mas que vi recentemente e me chamou muita atenção.
Clube da Luta (Fight Club – Alemanha/EUA – 1999)
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O filme peca um pouco pelo título, que faz o espectador esperar um filme a la Van Damme, o que, graças a Deus, não é o caso. Mas, antes de mais nada, vamosas informações sobre o filme:
Ficha Técnica
Título Original: Fight Club
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1999
Estúdio: Fox 2000 Pictures / Regency Enterprises
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: David Fincher
Roteiro: Jim Uhls, baseado em livro de Chuck Palahniuk
Produção: Ross Bell, Cean Chaffin e Art Linson
Música: The Dust Brothers
Direção de Fotografia: Jeff Cronenweth
Desenho de Produção: Alex McDowell
Direção de Arte: Chris Gorak
Figurino: Michael Kaplan
Edição: Jim Haygood
Efeitos Especiais: Digital Domain
Elenco
Edward Norton (Narrador / Jack)
Brad Pitt (Tyler Durden)
Helena Borham Carter (Marla Singer)
Meat Loaf (Robert Paulson)
Jared Leto (Angel Face)
Zach Grenier (Chefe)
Richmond Arquette (Médico)
Sinópse
Sinopse
Jack (Edward Norton) é um executivo yuppie que trabalha como investigador de seguros de uma grande montadora de automóveis. Ele vive muito confortavelmente, mas está em doideira progressiva e, para driblar suas crises de insônia, extravasa sua ansiedade em sessões de terapia grupal, ao lado de gente com câncer, tuberculose e outras doenças, pois é só no meio de moribundos que Jack se sente vivo e assim consegue dormir. Sua alegria só é interrompida pela chegada de Marla Singer (Helena Bonham Carter), uma viciada em heroína com idéia fixa de suicídio. Repentinamente entra na sua vida Tyler Durden (Brad Pitt), um cara ainda mais maluco que Jack. Eles se conhecem em um vôo e mal se falam, mas quando o apartamento de Jack explode misteriosamente ele vai morar com Tyler, que vive em uma mansão caindo aos pedaços. Tyler lhe oferece uma perigosa alternativa: por à prova seu instinto animalesco em combates corporais. Assim nasce o clube do título, que ganha diversos adeptos que aliviam suas tensões arrebentando cada um a cara do outro. O clube tem algumas regras rígidas: 1) Você não fala sobre Clube da Luta, 2) Você não fala sobre Clube da Luta, 3) Quando alguém disser "pare" ou perder os sentidos a luta acaba, 4) Só dois caras em cada luta, 5) Uma luta de cada vez, 6) Sem camisa, sem sapatos, 7) As lutas duram o tempo, que for necessário, 8) Se essa é a sua primeira noite no Clube da Luta, você tem, que lutar. Com o tempo, Tyler demonstra, que seus planos vão além da criação do clube, uma mania, que ganha adeptos no país inteiro e assim Tyler sonha em concretizar o seu "Projeto Caos".
Mas é claro que o filme é muito mais complexo do que a sipnose diz. Só vendo pra saber :P
Comentário pessoal:
Depois de rever esse filme, passei a gostar ainda mais dele. Aí está a minha análise. "Clube da Luta" é sim um filme perigoso. Mas somente para pessoas que não estão dispostas a pensar, a sair da superficialidade e explorar a avalanche de idéias que o filme proprociona.
Se analisarmos este filme de maneira superficial, veremos que violência e terrorismo são maneiras corretas de se mudar algo, como a sociedade atual. Mas, se formos mais a fundo (e é isso que o filme propõe), veremos que toda a violência mostrada em "Clube da Luta" é resultado da demência de um único homem (assistam que vocês vão entender o que eu acabei de escrever) e que é perfeitamente justificável.
Jack (Edward Norton - brilhante!) não agüenta mais sua vidinha fútil, sem significado ou grandes emoções. Tyler (Brad Pitt, insano), um maluco anti-capitalista que gosta de resolver tudo na base da porrada, fica amigo dele. Juntos, fundam o tal Clube da Luta, um local onde homens brigam entre si para extravasar toda a fúria que suas vidas rotineiras lhes causam. Mas a coisa começa a sair fora do controle e o que era pra ser apenas uma seção de "psicanálise dolorida" passa a se transformar numa organização terrorista, que insiste em acabar (no sentido mais geral dessa palavra) com tudo o que é relacionado ao capitalismo e ao consumismo. E é aí que "Clube da Luta" se mostra um filme até pacifista (sim, pacifista) pois propõe que mudanças definitivamente não são feitas com violência. TODAS as lutas que aparecem no filme têm sentido metafórico. Não estão ali pra comporem somente cenas extremamente violentas. Essas lutas existem para demonstrar o desespero em que uma pessoa pode se encontrar quando descobre que sua vida é um grande NADA, e que o sonho de ser rico, famoso e bonito não passa de um sonho mesmo. Por isso é injusto chamar esse filme de "fascista". O que o filme mostra é a necessidade de viver, de sentir algo (como dor), de perceber que a vida não é somente carros e apartamento "da hora".
As mensagens anti-consumismo são mais do que claras ("Você NÃO é o seu carro...") e também são outro ponto forte do filme. Mas a genialidade de "Clube da Luta" está na sua ousadia. Ousadia de ter um roteiro tão imprevisível (com um final idem), ousadia de mexer ainda mais na ferida da sociedade moderna, ousadia de ir fundo na mente humana e utilizar elementos nunca antes vistos, ousadia de ser violento (apesar de justificável) e correr o risco de ser chamado de fascista... isso é "Clube da Luta".
Sem dúvida, um filme mais do que brilhante. Um dos melhores da década. É claro que quem não viu o filme não vai entender nada do que eu disse, portanto vá a uma locadora mais próxima e veja :riso:
Algumas imagens:
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