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Lei a primeira parte:
AVIN - Relatório #1
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Ao Presidente da Agancy of Venorean Interest Negotiators.
Prezado Uncle,
Este relatório vem diretamente das cavernas de Ghostland. Imagino a vossa expressão de surpresa ao ler isto, tendo em vista que meu último relatório chegou à vossas mãos há pouco menos de uma semana e nele eu narrava quão difícil seria chegar à ilha.
Minha passagem pelo litoral está, de fato, impedida por Costello. Porém o velho monge não tem domínio sobre o subterrâneo, e aqui reside minha única chance de voltar às terras “dos reis”.
Se bem me lembro, já lhe informei que havia rumores a respeito de uma passagem subterrânea que ligava a parte sul de Ghostland até as tumbas do White Raven Monastery.
Bem. Assim que lhe enviei o primeiro relatório, reuni alguns agentes da minha guilda para me ajudar na expedição. Muitos se dispuseram, principalmente aqueles que estavam interessados nos supostos tesouros que se encontravam enterrados nas ruínas místicas localizadas no subterrâneo de Ghostland. Muito se dizia sobre pertences de grande valor guardados por monstros antigos denominados Banshees, e defendidos por Dragões tão poderosos que sua coloração chegava a ser rubra em razão do calor intenso.
Já tive a oportunidade de enfrentar seres poderosos como os descritos pelos citadinos, e por isso eu estava confiante. Após coordenar e planejar com cautela a investida às partes desconhecidas da Ghostland, nós rumamos em direção ao local, embora as informações das quais dispuséssemos fossem claramente insuficientes.
Decidimos atacar durante o dia. Isto não quer dizer que não teríamos conseguido atravessar o campo da Ghostland à noite, porém gastaríamos mais tempo e mais provisões. Já que a missão demandaria tempo e exploração, o gasto desajuizado de nossos itens poderia significar a nossa morte quando estivéssemos nos interiores das cavernas.
Sem dificuldades conseguimos adentrar o primeiro piso da caverna, que, por acaso, não ofereceu dificuldades, já que os únicos ataques que sofremos foram de Skeletons e seres deformados sem qualquer defesa. Porém num lugar como aquele não existe momento seguro para baixar a guarda.
As informações que tínhamos do local eram parcas, estávamos seguindo apenas orientações dadas por aventureiras conhecidas de Carlin. Decidi que seguir somente os rumores poderia não ser uma escolha muito sábia, então convoquei à formação os agentes que estavam comigo, e vi se formar uma fila de 4 cavaleiros dispostos a entrar em combate. Dividi a formação em dois grupos, um que seguiria o caminho do leste e outro que enviei para o caminho do sul. Eu segui a leste com mais um guerreiro. Ao final do caminho havia uma escada com dois níveis que rapidamente descemos, ao chegarmos ao fundo começamos a seguir o caminho único em direção ao norte.
Tudo estava muito quieto, podia-se ouvir o bater de asas dos morcegos nos níveis superiores. No momento em que ergui minha tocha eu pude ver alguns vãos formados nos cantos das paredes de terra. Eram todos parecidos e sua espessura era suficiente para passar um homem sem armadura. O meu companheiro, tão perplexo quanto eu, já se movia em direção de um destes buracos, mas antes que ele chegasse até lá, em um movimento rápido eu pude perceber... incontáveis escorpiões... gigantescos... se precipitavam contra nós.
Sem tempo para pensar, puxei-o em direção às escadas que estavam à nossa frente. Aproveitei a luz que emanava de sua tocha para largar a minha e com o braço livre empunhar a espada.
Ele correu em frente, e eu fiquei alguns passos atrás. O suficiente para ser atacado por uma legião daqueles monstros. Eu desviei de vários ataques, e desferi outros muitos, até que atingi a escada e consegui subir ao nível superior. Mas não tive tempo de dar nenhum passo, eis que caí de joelhos diante de uma dor excruciante que consumia minha vida. Minha visão já bastante turva mostrava meu companheiro exterminando o que parecia ser um Skeleton à minha frente, mas nunca cheguei a saber o quanto do que vi era verdade e quanto era alucinação.
Eu havia sido envenenado por aquelas criaturas e se não fosse por uma magia poderosa que aprendi com a guerreira Thrisha na cidade de Carlin, eu teria encontrado meu fim. Quase sem fala, pronunciei as palavras “exana pox”, e senti o alívio imediato. O veneno havia se dissipado e fui capaz de me levantar mais uma vez.
Lá de cima pude observar os escorpiões se retirando. Estavam claramente fugindo do fogo da tocha que deixei ao chão. Aquilo me deu uma boa ideia de como eu faria meu caminho de volta. Porém, naquele momento, eu não poderia retornar, mas sim prosseguir, e antes de seguirmos nosso caminho fiz uma breve análise do local. Eu havia adentrado uma construção antiga e a única passagem era uma descida numa abertura quase no centro da sala.
Jogamos uma tocha e nada aconteceu, porém quando entramos no local um Skeleton se moveu em nossa direção. Mas este era diferente dos demais. Este apresentava uma cor vermelha, e da cavidade de seus olhos só se podia ver morte. Este monstro eu conhecia.
- DEMON SKELET...
Antes que eu pudesse terminar, o monstro veio com extrema ferocidade em minha direção e me arremessou a uma distância de alguns metros. Aquele ser era poderoso, porém eu sabia como lidar com ele. Quando vi que ele se movia em direção ao meu companheiro eu o desafiei e no mesmo instante posicionei meu Mastermind Shield à minha frente. Enquanto eu suportava os pesados ataques do monstro o guerreiro de minha guilda rapidamente direcionou ataques de gelo contra a criatura.
Era certo que a criatura detinha uma defesa sobrenatural, mas não possuía proteção aos ataques mágicos desferidos, vindo a sucumbir em pouco tempo.
Sem perder muito tempo nos recuperando do ataque, já estávamos nos preparando para adentrar ainda mais na caverna. Não poderíamos retornar agora. Sabíamos que iríamos enfrentar criaturas muito mais fortes e aceitamos este desafio. Um homem nunca descumpre sua palavra. Chegar às terras de Costello era meu objetivo, e não importava quais fossem as criaturas que encontrássemos, eu não iria retroceder.
No momento em que coloquei os pés no primeiro degrau da escada para o próximo nível, escutei um grito. Era a voz de um dos meus companheiros que haviam seguido para o caminho do sul, ele chamava por mim e pelo guerreiro que estava comigo. Neste momento nós retornamos até o topo da escada que levava ao campo dos escorpiões e do outro lado podíamos ver o dono daquela voz.
Ele nos informou que os demais guerreiros haviam encontrado uma barreira mística no caminho do sul. E conforme as indicações que tínhamos até o momento, aquela parecia ser, em verdade, a entrada para o caminho dos tesouros e, claro, para o monastério também.
Nós tínhamos que retornar até o outro caminho, mas para isso seria necessário passar novamente pelo campo dos escorpiões. Olhei para o local iluminado pela tocha no chão e nada ali se movida, nenhum ruído era emitido, porém nós já sabíamos que não estaríamos seguros a partir do momento em que saíssemos da escadaria.
Mas isso não significava que não tivéssemos um plano para atravessar.
Quando olhei para o guerreiro ao meu lado, ele já havia percebido o que deveria fazer. Retirou da mochila algumas pedras... eu conhecia os escritos talhados nas pequenas rochas vermelhas... eram runas de Great Fireball. Sabíamos que o fogo afugentava as criaturas, então em um plano elaborado com Great Fireballs e mais algumas tochas que joguei pelo terreno fomos capazes de fazer nosso caminho de volta sem maiores problemas.
David no guiou até o local onde os demais haviam feito uma barricada para evitar os ataques constantes. Há alguns metros se irrompiam do solo ao teto duas barreiras que somente eram visíveis por emitirem determinada quantidade de luz azul.
Ali nos instalamos, uma vez que com a iluminação não precisaríamos de tochas ou magia. Estudamos o local e as barreiras. Os monstros não demonstravam interessem em guardar o caminho, o que indicava que a barreira fora criada por forças externas àquelas que impulsionavam os mortos. Aquela era, sem dúvidas, uma magia mais recente. As pegadas que se podiam ver do outro lado demonstravam que a passagem fora aberta a não mais do que algumas semanas. Haviam também frascos vazios de poção.
Isso apontava para algumas possibilidades. A magia poderia ser temporária, falhar por alguns momentos. Isso fazia muito sentido, tendo em vista que magias com conceitos muito parecidos denominadas “Mystic Walls” se esvaneciam após alguns segundos.
Após uma hora de espera concluímos que aquelas barreiras eram alimentadas por uma força contínua e não presente, o que contrariava tudo aquilo que sabíamos. O tempo de permanência da magia indicava que ela não era sustentada por um ser, mas devia ser mantida por uma espécie de mecanismo. Eu já me deparei com uma coisa parecida quando visitei a tão conceituada academia de Edron, fui apresentado a uma estranha máquina que, baseada em conceitos mágicos, era capaz de aprisionar Ghosts, Nightstalkers e Souleaters.
Manter o funcionamento de magias por meio de materiais físicos se resume a um nível mágico complexo e avançado demais para estar presente em uma caverna nos subsolos de uma local dominado por mortos-vivos.
Porém nada disso constitui o real problema... há um outro enigma que mantém minha mente ocupada por ora:
Por que duas barreiras?
Uma só era suficiente para manter do lado de fora qualquer coisa viva ou morta. Ademais, qualquer coisa que tivesse conhecimento suficiente para romper uma das barreiras não teria problemas em passar pela segunda. Eu somente consigo imaginar a segunda barreira como um esforço inútil e um gasto dobrado à fonte de mana que sustenta aquela complexa magia.
De qualquer forma, este é o ponto em que nos desligamos do mundo no lado de fora, uma vez que atravessemos as barreiras tudo que teremos serão os Deuses... e os demônios.
É com estima que aponho estas últimas palavras. Espero poder escrever-lhe boas notícias em breve.
Alucard du Mal
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- Elite Vineskan, pegue este documento e me diga o que está escrito nele.
- Não tem nada escrito aqui, Senhor.
- Ótimo. Vá até a superfície e procure por um caçador da cidade. Peça para que envie este documento à Venore pelo Post Office. O nome do destinatário é Uncle Sam. Não sei se conseguiremos passar pelas barreiras, mas se conseguirmos, estou certo que não voltaremos tão fácil. Este é nosso último contato com o mundo até que cumpramos nossa missão.
- Sim, Senhor.
Um ótimo truque para esconder as evidências e preservar o segredo de nossa organização... para quem desconhece... não tem nada escrito no documento.
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