PRÓLOGO
Passava da meia noite, sentado no convés Nematarka observava o mar a sua frente. Retirou do bolso a carta que havia recebido três dias antes no deserto.
“Nema, seu tio esta com saudades. Precisamos nos encontrar. VMRQP”
VMRQP, Venore o mais rápido que puder. Ele sabia que aquela sigla só era usada em situações extremas. Uncle estava com sérios problemas, principalmente por retirá-lo de sua missão infiltrado na tribo dos nômades. Já fazia cinco anos que estava no deserto de Ankrahmun com praticamente todas as comunicações cortadas, apenas mandando os relatórios a cada seis meses para Venore. A sua surpresa ao encontrar a carta na arvore oca do deserto foi grande, o bastante para quase comprometer seu disfarce. Naqueles cinco anos Nematarka havia conseguido galgar uma das posições de maior destaque na comunidade dos filhos do deserto. Muhad ficou desconfiado quando ele pediu para visitar seu tio na cidade de Venore.
- Tomara que Muhad não tente descobrir o real motivo desta viagem – murmurou para si mesmo.
A viagem era cansativa, mas ele não conseguia dormir. Nas duas noites que estava naquele barco só conseguia olhar as estrelas e imaginar o que lhe esperava quando chegasse a Venore. Não deveria ser mais um caso de mercadores vendendo objetos roubados, para isso havia os recrutados de menor classe na agencia de serviço secreto de Venore. Agora ele só podia esperar...
CAPITULO 1 – O nascimento
Frodo estava contando o dinheiro que tinha lucrado durante mais aquele dia de trabalho. Restavam apenas mais dois clientes, um novato viajante que havia aportado na cidade vindo da ilha de Rookgaard e sua velha conhecida Aruda. O jovem rapaz estava encantado com a beleza da mulher e nem pareceu reparar na quantidade de dinheiro que já tinha gastado pagando drinques para a mulher. Frodo sorria, mesmo sabendo que no outro dia o novo cavaleiro acordaria sem seu dinheiro, com sorte com a roupa do corpo. “Pelo menos o aluguel do quarto eu cobrei adiantado” pensou o taverneiro.
Quando o ultimo copo se esvaziou Aruda levantou e pegando o rapaz pela mão foi se dirigindo ao quarto acima da taverna. Ao passar por Frodo desejou-lhe boa noite dando uma piscadela para ele. Frodo saiu de traz do balcão e recolheu os copos vazios da mesa. Trancando as janelas sentiu um vento frio vindo do norte, aquilo o arrepiou, seu pai sempre lhe dizia que ventos como aquele significavam que a morte estava por perto.
Se dirigindo a porta o dono da taverna deu um suspiro. “Apenas mais uma noite Frodo, apenas mais uma noite” repetiu para si mesmo. Estava terminando de encostar a porta quando uma mão a segurou pelo lado de fora. O Susto que levara fora tanto que deu um pulo para trás e pegou a primeira coisa que viu para tentar se defender, pena que era apenas uma vassoura.
- Senhor – a voz era de um homem – não quero causar problemas, posso entrar, estou com minha mulher grávida e precisamos de um lugar para passar a noite.
- Sinto muito senhor, mas estamos fechados – respondeu Frodo.
- Posso lhe pagar muito bem...
Frodo não era um homem de perder dinheiro e considerando que ainda tinha quartos vagos respondeu:
- Tudo bem, mas o pagamento tem de ser adiantado.
A porta foi se abrindo e Frodo viu adentrar à sua taverna um homem robusto, trajando um capuz cor de ocre e logo atrás uma mulher, que como o cavalheiro havia dito estava grávida, trajando uma túnica azul clara. O homem retirou de dentro da mochila uma pequena peça brilhante e disse:
- Não trago dinheiro comigo, mas tenho este colar de ouro, creio que valha alguma coisa.
Frodo examinou o colar sem tocá-lo. O estranho esticou a mão lhe entregando o colar e falou:
- É somente por esta noite senhor.
- É claro, o quarto fica subindo as escadas, é o ultimo do corredor. Amanha levarei esta jóia para Hanna avaliar. Mas reconheço uma jóia de longe, posso dizer que isso vale mais que um dia de hospedagem.
- Não se preocupe senhor, só precisarei desta noite. Considere um presente o valor que sobrar...
E se retirou subindo para o quarto. Frodo sentiu novamente aquele arrepio, porém cego pelo dinheiro nem pensou no por que.
Na manhã seguinte Frodo preparava o café, a taverna estava aberta, mas nenhum cliente havia aparecido. Através da janela observava a cidade, estava muito parada, não existia uma alma viva caminhando. Apesar de achar muito estranho visto que Thais é uma cidade muito movimentada continuou seus afazeres no bar. Estava terminando de varrer o bar quando o cavaleiro que havia passado a noite com Aruda desceu correndo as escadas, somente usando ceroulas e com um olhar extremamente assustado ele estagnou em frente ao dono do estabelecimento.
- Rapaz, se acalme – falou calmamente Frodo – Ela provavelmente levou tudo o que você tinha, mas tente conversar com um dos guardas, eles lhe darão roupas novas e poderá trabalhar para eles para conseguir um pouco de dinheiro.
- Não é isso senhor Frodo - a angustia na voz do rapaz tomou Frodo de sobressalto – Tem sangue, muito sangue saindo da porta do ultimo quarto...
- O que? Mas como? Você disse sangue?
- Sim, esta saindo por debaixo da porta. Que Fardos nos proteja.
Frodo saiu correndo escadas acima e ficou estupefato como que viu. O chão em frente à porta do ultimo quarto estava banhado em sangue. Sem saber direito o que fazer desceu e gritou com o rapaz que ainda estava parado no meio do salão.
- Rápido, chame os guardas. RÁPIDO!
O rapaz saiu pela porta de traz e dentro de alguns minutos estava Hartak e dois outros guardas dentro da taverna.
- Fechem portas e janelas – ordenou Hartak – Frodo me leve ao quarto, e se isso for uma brincadeira terei o prazer de pedir ao Rei que lhe condene á prisão perpetua...
Frodo engoliu em seco, sabia que Hartak nunca gostou dele, mas não era brincadeira, ele tinha visto só a porta e não teve coragem de entrar.
- Hartak, pegue aqui a chave, não quero subir lá. Não consigo lidar muito bem com sangue.
Hartak pegou a chave da mão do taberneiro e chamou seus guardas.
- Ninguém entra e ninguém sai até eu mandar, entenderam?
Com um aceno de cabeça os guardas se posicionaram nas duas portas de saída da taverna.
Hartak subiu ao segundo andar, onde estavam os quartos, e já na escada podia sentir o cheiro de sangue. Conhecia aquele cheiro das batalhas que travou para defender o reino de Thais, mas mesmo assim seu corpo retesou, assim como nas suas primeiras batalhas. Chegando a porta com sangue respirou fundo e introduziu a chave na tranca. Quando a porta se abriu ele teve um choque. A cena que ele estava vendo não podia ser explicada. Na cama, jazia um corpo do que parecia ser uma mulher com uma túnica azul toda manchada de sangue, no chão em meio a todo o sangue ele pode ver desenhos, pareciam estrelas ou pentagramas. Ao lado havia duas mochilas uma delas com uma adaga cravada e sob a cômoda uma túnica cor de ocre. O sangue estava espalhado por todo lado, do chão ao teto. Se atentando ao teto ele pode ver uma marca, já conhecida dentre todos os batalhões dos reinos de tíbia. Era o símbolo de Zathroth.
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