Lembrando que os textos são postados de forma anônima. Os escritores não podem dizer qual é seu texto!
Para votar, basta identificar qual a disputa e qual o texto escolhido. Todos usuários podem votar, mas apenas aqueles com uma justificativa plausível serão levados em conta. Votos de usuários fantasmas também serão desconsiderados. E lembrando que a votação popular será apenas um dos pesos da nota dos textos, e o vencedor final será decidido por membros da Equipe TibiaBR. Por último (e talvez o mais importante):
Agora, dito isso, vamos aos textos!
Sir Winterfell x Infinity Mage
Tema: Invasão de Ogros em Thais
Spoiler: Texto 1Eis que surge um Rei
— Papai, conta aquela história do início de Thais. Conta, Conta! — Implorava um menino, aos 7 anos de idade.
— Espere a lua chegar, meu filho, vá brincar com seus amigos por enquanto. — respondeu.
O menino, enquanto brincava com seus amigos, queria mesmo que a noite chegasse. Estava muito ansioso por esta história.
O sol estava se pondo. O menino estava aguardando sentado à mesa da sala. O pai, ao terminar seus deveres, juntou-se a ele, tirou alguns fragmentos de papéis de dentro do casaco, e começou.
“Eles estão chegando. O silêncio é ensurdecedor. Mandamos nossas famílias para a costa sul de nossa cidade. Como Thais, um entreposto comercial, pode se tornar um local tão sangrento? Ainda não sabemos o porquê dos ogros invadirem. Dizem que eles buscam nossas riquezas. Algo se aproxima. Caso nada aconteça comigo, vou tentar escrever mais. Espero que alguém consiga ler estas palavras.”
O pai deu uma breve pausa, apenas para beber água, e prosseguiu.
“Eles conseguiram invadir Thais! Tantas mortes, tantos corpos no chão. Nós não somos páreos a eles. Espero que nossas mulheres e filhos tenham conseguido escapar a tempo. Estou aqui, escondido dentro de uma casa, enquanto ouço os ogros matarem os últimos dos nossos. Espere, parece que tem alguém aqui dentro de casa.”
Os olhos do pai cada vez mais ficavam lacrimejando.
“Era apenas um homem e um cachorro. Um outro rapaz que estava escondido aqui. Há muito silêncio lá fora. Não sei se é dia ou noite. Conversei um pouco, e descobri muitas coisas que não sabia. Ele se sentia culpado, já parte da culpa dos ogros invadirem Tibiaspot foi culpa dele. Juntamente com alguns amigos, este homem havia descoberto uma caverna ao norte de Tibiaspot. Ao entrarem, barulhos ecoaram por toda a cova, acordando os ogros de sua hibernação.”
O pai, mais uma vez, deu uma pausa.
“Não sabemos mais o que fazer. Será que os ogros já foram embora? Iremos esperar mais algum tempo para sair daqui. A única coisa que fazemos é conversar e nos distrair com o cachorro do rapaz. Fora isto, esperamos. Espere! O cachorro começou a latir...”
“Esta foi por pouco. Muitos ogros entraram aqui em casa. Eu e o homem conseguimos nos esconder no porão. O cachorro veio junto. Graças a Fardos ele parou de latir. Espero que eles não descubram que estamos aqui.”
“Estamos decididos a enfrentar esses monstros. Caso morramos, não será em um porão fétido e asqueroso. Iremos morrer lutando. Provavelmente esta é a última vez que escrevo aqui. Adeus.”
O pai do menino parecia muito angustiado.
“Por Fardos! Nós conseguimos! Após sairmos de casa, os ogros estavam por toda parte. Conseguimos matar alguns com as facas que achamos na cozinha. Eram muitos! Por um triz os ogros não conseguiram cravar a espada deles nas minhas costas. O homem e o cachorro conseguiram distrair alguns ogros enquanto eu subia o telhado. Sim, eles me salvaram. Eles também conseguiram subir o telhado, e... muitas tropas de homens chegaram! Foi o maior movimento humano que já houve. Venore e Carlin se juntaram por nós.”
Neste momento, o pai já chorava. Lágrimas escorriam por todo seu rosto, caindo sobre a mesa.
“Nunca esquecerei o homem e o cachorro que me salvaram. Serei grato a eles para sempre. Mas... eles irão partir. O rapaz disse que os ogros ainda não foram extintos. Estes monstros parecem sentir o cheiro dos homens que haviam acordado sua hibernação. De todos, apenas ele restara. Segundo meu amigo, ele irá ter que migrar a cada três meses para que os ogros percam seu rastro. Ele também disse que o cachorro iria ficar comigo. Espero que estes malditos ogros sejam extintos logo. Estarei esperando pela volta do homem que salvou a minha vida.”
Ao acabar a história, o homem parecia desabar em lágrimas.
—Papai, esta história aconteceu há quanto tempo?
—Há 30 anos, meu filho. — dizia o homem.
—Espero poder um dia voltar para Thais, meu grande amigo. — pensava o homem, que ouvira dizer que agora o rei de Thais era o Rei Tibianus, e ele sempre era acompanhado de um cachorro.
—Sim, com certeza é ele. — imaginou o homem, olhando para o nada, triste ao pensar que ele, seu filho e sua mulher tinham que mudar de casa há cada 3 meses.
Spoiler: Texto 2Lados opostos
O jovem ogro
Olho-de-Pantera observava o portão Norte com uma expressão impassível, exatamente como o haviam ensinado nos árduos treinamentos bélicos. Ele particularmente se esforçara muito para atingir o equilíbrio entre sua paz interior e o caos externo.
— Seja sua espada e não pense com os olhos, pois se você usá-los muito, a primeira coisa que fará será correr por pelo menos uma hora até achar que encontrou um oásis no meio das chamas. — dizia seu instrutor, que também devia estar entre aquelas fileiras, esperando pelo fim do cerco.
Afinal de contas, Olho-de-Pantera não passava de uma criança. Tinha dez anos, mas como a maioria dos jovens ogros dessa faixa etária, a diversão era, por vezes, realizada com uma espada na mão e, por outras, com boas brigas de chutes e pontapés entre seus melhores amigos. Não havia nada melhor que a experiência de uma batalha, onde se aprendia o orgulho da vitória.
Todo o perímetro de Thais estava cercado. A cidade vinha sendo alvo de ataques de Ogros desde quando era um pequeno vilarejo, pois era uma área estratégica que controlava o rio ao oeste, sendo considerado um dos entrepostos comercias de maior importância. No entanto, quem se lembrava das caçadas aos Ogros, das perseguições e chacinas que os Humanos intermitentemente realizavam ao seu povo?
Mesmo Olho-de-Pantera com suas tantas incertezas sobre o mundo, acreditava em uma verdade única e inexorável: os humanos mereciam aquilo. A ordem de aproximação para o portão finalmente fora dada de algum local das linhas de frente. Thais iria cair, o momento de glória havia chegado.
O jovem humano
O garoto havia ficado em casa enquanto seu pai ajudava os guardas na resistência. Ele desde muito pequeno sempre ouvira de sua mãe histórias sobre monstros ogros invadirem as casas para sequestrar crianças que fossem mal educadas.
Porém, agora que ele era quase um adulto (ou se achava), com 10 anos de idade, compreendia que os ogros vez por outra realmente tentavam invadir a cidade de Thais. Seus objetivos eram não só sequestrar crianças, mas sim matar a todos, sejam adultos, idosos e até bebês.
A mistura do escuro, da apreensão e da respiração rouca da mãe faziam com que os pesadelos do Catador de Galinhas — era como o chamavam devido a sua incrível capacidade de capturá-las habilmente nas brincadeiras corriqueiras — tomassem vida.
A explosão do portão abrindo deu-lhe um banho de realidade. Por um segundo eterno seus olhos chocaram-se aos da mãe. Eles pareciam dizer:
— Adeus, meu filho. Foi bom ser sua mãe.
No entanto, a parte racional e o instinto de sobrevivência que ainda restavam falaram mais alto.
A mãe pegou na mão do menino, correu para fora de casa e o que viu foi assustador. Dezenas de pais empoleiravam-se ao redor de estreitos bueiros que davam direto para a rede de esgoto.
— Mas que diabos estão fazendo? — perguntou a mãe, exasperando-se enquanto chegava próximo à cena. As crianças simplesmente estavam sendo arremessadas naqueles abismos fétidos.
A mãe não pensou duas vezes, pegou o Catador de Galinhas e o jogou na escuridão.
O jovem ogro
Adentrou o portão de Thais com a sua lâmina desembainhada, apesar de ser desnecessária, pois a resistência era mínima e, dos poucos corajosos, a maioria já estava no chão.
A invasão aconteceu toda conforme os planos. Foi essencial o significativo aumento do contingente graças à unificação ente as centenas tribos de Ogros, que ao invés de batalharem entre si, acharam um ideal comum: Thais.
Olho-de-Pantera andou em direção ao sul e logo após virou a oeste, indo em direção à área central de Thais. Durante o trajeto, casas e lojas estavam sendo saqueadas. Em alguns pontos chamas davam um início de vida. O cheiro da morte era tão nítido quanto às cinzas que flutuavam na brisa daquele bonito pôr do sol.
O centro da cidade estava um tanto tumultuado. Cerca de vinte prisioneiros estavam de joelhos um ao lado do outro, implorando por suas vidas.
Olho-de-Pantera aproximou-se do grupo e notou que seu instrutor é que estava no comando do batalhão responsável por ter capturado aqueles humanos ajoelhados.
— Venha aqui. — ordenou o instrutor. — Lembra que eu lhe falei sobre a etapa final que faltava para você se tornar um verdadeiro guerreiro Ogro?
— Lembro, mestre. — respondeu o jovem ogro de apenas 10 anos.
— Chegou o momento. — disse, apontando para o primeiro homem da fila.
Olho-de-Pantera andou naquela direção e cortou a garganta do velho sem hesitar.
— Será que já me tornei um guerreiro? — pensou ele.
Para confirmar, cortou as outras 19 gargantas.
O jovem humano
O esgoto estava lotado de pequenos vultos assustados. Meninos e meninas que comumente estariam brincando e gritando estavam calados e imóveis. Parecia ter sido combinado como um estranho jogo de estátua, mas agora quem perdesse morreria.
Um novo vulto despencou do teto. Era um garoto magricelo, conhecido do Catador de Galinhas, e que devia ser um dos mais velhos dali, por volta de 14 anos.
—A coisa lá em cima tá feia. — disse, desanimado, focando um olhar de pesar especialmente sobre o Catador. — Uma criança Ogra matou a sangue frio cerca de vinte dos nossos. — informou, aproximando-se do menino das galinhas.
Encostou ao seu ouvido e cochichou.
—Desculpe ter de lhe contar isto; sua mãe e seu pai estão com Fardos.
Ao invés de chorar, lamentar, desesperar, o pobre catador perguntou:
—Como ele é? — referia-se ao indivíduo que assassinou sua família.
E, ao receber uma breve descrição, foi andando sem rumo pelos intermináveis túneis daquele labirinto, matutando sobre sua vingança.
Precisava de um sinal. Na verdade, precisava de qualquer coisa que o indicasse aonde ir. Sem dúvidas haveria algo, pois seus pais com certeza não o abandonariam, seja onde estivessem.
Estava tudo escuro, mas seus olhos já haviam acostumado.
Era uma galinha. Sim, sem dúvidas era.
Ela estava parada, logo à frente, parecendo chocar um ovo.
O catador de galinhas tentou pegá-la, mas ela fugiu, deixando para trás um ovo.
Ele o pegou, guardou no bolso e fez o que sabia fazer de melhor: perseguir galinhas.
Ela lhe indicaria o caminho, ele tinha certeza.
O encontro dos jovens
Os portões da cidade estavam danificados. A construção de barreiras improvisadas estava em andamento, no entanto, até Olho-de-Pantera compreendia que a chegada de exércitos humanos de outras províncias estava próxima.
O único lugar em Thais que ainda resistia era a fortaleza interna do Rei Tibianus. A maior parte da defesa e dos soldados estava concentrada naquela pequena região e, por isso, o plano de tornar Tibianus refém, e assim evitar a retomada da cidade por tropas externas, estava indo por água abaixo.
Uma grande parte da legião de Ogros havia debandado e abandonado aquela região, pois eram, na grande maioria, na opinião de Olho-de-Pantera, um bando de fracos e covardes que se contentavam com um pequeno espólio de guerra.
No entanto, lá estava ele, inspecionando as terras da grande conquista de sua vida.
Acabara de passar por um pequeno pomar em que, estranhamente, cinco galinhas cacarejavam e tentavam voar como se fosse uma questão de vida ou morte.
Próximo ao pomar, na rua propriamente dita, havia um bueiro, a alguns metros de distância.
Por incrível que pareça, uma galinha saíra de dentro do buraco e foi correndo em direção às outras. Repentinamente um menino surge do mesmo local, agachando-se no chão da rua, e se levantando, assumindo uma posição ereta.
Olho-de-Pantera assistia toda a cena boquiaberto. Contudo, seu treinamento militar ainda estava em algum lugar do subconsciente e, por instinto de sobrevivência, mantivera a lâmina desembainhada
Catador de Galinhas acabara de achar, ao estar agachado ao chão, uma faca, e a escondera rapidamente na parte de trás do quadril. Em uma de suas mãos segurava o ovo.
Catador de Galinhas correu em direção à Olho de Pantera, enquanto este fez o mesmo.
Dois segundos antes do encontro fatídico, o jovem Ogro fora acertado por algo que espatifou-se em seu rosto.
O jovem humano aproveitando-se daquela explosão de gema e clara que cegou seu inimigo por um segundo sagrado, deu-lhe uma chance de penetrar o abdome do assassino com sua faca. Não a desperdiçou, enfiou-a ali mesmo.
Estava feito. Ele havia conseguido. O monstro estava morrendo.
Olhou para baixo, na direção do ferimento que desferira em seu inimigo, e o que notou não foi o que imaginava.
Olho-de-Pantera conseguira recuperar-se no segundo exato em que o humano o alcançara, a ponto de também submeter a frieza de sua lâmina ao abdome do Catador de Galinhas.
Ambos estavam unidos, a poucos centímetros de distância, por braços que seguravam objetos que penetravam-lhes a morte.
Um caiu para um lado, e o outro para o oposto.
O sangue brotava de suas barrigas, as estrelas que já estavam no céu ficavam cada vez mais próximas.
Cinco galinhas observavam a cena. Algo as atraiu para mais perto dos corpos. Foram cambaleando calmamente com suas penas brancas balançando de uma forma desengonçada e subiram sobre o Catador de Galinhas.
A pressão que exerciam sobre o ferimento pareceu amenizar, mesmo que pouco, o extravasamento sanguíneo. Agora só faltava... só faltava... dar tempo de ajuda chegar.
Uma trombeta ecoou vindo de alguma região próxima. O garoto reconheceu, era o exército de Carlin. Eles haviam chegado.
— Graças a Fardos, Uman e à Deusa das Galinhas. — disse o jovem humano, coberto por sua manta de penas enquanto olhava o jovem ogro dar seu último suspiro.
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