Chegou a hora da Chave 5!!!
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Chave 5
Sombra de Izan x Gabriellk~ x versusmds
Tema: O Castelo de Elvenbane
Spoiler: Texto 1As várias histórias de Elvenbane – Dos orcs
O Escritor sentava-se em um tronco de carvalho, olhando para o norte. Ao observar o castelo que lá havia, ele franziu as sobrancelhas, até formar um arco por sobre os olhos. Achava-o rudimentar. Em sua terra, construções daquele tipo já haviam sido esquecidas há anos sem conta. Verdade seja dita, ele tinha um gosto por antiguidades, afinal era acima de tudo um historiador, mas começava a questionar a validade daquela viagem. Estava sentado sozinho, no meio de uma campina de uma terra que, por tudo que vira até então, era composta basicamente de bárbaros. Todo homem tem um limite, e o Escritor aproximava-se perigosamente do seu. Coletara muitas histórias e aprendera sobre culturas das quais nunca ouvira falar, é verdade. Mas a que preço?
Enquanto ele remoía suas aventuras amargas por aquela terra, começou a riscar furiosamente o pergaminho que mantinha em seu colo. Outrora branco, o papel ia sendo preenchido por uma fina e delicada caligrafia, que o habitante comum daquelas paragens jamais entenderia. Ele escrevia em runas yalahari. Do tipo mais antigo e tradicional, que só os verdadeiros yalahari ainda empregavam. Com ela, ia apreendendo detalhes do castelo: sua alta muralha quadrangular, com uma torre em cada vértice. A maciça fortificação no centro, feita de enormes blocos de pedra cinzenta, espiando por sobre a muralha. O portão, virado para o sul, que outrora teria dado passagem a centenas de transeuntes; trabalhadores, artesãos, nobres e até um rei ou senhor das terras locais. A própria ilhota em que o castelo se inseria, que separava-se do continente por um rio que corria em forma de parábola. Enquanto estudava o castelo, perguntas iam afluindo para a cabeça do Escritor como águas de um rio caudaloso. Haveria, talvez, passagens subterrâneas levando para o castelo? Qual era o sentido por trás de seu nome, Elvenbane? E por que ele parecia desabitado?
Enquanto sua pena dançava no papel, o Escritor não podia deixar de conjecturar sobre o passado daquela construção; sobre sua razão de ser. Vivia resmungando a respeito de suas finas roupas fabricadas pelo melhor artesão de Yalahar, e que agora já estavam maltrapilhas após meses de viagem. Irritava-se por suas botas, sofridas e rotas após aguentarem intensas caminhadas em pântanos fétidos e montanhas vertiginosas. Lamentava por sua bolsa, já revistada e roubada um sem número de vezes por gatunos nas estradas, que farejavam a fraqueza de um estrangeiro como uma raposa fareja um galinheiro.
Mas quando debruçava-se sobre o pergaminho, esquecia-se de tudo isso, e sentia-se invadido por uma excitação quase febril. E então o Escritor recordava que qualquer viagem valia a pena, se no final ele saísse com uma boa história.
Se ele tivesse alguma, para começar. Descrições físicas por si só eram tediosas, ele sempre dizia. Depois de listar até o último grão de terra sob os pés da muralha do castelo, o Escritor começou a olhar em volta, impaciente. Já era fim de tarde, e as sombras das esparsas árvores da campina já iam se alongando, quando ele finalmente avistou duas silhuetas caminhando em sua direção, vindas da direção do castelo. Ele só esperava que fossem seus companheiros de viagem, e não algum habitante da redondeza decidido a afanar o pouco que ainda lhe restava, ou coisa pior. Aquela viagem certamente o tinha deixado paranoico.
Mas à medida que as figuras tornavam-se mais distintas, o Escritor reconheceu Hal e Lucius, seus altos companheiros yalahari. Usavam vestes claras, parecidas com a dele próprio, embora não tão ricas. E mais importante, Hal arrastava algum tipo de carcaça de um animal indefinido. Ótimo, então teriam carne assada para acompanhar a história que certamente estavam prestes a ouvir. Só então o Escritor percebeu como estava faminto, e ao pensar nisso, o vazio em seu estômago pareceu aumentar dez vezes.
No entanto, só quando estavam tão próximos que já podiam conversar em voz alta, foi que o Escritor percebeu a presença do terceiro elemento, estreitando os olhos. Caminhava atrás dos yalahari, meio escondido e aparentemente cabisbaixo. É claro que ele esperara que eles voltassem com alguém, e suas expectativas realmente não eram muito grandes sobre quem iria ser seu informante. Há muito aprendera que o mais iletrado camponês local, ou um escravo, são uma mina de informações melhor do que qualquer nobre ou estudioso. É com eles que realmente se aprende a dinâmica de uma sociedade. Só que o Escritor ao menos esperara que seu interlocutor fosse humano.
— E quem é esse aí? — Perguntou ele à guisa de cumprimento, com uma mescla de surpresa e irritação.
— Nosso cronista — respondeu Lucius, o que não carregava a carcaça, que afinal era de um veado.
O terceiro indivíduo saiu de trás dos dois yalahari, e cumprimentou o Escritor com um ruído gutural do fundo da garganta. Era um maldito orc. Carrancudo, verde e maltrapilho, igual aos que eles tinham em Yalahar.
— Veja bem, companheiros — começou o Escritor — quando eu disse a vocês “peguem alguém do castelo”, eu quis dizer peguem alguém do castelo. Um cavalariço, escudeiro, faxineiro, ou o rei em pessoa, não me importa. Mas e esse orc, de que buraco saiu?
— Ele vive lá — disse Hal de um canto. Ele largara o corpo do veado e agora começava a estripa-lo.
— Lá aonde? — Perguntou o Escritor, impaciente.
— No castelo, onde haveria de ser? É habitado pelos dele, e, se acreditar no pouco que este me contou no caminho, por uma corja toda de outros orcs, elfos, e até minotauros.
— Nunca tinha ouvido falar de coisa assim — disse Hal, que começava a juntar lenha para fazer uma fogueira.
O Escritor arregalou os olhos, e por um momento não soube o que falar. Então, explodiu em uma gargalhada, que fez os pássaros pousados nas árvores circunvizinhas levantarem voo.
— Ah, que essa vai valer a pena! Para terminar o meu livro com estilo, só faltava mesmo uma história dessas. Você tem um nome, companheiro?
O orc, que já estava se acomodando em um canto do chão sob a sombra de uma ameixeira, respondeu:
— Gurgue.
Sua voz era bruta e nem um pouco melodiosa, como o som de pedras batendo umas nas outras. Não era uma voz muito boa para um contador de histórias. Mas se ele estava disposto a discorrer sobre o castelo — era mais do que eles haviam conseguido até então — era o suficiente.
— E você fala a língua humana?
O orc assentiu, e em seguida perguntou:
— É verdade que você escreve livros? — E olhou para o pergaminho pousado no colo do Escritor.
—É claro! Sou conhecido em minha terra, e garanto que qualquer coisa que você disser ainda fará parte de um livro, eventualmente. Com direito a créditos para a sua pessoa, é claro. Posso fazer algumas modificações em seu discurso para torna-lo mais claro, mas garanto não omitir nada.
O orc assentiu novamente, após um momento de deliberação. O Escritor estreitou os olhos.
— E você vai tornar a minha espécie conhecida na sua terra?
Intuindo a sua deixa, o Escritor abriu um sorriso para Gurgue.
— Com certeza. Todos os feitos que os orcs desempenharam nessa história serão do conhecimento de todos. Se forem feitos respeitáveis, a notoriedade de sua espécie cresceria em um átimo, e todos tratariam os orcs com um pouco mais de respeito.
Ao ver o brilho que perpassou os olhos vermelhos e cruéis de Gurgue, o Escritor pensou que talvez tivesse cometido um erro.
— Você realmente conhece a história real por trás do castelo?
— Todos que moram lá sabem ela. É uma história antiga, que tem a ver com um exército humano antigo e cruel. Os moradores do castelo transmitem a história aos seus filhos e estes aos filhos deles, para lembrar a todos do porquê habitamos um lugar que foi construído pelos humanos.
— Entendi — disse o Escritor, com uma sugestão de dúvida na voz.
Então o orc aprumou-se, e começou a falar, sem perder tempo. Não era um tipo muito cerimonioso.
— Espere, espere aí! Meus amigos ainda não se sentaram, e imagino que eles também queiram ouvir. Eles demoraram tanto em sua procura que pensei que teria de dormir debaixo dessa mesma árvore e só os veria amanhã pela manhã. Pensei que haviam se esquecido de mim e perdido as estribeiras em alguma taverna com as camponesas locais.
Hal e Lucius, que ocupavam-se em acender a fogueira e começar a assar a carne, olharam para ele, a censura estampada em cada centímetros de seus rostos.
— Camponesas orc não fazem o meu tipo — disse Lucius.
— Enquanto você estava aí sentado, nós percorríamos as imediações de um castelo altamente hostil à procura de um informante adequado. Poderíamos ter morrido, antes de explicar àquele povo nossas intenções. Da próxima vez, você que entre pela porta deles e tente defender sua vida com a pena e um pedaço de pergaminho. — Hal era sempre mais incisivo em suas descomposturas.
O Escritor ao menos teve o decoro de parecer embaraçado. Frequentemente tinha de ser lembrado que só estava vivo por causa dos companheiros. Para um faminto tentando sobreviver no meio de uma floresta, o dom da escrita é notavelmente inútil. As habilidades de caça de Hal e Lucius vinham bem mais a calhar nessas situações.
— E quanto às minotauras, Lucius? — Perguntou o Escritor, mirando os próprios pés.
— Peludas demais.
Após esse pequeno contratempo, tendo um veado suculento sendo preparado na fogueira próxima e a iminência do cair da noite sob suas cabeças, os três estrangeiros pararam para ouvir a curiosa história contada por aquele orc pacífico. De uma tal Legião Vermelha até a confluência de várias espécies diferentes em um único recinto, os três yalahari ouviram a história real (?) de Elvenbane, apresentada pela prosa menos que estelar de Gurgue. O Escritor usou de toda sua habilidade para transformar o discurso do orc, que frequentemente tropeçava nas pedras sintáticas da língua humana, em algo legível. Após vários dias de edição, saiu-se com o conto à seguir, o qual hoje pode ser encontrado no livro As várias histórias de Elvenbane, no capítulo um, Dos orcs, do notável historiador yalahari, Norman Mandus.
“O que posso dizer a respeito do castelo de Elvenbane, é que suas paredes foram feitas da carne dos milhares de trabalhadores que deram a vida em sua construção, juntadas umas às outras pelo sangue e suor daqueles que sofreram nas mãos da cruel Legião Vermelha.
Vejam, nós orcs, que frequentemente somos taxados de cruéis e viciados na arte da guerra, empalidecemos quando colocados lado à lado com a Legião Vermelha dos humanos. Seu rei realmente conseguiu juntar para si alguns dos elementos mais notórios e sanguinários que pisavam esta terra para formar seu exército. O período da construção de Elvenbane, que coincide com a construção de Carlin, não foi uma boa época para se viver, seja qual fosse a sua espécie. O rei humano quis construir uma grande cidade, mas acabou desencadeando uma guerra.
Vocês, estrangeiros, não sabem o que é acordar todas as manhãs com o chão a ribombar com a marcha de um pelotão vestido em aço vermelho, batendo em suas portas. Não sabem o que é abrir os olhos e encontrar sob sua cabeça uma tenda rota construídas as pressas num campo aberto, com as cornetas que anunciam a guerra a ecoar pelo ar frio. Desconhecem o sentimento de vislumbrar o norte e ver apenas uma fortaleza escura, qual esqueleto de pedra e madeira, erguida para se tornar palco de batalhas entre raças. Essa era a visão de um orc, quando saímos em massa de Ulderek para sitiar e posteriormente invadir o castelo. E fomos execrados quando batemos às portas de Elvenbane para tomá-lo, embora aquela gente provavelmente estivesse ansiando por um salvador, fosse ele quem fosse. Qualquer coisa era melhor que a legião sanguinária.
Meus pais contaram-me que os trabalhadores de Elvenbane jamais viram a paz. Alguns talvez jamais tenham sequer visto a luz do dia, depois que se rebelaram contra a Legião e foram designados para a infeliz tarefa de erguer o castelo. Passavam seus dias a trabalhar nos corredores estreitos e fantasmagóricos, por vezes tão finos que não admitem alguém atravessá-los de outra forma senão em fila. Os humanos que ali viveram tornaram-se cansados, no entanto sem forças para revoltarem-se contra seus carcereiros. Nós, também, não tínhamos chance contra a Legião Vermelha, e o castelo parecia inexpugnável. Nessa situação, nossa única saída foi pedir ajuda externa, assim criando a aliança orc, com a ajuda dos minotauros, dos ciclopes e dos trolls.
Mesmo com a ajuda extra, não conseguimos penetrar as paredes de Elvenbane. Nossa tecnologia bélica evoluiu muito desde aquela época, e tenho certeza de que as armas de cerco dos orcs atuais seriam facilmente capazes de invadir qualquer cidade humana — e talvez venham a fazê-lo um dia —, mas naquela época éramos muito limitados. E cada dia passado às portas de Elvenbane significava pesadas baixas para as nossas forças, com pouquíssimo ganho. A solução encontrada pelos senhores de guerra orcs fora cavar túneis para se chegar ao castelo. Túneis grandes, que comportavam vários soldados caminhando lado à lado.“
— Que tática unusual — comentou Lucius. Agora estavam todos acomodados em troncos junto à fogueira.
O veado assado começava a desprender um cheiro delicioso pela campina, que foi prontamente notado pelo Escritor, fazendo sua barriga roncar. Teria sentido o cheiro antes, mas estava absorto em anotar o discurso do orc, como sempre acontecia quando estava diante de uma história. Sequer levantara os olhos do pergaminho até a interrupção de Lucius.
Gurgue balançou sua grotesca cabeçorra.
— Mas é a verdade. Se vocês ouvirem as histórias desse mundo, vão ver umas ainda mais impressionantes do que essa. Lugares estranhos e gente esquisita é o que não falta por aqui. Por exemplo, o meu povo conta que no sul existe uma cidade humana que uma vez foi inundada por uma enchente. Em vez de se mudarem dali, os moradores decidiram simplesmente reconstruir a cidade em cima de um monte de estacas, fazendo uma cidade flutuante do pântano.
— Há, eu vi essa! — Exclamou o Escritor, relembrando suas aventuras desagradáveis por Venore. — Céus, lugar horrível. E fedorento. Mas estamos desviando o assunto, por favor, continue a história, Gurgue.
“O plano parecia perfeito. Após algumas luas de trabalho, nosso túnel já estava quase alcançando o castelo. Diante de um ataque noturno surpresa, a Legião Vermelha ruiria rapidamente. Parecia que tudo daria certo, não fosse por um imprevisto: encontramos os trabalhadores no caminho, que eram forçados pela Legião a viver no subterrâneo. Não é preciso dizer que os coitados enlouqueceram; tendo seus carcereiros pelas costas e à frente uma horda de supostos inimigos. Mas fomos piedosos e deixamos eles irem embora, salvando suas vidas. Depois disso, destruir a Legião Vermelha foi fácil, e então tínhamos um castelo enorme só para nós. Fizemos um tratado para dividir a fortaleza entre nossas espécies, com os orcs sendo reconhecidos pelos outros como a espécie dominante.
O rei humano, reconhecendo nossa força, ofereceu um acordo de paz e até hoje paga tributo aos orcs de Elvenbane para que não haja guerra novamente. Após algum tempo, até mesmo alguns elfos saíram de sua cidade-floresta, admirados com o feito de minha espécie, e decidiram viver em Elvenbane para estudar sua história e mistérios. Nós toleramos a presença dessas outras espécies no castelo, embora eles sejam meros trabalhadores braçais. O poder é exercido pelos orcs, assim como a administração do castelo. E essa é a história de Elvenbane.”
O Escritor teve absoluta certeza de que Gurgue exagerara completamente — para usar um eufemismo — essa parte da história. Olhou de esguelha para Hal e Lucius, e pelas expressões em seus rostos, soube que eles pensavam o mesmo. Suspirou.
— Muito obrigado pelo seu relato, Gurgue. Suas palavras certamente farão parte de meu livro, e farei questão de enviar a você um exemplar autografado — disse, ciente de que o orc provavelmente não sabia ler.
Gurgue não comentou nada a respeito, apenas grunhiu, já levantando-se:
— Faça o meu povo conhecido, escritor. Foi só por isso que vim aqui. Nunca se ouviu falar em um orc que sentou-se e comeu com humanos, e se meu povo saber disso, vou ser castigado.
— Descanse tranquilo, companheiro, pois jamais saberão, ao menos não de nossa parte. Antes de partir, não gostaria de levar um pedaço de nosso veado? Como agradecimento pelo seu tempo, é o mínimo que podemos fazer — mas Gurgue já virara as costas aos yalahari e ia regressando ao castelo. Nunca mais tiveram notícias dele.
Nesse momento, a grande fogueira já se reduzira a chamas fracas, que crepitavam suavemente. No céu, a lua dava-lhes um sorriso pálido e minguante. O Escritor bocejou.
— Rapaz, como foi trabalhoso achar esse dito cujo — disse Hal, quando Gurgue já se perdera no horizonte.
— Realmente, ficamos rondando às escondidas por muito tempo. Não foi nada além da mais pura sorte que nos fez encontrar um orc que cooperasse. Se ao menos ele tivesse contado a história certa. — completou Lucius.
— Nunca que eu volto para aquele lugar infernal.
O Escritor, com a boca cheia de carne de veado, entrou na conversa:
—Mas do que é que vocês estão falando? Ainda não temos nada do que podemos chamar de uma história verdadeira!
Hal e Lucius o olharam, desconfiados.
— Assim que terminarmos, voltem lá e dessa vez me tragam um troll, um minotauro, um elfo e um anão, precisamos das suas versões também!
Hal e Lucius encararam o Escritor com expressões nada menos que assassinas.
Spoiler: Texto 2SOBREVIVENTE DE UMA GUERRA
Nem posso acreditar que eu esteja vivo para contar-lhes essa história, já me arrepia os pêlos dos braços e meu corpo estremece só de me lembrar das cenas de horror e como eu tive sorte em não ter morrido como tantos outros naquela torre, naqueles dias tão terríveis.
Eu me chamo Eric, foi me dado esse nome pois o significado é "O que governa para sempre", porém meu destino foi bem diferente disso, pensei que eu seria escravo para sempre, isso sim!
Eu andava pelas cidades de Thais quando pegueno, me aventurando pelas florestas ainda jovem e foi em uma dessas aventuras que vi um pelotão da elite do Exército do Rei Tibianus III passar, eles eram chamados de Legião Vermelha (eram a elite do Exército Tibiano), eram assustadores e diziam que cruéis, ninguém poderia olhar muito na direção deles, pois caso contrário o mínimo que fariam era açoitá-los durante um quarto de hora por considerarem quem olhou como abusado de olhar diretamente para eles (mais precisamente para o General).
Um dia eu e meu melhor amigo Thomas estávamos jogando pedras em uns Trolls que devoravam um cachorro que encontraram, nós dois estávamos escondidos e jogávamos pedras neles e eles não nos viam pois estavam muito mais interessados na sua refeição, quando de repente eu vejo o primeiro Troll sucumbir com uma flecha na nuca, os outros dois olharam assustados e em questão de segundos um cavaleiro com uma espada grande, pulou por cima de nós dois, correu até os dois trolls e em questão de segundos cortou a cabeça dos dois orcs com apenas um movimento.
Olhamos para trás para sairmos dali o mais rápido possível, quando quase esbarramos no general da Legião Vermelha que estava bem atrás de nós, só observando e o seu exército atrás dele.
Tentamos desviar, mas ele com sua espada e ainda olhando pra frente, fechou nossa passagem dizendo:
" - Vocês não vão a lugar algum jovens insolentes! Quem lhes deu autorização para se retirarem?! Permaneçam aqui!"
"- Mas é que só estávamos..." - iniciou meu amigo Thomas.
"- Calado!!!" - Gritou o general e o esbofeteou no rosto, deixando sua face avermelhada - " - Não lhe dei autorização para falar!!".
Diante disso, abaixamos as nossas cabeças e eu seguindo o exemplo do que aconteceu com meu amigo, fiquei calado só ouvindo. O general parecia mais ainda cruel agora perto de nós , não parecia sorrir um só momento da vida e nós dois o tempo todo diante dele, ficamos de cabeças baixas, pois não queríamos ser açoitados por encará-lo.
"- Peguem suas coisas e sigam-nos." - continuou o general - "O rei Tibianus III ordena á todos os jovens moços que se apresentem perante o seu palácio para receber ordens de ida e lá saberão o que fazer. Os que não se apresentarem, serão considerados desertores e estarão condenados á morte na masmorra! Agora podem ir! Vão!!! Depressa!!!" - ordenou ele e continuou olhando para a frente enquanto corríamos apavorados para as nossas casas para preparar nossas bolsas com nossas poucas roupas e apresentarmo-nos perante o Rei.
Na minha casa, meu pai era carpinteiro e não estava aquela hora, mas expliquei tudo pra minha mãe querida e deixei recomendações ao meu pai, pedi a benção de minha mãe, ela me deu uma corrente dizendo que era para me dar sorte e que Fardos e Uman me protegesse, eu recomendei ela á Fardos (pois nunca acreditei que Uman olhasse por nós, sempre pensei que ele e Zaroth no fundo tinham más intenções igualmente, então prefiro confiar apenas em Fardos), e saí de casa deixando minha mãe com lágrimas nos olhos, ela sabia que não poderia reter-me, uma vez que eu poderia ser morto na frente dela.
Thomas morava com sua avó, pois seu pai se suicidou após sua mãe ter cometido ato de adultério e sua mãe foi apedrejada pelo povo de Thais devido ao adultério. Thomas era realmente um pouco revoltado com isso e nunca perdoou sua mãe por isso, isso tudo aconteceu quando ele tinha 5 anos de idade e ele viu sua mãe sendo apedrejada, sua vó paterna o criou desde então, o seu avô morrera em guerra antes de ele nascer. Thomas então pegou suas poucas coisas, se despediu de sua avó e juntos fomos ao palácio do rei Tibianus III.
Lá o Rei se apresentou na nossa frente, no alto do palácio, mas o suficiente para vermos ele, tinham ali aproximadamente 250 jovens. O Rei falava ao seu porta-voz que berrava tudo o que o rei acabava de lhe falar:
"- Jovens de Thais, escutem o que o Rei Tibianus III está proclamando; precisamos mais do que nunca de vocês, da sua ajuda para construirmos uma torre ao norte, perto da cidade de Carlin e de Ab'Dendriel, com isso teremos um futuro melhor para os cidadãos de Thais e vocês caros jovens, serão os verdadeiros heróis disso. Enquanto estiverem fora de vossas casas, terão alimentação digna e serão respeitados, não precisam se preocupar nem vossas famílias. Agora ide! Vão com a proteção de Uman e de Fardos, que eles lhes protejam. De agora em diante deverão obedecer as ordens do general da Legião Vermelha!" - após o porta voz dizer isso (sempre gritando para todos escutarem), o rei simplesmente virou as costas e entrou para suas dependências.
Começou um falatório de umas 250 vozes ali entre os jovens, todos nós comentando, alguns preocupados, outros empolgados, outros tristes em deixar a família - eu era um deles -, quando uma voz estrondosa gritou chamando a atenção:
" - Aaateennnçãooo!!!! Jovens, vocês devem acompanhar a mim e ao meu exército, sigam-nos e mantenham-se perto de nós, não se afastem, não queremos perder nenhum de vocês por conta de tolices e vagabundagem, hoje ajam como verdadeiros homens!" - e virando pro seu exército que abria passagem ao meio para ele passar e tomar a frente do exército andou e chegando lá na frente gritou novamente - "Aaateeeençãooo!!! MARCHE!!!" - e seguiram caminho marchando e nós atrás com nossas bolsas. No caminho eu vi meu querido pai e minha mãe ao lado dele se derramando em lágrimas. Fui até eles, abracei-os e beijei-os, pedi-lhes a benção e parti ao lado do meu amigo Thomas e dos meus novos colegas de expedição.
Até chegar o caminho encontramos orcs, lobos, alguns insetos, mas a Legião Vermelha nos protegeu a todo momento matando todos os perigos, alguns ogros conseguiram fugir, dois ou três na verdade, após passar entre duas montanhas gigante, um caminho um pouco estreito entre duas montanhas, passamos por goblins que a Legião matou também vários, e quando depois de tanto andarmos sem parar pra descansar durante um grande período, paramos durante toda a viagem apenas uma vez que foi assim que saímos da ponte aonde tinham orcs que morreram e antes de entrar no caminho entre as montanhas.
Quando finalmente chegamos no lugar aonde iríamos trabalhar, o General chamou um homem, o nome dele era Peterson, ele seria nosso chefe ali no local e falaria tudo o que tínhamos que fazer. Ele se apresentou, mostrou em um canto várias ferramentas para se trabalhar no local, explicou que teríamos que construir uma torre ali e depois espalhar a construção em volta da torre, pois a intenção do rei Tibianus III seria de construir uma imensa cidade no local que também seria governado pelo rei e teria um ministro tomando conta.
Embora nos primeiros dias parecesse que estavam cuidando bem de nós e nos alimentando com promessas que teríamos muitas moedas de ouro em recompensa pelo árduo trabalho, após um mês e meio começou a faltar comida e os soldados que estavam á nossa volta em posição de defesa sempre se ausentavam de seus postos para conversarem ou irem beber rum no refeitório improvisado que tinha para eles. Foi em uma dessas vezes que um orc se aproximou e enquanto trabalhávamos cavando e outros recolhendo o entulho que ouvimos um grito de um de nossos colegas sendo devorado por um orc. O orc já estava comendo as pernas dele que arrancou-lhe e quando vimos o orc abriu o peito do nosso amigo que agonizava para comer suas entranhas, um dos soldados ouviu e saiu do refeitório correndo com espada em mãos para matar o orc, mas caiu devido estar bêbado e largou sua espada, o orc saiu assustado e fugiu.
Ficamos assustado, os soldados que estavam ainda no refeitório saíram para ver o que tinha acontecido e vendo o corpo ali pediu explicação do que aconteceu, um dos nossos companheiros contou e falou tudo, então recebeu uma esbofetada no rosto que lhe sangrou o lábio superior. O soldado ordenou que recolhessemos o corpo e jogássemos no rio ali perto, depois falou que deveríamos falar que um de nós passamos mal e quando o soldado foi socorrer o nosso colega que morreu tentou fugir e foi pego pelo orc que devorou-o e fugiu antes de alguem do exército pegá-lo.
Assim se seguiu durante muitos dias, já estávamos trabalhando há três meses sem alimentação, comíamos quando muito uma vez ao dia e a cada três dias, enquanto os soldados se fartavam de comer. Então resolvemos fazer um motim, fizemos escondidamente armas feitas de ferro e pedaços de paus que encontrávamos e durante a noite pegamos os soldados, matamos três e os outros fizemos de reféns para obrigar o rei a dar-nos melhores condições.
Quando ficou sabendo do motim, o general da Legião Vermelha que estava em Thais foi com todo o seu pelotão para o norte aonde estávamos e não levou o recado para o rei, ele falou para nós pessoalmente que iria atender nossos pedidos e falou para soltarmos os seus soldados, o que fizemos prontamente acreditando em sua palavra, pois apesar de mau, parecia um homem honroso e sincero, nos enganamos.
Assim que soltamos os soldados, o general ordenou:
"- Prenda esses marginais que se motinaram e levem-nos pra torre!" - ordenou aos soldados que estavam antes como reféns - "E matem aquele ali para servir como exemplo e pela morte dos nossos soldados!" - apontou para um jovem que estava do meu lado. Levaram-no para a nossa frente, ele gritava implorando para não morrer, mas mandaram-no ajoelhar, ele não queria, então cortaram-lhe as duas pernas e ele quase de joelhos cortaram-lhe a cabeça, obrigaram-nos a olhar a cena e quem não olhasse teria o mesmo fim.
Alguns de meus colegas e eu, inclusive meu amigo Thomas fomos caminhando em fila para o lugar aonde nos levaram, ao chegarmos lá, era uma torre gigante, era a Torre de Elvenbane, fícaríamos ali presos e quando precisassem de nós no trabalho iríamos como escravos, já não nos alimentavam como antes, agora uma vez por semana levavam comida para nós e foi assim que um de nós morreu de fome e desidratação.
Na torre ficávamos presos em celas, alguns dias depois vimos chegarem outros 10 jovens que também se rebelaram contra as duras condições que a Legião Vermelha lhes impunham. Após vinte dias chegaram mais 15 jovens também nas mesmas condições, e eram colocados em celas separadas, ficavam quatro jovens em cada cela dentro dessa torre, mas nós conversávamos muito e fomos criando amizades ali. Meu amigo Thomas era o mais calado e não coniava em ninguém, mas todos gostavam dele e era muito respeitado.
Foi em uma dessas conversas que alguns dos jovens ali disseram que estávamos perto de uma cidade chamada Carlin, aonde quem governava era a irmã do rei Tibianus III,a rainha Eloise - que falavam que era linda e amável, tratava bem os seus cidadãos e amigos e não gostava da forma que o rei Tibianus governava e odiava a Legião Vermelha. Eles falaram que iria fazer com que de alguma forma chegasse até ela tudo o que acontecia de alguma forma.
Um deles conseguiu um jeito de abrir a sua cela com uns pequenos pedaços de ferros de espessura fina, apesar que nem sempre trancavam as celas, e sempre alguns iam olhar aonde os guardas ficavam na frente da torre para ver se estava distraído. Em uma das vezes, um dos guardas ali viu um jovem olhando e mandou-o se aproximar. Temendo em morrer, o jovem tremendo e implorando pela sua vida se aproximou com medo , mas o soldado colocou um dedo na boca mandando-o calar-se para os outros soldados não ouvirem e anunciou:
"- Escute bem jovem, isso tem que ficar só entre você,eu e quem você tem certeza que possa confiar aí dentro, entendeu bem?" - disse o soldado e o jovem concordou, então o soldado continuou - "Eu sou um espião da rainha, temos outros espiõs dentro do castelo do Rei Tibianus III que estão vendo coisas muito erradas e eu aqui estou vendo tudo o que fazem com vocês, hoje mesmo vou falar à rainha e ela tomará providências para ajudar-vos e á todos os que sofrem perante o governo do rei e as maldades do general da Legião Vermelha. Agora volte para lá com seus companheiros e não venham aqui novamente, poderia ser outro soldado a ver-te meu caro, e aí sim você estaria em encrenca!" - disse ele e virou as costas assumindo novamente sua postura de soldado e seu posto.
O jovem voltou e contou tudo a nós e ficamos muito felizes. Naquela mesma noite estariam providenciando nossa liberdade e de nossos amigos trabalhadores e cidadãos que sofriam com a tirania do general e os altos impostos e arbitrariedade do rei Tibianus III.
Quando percebemos que os soldados não estavam mais entrando na torre com tanta frequencia, íamos ver os outros andares da torre e era imensa, cheia de escadas e salas, no último andar, no topo, havia um cristal, mas nunca ninguém ousou mecher nele. Ele brilhava e era azul. A curiosidade era muita, mas o medo era maior.
O espião da rainha que estava infiltrado na Legião Vermelha contou para um dos jovens que nos repassou a informação que havia gente da rainha disfarçado de orcs atacando e ferindo (até matando) os soldadado naquela noite ali em Elvenbane, ele estava protegido, pois sabia que eram druidas e cavaleiros de confiança da Rainha e estes sabiam quem ele era, então se precisasse era só fingir que lutavam. Ficamos sabendo depois que os falsos orcs fugiram e o general ordenou uma resposta rápida ao ataque dos orcs e naquela mesma noite se prepararam duas horas depois e foram atacar o vilarejo aonde os orcs moravam, mataram quase todos os orcs, morreram poucos da Legião Vermelha e voltaram gloriosos.
Duas noites seguidas vimos aparecer de repente umas sombras e ficamos apavorados quando percebemos que eram diversos orcs e junto deles vinham trolls e minotauros de diversos tipos, alguns feiticeiros, cercavam nossa torre e víamos tudo escondidos lá dentro da torre, nossa prisão sem podermos nada fazer, apenas esperar a morte iminente.
De repente os guardas abrem o portão da torre e viram a gente fora das celas, falavam que eram nossos quartos e gritavam:
" - Voltem todos agora para vossos quartos se não quizerem morrer!!! AGORA!!!" - Gritou um deles e era repetido por outro mais a frente.
Enquanto falava isso, ouviu-se um barulho ali perto, o guarda que estava de costas para o local de onde vinha o barulho, virou-se assustado e deixou sair:
"- Ah não!" - falando isso deixou-nos em paz, aí todos com medo olhavam, alguns já iam entrando para seus quartos (ou celas) e os que não entravam eram obrigados pelos demais soldados. Quando o soldado aproximou-se do barulho, viu-se mover o chão perto da parede, pois ficávamos no subsolo da torre, e rapidamente abriu-se um buraco no chão e na parede aonde uma mão esquisita, cheia de rugas e um tom de verde acinzentado pegou em um dos pés do soldado que apavorado cortou a mão que lhe pegava. Mas o buraco ficou maior e apareceram outras mãos, que lhe puxavam para baixo, ele gritou pedindo socorro, mas nem demorou, haviam outros orcs que lhe devoraram vivo, logo saltaram do buraco diversos orcs, havia uns que vinham sem armadura e sem armas e outros que vinham com armaduras e armas, eles tinham olhos vermelhos e eram horríveis, todos os tipos de orcs que apareciam, surgiram dos buracos também uns trolls grandes, marrons, pareciam bestas comandadas pelo demônio e tambéns dois anões que se juntaram aos orcs e minotauros furiosos que iam direto pro primeiro soldado que encontravam, entramos nas nossas celas com medo e trancamos as portas para nos protegermos.
Os orcs e seus parceiros minotauros, os dois anões e os trolls matavam qualquer um que encontravam pela frente, quando vimos que dentro da cela corríamos mais perigo, gritávamos um para os outros:
"- Vamos fugir, ficando presos aqui corremos mais perigo!!! Vejam, o portão da entrada está vuneraval, só subirmos a escada e tentarmos fugir lá por cima ou mesmo por esse buraco que esses monstros cavaram!!!" - gritou um colega meu que era amigo da rainha Eloise.
"- Nada disso, ninguém vai fugir, aqui estamos mais protegidos!!!" - gritou meu amigo Thomas, que embora eu o amasse como meu irmão, discardava completamente dele.
"- Quem fugir nós mesmo mataremos, continuem aí!" - gritou um soldado que se defendia dos monstros recuando enquanto os monstros avançavam.
Abrimos a cela e eu convenci o Thomas a seguir-me. Durante o caminho, alguns subiram as escadas, mas estava fechada e os soldados fora também combatendo contra outros orcs (disseram que viram um orc com olhos esbugalhados vermelhos, uma capa vermelha e uma espécie de martelo ou marreta grande e aparentemente pesada na mão esmagando as cabeças de muitos soldados). Eles então voltaram para se juntar a nós e tentarmos passar pelo buraco, quando percebemos, estávamos no meio da guerra entre os orcs e os outros monstros e os soldados da Legião Vermelha.
Os dois anões avançaram, passaram por nós e foram direto pros soldados, mas os soldados estavam espertos e com suas espadas cortaram os braços dos anões , um dos anões morderam um dos soldados e outro soldado que estava perto chutou-o para longe e quando este anão caiu no chão o soldado mordido estava furioso e decepou-lhe a cabeça, o outro anão olhou assustado, mas sem tempo de reagir também teve sua cabeça decepada.
Após isso os soldados avançaram para os monstros e os monstros avançaram contra os soldados, e nós no meio temendo o pior, pois os monstros queriam atacar qualquer um, o que nos restava era esperar pra ver para quem iríamos morrer, eu não percebi quando o meu amigo Thomas puxou-me para uma fresta da escada e me tirou do meio do conflito, todos os jovens estavam seguros, menos três que ficaram ali e foram destroçados pelos montros.
Assim que passaram, corremos pro buraco e fugimos, assim que eu passei no buraco, meu amigo Thomas veio logo atrás e assim que pulou no buraco foi misteriosamente elevado novamente para fora do buraco.
"- THOMAS!!!!!" - eu gritei e tentei puxá-lo pelo pé, mas acabei pegando somente sua bota que acabou saindo do seu pé, fui olhar por fora do buraco e vi meu amigo sendo devorado por dois trolls, ele ainda antes de morrer pareceu olhar para mim e só voltei a mim quando outro jovem me puxou e falou:
"- Deixe-o, ou você por acaso quer terminar igual a ele, infelizmente ele se foi, agora salve sua vida amigo! Corra!!!". - ele falou isso e correu para a saída do túnel que os orcs tinham cavado, foi o tempo de eu correr e estávamos ja perto da saída e um troll pulou no buraco e veio em nossa direção, conseguimos sair do buraco e chegar a terra firme, o troll assim que saiu do buraco com um pulo só caiu perto de nós e vimos uma flecha atingir-lhe o peito matando-o em seguida. Era o exército da Rainha Eloise que tentou nos salvar.
Infelizmente chegaram tarde e o massacre era geral, o arqueiro que nos salvou contou que tentaram nos salvar, mas os orcs atacaram o exército dela que recuou para Carlin.
Somente quem escapou vivo foi eu e mais três colegas, outros colegas morreram sem conseguir sair da torre de Elvenbane e três outros não sairam do túnel conosco, acredito que foi morto pelo troll.
Fomos levados para o castelo da Rainha Eloise que nos alimentou e nos protegeu, depois ficamos sabendo que ela fez com que os aliados dos orcs entrassem em conflitos constantes com os orcs. Já a Legião Vermelha perdeu o controle da Torre de Elvenbane e agora todo tipo de monstro habita lá e existe algum feitiço lá dentro.
Bem essa é a história que vivi e felizmente hoje estou vivo para contar a vocês.
Spoiler: Texto 3O Diário Secreto
Com um gesto Atreio manda que Renato se abaixasse e sussurra:
- Há outro orc à frente!
- Está infestado este lugar!
Atreio estende seu arco e com um tiro preciso acerta seu oponente.
- Os humanos mataram o dragão e é isso que importa para nós!
- Assim podemos vasculhar a biblioteca!
O trabalho da dupla de elfos era pesquisar sobre a Legião de Sangue, tudo que encontrassem para descobrir todos os segredos que eles haviam guardado nesses anos de ascensão, porém só haviam encontrado anotações sem importância, mas a sala do dragão estava inacessível até aquela manhã.
- Nossa olha quantos corpos espalhados pelo chão! (falou Renato apontando para a quantidade)
- Os humanos são uma raça interessante, são tão novos e corajosos, é espantoso!
- O que é espantoso?
- Que preferiam pagar a um humano fazer o trabalho que um elfo faria de olhos vendados!
- Talvez tenha sido melhor para não chamar atenção para os elfos!
- Deve ter sido!
- Vamos subindo!
O caminho para a torre principal estava livre, diferente dos demais dias de exploração com a passagem dos humanos quase não havia criaturas para atrapalhar o avanço, seguiram direto para a torre central, onde eram guardados os acervos de livros.
Mas para a decepção deles o que encontraram foi uma bagunça imensa, havia alguns móveis e outros objetos jogados pelo chão, parecia que nada teria serventia para a pesquisa, Renato resolveu verificar uma estante próxima, mas um escorregão fez com que caísse de costas no chão.
- Mas é desastrado! (falou Atreio).
- Talvez seja um pouco sortudo, olha o que encontrei!
Atraio retira da parte inferior da escrivaninha um livro que se parece com um diário, estava um pouco queimado, mas poderia conter alguma informação importante.
- Mais sorte que juízo! (fala Atreio enquanto levanta uma sobrancelha).
- Vamos ler o que está escrito!
Renato se acomoda em uma cadeira enquanto se esparrama em cima do diário para ler, Atreio também pega uma cadeira para acompanhar a leitura.
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Finalmente conseguimos construir um forte que alie a defesa com o conforto para nossos soldados, as altas muralhas garantiam nossa defesa e nosso alojamento subterrâneo propiciava um descanso seguro para nossas tropas, havia também um local para deixarmos nossos prisioneiros, bem vigiados sobre uma cela sem possibilidade de fuga, reforçando os muros de nossa base.
Parecia que nossos planos estavam concretos e a possibilidade de falhas descartada, a construção da cidade seguia sem problemas e o próspero reino de Thais brilharia mais e mais, nossa base deixava uma defesa pronta e forte contra quaisquer ameaça vinda dos orcs, eles sim representavam um grande problema.
Juntamos suprimentos para tempos difíceis e ameaçar e maltratar os operários nos dava condições de superar os prazos para término da cidade, será uma cidade modelo para que todo o mundo contemple a força e grandeza do Rei Tibianos III. Alguns operários se revoltavam contra as condições eram jogados nas prisões.
Os residentes de Carlin são uns ingratos, não entendem que um pouco de sacrifício é necessário para se estabelecer a segurança da cidade? Desviar os suprimentos para o forte não interfere tanto assim na alimentação da cidade, as metas devem ser superadas.
Recrutar druidas foi excelente, assim até os agricultores foram desviados para acelerar a construção da área externa do forte, fico imaginando as honrarias que ganharei por entregar a cidade e o forte muito antes do prazo previsto, me agradaria muito me tornar o Regente interino de Carlin, se assim o Rei desejar.
Aqueles druidas não são fieis a nossos propósitos, bem que o Rei não gostava que vagassem por nossa capital, muitos deles se revoltaram pela forma que tratamos os operários, estamos encaminhando eles para nossa base, antes que se tornem um problema para nós.
Parece que os druidas revoltados ficaram conformados com sua situação, à produção de alimentos segue sem maiores problemas, alguns nobres de Carlin também tiveram de ser detidos, sabia que esses opositores ao Rei seria um problema mais cedo ou mais tarde.
As reclamações sobre alimentação terminaram, o povo parece que se acalmou, tenho um mau pressentimento com isso, mas um grupo nosso foi emboscado por orc noite passada, tenho que descobrir como não foram rastreados antes e depois do ataque.
Nosso inimigo parecia se mover como uma sombra, pois nem nossas melhores sentinelas conseguir prever de onde vinham os ataques surpresa, sempre à noite, do mesmo jeito que eles vêm eles vão, esse problema deve ser neutralizado.
Os capitães estão errados, os relatórios não devem estar corretos, nenhum dos melhores rastreadores encontra de onde vêm os orcs e o pior, acho que os soldados estão ficando em pânico, até mataram alguns druidas julgando estar atacando os orcs, minha paciência já está se esgotando com essa situação.
Até que enfim uma boa notícia, os operários finalizaram os muros esternos, acredito que assim não haja mais ataques, deixarei uma guarnição a mais vigiando os muros nesta noite.
É um absurdo, aqueles orcs malditos queimaram nossa dispensa, agora chega vamos reunir todas nossas forças e marchar para a guerra, melhor atacar a fonte, assim pequenos grupos de orcs não mais nos causarão prejuízos.
A convocação foi um sucesso, todos os soldados vibraram com a decisão, tenho certeza que marcharemos para a vitória e ela provará que nossos inimigos não têm forças contra a Legião mais poderosa que já se viu.
Apesar de não termos mais os suprimentos para essa grande marcha, pelo caminho encontramos muitos cervos brancos, a carne é mais suculenta que os dos cervos normais, isso é um bom sinal.
Demoramos um pouco a mais que o esperado para chegar à fortaleza dos orcs, mas nossas armas de guerra são muito necessárias, o cerco está quase completo, as tropas externas não são páreas para nossos batedores.
Sim o ataque foi um sucesso, foi muito gratificante ver as massas dos orcs caindo a nossos ataques, as catapultas derrubaram as muralhas que protegia o castelo deles, parece muito mais fácil que o imagina esse ataque.
O grupo de assalto ao castelo conseguiu voltar quase sem baixas, acredito que o rei dos orcs tenha fugido, deve ser um covarde que abandona seu posto, eles trouxeram uma caixa que permanecia guardada atrás do trono do rei.
Não posso dar ao luxo de continuar nessa empreitada de extermínio dos orcs, as defesas da cidade podem ficar vulneráveis a outras raças, nosso trabalho aqui já está feito, queimamos as armas de guerra deles e poluímos seu abastecimento, espero que assim eles aprendam a lição.
Foram poucas as nossas baixas, mas os soldados estão cansados da batalha, uma coisa esta acontecendo de muito estranho, a quantidade de lobos que estão nos atacando é significativa, esta ocorrendo baixas inesperadas com esses ataques, eles são muito mais selvagens que os comuns.
Um dos nossos tradutores informou que junto com a caixa veio uma maldição lançada por um orc shaman, não acredito nessas superstições baratas, mas parte dos soldados liga a má sorte que estamos enfrentando com essa caixa, mas seu conteúdo é muito importante para nosso futuro.
Nossa base era um refugio perfeito para nossa acolhida, os soldados que ficaram de prontidão estocaram bastante suprimento para nossa chegada, agora posso estudar com calma o conteúdo desta caixa, talvez possa entender melhor como usar ela.
Finalmente consegui decifrar o significado dos documentos, eles ensinam vários tipos de magias, nossos batedores do sul entregaram um relatório estranho, há uma movimentação dos minotauros para o norte, será que estão planejando um ataque?
O avanço na construção da cidade foi reduzido, porém as reclamações também diminuíram talvez com os druidas o povo tenha se conformado com a situação, eles se mantem calmos até demais para meu gosto.
Um mensageiro foi enviado ao Rei para mandar um mestre em feitiçaria para aprender essas magias dos documentos, acredito que esses documentos poderão ampliar ainda mais o poder deles, outro batedor informou que ciclopes estão se agrupando no monte de Femon Hills, preciso acompanhar a movimentação deles.
Há dois dias de atraso nos relatórios do sul e do leste, o que será que está acontecendo? Não gosto nada disso, só fico satisfeito que o destacamento com os feiticeiros chegarão em breve, trazendo mais notícias de nossa capital.
Uma nuvem negra se aproximou de nossa Legião, era um tempo de trevas para nossas tropas alguns comentários de mortes nas bases avançadas próximo a terra dos orcs deixava um clima de incerteza no ar, mandei outra guarnição para o sul para verificar a chegada dos enviados da capital, eles estão muito atrasados, isso me preocupa.
Nós fomos sitiados, estamos cercados por todos os lados, grupo de minotauros e ciclopes ao sul e ao leste há uma infinidade de orcs, os relatórios dos batedores não poderiam ser piores, estou preparando os homens para a batalha, acredito que nossa base seja mais bem preparada para defender dessa onda de ataques que se aproxima.
Preparei um grande discurso para animar a Legião, dar o nome de Castelo de Elvenbane foi excelente, uma ótima terra que conquistamos dos elfos, a sim eles seriam grandes aliados se não tivéssemos tomado esta terra deles, poderiam ser eles a nossa salvação.
Nosso plano de defesa é extremamente útil para cada tipo de raça, mas todas combinadas dessa forma deixa nossos ataques com muito menos eficiência que o comum, o portão da muralha do sul está sucumbindo aos ataques, preciso tomar uma decisão rápida.
Estão queimando as muralhas, não tenho escolha a não ser mandar os soldados recuarem para a cidade, nossa base está perdida, só espero ter tempo para guardar essa caixa para que um dia os feiticeiros de Thais possam achar e utilizar este conhecimento, a base do forte é o local mais seguro para guardar a caixa, minha vida vale este preço, depois disso recuarei com as tropas, se conseguir. . .
Eu sou Bistur Kahs, comandante da Legião de Sangue.
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- Precisamos encaminhar isto o mais rápido possível para os Anciões!
- Mas e os documentos dessa tal caixa?
- Procuramos em outra hora!
- Sempre me perguntei o porquê que haviam tantas raças neste local!
- Talvez esta caixa seja a explicação por que os orcs e minotauros ainda estejam presentes nesta base!
- Vamos embora, não gosto de me meter com maldições!
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