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Tópico: Os olhos de Sara

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    @ Izan
    Muuito obrigado pelo comentário!
    É sempre bom receber incentivos do pessoal que já é bem mais antigo na seção.
    Obrigado mesmo!

    @Joxkyz
    Obrigado pelo excelente comentário!
    "Baía da Liberdade" ficou muito estranho, e na verdade tinha traduzido mais pra ver a reação das pessoas mesmo. Mas você mesmo citou, e eu também achei estranho, então reverti à Liberty Bay, como está no prólogo.
    Enfim, muito obrigado por acompanhar essa história desde o começo, obrigado mesmo.








    Capítulo IV - Despertar



    Acorde, menina, ande logo. Ou será que prefere dormir o sono eterno?

    Sara acordou. O mundo revelou-se novamente para ela quando abriu os olhos. Ver novamente o sol da manhã entrando pelas janelas de seu quarto a fez sentir-se imensamente aliviada, havia pensado que jamais escaparia novamente de sua prisão mental. O último pesadelo fora particularmente terrível.

    Normalmente, a sombra que encobria o mundo causava-lhe tal temor que ela era obrigada a acordar... Mas não daquela vez. O nome dele, e os acontecimentos que sucederam ao mundo após a sua chegada ecoavam como lembranças em sua mente, mesmo agora que já estava acordada, mas não conseguia recordá-los com detalhes de modo algum, mesmo que tentasse.

    Àquele sonho, haviam se seguido vários outros, sobre várias partes do mundo, das quais ela só ouvira falar em história. Chegou a sonhar com seu irmão Will, e o que ela viu não a agradou. Primeiro o viu estatelado numa floresta escura, com as mãos e os pés atados. Depois, voltou a sonhar, desta vez o irmão se encontrava num jantar com um grupo de pessoas desconhecidas a ela, e com ogros. Libertários, era o nome deles. Ela ouvira isso no sonho.

    Besteira, o Will está bem. Só estou preocupada porque ele foi em uma missão longe daqui, só isso. Mesmo agora, ela não acreditava realmente que seus sonhos tivessem algum significado importante. Havia apenas imaginado tudo aquilo.

    — Jacques! — Gritou Sara, de repente. Estava sozinha em seu quarto, e já havia ficado sozinha tempo demais. Queria sair de casa.

    Poucos segundos depois, alguém abriu a porta, e um homem entrou desajeitadamente na sala. Ao vê-la acordada, ele fez uma expressão de intenso alívio, e em seguida sorriu alegremente. Sara surpreendeu-se ao vê-lo daquele modo. Não era comum que seu mordomo sorrisse daquela forma.

    — Senhorita Sara! Graças aos deuses! Cheguei a temer que... — Mas então o homem reverteu à sua postura e comportamento habituais. Cruzou os braços atrás das costas e fez uma expressão cômica de censura. Uma atitude mais própria para alguém que se vestia de terno e sobretudo, mesmo à luz do dia e com um calor de rachar.

    — Perdoe-me, senhorita. Exaltei-me demais ao vê-la finalmente acordada.

    — Relaxe, Jacques. Você é muito duro consigo mesmo. Meu pai está em casa? — Ela já sabia a resposta para aquela pergunta, mas a fez mesmo assim.

    — Receio que não. O Sr. Benson anda muito ocupado ultimamente, cheio de negócios em Darashia e Ankrahmun.

    — Ah, é, ocupado. Que seja. — Então lembrou-se da pergunta crucial que queria fazer. — Jacques, a quanto tempo estou dormindo? — O mordomo fez uma expressão desconfortável.

    — Senhorita, sobre isso...

    — Quanto tempo, Jacques?

    — Três dias, senhorita. Tivemos que alimentá-la a força enquanto dormia. As criadas tiveram que banhá-la em água fria e mesmo assim não acordou. Receei que a vida tivesse se esvaído de seu corpo, e o coração continuado a bater por pura força do hábito. Uma tolice, obviamente, mas fiquei terrivelmente preocupado.

    Três dias. Perdera completamente a noção do tempo enquanto viajava por seu mundo de pesadelos. Dormir tanto tempo assim não era natural, Sara pôde ver o desconforto no rosto de Jacques quando o perguntou. Era como se achasse que ela não estava nada bem, mas não queria dizer para não assustá-la. Aquilo a irritou. Já não era mais uma criança, e se havia algo errado com ela, tinha o direito de saber.

    — Jacques, eu tenho alguma doença? Não minta para mim, por favor. Eu saberei se o fizer, te conheço muito bem.

    O mordomo fez uma expressão chocada.

    — É claro que não, senhorita. Você está perfeitamente saudável. Como disse, fiquei preocupado e pensei tolices demais. O que aconteceu foi... passado, e não devemos ficar pensando muito nisso. A senhorita está tão boa como sempre esteve. — E então o homem fechou a cara, e nada mais disse. Sua expressão não dizia absolutamente nada sobre o que ele estava pensando. Sara odiava quando ele fazia aquilo.

    — Estou confiando em você, Jacques. Ah, sim, me lembrei do porque te chamei. Já fiquei trancada tempo demais aqui. Quero sair e ver a cidade.

    Mas não disse o real motivo de querer tanto sair de casa, mais especificamente de seu quarto. Ele agora a trazia más lembranças, recordações de um mundo terrível e desolado, que se abria para ela toda vez que encostava a cabeça no travesseiro à noite, e se entregava ao cansaço.

    — Imediatamente, senhorita. Gostaria que eu fosse com você? Sabe, para sua própria segurança. A cidade anda muito violenta ultimamente.

    — Se é realmente necessário... Acho que posso me defender sozinha, mas tudo bem. — Sara pulou da cama imediatamente. — Espere apenas eu me arrumar e trocar de roupa. — Passou as mãos por seus cabelos louros. Normalmente muito lisos, estavam agora completamente embaraçados. — Vai demorar um pouco.

    — Não há problemas. Esperarei na porta da frente. Desça quando estiver pronta. — Jacques deu as costas a ela e saiu do quarto.

    Sara foi imediatamente tratar de se arrumar. Mudou seu vestido e penteou os cabelos, mas, mais importante, foi até um baú ricamente decorado que tinha junto à cama. Abriu-o com uma chave dourada que mantinha sempre no bolso, e observou seu interior.

    Continha apenas um pequeno cajado adornado. Em uma das pontas, estava incrustada uma esfera azul clara que parecia feita de cristal, do tamanho de um punho. Sara adorava olhar para ela, e observar as pequenas nuvens que pareciam dançar dentro da esfera, como se ela abrigasse um universo próprio.

    Se quisesse, poderia pedir ao papai que comprasse qualquer coisa no mundo, e ele o faria. Mas trocaria todas elas por isso. Meu maior tesouro. Em seguida, saiu do quarto e desceu as escadas até o andar de baixo. Jacques realmente a esperava junto à porta, como dissera.

    Ele também carregava uma espécie de cajado, embora Sara soubesse que não era mágico como o dela. Era uma maça, e tinha incrustada em sua ponta um enorme diamante. Ela sabia que Jacques era um usuário de maças, mas jamais poderia imaginá-lo usando algo como uma clava rude e cheia de espinhos.

    — Está pronta, senhora? Então vamos. Está um dia lindo. — E abriu a porta para que ela saísse.

    Ao ver Liberty Bay estendendo-se à sua frente, Sara quase pode se esquecer da tormenta que passara nos últimos dias. Realmente estava um dia maravilhoso. O sol brilhava escaldante, e o céu estava completamente azul, apenas riscado vez ou outra pelos voos das gaivotas, que existiam aos montes na ilha de Vandura. Ao longe, no sul, podia até mesmo ver o grande porto, onde navios de todos os tamanhos aportavam todos os dias, vindos de todos os lugares. Como um mundo como aquele poderia abrigar qualquer mal?

    Sua casa ficava em uma colina bem ao norte da cidade, de modo que ela podia ver quase toda Liberty Bay estendendo-se abaixo. Ao apertar os olhos, viu uma estranha comoção numa das ruas abaixo. Parecia estar havendo uma briga, e as pessoas se amontoavam em volta de duas figuras encapuzadas, gritando nomes. Ela puxou o sobretudo de Jacques.

    — Olha, lá embaixo.

    Jacques também estreitou os olhos.

    — Senhorita, por favor, volte para dentro. Irei até lá e verei qual é o problema.

    — Não seja ridículo, é claro que eu vou com você.

    O mordomo concordou com relutância. Afinal, bem sabia ele que Sara não apenas uma menininha indefesa. — Está bem, senhorita, mas tente não se meter na confusão.

    Ambos começaram a se dirigir até a fonte da comoção, num passo acelerado. Jacques ia um pouco a frente, seu sobretudo negro por pouco não arrastando na terra. Logo chegaram na pequena multidão, e ambos abriram caminho para ver quem eram as duas figuras que se encontravam no centro.

    — Repetimos, realmente não havia a necessidade de tudo isso. — Gritou uma das figuras encapuzadas, para ser ouvida por sobre os gritos das pessoas. — Estávamos com sede, somos apenas viajantes que pediram um pouco de rum! Onde está a hospitalidade de sua cidade?

    — Viajantes muito suspeitos, vocês! — Berrou um cidadão a plenos pulmões.

    — Pode ter todo o rum que quiser desde que tenha dinheiro para pagar por ele, e não tente roubá-lo, como fizeram! Por que não tiram esses capuzes para podermos ver seus rostos? Se são realmente honestos, não tem nada a temer! — O resto da multidão gritou, concordando.

    Sara e Jacques abriram caminho pelo resto das pessoas, e agora podiam ver claramente as duas pessoas que se encontravam no centro da comoção. Ambas usavam capas surradas de viagem, e seus rostos estavam completamente encobertos por capuzes. Os dois tinham espadas embainhadas na cintura.

    — Não temos obrigação nenhuma de dar satisfações a você. Manteremos os rostos escondidos até termos vontade. — Um dos encapuzados irritou-se, e puxou a espada. — Deixe-nos passar, ou abriremos caminho à força.

    Aquele gesto foi o suficiente para espantar a maioria das pessoas, que correram com medo das armas. Afinal, eram em sua maioria cidadãos comuns. Apenas alguns mais corajosos restaram. Foi Jacques quem falou em seguida:

    — São loucos de sacarem a espada em plena rua, no meio da tarde. Esta cidade possui defensores, sabiam? Um exército. Se Percy Silverhand souber do que fizeram aqui, esperem uma punição a altura. — Àquilo, o encapuzado respondeu com um cuspe no chão.

    — Por favor, vovô, não queremos machucá-lo. Apenas saia da frente e deixaremos sua cidade em paz.

    — Vovô? Meus cabelos apenas começaram a branquear. E duvido que consigam passar por mim, mesmo que eu tivesse cem anos de idade e mal possuísse forças para erguer o braço.

    O encapuzado soltou uma gargalhada divertida. — Que todos sejam testemunhas de que você é quem está pedindo. Alguém vai ter que limpar a sujeira do chão depois que eu tiver terminado. — E imediatamente pulou para cima do mordomo, lançando golpes sobre ele, de todas as direções.

    O homem segurava a espada com ambas as mãos, desajeitadamente. Parecia imprimir mais força do que técnica em seus movimentos. Jacques parou-os todos sem esforço. Quando encontrou uma brecha, lançou uma fortíssima estocada com a ponta do cetro, diretamente contra a testa do homem. Ele caiu para trás com a força do golpe, e gritou de dor. As pessoas que restaram gritaram vivas e aplaudiram.

    — Onde está sua técnica, homem? Dizem que uma espada é a arma mais elegante e mortal de todas, mas vejo que mesmo elas se tornam ineficientes nas mãos de um bruto como você. — Zombou Jacques.

    O homem no chão estava furioso, e agora também envergonhado. Obrigou-se a levantar-se novamente e continuar a luta. Seus golpes se tornaram ainda mais grotescos. Seu companheiro, talvez percebendo que ele estava na pior, também sacou a espada, e estava pronto para amparar o outro na luta. Percebendo aquilo, Sara agiu rapidamente.

    — Tsc tsc, eu não faria isso se fosse você.

    Ergueu seu cajado e apontou-o diretamente ao peito do homem. Ele olhou para ela abobado, como se não compreendesse o perigo em que se encontrava. Da esfera azul, saiu uma rajada de algo que parecia gelo. Ao vê-la, o homem pareceu definitivamente aterrorizado, mas apenas por um segundo, antes de ser atingido em cheio por ela. Ele cambaleou para trás, mas não chegou a cair. À primeira rajada, sucedeu-se outra, e mais outra. O encapuzado ergueu sua espada em defesa, inutilmente. Não era possível se defender de magia apenas com aquilo. Por fim, desabou no chão.

    Seu companheiro encontrava-se igualmente vencido, desacordado no chão. De repente, um dos cidadãos que restava deu uma gargalhada.

    — Pelos deuses, o restante da cidade com certeza ficará sabendo disso! Dois homens com espadas completamente derrotados, e um deles por uma garotinha! — O restante das pessoas juntou-se às gargalhadas, e deram vivas a Jacques e Sara. Ela irritou-se ao ser chamada de garotinha, mas nada disse. Naquele contexto, era mais um elogio que uma zombaria.

    — Alguém precisa retirar esse lixo do meio da rua. — Continuou o homem, e começou a empurrar os desacordados para um canto. De repente, ele parou, e parecia estar remexendo na bolsa de um dos homens. Por fim, ele retirou algo que parecia um pano imundo de dentro dela, e o ergueu, mostrando a todos. O coração de Sara parou ao vê-lo, e ela engoliu em seco.

    — O que é esse trapo? — Perguntou o cidadão, com repugnância. Ninguém soube responder, nem mesmo Jacques.

    Mas Sara sabia. É claro que sabia, o vira nos sonhos, inclusive os sonhos de Will... No banquete com os ogros, havia vários daqueles ao fundo da sala. Uma muralha em ruínas sobre um fundo vermelho. Até aquele momento, recusava-se a acreditar que havia realmente visto a realidade em outro lugar, e não apenas sonhado. Mas ao ver o estandarte vermelho, o choque de realidade a percorreu.

    Afinal, eles eram reais, e eram perigosos. O mundo não poderia simplesmente ficar quieto enquanto os Libertários agiam na surdina. Alguém precisava alertar a todos, ou o mundo da forma que conheciam poderia estar chegando ao fim. E ela já sabia quem deveria ser esse alguém. Mas será que acreditariam nela? A dúvida a corroeu, e aquela presença apareceu novamente, no fundo de sua consciência.

    Não, não ele de novo, por favor.

    Muito bem, garotinha. — Uma gargalhada aguda e cruel ecoou em sua mente. Aquele ser sabia muito bem como ela odiava ser chamada de garotinha. — Enfim parou de negar a verdade. É bom que você tenha medo mesmo, ou de outra forma, como alguém como eu poderia continuar habitando sua mente? — E deu outra gargalhada sinistra.

    Muito apropriado, não é? — Continuou a criatura. — Você desperta de seu sonho, e eu desperto em sua consciência. Mas será que somos os únicos a estarem despertando nesses tempos? Logo estarei tão... “Acordado”, que poderei até me tornar real em seu mundo! Talvez em uma semana ou duas, ou quem sabe amanhã mesmo! O que acha disso? — Ele fez uma pausa momentânea.

    Até la, deixo-lhe um aviso. Talvez você até tenha visto em seus sonhos, mas esses aí... Esses Libertários, eles pretendem cair sobre Liberty Bay antes da próxima lua. Espero até lá já poder ver o estrago com meus próprios olhos, e não apenas com os seus. Ninguém daqui espera um ataque, e se você for uma garota esperta, avisará a todos, ou poderemos presenciar uma verdadeira carnificina. Não que alguém vá dar ouvidos a você. — Terminou com sua característica gargalhada zombeteira.

    A presença se esvaiu sem deixar vestígios, tão subitamente quanto chegara.

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  2. #2

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    Confesso que estou com preguiça de ler tudo, mas vou tomar uma ducha agora quem sabe não anima de ler.

    Eu gosto de ler, mas o que falta é iniciativa, se é que você me entende? aheiehia. O formato do texto esta agradável, espero que a estória esteja boa como dizem por ai, quando terminar de ler eu edito aqui ou respondo mesmo
    Atenciosamente,
    Silk

  3. #3
    Avatar de Gabriellk~
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    SHuHSua entendo perfeitamente.
    Eu mesmo sou o rei da preguiça em começar a ler textos novos, especialmente na Internet. Mas eu tento... ;P
    Também ajuda o fato de haver várias histórias excelentes na sessão.
    Enfim, espero que consiga ler tudo, e que a leitura seja agradável. (:
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  4. #4

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    Como prometido eu li desde o primeiro capítulo e gostei bastante cara, de verdade. Não sou nenhum crítico roleplayer experiente, mas a proposta da estória é bem bacana, contando o final que me surpreendeu bastante sabendo que tudo aquilo não se passa de um sonho, mas um sonho um tanto premonitório.

    Agora fico no aguardo do próximo capítulo
    Última edição por Silk; 20-08-2012 às 20:23. Razão: Correção
    Atenciosamente,
    Silk

  5. #5
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    Eu acabei de ler o ultimo capítulo postado, liked a lot!!!


    E nao deixe de acompanhar a minha história viu, cap 1 part 2!!!!




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    Última edição por Secret Facts; 22-08-2012 às 15:19.
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    21:52 Daix Trevax [208]: ultima vez que eu fui na igreja o padre tento me exorcisa << wtf

  6. #6
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    Poxa gente, obrigado mesmo por estarem lendo e estarem gostando da história! ;D
    Próximo capítulo deve sair amanhã.

    Citação Postado originalmente por Kiwito Ver Post
    Como prometido eu li desde o primeiro capítulo e gostei bastante cara, de verdade. Não sou nenhum crítico roleplayer experiente, mas a proposta da estória é bem bacana, contando o final que me surpreendeu bastante sabendo que tudo aquilo não se passa de um sonho, mas um sonho um tanto premonitório.

    Agora fico no aguardo do próximo capítulo
    Que bom que está gostando. Espero que continue lendo os próximos capítulos.



    Citação Postado originalmente por Secret Facts Ver Post
    Eu acabei de ler o ultimo capítulo postado, liked a lot!!!


    E nao deixe de acompanhar a minha história viu, cap 1 part 2!!!!
    Valeu Secret Facts! Obrigado pelo comentário.


    Citação Postado originalmente por Joxkyz Ver Post
    Perfeito! Capítulo perfeito!

    Cara, você escreve muito bem... tiro meu chapéu a você, é incrível como que no inicio do capítulo você pensa "Hum... Ok... Ok... aham...." Mas no final você fica tipo "WHAT? NÃO É POSSÍVEL! CUIDADO! JÁ ACABOU????? AFF!!"

    É realmente animador ler uma história dessa, com certeza estará entre as melhores, claro, dependendo da história em si... mas se depender de sua ortografia e enredo.... Vish!

    Liberty Bay x Libertários...

    libertários... Baia da liberdade... Humm
    Bem... só uma coisa me vem a cabeça agora... "Great times are comming"
    Grande Joxkyz, seu comentário é sempre um dos mais esperados por mim. ;P
    Só posso agradecer os elogios, e fazer uma confissão vergonhosa.
    Eu nem sequer tinha reparado nessa conexão Liberty Bay > Libertários. Foi uma coincidência mesmo. hasuhauhshauhsha
    Ponto pra você \o/


    Citação Postado originalmente por Senhor das Botas Ver Post
    Li o capítulo II e III... Sinceramente? Nada a comentar; A traição, o vislumbre do Izan da vida, o ponto de vista de cada um... Sei lá, pensei que era ser pálido lá que tinha colocado a maldição(mas foi, não?), aí percebi que era uma entidade supostamente maléfica.


    Vou ler o IV. Estou adorando
    Obrigado, Senhor das Botas!
    E foi ele mesmo, a "entidade supostamente maléfica" apenas se aproveitou da situação e piorou tudo.
    Muuito obrigado por estar gostando da história.


    Citação Postado originalmente por Sombra de Izan Ver Post
    Nossa gostei desse capítulo, até tive que tirar um trecho para dar um look melhor : a sombra que encobria o mundo causava-lhe tal temor que ela era obrigada a acordar...

    Essas sombras são fogo, causam temor até nos dragões, bom mas voltando para o capítulo esse me fez lembrar de um usuário que descrevia sobre a arte dos Tenshial, eram elfos que tinham poderes de viajar por entre os sonhos, algo que precisava de muita atenção para entender, mas não por doença, mas talvez por habilidade seja o que está por passar, três dias, é pouco acho que pode passar anos ou talvez menos, seja como for continue estou gostando (a outra palavra me falha na memória agora) a história, talvez tenha que ler os primeiro de novo para ver se não passou nada em branco.
    Obrigado, Izan!
    Sobre a a história que você mencionou, nunca a li. Quem sabe eu dê uma procurada nela depois.
    Obrigado de novo por comentar e acompanhar.
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  7. #7
    Avatar de Joxkyz
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    Citação Postado originalmente por Gabriellk~ Ver Post
    Grande Joxkyz, seu comentário é sempre um dos mais esperados por mim. ;P
    Só posso agradecer os elogios, e fazer uma confissão vergonhosa.
    Eu nem sequer tinha reparado nessa conexão Liberty Bay > Libertários. Foi uma coincidência mesmo. hasuhauhshauhsha
    Ponto pra você \o/
    Só me deixa mais feliz saber que meus comentários são de grande ajuda!
    a conexão dos Libertários não é um problema não... relaxe quanto a isso...

    Só vim aqui para cobrar novo capítulo e para falar que estou adicionando nota 5/5 estrelas em sua história. Está excelente!

    Abraços

  8. #8
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    :O Valeu mesmo, Joxkyz!






    Capítulo V - Lua Negra





    — Exura Sio! — Exclamou Sara, apontando diretamente para o feio corte que Jacques apresentava no antebraço. Uma pequena lembrança da recente luta que tiveram nas ruas de Liberty Bay. O ferimento começou a se remexer, como se estivesse sendo forçado a uma cicatrização acelerada. No entanto, o processo parou na metade, e Jacques foi deixado com uma feia cicatriz, ainda meio aberta em uma das extremidades.

    — Algum problema, senhorita? — Indagou ele, ao ver que a magia não havia sido completada. — Talvez esteja cansada, e não esteja em condições de realizar atos mágicos. Lamento senhorita, não deveria ter pedido que curasse o ferimento. — O mordomo imediatamente assumiu uma expressão de culpa.

    Sara estendeu a palma da outra mão para o nada, e pronunciou:

    — Exori Tera.

    Absurdamente, de sua mãos brotaram algumas vinhas e galhos de plantas, que retorceram-se por alguns instantes entre si e depois desapareceram, sem deixar vestígios. Aquela era a natureza das magias druídicas. Sara suspirou, e respondeu:

    — Essas magias de conjuração estão funcionando perfeitamente. Algo parece estar especificamente interferindo no processo das magias de cura.

    — Lamento incomodá-la, senhorita. Deixarei-a sozinha para que possa descansar. — E imediatamente o mordomo virou as costas para ela e saiu de seu quarto.

    Sara olhou para as grandes janelas de vidro de seu quarto, que estavam fechadas devido a uma brisa gelada que corria lá fora. Enfeitando o céu cinzento e nublado, encontrava-se uma lua cheia, anormalmente avermelhada. Nos breves momentos em que as nuvens rareavam e à deixavam a mostra, Sara percebia o brilho escarlate que emanava do satélite.

    Um arrepio correu por sua nuca ao observá-la. Aquilo não era normal. Parecia um presságio de tempos ruins, como se a lua esperasse contemplar um massacre, e mudara seu brilho para combinar com a cor do sangue. E agora ainda havia essa força interferindo em suas magias de cura, e a iminência de um ataque a Liberty Bay. Decididamente, os tempos não eram dos melhores.

    Ela já havia feito o máximo que podia, que era avisar o maior número de pessoas que encontrasse. A cidade precisava ser mobilizada, ou os Libertários a encontrariam de portas abertas e completamente vulnerável. Mas, naturalmente, ninguém acreditou numa “garotinha”, cuja única prova do que falava eram seus próprios sonhos. Nem mesmo Jacques. Tudo aquilo a inquietava profundamente. Os Libertários poderiam muito bem estar as portas da cidade agora, e ninguém sabia de nada, a não ser ela.

    Eu, e aquele ser.

    Agora, já estava quase desejando que a entidade em sua cabeça realmente cumprisse a palavra e se libertasse. Quem sabe então as pessoas acreditariam. Mas estava com medo do que poderia ver quando ele de fato se apresentasse no mundo real. Não tinha ideia de sua aparência ou de sua origem, muito menos de suas intenções.

    Perdida em seus devaneios, Sara acabou por se deitar na cama e adormeceu em breve, daquela vez esquecendo-se de resistir ao sono. Daquela vez, milagrosamente não sonhou com nada. No entanto, o que prometia ser um sono agradável e reparador para ela acabou por ser interrompido poucas horas depois.

    Ela despertou com um sobressalto, ouvindo muitos gritos nas ruas. Seu quarto estava sombrio e gelado, e ainda era noite cerrada. No céu, a lua havia sido completamente obscurecida pelas pesadas nuvens cinzentas, que agora ameaçavam derramarem-se sobre a cidade numa tempestade memorável. Os relâmpagos, arautos da tempestade, já caíam aos montes.

    A garota correu até as janelas, a fim de observar a origem do barulho. Não conseguiu discernir muito com a pouca luminosidade, mas os gritos agora eram mais altos do que nunca. Conseguia ver vultos em pânico correndo pelas ruas, para todos os lados, como formigas desnorteadas. De súbito, alguém abriu com violência a porta de seu quarto, e, por trás de si, ela ouviu a voz apavorada de Jacques:

    — Senhorita, devemos partir imediatamente. Aqui já não é mais seguro. — Seu tom de voz deixava claro que as coisas estavam terrivelmente erradas lá fora.

    — O que foi, qual é o problema? — Embora já soubesse a resposta. Eles haviam chegado, quer os habitantes da cidade acreditassem ou não. E agora estavam todos desprotegidos. Ela apenas rezava que a guarda militar de Liberty Bay já estivesse se mobilizando para defender a cidade. De qualquer forma, estariam em grande desvantagem.

    — Navios, com velas vermelhas. Estão neste momento aportando na costa leste de Vandura. Aparentemente vieram de Darama, embora eu não faça ideia de quem sejam. Não é nenhum aliado do reinado de Thais, disso tenho certeza.

    — Eles... Eles são quantos?

    Ao ouvir a pergunta, Jacques fez uma expressão de absoluto medo.

    — Senhorita, não são muitos, veja bem. São menos numerosos do que os soldados da cidade, mas eles tem... Céus! Por que estou perdendo tempo aqui? Vim busca-la. Liberty Bay já não é mais segura.

    — E vou para onde?

    — Para Thais. É a cidade mais próxima e a mais segura neste momento. Já temos um navio providenciado, onde irão também várias outras pessoas importantes. Não vai querer estar aqui caso a cidade caia, senhorita. — Sara não fez mais perguntas, entendia a gravidade e urgência da situação. Sem mais delongas, foi até seu baú, de onde retirou seu cajado. Jamais viajaria sem ele.

    Jacques a puxou pela mão e ambos correram até o hall de entrada. Ao abrirem a porta da frente, o ar gelado encheu o interior da casa, causando-lhes arrepios. Sem hesitar, trancaram a porta e correram para a noite. Sara deu uma última olhada para sua enorme casa, e sentiu um aperto no coração. Estaria deixando-a, e deixando Liberty Bay, sabe-se lá por quanto tempo. Talvez jamais voltasse a vê-las.

    Os ruídos noturnos ficaram ainda mais altos. Misturados aos gritos e aos trovões, ouviam-se também estrondos ensurdecedores de explosões e de fogo. Em vários lugares, casas ardiam em chamas. A parte leste da cidade era aonde o tumulto era maior. Soldados de Liberty Bay, vestidos em armaduras completas, lutavam contra os invasores Libertários.

    Estes não possuíam nenhum uniforme definido, vestiam-se da forma que desejassem. A única forma de identifica-los era pelas capas vivamente coloridas que utilizavam por cima das outras roupas. A grande maioria era vermelha, mas alguns usavam capas azuis, e raramente via-se algumas brancas.

    Era um grupo curioso, aquele. Invadiam uma cidade sem sequer estarem vestidos de armaduras, ou possuírem qualquer plano tático aparente, ou mesmo um comandante de batalha. Pareciam um tanto indisciplinados e inconsequentes, até mesmo no manejo de suas armas. No geral, não eram tão diferentes dos dois encapuzados que haviam encontrado anteriormente.

    A balança da luta parecia estar pendendo para o lado de Liberty Bay. Haviam alguns magos entre eles, mas pareciam muito poucos para fazerem a diferença. Sara não entendeu porque Jacques parecia ter tanto medo deles.
    Enquanto seguiam por uma grande rua central, em direção ao porto do Sul, ela deu voz as suas dúvidas:

    — Parece que estamos ganhando, pelo que vejo da luta no leste. O que é tão terrível nesse grupo de invasores?

    — São meros peões, senhora. Se tivesse visto o que eu vi, não pensaria assim. Creio que... Creio que eles não se importem que seus próprios homens sejam mortos, assim como os de Liberty Bay. São meras peças dispensáveis, por trás da sua real força de batalha. Se realmente estiverem planejando o que penso... Não. Seria vergonhoso e maligno demais.

    Curiosíssima, Sara quis saber o que havia de tão tenebroso, mas antes que pudesse novamente dar voz as suas dúvidas, foi interrompida por um barulho ensurdecedor. A batalha havia chegado à rua central onde estavam. Uma das casas que a ladeavam explodiu num show de estrondos e fogo sensacional, e seus destroços de pedra se espalharam por toda a rua. Soldados de ambos os lados começaram a fluir para a estrada, e o barulho de aço batendo em aço pode ser ouvido em todo lugar. Subitamente, e sem querer, estavam no meio da batalha.

    — Fique próxima a mim, senhorita! — Berrou Jacques, a fim de ser ouvido por sobre a algazarra.

    Agarrando a mão de Sara, ele começou a puxá-la para uma rua lateral deserta, a fim de escaparem da luta. Parecia que seriam bem sucedidos, mas então, ela o viu. Alguns metros a frente dela, no meio de outros soldados que lutavam entre si, um dos Libertários de capa azul. O homem olhava fixamente para ela, e quando Sara retribuiu seu olhar, ele ergueu a palma da mão em sua direção, pronunciando algumas palavras que ela não pode ouvir.

    Só o que se lembrou de ter visto em seguida foi uma luz de cegar os olhos, e o calor... Por puro reflexo, ela abaixou-se, e as chamas passaram por sobre sua cabeça, chamuscando a ponta de seus cabelos. A bola de fogo errante encontrou alguma construção atrás dela, e ela ouviu um estrondo quando outra casa veio abaixo, sucumbindo perante a força da magia. Imediatamente percebeu que Jacques já não segurava sua mão.

    Desesperada, procurou por ele, mas não conseguiu encontra-lo no meio da confusão. No entanto, percebia o homem de capa azul, que ainda parecia ter ela como alvo. Ergueu a palma da mão a fim de preparar outra bola de fogo, mas Sara correu na direção contrária, e entrou por uma ruela lateral, abençoadamente deserta. Continuou correndo por ruas e mais ruas, cada vez mais para longe da confusão. Estava apavorada.

    Por favor, que ele não esteja atrás de mim...

    Parou por alguns instantes, para retomar o folego. Foi o suficiente para o homem de capa azul reencontrá-la. Sara não entendia porque ele ainda a perseguia. Que diferença ela poderia fazer na batalha? Voltou a correr com todas as forças que tinha, sem olhar para trás. Por fim, sua corrida chegou ao fim quando percebeu que havia entrado por um beco sem saída. Desesperada, tentou escalar o muro de pedra que impedia sua passagem a fim de continuar fugindo, mas escorregou no meio do caminho e estatelou-se no chão, dolorosamente.

    Aterrorizada e a beira das lágrimas, Sara olhou para o fim da rua, onde o homem apareceu novamente. Numa tentativa desesperada, ela apontou seu cajado para ele, e de sua ponta saiu uma rajada de gelo que correu velozmente em sua direção. O homem limitou-se a rir de sua fraca demonstração mágica.

    — Utamo Vita. — Entoou ele. Em seguida, sua rajada de gelo encontrou o alvo, mas não produziu efeito algum. Pareceu ser absorvida por alguma espécie de campo de força que o homem colocara em volta de si próprio. Ele voltou a erguer a palma da mão. Daquela vez, estavam muito próximos. Não erraria o alvo.

    Naquele breve momento, Sara percebeu que seria o seu fim. Da mão do homem, surgiu a característica luz de cegar os olhos, e a garota observou, impotente, enquanto a bola de fogo atravessava o ar e vinha diretamente em sua direção.

    Um segundo depois, um sol brilhante e extremamente quente a atingiu em cheio. As chamas a engoliram, e a dor que ela sentiu naquele momento foi indescritível. Não suportando, Sara gritou para a noite, num clamor inumano, de gelar os ossos, enquanto seu corpo era consumido pelo fogo.

    Você é idiota?

    Em seus instantes finais de vida, sua mente foi novamente invadida por aquela presença misteriosa e indefinida.

    Cure-se, garota estúpida! Seria péssimo para mim se você morresse agora. Parece que já é hora de interceder...

    Naquele instante, Sara atreveu-se a ter esperanças. No entanto, se sua magia ainda estivesse sendo bloqueada...

    — Exura Vita! —Exclamou, com todas as forças que tinha.

    O alívio que sentiu em seguida estava além de qualquer descrição. Foi a melhor sensação que alguma vez sentira na vida. Sentiu que estava mergulhando em água gelada, e as queimaduras de seu corpo estavam curando-se milagrosamente. Enfim, sua magia voltara, embora sequer entendesse porque ela havia sido bloqueada anteriormente.

    Mas antes que pudesse alegrar-se por afinal estar viva, a presença em sua mente começou a debater-se terrivelmente, como se estivesse dando marteladas no próprio crânio de Sara. Sentiu-se desorientada, e a cabeça latejava horrivelmente. Em seguida, a sensação espalhou-se pelo resto do corpo. Era como se ganchos a estivessem puxando de todas as direções.

    Então, alguma coisa... Pareceu sair de dentro de sua cabeça, e apresentou-se ao mundo. Viva, enfim livre de sua prisão.

    A entidade parecia incorpórea, quase transparente, mesmo agora que se encontrava no mundo físico. Era mais uma figura abstrata e colorida do que um corpo propriamente dito. Suas “mãos” eram roxas, e quase do tamanho do resto do corpo. O próprio corpo da criatura parecia um emaranhado de fios verdes que entrelaçavam-se entre si, culminando na cabeça, da mesma cor das mãos. Não possuía pernas, ao invés disso, flutuava alguns metros acima do chão. Mas o pior eram os olhos. Eram de um azul muito vivo, e pareciam estar sempre vidrados, como se vissem coisas que outros olhos não pudessem ver.

    O homem de capa azul observava tudo aquilo, abobado. Aparentemente ele também podia ver a entidade que se originara de Sara, pois olhava fixamente para ela, com os olhos esbugalhados. Sem avisos, a criatura voou na direção dele, e soltou um grito extremamente agudo. O homem assustou-se terrivelmente, mas logo recompôs-se e apontou sua mão para a criatura, pronto para lançar sua costumeira bola de fogo.

    — Tsc tsc, hoje não. — Disse a criatura. Sua voz era a mesma que Sara ouvira em sua mente, aguda e zombeteira. Imediatamente, ele agarrou o homem com suas enormes mãos, e subiu com ele para os céus. O homem gritava e debatia-se, impotente. Quando já estavam a pelo menos uns duzentos metros de altura, tornaram-se apenas um ponto indistinto no céu noturno. Mesmo a essa distância, a criatura fantasmagórica gritou, e seu grito pôde ser ouvido por toda a extensão de Liberty Bay.

    — Eia, soldados de Liberty Bay! Libertários! Por que estão tão parados? Quero ver o caos. Não vim a este mundo para ver uma batalha tão entediante. — Em seguida, gargalhou, e continuou. — Quem sabe isto não os anime!

    E o que fez em seguida, Sara não esqueceria tão cedo. Daquela altura, jogou o homem de capa azul, como se ele fosse um saco de trapos. O homem caiu velozmente, berrando e debatendo-se no ar. Toda a cidade parecia ter parado para ver o espetáculo. Sara preparou-se para o que viria a seguir, mas mesmo assim chocou-se com o som que o homem fez quando encontrou o chão. Não pode vê-lo, mas a julgar pelo barulho, havia se espatifado como uma gelatina.

    — Que esta luta comece de verdade, para o bem ou para o mal. — Terminou gargalhando novamente.
    Última edição por Gabriellk~; 24-08-2012 às 22:09.
    “The big questions are really the only ones worth considering, and colossal nerve has always been a prerequisite for such consideration”.
    - Alfred W. Crosby

    Gosta de fics tibianas? Leia a minha aqui!

  9. #9
    Avatar de Joxkyz
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    Perfeito! Capítulo perfeito!

    Cara, você escreve muito bem... tiro meu chapéu a você, é incrível como que no inicio do capítulo você pensa "Hum... Ok... Ok... aham...." Mas no final você fica tipo "WHAT? NÃO É POSSÍVEL! CUIDADO! JÁ ACABOU????? AFF!!"

    É realmente animador ler uma história dessa, com certeza estará entre as melhores, claro, dependendo da história em si... mas se depender de sua ortografia e enredo.... Vish!

    Liberty Bay x Libertários...

    libertários... Baia da liberdade... Humm
    Bem... só uma coisa me vem a cabeça agora... "Great times are comming"

  10. #10
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    Li o capítulo II e III... Sinceramente? Nada a comentar; A traição, o vislumbre do Izan da vida, o ponto de vista de cada um... Sei lá, pensei que era ser pálido lá que tinha colocado a maldição(mas foi, não?), aí percebi que era uma entidade supostamente maléfica.


    Vou ler o IV. Estou adorando

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    Não espere algo bem elaborado e feito. De resto...



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