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Tópico: Taberna dos Ímpares

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  1. #1
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    Padrão Taberna dos Ímpares

    Pode não parecer, mas sempre acompanhei com vigor os subforums de leitura/escritores, e com a inauguração dessa nova seção, me deu um ânimo para participar. É difícil dizer que tipo a minha história se encaixa, pois ela será um mesclado gigantesco de vários tipos, gêneros e estilos. Só posso dizer, por enquanto, que o prólogo é atual.

    Ah! Outra coisa. Realmente não administro parágrafos, só a minha introdução deve ter umas 4 paginas. Sei que o costume daqui são posts pequenos, mas esse não é meu estilo.

    Bom, apresento-lhes


    Taberna dos Ímpares


    Introdução


    Seis da manhã, o marcador digital do relógio brilha na escuridão, é a única fonte de luz naquele quarto escuro. Como se fosse programado para isso, João acorda pontualmente. Levanta-se preguiçosamente da cama e aos tropeços atravessa o quarto em direção ao interruptor. Liga-o. Momentaneamente a luz o cega, mas aos poucos sua visão retorna, revelando um típico quarto, cama, criado-mudo, armário grande, armário pequeno e objetos variados espalhados, tudo que normalmente um quarto possui. Com passos sonolentos, caminha em direção ao seu banheiro. Seu trivial espelho reflete a imagem de seu banal ser, branco, de meia idade, barba feita, cabelos pretos e curtos. Após a desinteressante visão, pratica como a maioria sua higiene matinal, banho, dente, desodorante, cabelo e perfume. Sentindo-se limpo, veste rigorosamente seu uniforme, traje comum de trabalho, terno preto bem passado, gravata negra endireitada no pescoço e um penteado formal, no seu caso, cabelo molhado repartido para o lado. Sentindo-se apresentável para o mundo, apronta rapidamente um costumeiro café-da-manhã, proteínas, carboidratos, vitaminas, lactose e glúten. Sentindo-se satisfeito, sai em disparada pela porta da frente, sem esquecer de sua fiel mala de couro sintético, rumo a mais um típico dia de trabalho em uma metrópoles.

    João andava em passos lentos, como a maioria mundial que detestava seu emprego. Caminhava pelas ruas com cansaço nas pernas e tristeza estampada na face, rumo ao metrô da cidade, seu veículo costumeiro de transporte. Pensava ele: “Se carroças aladas são o meio de transporte entre a terra e o céu, o metrô sem dúvida era o do inferno”. Como sempre ao chegar ao local, encontrava mais pessoas de sua tribo, na verdade a maioria esmagante pertencia a ela, pessoas que vestiam o mesmo uniforme. Algumas delas até demonstravam pequenas modificações, uma leve variação de cor na gravata ou um minúsculo detalhe diferenciado no terno, mas no fundo, não enganavam ninguém com suas supostas liberdades de estilos. Obrigatoriamente todos se replicavam. João presenciava, através de seus olhos, uma estação cinza e morta, onde as cores pretas e brancas predominavam; rara eram as vezes que vislumbrava uma extravagância de cores, onde sua viva fonte era sempre subjugada e discriminada pelo massivo bicolor.

    Ele adorava ficar apoiado em uma das pilastras que sustentavam aquele vão debaixo da terra, onde ficava isolado da multidão, perdido em seus pensamentos. Imaginava um desses tantos desconhecidos, tendo um enfarte e caindo duro no chão. Com olhos examinadores, apostava em quem do aglomerado prestaria socorro, ou em quem desmaiaria junto de nervoso, ou até em quem roubaria os pertences do defunto e fugiria a toda velocidade, feliz pela sorte grande.

    O metrô finalmente chega. Portas eletrônicas abrem-se, e a boiada humana afunila-se na entrada. João é um deles, mas nativo da rotina, logo se emburaca e adentra no vagão. Senta na primeira cadeira individual que encontra, alegrando-se pelo achado, pois saciaria sua frescura. Nunca foi adepto ao esporte de roçamento de células mortas com estranhos pela manhã. A viagem hoje seria curta, não que seu destino diferenciava dos outros dias, apenas dominou o conhecimento da locomoção. Diferentemente da física, no metrô a durabilidade de uma viagem não é determinada pela distância de dois pontos, e sim pelo conforto de seu lugar. Em pé, no meio da multidão, teria pela frente uma longa viagem, mas hoje, sentado numa cadeira individual, seria em tempo recorde.

    Era um vagão lotado de animais falantes e produtores de grandes tons, mas o som metálico dos trilhos era o único ouvido, todos emudeciam-se e tentavam ao máximo o desencontro de olhares. Nesse esporte João era titular. Novamente ele aprofunda-se em seus pensamentos, imaginando como seria se aquele mesmo vagão, com as mesmas criaturas falantes como a solidão, fosse magicamente tele-transportado para algum planeta desconhecido. Quem formaria o primeiro casal? Quais pessoas se odiariam? Quais cultivariam grandes amizades?

    O metrô chega em seu destino. Portas eletrônicas abrem-se, boiada humana afunila-se na saída. Alguns minutos depois de empurrões e esbarrões, finalmente João chega ao seu local de trabalho, um grande prédio pertencente a uma grande organização. Trabalhava no oitavo andar, em um grande salão dividido em vinte pequenas mesas de escritório, praticamente uma cópia dos outros nove andares restantes do prédio. Assim, ele passou seus últimos dez anos de sua vida, trabalhando numa marca banalizada, em um de seus prédios padronizados, ocupando mesas de escritórios singulares, e fazendo o mesmo serviço de milhares.

    O término do expediente chega. Todos voltam para suas casas, para suas obrigações não remuneradas; menos João, esse caminha tranquilamente pelas ruas da cidade, totalmente sem compromissos, em seu horário livre. Com sua maleta na mão, seu terno desabotoado e sua gravata afrouxada, assistia em movimento o pôr-do-sol, onde seus últimos raios o faziam transpirar. Olhou para a grande bola amarelada no horizonte: “Quente”. Olhou para seu escuro terno: “Traje europeu”. Olhou para aos céus: “Quem foi o gênio que aderiu e tornou lei usá-lo?”. Olhou para as pessoas em sua volta: “Camisa e bermuda, isso sim que os brasileiros deveriam usar no trabalho”.

    João sempre foi um exemplar diferenciado de sua espécie, apesar de sua aparência e de suas vestimentas dizerem o oposto, ele dificilmente mesclava-se na multidão. Seu gosto e seus pensamentos sempre foram exóticos, usava seu cérebro vinte e quatro horas por dia, sem descanso, sem pausas em suas maquinações, mesmo em um andar singelo ao retorno de seu lar. Sua costumeira jornada pelas ruas escuras da cidade após o trabalho, era apenas mais um de seus gostos não convencionais.

    Esse foi sempre um de seus maiores prazeres da vida, a “Caminhada do Alvorecer”, assim ele a chamava; andava pelas ruelas de sua cidade predileta até ao amanhecer, praticando em passos curtos o seu livre-arbítrio. A Conhecia como a palma de sua mão, ou até mais, já que tinha percorrido cada uma de suas avenidas, alamedas, ruas, ruelas, vias, becos, passagens, caminhos, acessos, gretas, túneis, fissuras, frestas, grutas, etc. Conhecia de cabeça todos os nomes dos bairros, ruas e pontos turísticos. Já tinha vislumbrado sua beleza dos mais variados ângulos, em terra firme, em tomadas aéreas ou até em fotos espaciais. Podia vendar seus olhos e rodopiá-lo sem pena, que qualquer lugar da cidade que o deixassem, ele reconheceria de supetão; talvez por causa de uma excêntrica árvore com troncos retorcidos, ou pelo irregular chão que formava poças ao chover, ou por uma jeitosinha “casa de avó”, aquelas de móveis antigos e aroma de bolo de fubá ao forno, ou por um carro importado na garagem. Não importava, ele saberia, e se por acaso alguém apostasse, perderia. Mas, inconscientemente humilde como sempre foi, apenas teve nessa noite a consciência de sua habilidade, da grandeza de seu conhecimento, e entrou em êxtase ao imaginar ser o único ser daquele mundo a possuir aquele saber, de todas as mentes com as mais variadas capacidades intelectuais a conhecer cem por cento aquela cidade. Naquela noite, apesar dele nunca ter conseguido citar todos os estados brasileiros, sentiu-se inteligente, intelectualmente capacitado, sabido até ao transbordo de sua borda. Sentiu-se... único.

    Já passava das quatro da madrugada, e ele achou sensato começar a rumar de volta para casa, passo a passo regressou de seu trajeto percorrido por momentâneos impulsos. O barulho da dura sola de seu sapato era o único instrumento a emitir som naquelas ruas, nenhuma alma viva cruzara seu caminho há horas, nem sequer ouviam-se conversas ou o clássico cântico metropolitano em ruas paralelas distantes. João encontrava-se caminhando na solidão, parecia ser o único morador daquela cidade, as casas mantinham suas grandes janelas fechadas e nenhum sinal de vida escapava de seus domínios, nem uma luz, nem um ruído, naquele momento até requebrados de caveiras o alegraria, resgatando de sua melancólica solidão momentânea. Admirando o casamento do silêncio com a escuridão que ele notou espantado o bater de seu queixo, estava caminhando repentinamente ao encontro de uma forte ventania, seus gélidos ventos passavam com pressa entre as fendas de sua forma, instintivamente seus braços acolheram-se um ao outro e sua cabeça inclinou-se para frente. Sua respiração estava pesada e suas pernas pisavam forte no chão, e seu único pensamento era: “DE QUE BURACO GÉLIDO-INFERNAL SAIU ESSA MERDA?!”. João nunca vira um frio tão intenso naquela região, e com espanto nos olhos avistou pequenos flocos de neve caindo ao chão. Ele estava espantado e ao mesmo tempo admirado com tal impossibilidade, sabia que ninguém acreditaria se contasse, mesmo com sua argumentação artificiosa elevada. Em plena fascinação pela fuligem cristalina, dava à cara a tapa, levantando-a do ventre de seus ombros que o protegiam dos ventos frígidos e imparciais, tentando abocanhar o máximo possível dos respeitosos flocos, possuidores dês da nascente de tais venerações sem se sobressair. Em seu exaltado recesso, avista de relance, do outro lado da rua, um pequeno beco que se espremia entre duas grandes casas, tão pequeno que mal dava para passar frontalmente uma pessoa, ou em pé de igualdade, lateralmente um gordo. Ele rapidamente atravessa a rua e aproxima-se de sua entrada, que era totalmente escura, e apesar de não enxergar o seu outro lado, dava a impressão de ser bastante longo. João nunca avistara esse beco antes, mesmo que minutos atrás jurava conhecer cada canto daquela cidade, e sem pensar duas vezes, sua curiosidade o empurra para dentro de seu breu.

    Era totalmente desprovido de iluminação, nem a lua cheia parecia ousar se intrometer em sua negritude. João andava com dificuldade em seu domínio, não dava para enxergar um palmo em sua frente, suas pernas davam passos cautelosos no vazio enquanto suas mãos deslizavam nas extremidades do beco. Alguns poucos minutos se passaram em sua caminhada sombria, quando percebeu que o chão mudou de material, era um chão macio e seus passos não mais faziam barulho, parecia ser de terra. Ao longe, percebeu uma fraca luz amarelada no fim de todo aquele preto, com ânimo renovado, apertou o passo e logo a luz amarelada deu lugar a uma estrutura de madeira, que por sua vez, deu lugar a uma velha casa com pequenas janelas que expeliam uma fraca luz amarelada, que provinha de seu interior. O término do beco acabava exatamente no início da casa, que na verdade, de acordo com a placa de madeira encima da porta: era uma taberna, a “Taberna dos Ímpares”. Ela continha dois pequenos andares, e os dois eram feitos de madeira antiga. O segundo andar apresentava apenas três pequenas janelas, enquanto o primeiro continha duas das mesmas janelas, uma de cada lado da única porta, que por sua vez, cobria-se com uma simplória varanda.

    Lá estava João, em pé, com seus sapatos empoeirados de terra, seu terno desabotoado, sua gravata afrouxada e sua fiel mala de couro sintético em uma das mãos. A neve acumulava em seus negros cabelos e o frio assolava seu externo ao mesmo tempo em que a fome consumia-o por dentro. Olhou para trás. De seu caminho percorrido não se via mais nada, apenas uma negra tela. Olhou para frente. Uma taberna velha e misteriosa, com luz amarelada e sons de conversas eufóricas escapando de suas minúsculas janelas. Com uma sábia escolha, o homem formalmente vestido se aproximou da porta de madeira e com um movimento brusco girou a maçaneta, a porta rangeu lhe dando boas vindas, e a silhueta do homem se perdeu adentrando a taberna.


    Fim da Introdução


    A introdução foi baseada na HQs (revista em quadrinhos) SandMan

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  2. #2
    Avatar de Gabriellk~
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    Olá.

    Primeiramente, devo dizer que por enquanto estou neutro com relação a sua história. Dependendo do que vier nos próximos capítulos, minha opinião pode mudar, mas por enquanto é difícil dizer muita coisa.

    Eu achei a escrita impecável, não vi praticamente nenhum erro. Apenas algumas descrições não gostei muito, me soaram muito mecânicas. Por exemplo: "mas aos poucos sua visão retorna, revelando um típico quarto, cama, criado-mudo, armário grande, armário pequeno e objetos variados espalhados", ou a descrição do café-da-manhã do João.
    Não sei se me fiz entender bem, mas, de qualquer jeito...

    Você falou dos parágrafos e que não da muito atenção a eles (pelo menos foi o que eu entendi). Realmente isso ficou bem visível no texto .
    Alguns parágrafos foram cansativos de ler simplesmente devido ao tamanho gigantesco dos mesmos, como o antepenúltimo.

    Isso aliado ao tamanho do seu texto, e a falta de diálogos, pode (e acho que vai) afugentar muitas pessoas do seu tópico, antes mesmo que elas leiam umas poucas linhas e se interessem pela história. Já aconteceu muito comigo. Mas como você disse que não é seu estilo escrever textos pequenos, acho que não dá para fazer nada.
    Bem, é só isso, estou esperando o próximo capítulo.
    Até mais.

  3. #3
    Avatar de Ldm
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    Como você já disse estar familiarizado com as seções, não preciso exaltar a escassez de comentários, principalmente com textos grandes; que bom.

    Enfim, antes de começar a ler, já imaginava uma saga épica, cheia de aventuras, guerreiros, intrigas e sangue. Imagine o baque que foi ao me deparar com o início brusco, para mim, do texto.

    Diferente do Gabriellk~, achei perfeitas as descrições mecânicas ao longo do texto, principalmente pelo fato de realçarem a rotina boba e mecânica do personagem.

    No geral, todas as descrições apresentaram um caráter humorístico. Um humor depreciativo, é verdade, mas esbocei uns quantos sorrisos ao longo do texto.

    É o tipo de texto que me prende, principalmente pelo tema; e do modo como foi escrito, ficou algo sensacional, para mim. Não me desinteressei pela rotina monótona do personagem, principalmente pelo narrador; seria comum perder-se, achar algo medíocre, mas o modo como foi narrado realmente mudou a perspectiva do leitor (pelo menos a minha). Ou seja, você conseguiu traçar uma linha de interesse, até culminar no desfecho que realmente toca o ponto principal do prólogo, embora eu tivesse preferido a narração dinâmica de outrora.

    E, uau, um personagem brasileiro! Incrível, o personagem já me convence, porque é algo com o que eu posso associar a personalidade, os pensamentos e tudo o mais. Não é um estranho europeu/nórdico/oriental qualquer; é o João.

    Tudo legal, até que... Desfecho?!

    Serei sincero, não me agradou; por enquanto. Não que o lugar seja clichê, até porque nada foi mostrado do que existe lá e qual será o ponto principal da história, mas o modo como ele chegou lá não soou nada original; lembrou muito os filmes do tipo Sessão da Tarde.

    Pelo que foi apresentado até o desfecho do prólogo, torço para que não saia algo bobinho e tal. Acho que você sabe o que faz.

    Abraços.


    "Este tem sido o problema dos místicos. Alcançam o Definitivo, mas não podem relatar aos que lhes vêm após. Não podem relatá-lo a outros, que gostariam de ter essa compreensão intelectual. Tornaram-se um com o Definitivo. Todo o seu ser o relata, mas a comunicação intelectual é impossível. Poderão dá-lo a ti, se estiveres pronto para recebê-lo, poderão permitir que o alcances, se também o permitires, se fores receptivo e aberto. Mas as palavras não farão isso, os símbolos não ajudarão, teorias e doutrinas não serão de uso algum."

  4. #4
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    Padrão Capítulo 1 – Primeira História

    Bom, quero agradecer às pessoas que comentaram e deram suas opiniões ( os 2 cavalheiros distintos ), e lascar outra parte da história.

    Gabriellk~: Sobre as descrições no primeiro parágrafo, realmente foi minha intenção passar batido nelas, fazer algo rápido e explicando banalmente as ações que fazemos todos os dias. Já sobre a falta de diálogos, foi única e simplesmente culpa pela falta de alguém para papear. Nos outros caps com certeza terá diálogos, já que ele encontra alguém para papear

    Ldm: Incrivelmente você captou bem o que eu queria passar, e fico feliz por te agradar e muito mais ainda por fazer você dar pequenos risos tímidos. E pensando bem, você pode ter alguma razão sobre como a taberna fora apresentada, mas isso eu posso adiantar, não tem nada de clichê atrás daquela porta

    Obs: não sei como deveria postar a continuação, então botei em citar mesmo. Fiquei sabendo que mudou as regras do fórum sobre esse tipo de postagem. Caso esteja errado, algum moderador pode arrumar. Não encontrei nenhuma regra falando sobre isso...

    Capítulo 1 – Primeira História

    Quando a porta da taberna fechou atrás de João, ele pensou que todos ali presentes iriam interromper suas risadas e focarem sua atenção para o mais novo visitante, como se ele fosse um forasteiro entrando num bar no velho oeste americano, mas para seu espanto, ninguém deu a mínima bola e muito menos o barulho cessou. A taberna era bem maior por dentro do que ele imaginava, no canto direito existia uma escada que provavelmente dava acesso ao segundo andar, e no esquerdo uma pequena passagem, que pelo vai e vêm de mulheres carregando bandejas, dava para a cozinha; o resto era um salão ocupado por várias mesas e cadeiras de madeiras posicionadas desordenadamente, também existia um grande balcão onde atrás dele ficava um homem gordo e vários tipos de garrafas de bebidas e barris de cerveja. Lá dentro era uma alegre confusão de pessoas, existia uma variedade incrível delas e todas se interagindo como velhos amigos. João sentiu-se em um bar de um planeta distante, perto de uma rota comercial estrelar. Mas não lhe entendam mal, todos eles eram humanos, só que apesar de suas espécies coincidirem, agiam, falavam e vestiam-se diferentes umas das outras, parecia que todo o tempo humano fora comprimido e colocado dentro da taberna, transformando-a em um lugar atemporal. Lá dentro via-se de tudo, um cara vestido semelhante aos romanos, uma mulher utilizando antigas modas dos anos sessenta, um velho parecido com um monge indiano, uma bela mulher coberta apenas por uma fina camada de seda branca, uma jovem criança cercada de ouro como os velhos faraós do Egito, um homem barbudo coberto por uma pesada manta de pele animal, etc. Todos eles mesclavam-se desordenadamente por todo o espaço do estabelecimento, em cima das mesas, sentados nas cadeiras, nos balcões ou simplesmente em pé encostado nas paredes. João, que sempre se sentia formalmente vestido, envergonhou-se de sua opaca aparência pela descontração do lugar.

    Libertando-se de seu admirável encanto, arrisca seu primeiro passo na taberna; seu peso faz estalar o piso, que era formado por tábuas de madeiras antigas e lascadas, mostrando grandes fendas entre elas que exibiam a escuridão abaixo. Após o primeiro passo, ganha coragem e quando estava preste a lançar o segundo, uma voz rouca lhe chama a atenção:

    - Ei, você! – a voz vinha de um homem que se encontrava sozinho em uma das mesas – Sim, você! É sua primeira estadia aqui?

    -É comigo? – perguntou o João aproximando-se do homem.

    - Pelos fortes ventos, – o homem levantou suas mãos ao ar – com quem mais seria? Tenho várias falhas, mas vesguice não é uma delas. – sua risada ecoou alto na taberna, mas junto a tantas outras, era só mais um tom no acorde.

    João pela primeira vez, da uma boa examinada no homem. Era de meia idade, cabelos pretos engrenhados e tinha a barba para fazer, sua roupa era de pano azul surrado e usava um tapa-olho no seu globo ocular esquerdo. No geral tinha um aspecto ensebado e sujo.

    - Sim, mas estou apenas de passagem. – respondeu João – Na verdade, estou aqui mais pelos ventos frios lá de fora e pela minha fome, do que pela minha própria escolha.

    - Estamos todos de passagem por aqui amigo. – apontando para a cadeira vazia de sua mesa, completou com um sorriso – Mas, já que por acaso passou por aqui, sente-se e coma.

    João estava esgotado, andava a horas, tornando tentador seu humilde convite de relaxar em uma cadeira e descansar seus braços em uma mesa. Vagarosamente ele deixa cair seu peso sobre a cadeira, que range em pelo menos três lugares diferentes em reclamação de seu peso. Sentado e fazendo todo o possível para não sobrecarregar as frágeis pernas do assento, sua visão frontal dava em uma antiga mesa que possuía grandes valas em sua madeira, onde acumulava um tenebroso lodo e formava poças de cervejas recém derramadas. João pensou melhor na oferta. Acabou acomodando-se, sem graça, ereto na cadeira rangedora e recolhendo seus antebraços de tecido fino em seu colo.

    - Então – disse o homem - vamos tratar de conseguir uma caneca cheia para você, e cerveja para reencher a minha. – com a caneca vazia suspensa ao ar e com um forte grito, ele chamou a atenção de uma das atendentes do outro lado do estabelecimento. Confiante em seu vocal, gritou dali mesmo – Me vê mais uma rodada de cerveja e um frango recheado. – sem ao menos confirmar o entendimento do pedido, voltou-se para o João – Daqui a pouco chega.

    A taverna estava lotada, e João duvidava muito que seu pedido iria ser entregue antes que a fome grunhisse em seu estômago. Sem escolha e rendido pelo cansaço, decidiu tapear sua angústia puxando assunto com seu ensebado companheiro.

    - Então, é normal esse lugar ficar lotado assim? Apesar de seu aparente sucesso, nunca ouvi falar.

    - É natural que nunca tenha ouvido falar, poucas pessoas tiveram a oportunidade de estarem aqui, e quando têm nunca se esquecem, por isso seu sucesso.

    - Não me leve a mal. – João olhava ao redor com desconfiança – Mas, o que são vocês? Para que todas essas fantasias? Por acaso fazem parte de uma companhia de teatro?

    O homem gargalhou alto e por um longo período não se preocupou com o constrangimento que causava em João. Depois de respirar fundo, respondeu:

    - Tinha até esquecido que você era novato. – dizia ele ainda com resíduo de uma boa gargalhada - Não, não faço parte de nenhum teatro. Na verdade, apesar de já ter escutado essa palavra antes, desconheço seu significado. Apenas nos vestimos de acordo com nosso povo e com o nosso tempo, pode parecer surreal, mas esse lugar não pertence a nenhum lugar ou tempo específico.

    - Como assim não pertence a nenhum lugar ou tempo específico? – João apresentava um leve sorriso no rosto, achando que seu mais novo amigo de caneca estava demonstrando seus primeiros sinais de bebedeira.

    - É como se ela não estivesse limitada a estar em apenas um determinado lugar ou tempo. Por exemplo, onde você acha que está?

    - Como assim onde eu acho que estou?! Em São Paulo evidente, como todos nós.

    -Ai que se engana, não estamos. Você de certa forma, até que está, não aqui dentro dessa taberna, mas no momento que sair por aquela porta, estará pisando no chão e respirando o ar desse tal lugar. Enquanto o resto de nós, está nos mais variados lugares e tempos existentes.
    João apesar de achar esquisito, achou extremamente hilariante tais palavras, e apesar de não emitir nenhum som, sua gargalhada ecoou alto dentro de si, fazendo sinfonia com o rosnar de seu estômago.

    - Desculpe – disse João – Mas não posso acreditar em algo assim, não ainda sóbrio.

    - Não se preocupe, a maioria não acredita de primeira. – o homem se levantou e com um forte grito perguntou para um pequeno homem que estava sentado em uma das mesas da taberna – Shia-bou, diz onde você está.

    Ele era de estatura baixa e possuía pequenos olhos puxados, sua cabeça era coberta por um grande e redondo chapéu de fibras de bambu e palha, onde escondia grande parte de sua face, seu grande e fino bigode era o que mais se destacava por baixo da aba. Com uma voz fina causada por um propenso diminuto pulmão, respondeu:

    - Estou no noroeste da China meu caro, mais especificamente na rota da seda. Caminhava pela estrada de chão como muitos comerciantes, quando avistei um pequeno santuário ao lado da estrada, com intenção de pedir proteção para a viagem, acabei entrando, e parei aqui.

    Ele novamente senta na cadeira e volta-se para João.

    - Já eu, estou nas ondas calmas do mediterrâneo. Sou comandante de um navio pirata e após um cansativo dia de navegação, desci as escadas da proa para entrar em minha cabine particular, e acabei aqui. Essa é minha segunda oportunidade que tive em estar aqui, acredite, poucos tem essa honra. Se sair por aquela porta, está taberna sumirá e só aparecerá novamente se você merecer. Aproveite essa chance.

    - Como assim por merecer?

    - Só os grandes contadores de histórias possuem a oportunidade de estarem aqui.

    - Grandes contadores de histórias? – balançando sua cabeça em sinal negativo completou – Eu não sou um contador de história, muito menos um grande. Nunca contei uma história em toda minha vida, como poderia ser um?

    - Acredite, se você está aqui, porque é um verdadeiro contador de história. Sabe, para ser um bom contador, não precisa de prática, ou de uma boa voz, de uma clara dicção, nem de se comunicar bem em público, apenas ter algo único e interessante a se contar. Pessoas como nós, eu e você, enxergam o mundo com olhos diferentes, através de nossos gostos e pensamentos distintos, sabemos de coisas que todos desconhecem. Essa é a passagem para se estar aqui.

    Apesar dele ainda não acreditar em toda mágica que estavam lhe contando, ficou sem resposta. Ele meditava silenciosamente junto com a dor de sua fome, imaginando em sua mente, mesmo que com pouca possibilidade, a existência de tal lugar singular.

    - E ai, não acha magnífico esse lugar? – pergunta o homem, finalmente quebrando sua meditação.

    - Sim... – Sua única palavra mencionada soou fraca, mas sincera, e do fundo do coração ele realmente achava incrível aquele lugar. Não por toda sua variedade de pessoas e muito menos por acreditar em toda aquela história; a sinceridade de sua palavra vinha da cena que se repetia dês que ele entrou naquela taberna. As pessoas de lá conversavam com todas as outras, elas falavam com as mesas ao lado, papeavam com pessoas de lugares distantes, sentavam-se, levantavam-se, trocavam-se de lugar continuamente, não existia um lugar marcado ou pré-ordenado. Diferentemente da cena que João estava acostumado a presenciar em seus costumeiros jantares em restaurantes quatro estrelas, onde todos estavam limitados a conversar apenas com as pessoas de suas mesas, com a punição de ser taxado de chato e inconveniente se quebrasse essa importante regra.

    - Tem apenas uma coisa que não faz sentido em sua afirmação – dizia João – Se todos vieram de lugares e tempos diferentes, como todos se entendem e compreendem-se? Afinal, aposto que não falam o mesmo idioma.

    - É uma boa pergunta. Alguns dizem que os contadores de histórias conseguem se compreenderem através da semelhante ferramenta de conversação, a necessidade da inovação ou o êxtase do conhecimento diferenciado. Mas, para mim, essa resposta é aveludada demais, plumagem demais pro mesmo assunto. Apenas digo que desconheço a resposta, apenas não entendo seu funcionamento.

    Repentinamente uma alta voz sobrepôs todas as outras da taberna, ela era forte e demonstrava confiança, e mesmo João não conseguindo identificar sua fonte, escutava com clareza sua mensagem.

    - Temos o primeiro contador! Vamos, arrumem-se, as histórias irão começar.
    O pirata, seu mais novo companheiro de conversa, levantou-se rapidamente da cadeira e João instintivamente o acompanhou. Com um largo sorriso ele estendeu sua cabeluda mão e disse:

    - Bem, chegou a hora, foi um prazer trocar idéias com o senhor. Meu nome é Henry Morgan.

    - O prazer foi todo meu – disse apertando sua mão – Meu nome é João.

    - Gostei, um nome nada comum – dizia ao mesmo tempo em que sumia na multidão de pessoas que se levantavam de suas cadeiras.

    - De onde eu venho é bastante comum... – sua voz enfraqueceu até sumir completamente, sabendo que o homem não mais podia lhe escutar.

    A taberna se transformou em um turbilhão de pessoas desorientadas, e após alguns minutos João compreendeu a intenção de todo aquele arrastar de mesas e cadeiras. Depois de algum tempo de desordem e estridente barulho, o salão principal da taberna apresentava uma longa mesa no centro, que era formada pelo aglomerado de várias das pequenas mesas que existia. Com o término da arrumação, todos foram logo se acomodando, e João como um fiel penetra desentendido, foi arrastado pela forte maré. Quando deu conta de si, estava sentado numa das cadeiras do contorno da grande mesa, como a maioria estava, apenas uma pequena minoria teve que se contentar em ficar de pé pela falta de lugar.

    As atendentes pelo visto, julgando que mais nenhuma comida saia da cozinha, tinham encerrado seus expedientes, elas agora se limitavam em apagar os lampiões que ficavam no alto das paredes. Logo toda taberna adentrava numa espessa escuridão, e a completividade do enegrecido só não reinava por causa de três grossas velas, que emitiam sua amarelada luz em cima da longa mesa. Uma colocada no centro e as outras duas nas extremidades. A taberna, diferentemente de antes, apresentava agora um marcante aspecto sombrio; as velas derretiam-se vagarosamente enquanto iluminavam apenas o limite da grande mesa, suas chamas bruxuleavam em obediência a algum sopro fantasmagórico, que davam uma tonalidade irregular as faces centradas que rondavam a mesa, às vezes amareladas demais, outras demasiadamente escurecidas. O silêncio inconscientemente foi de total acordo, todos esperavam educadamente em suas cadeiras pelo primeiro contador de histórias. O espaço vazio do salão que não era tocado pela amarelada luz era um território desconhecido, onde só se ouvia o andar dos saltos das atendentes sapateando no escuro, sabe-se lá fazendo o quê. Poucos se sentiam confortáveis com uma misteriosa escuridão atrás de suas costas, e as mentes mais fracas chegavam a imaginar o respirar de desconhecidos em suas nucas; mas João não estava com cabeça para tais infortúnios, seu total esforço era focado em conter a fome que reclamava por compreensão, seu corpo contorcia-se involuntariamente à procura da melhor postura para enganar sua megera, e no meio de seus contornos reconheceu uma face entre tantas outras desconhecidas enfileiradas, o Henry Morgan. Sua bochecha continha um fraco tom amarelado e sua barba fundia-se com a escuridão, estava longe e do outro lado da mesa, fora do alcance de um olá. João entristeceu-se ao relembrar de uma de suas frases, “daqui a pouco chega”, entristeceu-se mais ainda ao descobrir que ele estava enganado. Repentinamente um homem se levanta de sua cadeira, na lateral esquerda da mesa, e pronuncia:

    - Bom, cavalheiros e damas, serei o primeiro contador e espero que desfrutem de minha excêntrica história como eu tenho certeza que desfrutarei das suas. – sentando novamente em sua cadeira, terminou – Que tenhamos uma bela troca de opiniões e pontos de vistas.

    João estava concentrado no homem quando uma mão feminina, vinda da escuridão de suas costas, passa num rasante próximo ao seu pescoço, deixando uma caneca cheia de cerveja e uma tigela com frango recheado. A mão do mesmo jeito que surgiu da escuridão recolheu-se a ela, e foi-se embora sem dizer uma palavra. Ele teria pulado e berrado como mulherzinha de susto se não fosse pelo seu senso apurado de vergonha, que permitiu-lhe apenas demonstrar um acelerado bater de coração e um forte respirar. O frango estava dourado e escapava um prazeroso aroma, enquanto a cerveja demonstrava a única característica de um bom líquido, a capacidade de saciar uma sede. Sem talher e despossuído de paciência para etiqueta, estilhaça o frango com as suas próprias mãos, espremendo-o entre seus dedos, sentindo sua consistência e seu calor. Levava com a ponta de seus dedos, grandes pedaços de carne a sua boca, aonde escorria um líquido amarronzado em seus cantos, delatando uma sobrecarga de frangos regados a grandes goles de cerveja. O homem, formalmente vestido, conhecedor nato dos modos sociais, agora via-se comendo como um animal selvagem, sujando e borrando seu terno de fino tecido, que antes valeria várias vezes mais do que aquele prato de comida. Em um breve momento de descanso que tomou ao levantar sua cabeça de cima da tigela para respirar, avistou seu amigo Henry Morgan, que também estava debruçado em uma tigela com frango, que reparou e devolveu-lhe um olhar acompanhado de um largo sorriso cheio de pedaços de frangos grudados entre os dentes, como se ele dizia: “eu não avisei?”. Em resposta o João imitou fielmente o sorriso. Era um sorriso sincero da parte dele, realmente estava feliz, um pouco pela parte de Henry Morgan estar certo e um pouco por agradecimento da atendente desconhecida ter esticado um pouco mais seu horário de expediente, provavelmente foi o ultimo alimento servido naquela noite. O homem da lateral esquerda da mesa novamente começa a falar:

    - Começarei agora a narrar minha história. – era um homem alto e magro, seus olhos eram fundos e sua bochecha sugada, vestia-se com um casaco preto acompanhado de uma cartola negra – Peço que agora fiquem em silêncio para melhor entendimento. – João escutava com atenção o homem, e em sua mente tinha a certeza que mesmo que sua história não lhe agradasse, comendo aquela comida, ele apreciaria aquele momento – É sobre...

    História de autoria do Medíocre d'medium

  5. #5
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    Opa, oi.
    Mesmo com a minha demora em comentar, consegui ser o primeiro. Achei que não veria uma seção mais morta que o Histórias, mas esta leva o prêmio.

    Quanto a sua história.
    Gostei desse capítulo um, ele me deixou ansioso, embora não super empolgado, para ver o que vai acontecer depois. Gostei da idéia da Taberna dos Ímpares. Já era óbvio pelo título e pelos acontecimentos da introdução que ela não seria um lugar comum.

    Só achei um pouco estranho o fato de pessoas com costumes, gostos e épocas diferentes, que aparentemente nunca se viram antes, se darem tão bem. De fato, João me pareceu um dos personagens mais "tímidos" presentes na Taberna, enquanto os outros não possuíam inibição alguma, e conversavam como se fossem velhos amigos. Mas, ok, sem grandes problemas.

    Você escreve bem. Consegui manter-me focado na história sem perder a concentração e sem cansar, mesmo este sendo um texto um tanto quanto grande.
    Bem, estou esperando para ouvir a história do homem de casaco preto e cartola negra.

    Até mais.




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  6. #6
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    Post duplo, apaguem, por favor. Perdão.
    Última edição por Ldm; 27-08-2010 às 20:32.


    "Este tem sido o problema dos místicos. Alcançam o Definitivo, mas não podem relatar aos que lhes vêm após. Não podem relatá-lo a outros, que gostariam de ter essa compreensão intelectual. Tornaram-se um com o Definitivo. Todo o seu ser o relata, mas a comunicação intelectual é impossível. Poderão dá-lo a ti, se estiveres pronto para recebê-lo, poderão permitir que o alcances, se também o permitires, se fores receptivo e aberto. Mas as palavras não farão isso, os símbolos não ajudarão, teorias e doutrinas não serão de uso algum."

  7. #7
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    Super atrasado, perdão. E a seção não mudou nada :o

    Bom capítulo. O estilo de escrita continua uniforme, com algumas (mesmas) excelentes colocações, que não citarei por falta de ânimo. É triste.

    Não me leve a mal, mas a ideia continua nebulosa, ao meu ver. Nada muito concreto; pelo título, o leitor já imagina que o foco principal é a taverna. O problema é que essa parafernalha toda de "contador de histórias", "local atemporal onde todos são felizes", não passa mais tão fácil pela minha garganta; um toque especial no enredo, talvez...

    Observação precipitada, é verdade.

    Agora, sobre esse concurso(?) de histórias, vai ser algo... estranho. O fato de você narrar uma história, como você faz com "A Taberna dos Ímpares" é totalmente diferente de narrar a narração de uma história. No local descrito, reúnem-se os melhores contadores de história, de modo que a história que o personagem contar terá de ser original, de personalidade, e uma boa história, claro; vai precisar de certa versatilidade. Um romano não contaria uma história do mesmo jeito de um índio. E tem o outro ponto: a oralidade. Alguns recursos são válidos para um gênero, outros para o outro.

    Enfim, você deve ter pensado nisso tudo. Alguns erros de digitação, também não citarei.

    Abraços.


    "Este tem sido o problema dos místicos. Alcançam o Definitivo, mas não podem relatar aos que lhes vêm após. Não podem relatá-lo a outros, que gostariam de ter essa compreensão intelectual. Tornaram-se um com o Definitivo. Todo o seu ser o relata, mas a comunicação intelectual é impossível. Poderão dá-lo a ti, se estiveres pronto para recebê-lo, poderão permitir que o alcances, se também o permitires, se fores receptivo e aberto. Mas as palavras não farão isso, os símbolos não ajudarão, teorias e doutrinas não serão de uso algum."



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