Era noite em Carlin. Estranhamente mais quieta que o comum. Em uma pequena casa de padeiros, uma mãe pondo seus dois filhos a dormim canta uma antiga canção tibiana, e as duas crianças se põe a dormir.
Perto dali, vários cavaleiros da guarda de Carlin voltava do norte, onde impediram outra das muitas invasões de Orcs em direção a cidade. "Foi muito fácil." pensava um dos cavaleiros, "Normalmente essas coisas levam o nascer do sol para acabar e ainda a lua plana sobre nós sem pressa de se por.". Mas, sem se importar e feliz por ir dormir mais cedo, continuou o regresso a Carlin para rever sua amada e seus dois filhos. Já se via a muralha enorme com as tochas e bandeiras sobre seus muros, e isso abria sorrisos entre os cavaleiros.
- Comandante Karter, vai levar sua mulher para cama? - Risos entre a tropa.
O comandante, levando na brincadeira respondeu:
- Não soldado, irei levar a sua para a cama!
E nesse bom humor foi que eles entraram na cidade, rindo e comemorando, a mais rápida vitória que já testemunharam. Mas, o que era alegria, virou espanto, ao ver guardas decapitados caindo da muralha; um a um, em um ritmo assustador. De repente, um ruido arrepiador se alastra de vários cantos sobre os muros da fronteira carliana. Comandante Karter olha para cima da muralha e avista uma criatura que nunca viu antes. Vermelha, enorme e medonha, parecia com o demônio. Só que não era apenas um, eram vários que escalavam a muralha para dentro de Carlin. "O Diabo veio a nós!" pensou o comandante, largando o pesado escudo e apenas armando-se com sua espada para correr mais rápido afim de chegar a sua casa para salvar sua mulher e filhos.
Catharina escuta gritos e rugidos de monstros vindos de fora da casa. Logo acorda as crianças e se escondem no porão da casa, atrás do balcão de vendas de padeiro.
- Calma queridos, o pai de vocês já esta a caminho. - Apavorada, ela cobre os garotos com um tipo de manto velho, para esconde-los. - Fiquem aqui, filhos. Mamãe já volta.
Catharina abre a porta do porão e corre em direção a porta da frente. Abrindo apenas uma fresta para espiar o que se acontece na rua, num empurrão forte a porta se abre, jogando Catharina para trás. Seu marido, quem abriu a porta, a vê e a socorre.
- Querida... Amor, cadê as crianças? - Pergunta ele, a beijando em uma felicidade por ela ainda estar viva.
- Amor... - Reponde ela, atordoada pela queda. - As crianças... As crianças estão seguras no porão.
- Então dessa lá e fique segura também. Eu te amo.
Catharina se recupera e desce em direção ao porão e se tranca lá com as crianças. Karter fica de guarda na casa. De repente, algo sobe no telhado da casa. Rachaduras vão se formando no teto. Temendo o que viria, Karter empunha a espada com as duas mãos, olhando para cima, posiciona a espada com firmeza, esperando o demônio entrar e ele o receber dando-lhe uma espadada certeira. Mas, ao invés disso, o teto se arrebenta com uma explosão, jogando Karter para fora da casa. Consequentemente, com o telhado sobre a porta do porão, sua familia fica submersa sob os escombros. Quando Karter levanta a cabeça, vê uma imagem estranha, um homem de aparência velha, uma barba enorme e um cajado com um "F" na ponta vem sobre chamas, ao qual os demônios pulam para dentro, desaparecendo. E assim, em uma outra explosão, o velho desaparece, deixando em chamas os escombros da casa do comandante. Ele se levanta e corre em direção a casa em chamas. Os soldados sobreviventes impedem o comandante de se jogar no fogo para resgatar sua familia. Mais de dez homens para segura-lo e não o deixar encontrar a própria morte.
A noite sangrenta se vai nos gritos de um homem que perdeu tudo... Até o medo.
KARTER - O Cavaleiro do Norte
ÍNDICE
CAPITULO I - Um rumo do destino.
CAPITULO II - Os preparativos para uma longa jornada.
CAPITULO III - Lembranças de um herói oculto.
CAPITULO IV - Um primeiro desafio?
CAPITULO V - O resgate de Erklin.
CAPITULO VI - Revelação do subterrâneo.
CAPITULO VII - A fuga de Markwin.
CAPITULO VIII - O rapto.CAPITULO IX - A proposta.CAPITULO X - Um romance.
/¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_//¯_/
CAPITULO I - Um rumo do destino.
Já se passaram cinco anos desde o incidente em Carlin. Mas isso pouco importava para Karter. Perdeu o que mais amava, nada mais importa agora. Depois do que houve com sua mulher e filhos, deixou o posto de comandante e virou um caçador. Com uma pequena cabana fora de Carlin, ao leste de Campo da Glória, onde vive só, alimentando a raiva e ódio que sente de qualquer monstro vivente. Uma cabana de madeira de eucalipto, com várias cabeças de criaturas penduradas na parede (Trolls, Orcs e outras criaturas que vivem pelos campos e florestas da redondeza).
Um certo dia, quando levava peles e cabeças de animais para vender em Carlin, um velho conhecido seu, Erklin, veio em sua direção. Erklin é um jovem soldado que serviu na época de Karter como ajudante aos feridos. É um rapaz um tanto alegre, e sempre divertia Karter (o único que tinha essa capacidade), e esse é o único motivo de Erklin ser amigo de Karter, já que ambos não possuam amigos ao não ser um ao outro.
- Bom dia, caçador.
- Bom dia Erklin. - Respondeu Karter, depositando um saco pesado na mão de Erklin, afim de que, além de conversar, ajudasse a levar as peles e cabeças aos comerciantes locais. - Vai fazer algo hoje a noite?
- Nossa, o ex-comandante Karter vai se juntar conosco hoje?
- Estou pensando nisso. Algo me diz que não vou dormir hoje a noite. Insônia sabe.
- Claro que não, Karter. Você sabe que desde que mudou para aquela sua cabana, os Orcs não põe aqueles pés gordos e verdes aqui em Carlin.
- Que bom, acho que de um jeito ou de outro estou fazendo o que sempre fiz. - Com um sorriso raro no rosto de Karter, eles foram aos negócios.
Há noite, Karter e Erklin se viam ao meio de soldados festejando a ausência dos Orcs, coisa que se tornou comum. A noite passa, e quando a lua já vai se pondo, Karter voltava para casa, finalmente com sono. Sua insônia se tornou previsível de tal maneira que, ao acordar, ele já sabia se iria dormir ou não. Mas, chegando em frente a sua cabana, Karter percebe uma luz de tocha vinda dos confins da floresta. Karter empunhou um facão na mão e foi em direção a estranha luz. Conforme ia chegando mais perto, um som de choro baixo acompanhava. Atrás de uma árvore, após cortar um arbusto que tampava sua visão, Karter viu uma jovem elfa, sentada diante do que parecia seu pai, morto com uma flechada no peito. "Que irônico. Um mestre de arco e flecha, morto pela especialidade.". Elfos são conhecidos pela vida eterna e sua habilidade incrível com arco e flecha, coisa que até paladinos invejam. "Só pode ter sido outro elfo, ou um paladino muito experiente." A jovem elfa, que aparentava seus dezesseis anos (na idade dos humanos, coisa de sessenta anos, já que a vida eterna entra na idade elfica por volta dos 40 anos), ela o encarou com ódio como se fosse ele quem matou seu pai. Embora Karter não gostasse de qualquer criatura, os elfos parecia-lhe mais com humanos do que criatura.
- Garota, você esta bem?
Ela não o entendeu, pois era jovem demais e não aprendeu ainda a lingua dos humanos.
- Venha, vou cuidar de você.
Ela continuava parada. Até que, em uma língua bela, porém incompreensível, ela falava e apontava para flecha. Ele se aproximou do corpo, sem ligar muito para o que ela dizia.
- Esta flecha, é da guarda de Carlin. Mas porque uma flecha carliana veio parar tão longe dos muros da cidade? - Com um movimento lento, porém agressivo, Karter retirou a flecha que perfurava o elfo. - Mas essa ponta não é carliana. Esta ponta foi envenenada. Garota, venha comigo se não você vai morrer aqui sozinha.
Pegou-a no colo e a levou. Contra a própria vontade dela. Ela até tentava resistir dando murros e ponta-pés, mas uma elfa de aparentes dezesseis anos não era palha para um caçador de quarenta anos. Quando ela lhe deu um arranhão no rosto, Karter lhe deu um soco fraco na cabeça, apenas para faze-la dormir.
Chegando em sua cabana, ele a pôs em sua cama e a deixou lá. Voltou para onde o elfo morto estava. O revistou atrás de pistas do assassino. Mas apenas achou a flecha que estava envenenada na ponta. Ele pegou a ponta da flecha e lambeu, sem se importar com o sangue ou higiene que fosse, ficou vendo o gosto e cuspiu o veneno com sangue. "Esse gosto é de veneno é veneno encontrado em Venore. Mas, o que será que uma flecha está envenenada com veneno que só vejo em lanças das amazonas?" Ele pegou a flecha e voltou para a cabana. Ele sentou e ficou lá, pensando no que fazer. De repente, se lembrou no velho que matou sua familia. Quando não teve chance de se vingar. Naquele momento, ele olhou para a garota e pensou "Não posso vingar a minha familia, mas posso dar um sentido a minha existência sem rumo.". Na manhã seguinte, já estava pronto para partir em uma jornada rumo a Venore.
__________________________________________________ _______________
Publicidade:
Jogue Tibia sem mensalidades!
Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
https://taleon.online







Curtir: 


Responder com Citação



flow 
