Numa passagem rápida pelo tópico vi que a tabela já está desatualizada, porque os votos podem ser alterados.
Não vou atualizá-la, pois estou sem tempo durante a semana e possivelmente durante todo o mês de novembro, então preferi tirá-la do post.
Como, para os escritores, melhor do que ganhar uma nota é saber a impressão que seus textos deixaram, fiz minha resenha pessoal de alguns contos.
~*~
Desgrama
Gostei do estilo do conto, que por pouco deixava de ser tibiano. Se "Vê" não for apelido de Venore, realmente não tem nada de Tibia. Mas não reclamo da classificação, porque assim pude votar nele.
O início e o final estão muito bons, como se o narrador recitasse um poema troll. Além disso, a ideia de fazer uma espécie de Portal das Almas ao contrário ficou interessante também.
Texto bem fechado, mas que me deixou com uma dúvida: por que o troll simpatizou com sua "mãe" nesta dimensão e não gostou de sua "namorada"?
Sem título - Tibia
Achei interessante o formato de parábola religiosa, a história de homens desafiando seu destino em busca da resposta dos deuses.
A violência sem sentido do irmão mais velho contra os magos que auxiliaram o caçula doente me lembrou as histórias bíblicas, onde ação e reação muitas vezes são incompatíveis ou contraditórias.
O desfecho do sacrifício na fonte de Banor reforçou a impressão de mensagem mística.
Simpatia pela tempestade
História muito bem escrita e um tema muito interessante. No fundo sempre queremos que a justiça seja feita no final, quando o que acontece é apenas o final, seja ele do nosso agrado ou não.
Fardelu não queria a batalha, mas não fugiria nem se desculparia dela. E assim ocorreu.
O final é amargo, gostaríamos que fosse diferente, mas Aegos e sua irmã não estavam preparados e não tinham a menor chance antes mesmo de começarem. Não com os espíritos desarmados como foram para a batalha.
Me lembrou a história real de Euclides da Cunha, que foi ao encontro de Dilermando, o amante de sua mulher, para matá-lo, mas acabou morto. Mais tarde seu filho buscou vingar o pai e também acabou morto.
Um episódio triste de uma época onde a honra era lavada com sangue. Não é possível culpar Dilermando por se recusar a morrer, apesar da razão estar com Euclides.
Desesperar-te
Egotrip autoral, usa um recurso manjado dos cronistas semanais de jornal, que apelam para o tema da falta de inspiração quando os prazos apertam e o assunto não chega.
A repetição, até o infinito, do mesmo texto lembra o livro que o personagem de Jack Nicholson escreve no hotel vazio de O Iluminado, 500 páginas onde se lê em sequência uma única frase: "Trabalho sem diversão faz de Jack um bobão".
Fogo
Quando comecei a ler, sem nenhuma referência à época, automaticamente assumi que era uma história medieval, pelas profissões e ambientes descritos. Só quando surgem os fósforos e o álcool é que tenho que voltar e reestruturar tudo que havia imaginado para uma comunidade rural atual.
O texto termina com um final misterioso, que não explica por que naquele dia em que o velho conta a história de Elídio para as crianças, ele resolve aparecer.
Especulo que a história do corvo e da flecha signifique que ninguém pode fugir de sua própria natureza. O velho um dia contaria aquela história secreta, um dia Elídio voltaria para lhe cobrar a vida.
Medieval
A fotografia dos momentos que antecedem uma batalha medieval. As descrições ficaram bem detalhadas, apesar de algumas características da geografia terem me escapado, como a localização explicitada no primeiro parágrafo.
O batedor ficar cantando achei um pouco estranho, afinal não estavam todos juntos? Também estranhei o narrador não ter certeza quanto ao número de arqueiros.
Mesmo assim, o conto seguiu competentemente o estilo "RPGístico", com muitas descrições de locações e personagens. Pelo curto tamanho, não havia como se deter nas personalidades dos protagonistas.
Como falei antes, parece um pequeno retrato de um quadro maior.
Prosa surpresa
Gosto deste estilo de narrativa em que o conto vai se construindo através dos diálogos dos personagens.
O leitor é lançado no meio da conversa dos outros e, quase sem nenhum elemento, precisa construir o quebra-cabeças daquela história.
O mote é só um fiapo, a trajetória de um playboyzinho de cabelo molhado em uma kombi que vai do Porto da Pedra ao Pontal. Mesmo assim a leitura é interessante e passa rápido como os diálogos.
O samurai
A ideia da androide puta-freira foi uma bela sacada, e a ambientação num futuro decadente ficou legal. Já o final achei que se resolveu subitamente, de forma meio gratuita. Dudu morreu com uma bala perdida de um Samurai digno da nossa PM.
A divisão das cenas por asteriscos é artificial e trava o texto. É como um filme que a toda hora desse fade out (fechar para tela preta) quando resolvesse focalizar outro personagem. Em alguns trechos os asteriscos simplesmente poderiam ser apagados ou substituídos por um curto comentário do narrador.
Sem título - Raito Shiroi
A história de Raito Shiroi parece ser interessante, todos os fatos relatados poderiam ser contados de uma forma diferente e mais cativante.
Do jeito que está, parece uma sinopse que, desenvolvida, renderia vários e bons capítulos.
O tema é manjado, do herói órfão que se desenvolve através de um mentor e tem uma missão, no caso a busca pelas 13 lâminas. Ainda assim, adoramos ler muitas vezes a mesma história de superação, contada das infinitas formas que já foram.
Todos os nossos pecados
De início, pensei que a branca e esguia menina fosse a visita da morte, cobrando os pecados do título.
Histórias de vampiros não são minhas preferidas, pelo menos não as atuais. A tradicional de Bram Stoker é legal e o filme do Coppola também.
De qualquer modo gostei do clima de sonho do conto, principalmente pela reação do protagonista, que encontra uma menina nua e encharcada em sua porta e a convida para entrar.
Um jogo de pôquer
Ficou bem estruturado o conto, só achei estranho saber o nome de todos os parceiros semanais de pôquer, menos do amigo que morrera recentemente.
Os jogadores de pôquer nus, despidos de suas mentiras, criaram uma bela imagem.
A transição entre os estados de sonho e realidade deu oportunidade do personagem tecer considerações existenciais interessantes.
Uma surpresa diferente
Achei o conto mirabolante e cheio de personagens e descrições da ação. No final era tudo uma brincadeira de aniversário, mas com uma superprodução hollywoodiana.
Tacapes, espadas e pistolas, tudo isso situado num cenário rural... ainda estou assimilando todo o contexto da história.
Outra coisa que chamou a atenção foram os nomes: Marcos e Joel, nomes brasileiros, são muito diferentes de Onin, Lorak ou Kojiro.
Vertigo
Gostei de algumas comparações, como os pequenos humanos vistos de cima, ratos de laboratório procurando a saída de seu labirinto, e também a idéia de marionetes sendo controladas do alto dos grandes prédios corporativos.
Pensando assim, quanto mais importantes os executivos, mais altos seus escritórios e menos os homens lá embaixo são homens, para se tornarem ratos.
Ficou legal também a contradição entre uma vitrola tocando um vinil de jazz e a música eletrônica potente que vem da rua, possivelmente em mp3.
O protagonista lembrou os heróis do romantismo, e seus autores, que achavam bonito morrer de amor, ou por uma causa, ou por incompatibilidade com seu tempo. Como Castro Alves, que morreu aos 24 anos, ou Noel Rosa, aos 26.
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