A Origem
A origem do Sport Club Internacional está associada a três integrantes da família Poppe: Henrique (foto ao lado), José e Luis. Eles chegaram a Porto Alegre, em 1908, vindos de São Paulo, e logo abriram uma loja. A capital gaúcha se modernizava e progredia rapidamente. Desde o fim do século XIX, possuía fábricas de máquinas, tecidos, móveis e cerveja; há quatro anos os bondes elétricos tinham substituído os puxados a burro; acabava-se de instalar iluminação elétrica em todas as ruas do centro; e a população havia saltado de 73 000 habitantes em 1900 para 120 000 naquele ano de 1908.
Difícil mesmo para os Poppe foi serem aceitos como sócios em algum clube da cidade. Jovens de 20 e poucos anos, eles queriam praticar esportes, de preferência o futebol. Mas o Grêmio, que já existia há seis anos, se fechou para eles. E também os clubes de remo, de tiro, de tênis. A desculpa era sempre a mesma: gente recém chegada, pouco conhecida. A dificuldade que Poppe encontrou acabou servindo de motivação para a criação de um novo clube em Porto Alegre, o centenário Sport Club Internacional.A Democracia
Os discursos ouvidos nas reuniões sempre giravam em torno de um princípio muito importante para os Poppe e para aqueles que ali estavam. O Internacional estava sendo criado para brasileiros e estrangeiros, uma clara alusão à política de discriminição dos outros clubes de Porto Alegre. E esta democracia de acesso muito cedo oferecida pelo Internacional é a melhor explicação para o fato de que estudantes e empregados do comércio predominassem como jogadores do time. A cada domingo crescia o núcleo dos que iam apoiá-los contra seus adversários..
O Primeiro Jogo
No dia sete de setembro de 1909, com seus poucos meses de vida, o Internacional obtinha seu primeiro empate contra uma equipe de primeira linha da época: 0 x 0 com o Militar, que no ano seguinte seria o campeão de Porto Alegre. No mês seguinte, no dia 12 de outubro, resolveram jogar novamente para "desempatar". O jogo terminou 2 x 1 para o Internacional e esta foi a primeira de tantas vitórias coloradas ao longo de quase um século.O Destaque
Em 1913, a camiseta colorada já era completamente vermelha, deixando para trás as listra brancas. O Internacional emparelhava no terreno futebolístico com o co-irmão mais velho: o Grêmio. Nesse ano, o Inter ganhou seu primeiro título invicto da cidade e repetiu a dose em 1914.
Nesse período excursionou e recebeu times visitantes interioranos com bom cartel no futebol, sobretudo da fronteira sul do Estado. Visitando ou sendo visitado, derrotou o veterano Rio Grande - clube de futebol mais antigo do Brasil - , o Brasil de Pelotas, o Guarani de Bagé, o 14 de Julho de Livramento e o RioGrandense de Santa Maria, entre outros. Seria o ano inicial de uma série de títulos. Nada menos que cinco consecutivos.
Seis anos após a fundação, o Internacional goleava o seu principal inimigo. Em 1915, Inter 4 x 1 Grêmio, era a primeira vitória colorada em Gre-Nais. O time que ganhou o primeiro clássico para os colorados tinha a seguinte formação: Baes, Simão e Dorneles; Bitu, Kluwe e Lucidio; Túlio, Osvaldo, Bendionda, Muller e Vades.
O dia 30 de julho de 1916 registrou um recorde no clássico: Vares, jogador do Internacional, fez os seis gols na vitória de 6 a 1 sobre o Grêmio. A partida foi disputada na chamada Chácara dos Eucaliptos, na Azenha. Foi o primeiro jogo com arquibancadas e vestiários adequados para os times.
Em 1912, o Inter ganhou seu primeiro campo exclusivo de jogo. É a Chácara dos Eucaliptos, alugada, e onde o Inter permaneceu até o fim da década de 30. Quando chovia, a Chácara alagava e os jogadores eram obrigados a treinar na Várzea, atual Parque da Redenção. Já em 1913, quatro anos depois de fundado, o clube ganhava seu primeiro campeonato, o Metropolitano, o qual foi seguido de mais quatro, tornando-se pentacampeão. Nesta primeira fase do Internacional, a importância dos estudantes foi tanta que os campeonatos citadinos vencidos sucessivamente foram interrompidos em 1918 por força do surto da febre espanhola. As escolas e as faculdades suspenderam as aulas com receio de contágio e o Internacional ficou praticamente sem time..
As primeiras conquistas foram nos campeonatos metropolitanos.
1910: 3° lugar
1911: 2° lugar
1912: 3° lugar
1913: campeão invicto
1914: bicampeão invicto
1915: tricampeão invicto
1916: tetracampeão invicto
1917: pentacampeãoO Primeiro Estadual
Multicampeão metropolitano, faltava ao Internacional o reconhecimento estadual. E isto aconteceu no ano de 1927. O dia era 7 de setembro, feriado nacional, e a decisão era contra o Grêmio Bagé. Na época, o campeonato era sempre decidido pelo campeão da chave da Capital contra o vencedor da chave do Interior. A partida foi realizada no bairro Moinhos de Vento, no antigo estádio do Grêmio, em jogos com dois tempos de 40 minutos.
Sem o zagueiro Gilberto, lesionado, o time tinha como principais destaques o capitão Barros e o atacante Ribeiro, então um dos ídolos da crescente nação colorada. A partida foi bastante equilibrada, com o Inter saíndo na frente no último minuto do tempo inicial com um gol do próprio Barros.
Logo no início do segundo tempo, um pênalti para o Inter que o craque colorado Ribeiro se encarregou de bater. Porém, para desespero dos torcedores e do próprio Ribeiro, a cobrança foi para fora. E para piorar, na saída de bola, o Bagé empatou também em uma cobrança de penalidade, através de Pasqualito.
Mas, já mostrando a raça que seria símbolo do clube ao longo das décadas, o Colorado foi para cima e obteve a vitória. Primeiro com Nenê e depois com Barros, que marcou seu segundo na partida e decretou a vitória por 3x1. Assim, o Internacional obtinha seu primeiro título gaúcho da história, cabendo ao próprio Barros a honra de levantar o primeiro troféu estadual.É O ROLO COMPRESSOR!
Chega à presidência do Internacional, em 1940, um homem austero. Seu nome é Hoche de Almeida Barros, e logo, pela rigidez e ordem com que põe em tudo, ganha um apelido: 'Rocha'. Com tudo em ordem no setor administrativo, no futebol, tudo também começa a ir bem em campo. Há indícios de uma nova era no clube.
A luta entre os dois times da cidade - Inter e Grêmio - começava a se equivaler. O Inter vence um clássico por 6 a 1, o Grêmio vinga-se com um 4 a 2 em seguida. Mas pelo lado colorado está se formando uma grande equipe, que assim começou: Marcelo, Álvaro e Risada; Alfeu, Magno e Assis; Tesourinha, Russinho, Carlitos, Rui e Castilhos.
A guerra do toma lá da cá continuava em 1941. Nos dois jogos pelo campeonato, cada um levou uma: no primeiro 3 a 0 para o Internacional, no segundo, 2 a 1 para o Grêmio. Mas um forte ataque do Inter se formava: Tesourinha, Russinho, Vilalba, Rui e Carlitos. Já estava quase chegando a equipe dos sonhos da torcida colorada.
Era preciso, então, criar uma defesa à altura do ataque, que já se mostrava grande pelo conjunto e pela habilidade de seus componentes. Era o que a direção estava providenciando, para chegar no ano seguinte, em 1942, à equipe perfeita: O Rolo Compressor. Mas o que era o "Rolo Compressor"?
Era um time extremamente ofensivo, que durou de 1940 até 1948, conquistando oito estaduais em nove anos. O motivo de tamanha superioridade datava de 1926, ano que o Inter passou a utilizar jogadores negros em seu grupo, prática ainda não adotada pelo rival Grêmio até 1952. Isto acabou fortalecendo a equipe, que não tinha restrições e acabava sempre com os melhores jogadores, além de criar o carinhoso apelido de 'Clube do Povo'. Esta equipe contou com vários dos maiores craques já surgidos no Internacional.
Porém, é importante ressaltar um fato histórico relevante: desde a sua fundação, o Colorado permitia integrantes negros ou de qualquer outra raça ou nacionalidade. Inclusive dois negros assinaram a ata de fundação do clube no histórico dia 4 de abril de 1909. Porém, como apenas abnegados amadores atuavam no clube até 1926, os atletas eram, em sua maioria, de classe alta. Os jogadores negros preferiam jogar 'profissionalmente' na 'Liga da Canela Preta', que pagava bonificações para os atletas participantes. Somente quando os clubes passaram a se profissionalizar e pagar salários, ainda que baixos, os atletas negros começaram a aceitar convites para jogar no Internacional, um clube que, desde sua fundação, jamais aceitou atos discriminatórios de qualquer espécie.
Talvez a formação que todos colorados sonham, obedecendo ao sistema clássico de dois zagueiros, uma linha média de três e um ataque com cinco - dois pontas, dois meias e um centroavante - tenha sido o Rolo Compressor do goleiro Ivo Winck, os dois zagueiros Alfeu e Nena, os três médios Assis, Ávila e Abigail e o ataque de Tesourinha, Russinho, Vilalba, Rui e Carlitos - o time de 42. O núcleo do Rolo era mesmo Carlitos, Tesourinha, Alfeu e Nena. Começou em 39 e prolongou-se até 50. Só perdeu o campeonato de 46.O HEXACAMPEONATO!
Em 18 de novembro de 1945, o Rolo do Inter ganhou o inédito título de hexacampeão gaúcho, na Timbaúva, estádio do Força e Luz, jogando contra o Pelotas. Os grandes clubes do Rio de Janeiro e São Paulo apareciam com propostas milionárias, mas os jogadores recusavam-se em sair de Porto Alegre. Era mesmo uma grande família, unidos para sempre e adorados pelos torcedores e imprensa, jamais sendo esquecidos. Em Gre-Nais, os números eram avassaladores: 19 vitórias, 5 empates e apenas 4 derrotas em 29 jogos. O time mais ofensivo de todos os tempos já surgido no Rio Grande do Sul durou praticamente toda a década e teve um sucessor, o "Rolinho", comandado pelo inesquecível Tetê nos anos 50.
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