O Martelo dos Hammer
- Aqui estamos – disse Delawit – Onde essa loucura toda começou...
- Começou para vocês... – disse Thorsson bebendo da água da fonte mágica. Todos seguiram o exemplo – Para nós – apontou para Fardons e Ulrich – já começou à... quanto tempo?
Ulrich ficou calado.
- Uns dez anos. Desde que nos encontramos pela primeira vez. Foi o... – exitou – Araell que nos reuniu.
- Sim. – concordou Thorsson olhando para o nada se recordando do passado – Foi uma época de grandes acontecimentos.
- Históricos. – disse Delawit
- Do que você sabe?
- Bom... – disse parecendo perceber sua intromissão – Dez anos atrás foi quando houve 2ª Grande Invasão... O
Povo - ele disse povo, como se o nome das pessoas fosse “Povo” - invadiu Dwacatra... os humanos nos ajudaram.
- Não foi bem uma ajuda... – resmungou Pults – Os humanos queriam mesmo é vingança pela última vez Povo invadiu – ele riu – Raptaram o príncipe deles...
- Dizem que o príncipe... – dizia Glóin – Qual era o nome mesmo?
- Artorios.
- Artorios! Sim, sim... dizem que ele governa o Povo, seja lá onde vivam, até hoje.
Fardons se encolheu e resmungou:
- Vamos logo. Só há duas portas para se tentar agora. Esquerda ou a do meio.
- O martelo fica no corredor central. – disse Delawit
- Então vamos.
Abriram a grande porta como se ela fosse uma cortina. Apesar de ser grande e grossa era bem leve. O corredor que se estendia a frente era parecido com o da entrada: colunas de mármore gigantescas até um teto que a visão não se extendia, o chão de pedras brancas e pretas abstratas, mas que se encaixavam perfeitamente.
- Dizem que se não existisse um teto, e esse corredor fosse visto de cima, se veria um mosaico nesse chão. – disse Delawit
- Entende de fatos históricos e lendas, certo Delawit.
- Eu li os Anais de Nionda.
- Conheço poucas pessoas em Nionda que leram esse livro.
- Quem?
- Você e quem escreveu. – e os dois riram.
- Eu li... – disse Fardons – Quando tinha olhos.
- Como perdeu eles? – perguntou Delawit
- Um demônio os arrancou de meus olhos.
Viram um pequeno nicho no canto direito do corredor. Havia uma pequena estátua, de um anão segurando um martelo gigantesco e sentado em um trono.
Os três irmão se ajoelharam e retiraram seu capacetes recitando:
- Salve Uther do clã dos Hammer! – e depois falaram em uma língua diferente.
Na base da estátua tinha uma inscrição em uma placa de prata.
Somente o verdadeiro herdeiro do clã dos Hammer poderá tocar no Martelo dos Hammer. Um anão não poderá tocar mais de duas vezes no martelo. Um humano não pode tocar no martelo. Um anão com mais de 200 anos deverá passar o martelo para a próxima geração, ou irmão.
Uther, filho de Hamphger do clã dos Hammer!
- As instruções são óbvias. – disse Glóin – Eu devo pegar o martelo.
- Quantos anos tem? – perguntou Thorsson
- 128. Sem filhos. Sucessor direto de Uther.
- Já tocou o martelo alguma vez?
- Nunca.
- Então é você.
Delawit olhou com orgulho para o irmão, mas Pults estava sem expressão no rosto. Nem alegria, nem rancor.
Seguiram até a próxima porta. Ela se abriu sozinha. Uma luz saiu de dentro da câmara. Entraram protegendo os olhos. De instante viram paredes de ouro que refletiam uma claridade vinda do céu. Duas estátuas de orcs com machados gigantes estavam nos cantos da sala. E lá estava. O objeto de desejo. O Martelo dos Dwarfs. Feito com um tipo de metal laranja.
Glóin se ajoelhou e andou calmamente para pegar o martelo, mas quando estendeu a mão ele foi empurrado para trás. Pults estava com o punho fechado sobre o cabo do Martelo dos Hammer.
- PULTS ?!? – exclamou Glóin no chão
- Chega de ficar na sua sombra. Nosso pai sempre gostou mais de você.
- Eu sei. Os dwarfs são assim. Gostam de números ímpares! Ele também gostou de Delawit quando ele nasceu...
- EXATO!
- Achei que sabia disso.
- Mas não importa mais. – disse Delawit – Ele está morto.
- O quê?
A carne de Pults estava derretendo como cera. Seus dentes caíram.
- Nâu... – disse Pults tentando pegar com uma mão os dentes que caíam.
Ulrich virou o rosto para trás.
- Eu nâu rou morer coan você vivo! – e esmagou a cabeça de Glóin com o Martelo.
- NÃO! – gritou Delawit.
Mas antes que Pults derretesse todo as duas estátuas que ficavam nos fundos se despregaram das bases e cortaram ele em pedaços iguais, retos e perfeitos.
- Delawit! – gritou Thorsson – Pegue o Martelo!
- Não posso! – disse ajoelhado no chão. As duas estatuas se viraram para Thorsson e o irmão.
- “Somente o verdadeiro herdeiro do clã dos Hammer poderá tocar no Martelo dos Hammer. Um anão não poderá tocar mais de duas vezes no martelo. Um humano não pode tocar no martelo. Um anão com mais de 200 anos deverá passar o martelo para a próxima geração, ou irmão.” – recitou Thorsson – Então você é o único que pode tocar no martelo agora!
- Certo.
O anão correu no meio das duas estátuas que estavam a passos do grupo. Ele pegou sua maça e atirou certeiro na cabeça de uma das estátuas junto com um feitiço que Fardons lançou. Esta se quebrou. A outra quebrou também, mas não pela outra, mas porque Delawit havia golpeado ela nas costas.
- Vamos embora daqui. – disse Delawit triste – Mas levem o corpo do meu irmão. Por favor.