Parte 1
“Eu havia dito a eles, eu não era forte o suficiênte para isso. Não havia mais nada a ser feito. Cerrei os dentes e esperei”. - Sir Travassos, Pirate of the Black Plate.
Lembro agora de meus dias de aprendiz na pequena ilha de Rookgard. Ainda lá, em minha infância, tentava feitos acima de minhas forças. Quem pode me julgar? Sempre desejei ser mais do que um simples camponês como meu pai havia sido. Não reclamo muito daquela ilha, ela apenas era velha demais para mim, infestada de ratos e baratas, sem contar a tribo de Trolls que vivia em constante guerra com o clã dos Turkun, que era formado pelos orcs exilados do continente em uma guerra a muito tempo esquecida. Eu poderia dizer que a culpa sempre era dos meus amigos, mas eu sabia que sempre era o primeiro a aceitar qualquer proposta sem nem saber do que se tratava.
Leooh tentou me colocar uma espada na mão, assim que a segurei senti que não me daria bem com coisas daquele tipo. Ainda não sabia qual era minha vocação natural na época. Juventude... cheia de erros e acertos. Lembro que ele havia aparecido com uma chave enferrujada e duas espadas tão velhas quanto as chaves. Dizem que tem uma armadura velha lá, que pagariam uma boa grana. Na hora nem perguntei onde, apenas achei estranho as armas. Quando vi a descida para o clã Turkun, subi as sobrancelhas e aprovei a loucura com movimentos lentos de cabeça. Leooh riu.
Nem preciso dizer, para os que nos conhecem hoje em dia, que nossa tentativa de sermos furtivos foi em vão. Acabavamos de dobrar a primeira esquina quando nos deparamos com três orc, tão surpreendidos quanto a gente, não deveriam ir muitas pessoas ali. Conseguimos vencê-los, não sem que eu saisse muito ferido antes. Eu ainda usava branco na época. Nossos amigos não entenderam quando cheguei com uma túnica vermelha, apoiado em Leooh que vestia uma armadura que, mesmo velha, brilhava como nova. Vamos dizer que os mais velhos não gostaram muito daquilo. Disseram que foi imprudente, que eramos muito novos, mas eu sabia que era despeito por termos feito aquilo antes que qualquer um. Acredito que Leooh ainda guarde aquela velharia de lembrança em sua casa, lá em Port Hope. As vezes ia visita-lo e até recentemente não nos encontrávamos a muito tempo.
Eu nunca havia acreditado muito naquele suposto oráculo da ilha de Rook, mas devo admitir que ele acertou em cheio ao me mandar pra ser treinado com Estrella. Talvez algum dia eu tenha chance de agradece-lo, mas talvez não. Eu sempre disse que iria morrer se continuasse andando com meus amigos, pensei que nunca mais os veria quando Leooh e Luciraldo foram mandados para ilha dos druidas e Coldyz para o acampamento de guerreiros. Mas o destino da voltas e voltas. Coldyz foi o primeiro a abandonar a ilha para seguir seu treinamento. Quando Leooh finalmente teve conssentimento do Oráculo, já chegava em nossos ouvidos grandes histórias sobre Coldyz, o destruidor de demônios. Eles realmente eram fortes. Leooh não deixou por menos e ajudou a desbravar os arredores da cidade de Port Hope, dizem que teve uma grande guerra entre os macacos magos e a cidade e Leooh que ajudou a por um fim nas lutas, um dia pergunto como ele fez isso.
Meu treinamento com Estrella não foi suave e agradável, aquela velha maligna me fez sofrer e sangrar das formas mais cruéis possiveis, mas devo admitir que se não fosse isso, eu não seria tão forte quanto sou agora. Foram tantas lágrimas e tanto sangue naquela época, não sei como consigo sentir falta daquilo. Deve ter sido pelo outro aluno que lá estava a algum tempo quando cheguei. Nunca soube seu nome verdadeiro, nem nunca perguntei, mas Estrella lhe chamava de Minhoca. Confesso que ainda hoje acho um nome estranho, mas ele nunca reclamou nem nunca me deu outro nome quando perguntei por tal coisa. Ele era esforçado. Quando queria aprendia qualquer coisa instantaneamente, mas sempre preferia dormir. Deve ser por isso que lhe chamavam de minhoca. Ele saiu antes de mim, mas não ffoi dificil encontra-lo na cidade mais próximas um ano depois quando terminei meus ensinamentos com Estrella, mas estou me adiantando.
Uma noite Estrella invadiu meu quarto fazendo muito barulho. Sua maquiagem estava borrada e havia várias manchas de sangue e rasgões em seu habitual vestido de treino. Quando ela se acalmou consegui descobrir que ela tentara ressuscitar seu amado e que nessa tentativa ela havia acordado uma legião de mortos que agora tomavam conta do subterraneo onde custumávamos treinar. Ela não sabia o que fazer e por incrivel que pareça veio a mim pedir ajuda, seu aluno. Mandei-a sentar e me esperar, eu ia ver como estava a situação e o que dava para fazer. Coloquei minha mochila de ingredientes e poções a postos e com minha wand na mão me preparei para descer. Eu podia sentir o cheiro de morte que vinha do subterraneo. Eu nunca fui de recuar.
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