Salve!
Aí vai um pequeno ensaio meu sobre a ilha de Folda.
P.S.: Dedico esse conto a todos que estavam treinando e tiveram seu treino avacalhado por um maldito BOT!
"Certa vez, na ilha de Folda, a oeste do continente tibiano, corria a notícia de fortuna e aventura. É claro que eu, um knight iniciante buscando evoluir suas habilidades, não pude deixar de ir até lá. Mas não estava tão animado quando realmente aconteceu a jornada.
Estava conversando com o barqueiro Nielson, na costa a noroeste de Carlin, quando ele disse:
- Pois sabe, amigo Bushido, que ouvi boatos sobre um Elemental da Água estar se escondendo em Folda... Não há fatos que comprovem esses boatos, mas eu já transportei muitos bravos que jamais retornaram daquela maldita ilha...
- Um Elemental da Água... - Pensei com meus botões que esse é um bichinho que eu adoraria conhecer... quando estiver mais forte e mais preparado.
- Hoje em dia - continuiou Nielson - a época dos aventureiros quase terminou... tudo graças ao medo desse maldito Elemental! - O som de sua voz carregava tristeza e ódio, numa mescla perigosa - Hoje eu só transporto malditos Scavengers...
Os Scavengers... grupo odioso de gente que não quer nada mais que livrar os corpos dos desafortunados que morrem em batalha do peso de seus pertences... verdadeiros abutres dos mortos...
- E esses Scavengers... - minha curiosidade sempre foi o meu mal, então acabei perguntando - eles contam muitas histórias?
- Não muitas, mas as poucas que contam são perturbadoras - disse o barqueiro, sombrio.
- Pela sua cara são muito perturbadoras...
- Falam de pessoas que caminham dormindo. Até mesmo lutam dormindo. E o mais perturbador, aprendem dormindo!
Eu sabia que aquilo só podia significar uma coisa: os aventureiros de Folda estavam sob efeito de um feitiço quase tão antigo quanto o próprio continente de Tíbia. O nome original do feitiço não é lembrado, mas as palavras mágicas para ativá-lo são "Banime Outerus Terra". Esse encantamento, conhecido por BOT pela sigla das palavras, é uma magia que permite ao usuário liberar a mente do corpo, deixando algumas instruções básicas. Assim, a mente está livre para ir onde quiser, como num estado de sono profundo, enquanto o corpo, a partir das instruções básicas deixadas, continua evoluíndo. Por ser um feitiço disponível a poucos e altamente discriminatório, é proibido no mundo conhecido, mas muitas pessoas usam para tirar vantagem dos outros.
- Bom - eu disse, já formulando uma idéia - talvez a resposta aos desaparecimentos dos aventureiros seja essa, e não um mítico Elemental. Eu gostaria de...
- Você não está pensando no que eu estou pensando? - perguntou Nielson, com um brilho nos olhos que a curiosidade faz nascer.
- Você tem alguma ida a Folda marcada?
- Meu amigo, você não pode perder a oportunidade... por 20 peças de ouro eu o levo a Folda nesse instante. E ainda deixo meu irmão, que mora na ilha, de prontidão para trazê-lo de graça.
- Nossa! De onde vem tamanho entusiasmo??
- A idade não me permite mais fazer essa viagem... a idade, a responsabilidade sobre essa barca e a minha família. Se eu não estiver aqui, eles ficam à míngia. Sobrevivemos do dinheiro que essa barca e suas jornadas proporcionam. Mas a curiosidade nunca me abandona, e através de você eu estenderei minha vontade e minha curiosidade. Serás meu batedor na ilha de Folda!
Imediatamente aceitei o desafio, e em menos de 5 minutos estávamos a caminho da ilha. Folda é uma das várias ilhas chamadas Ilhas de Gelo, no mar ocidental. Fica logo depois da ilha de Senja, e é a maior das três à qual a barca de Nielson transporta quem puder pagar as 20 peças de ouro que ele cobra.
Após chegarmos à ilha, Nielson trocou algumas palavras com seu irmão e logo partiu. Eu, por minha vez, estava eufórico com as possibilidades que aquela pefra de gelo perdida no meio do mar poderia oferecer. Logo na chegada, após cruzar por uma ponte sobre um riacho que deságua no mar, ouvi ganidos estridentes do alto de um platô. reconheci imediatamente como sendo os ganidos de um Whierm, um maldito lagarto voador. A criatura era muito mais forte do que eu poderia aguentar, então tentei passar desapercebido. Seguindo em frente encontrei uma reentrância no platô, onde havia uma pequena entrada de caverna, que após cruzada revelou um intrincado emaranhado de túneis, formando uma rede gigantesca de cavernas no subsolo da ilha. Logo de cara me deparo com um Troll, mas uma espécie que nunca antes eu vira. O couro era azulado, provavelmente efeito da ausência de sol e do frio que fazia ali, no teto do mundo. O embate foi curto, pois a criatura era tão fraca quanto seus primos de couro marrom, que habitam o continente. A ele seguiram-se pequenas confrontações com lobos do gelo, e seres mais familiares: Rotworms, Orcs, além de incetos do tamanho de uma cabeça humana, comuns nas cavernas do continente.
Ao contornar uma curva, senti que havia alguém por perto, que não era criatura natural do lugar. As histórias do Elemental de Água vieram imediatamente à minha mente, e permaneci agachado onde estava. Ouvi uma corrida frenética, e uma luz aproximando-se pelo corredor. Um jovem Feiticeiro vinha não exatamente correndo, mas também não caminhando. Podia-se dizer que caminhava com pressa. No local onde eu estava, era fácil de me ver, mas ele passou direto por mim, sem notar a minha presença. Mas algumas coisas eu consegui notar nele: A aparência suja, de quem não se banha há muitos dias, a roupa totalmente desgastada, como se fose a única, e o olhar vazio, que via mas não enchergava.
Naquele momento eu reconheci os efeitos do feitiço BOT naquele rapaz.
Como ele estava enfeitiçado, não me preocupei em chamar-lhe. Apenas segui caçando as bestas que eu sabia não serem páreo para mim. Entre Slimes, trolls e rotworms, eu vi outras pessoas afetadas pelo mesmo feitiço, mas uma chamou minha atenção: Um Paladino, que caiu bem na minha frente, com febre, calafrios e as roupas e o cabelo ensopados. há dias eu já estava ali, e não vi ninguém daqele geito antes daquele paladino.Ele saía de uma reentrância no chão, de onde vinha ruídos de água. Eu esgueirei-me para olhar mais de perto, e tateei na aprede escura. Senti uma fortícia dor no braço, e ao recuá-lo, havia marcas de garras que rasgaram minha pele. Uma sensação de queimadura tomou conta do braço até o ombro, e imediatamente eu usei o pouco de energia mística que me restava para conjurar um feitiço de antídoto. Felizmente foi o que me salvou, não fosse isso eu estaria como o pobre paladino, que naquele momento jazia sem vida ali perto.
Recuperado do ataque repentino, continuei a circular pelos andares superiores, e após alguns dias retornei ao irmão de Nielson. Chegando à costa do continente, a simples visão da cicatriz ainda aberta no meu braço fez meu amigo barqueiro emudecer.
Desde aquela vez estive muitas outras vezes em Folda, mas jamais me atrevi a chegar perto daquele maldito buraco. E recomento a quem por lá se aventure que vá pronto para encontrar a morte. Pois se não a encontrar, passará por perto dela.
Muito mais perto do que se deseja."
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