Nos primórdios da categoria, os carros eram instáveis, tinham carroceria de alumínio em forma de charuto, levavam o motor na frente e eram pouco potentes - eram "só" 350 cavalos, uma merreca em comparação aos 800 cavalos de hoje. Segurança era uma palavra desconhecida. Nas duas primeiras temporadas, em 1950 e 1951, ninguém usava capacete, só toucas de couro e óculos. Cinto de segurança, então, apenas no final dos anos 60. A concepção dos carros era baseada no velho método da tentativa e erro. "Tudo era empírico e dependia da intuição do engenheiro. Hoje, qualquer inovação passa por simulações em computador e túneis de vento. No final da década de 60, uma equipe precisava de 3 milhões de dólares para correr o campeonato. Hoje, gastam-se 350 milhões", diz o jornalista Lívio Oricchio, especialista em automobilismo do jornal O Estado de S. Paulo. Mesmo com esse começo meio tosco, a F-1 sempre foi o maior laboratório do automobilismo.


ALFA ROMEO 158
Ano: 1950
Equipe: Alfa Romeo
Inovação: Chassi tubular e motor dianteiro
Os primeiros carros tinham pneus finos, motor dianteiro e atingiam 290 km/h.
O chassi (a estrutura do carro) era em forma de "charuto" e a carroceria era de alumínio. Essa combinação era instável e difícil de controlar nas curvas, mas predominou até os anos 60



MERCEDES W196
Ano: 1954
Equipe: Mercedes
Inovação: Carroceria aerodinâmica
A Mercedes estreou na F-1 projetando um carro com duas carrocerias diferentes, uma para circuitos rápidos e outra para os "travados". Com esse modelo, o argentino Juan-Manuel Fangio venceu os campeonatos de 1954 e 1955


COOPER-CLIMAX
Ano: 1959
Equipe: Cooper-Climax
Inovação: Motor traseiro
A mudança na posição do motor melhorou a distribuição do peso no carro. Mais equilibrado, o bólido ganhou tração, ficando mais rápido e estável.
O australiano Jack Brabham aproveitou a novidade e faturou o mundial de 1959 com o Cooper-Climax.


LOTUS 25
Ano: 1963
Equipe: Lotus
Inovação: Chassi monocoque
Sai o chassi de aço, entra o chassi monocoque, uma estrutura com chapas de metal soldadas que deixou os carros mais leves e resistentes. O primeiro F-1 campeão que usava a tecnologia monocoque foi o Lotus 25, pilotado pelo "escocês voador" Jim Clark


LOTUS 49
Ano: 1968
Equipe: Lotus
Inovação: Aerofólio e asas dianteiras
O aerofólio — essa peça em forma de asa invertida na traseira — revolucionou a F-1.
A invenção mudou a forma com que o ar passava pelo carro, colando-o ao chão e aumentando a tração e a estabilidade. A moda nasceu com a Lotus, em 1968


LOTUS 72 D
Ano: 1972
Equipe: Lotus
Inovação: Carro em forma de cunha
Imagine o carro de frente. Antes, ele parecia um tubo. Agora, ficou com o jeitão de um semi-círculo ou uma cunha, diminuindo o atrito com o ar. A invenção é de 1970, mas ganhou fama no Lotus campeão pilotado pelo brasileiro Emerson Fittipaldi, em 1972


EIFELLAND 21
Ano: 1972
Equipe: Eifelland
Inovação: Aerofólio dianteiro e outras loucuras
Com aerofólio dianteiro, entrada de ar e retrovisor na frente do piloto, a Eifelland montou esse supra-sumo da esquisitice. E faliu no meio da temporada


TYRRELL P34
Ano: 1976
Equipe: Tyrrell
Inovação: Carro com seis rodas
A idéia maluca até que funcionou. No terceiro GP, a Tyrrell emplacou o 1º e o 2º lugares. E só. Em 1978, carros com mais de quatro rodas foram banidos


LIGIER JS 5
Ano: 1976
Equipe: Ligier
Inovação: "Carro-bule"
A tomada de ar (o buraco sobre a cabeça do piloto) era enorme para dar mais potência ao motor. Apelidado de "bule voador", o fiasco só correu três GPs


LOTUS 79
Ano: 1978
Equipe: Lotus
Inovação: Carro-asa
As duas bordas laterais em forma de aerofólio (ou asa invertida, daí o nome do carro) aumentaram ainda mais a aerodinâmica do F-1. O ganho de velocidade nas curvas foi tanto que os carros-asa foram proibidos em 1982, por razões de segurança


WILLIAMS FW07B
Ano: 1980
Equipe: Williams
Inovação: Carroceria com materiais compostos
Fibra de carbono, kevlar e ligas metálicas — os "materiais compostos" — substituíram o alumínio na carroceria, que ficou mais resistente e leve. A nova tendência brilhou em 1980, com a vitória do australiano Alan Jones pela Williams


BRABHAM BT 52
Ano: 1983
Equipe: Brabham
Inovação: Motor turbo
Em comparação com o motor aspirado, o turbo tinha uma potência 33% maior. O brasileiro Nelson Piquet foi o primeiro campeão pilotando um turbinado, o Brabham BT 52, de 1983


WILLIAMS FW14B
Ano: 1992
Equipe: Williams
Inovação: Câmbio semi-automático e suspensão ativa
O Williams que deu o título ao inglês Nigel Mansell é um dos carros mais modernos da história. Controlada por computador, a suspensão ativa absorvia os solavancos do asfalto. E com o câmbio semi-automático, bastava um toque de botão para trocar as marchas