De León (Rivera) - Poucos encarnam tão bem o espírito fronteiriço quanto Hugo De León. Campeão Mundial, Continental e Nacional pelo Grêmio de Porto Alegre e pelo Nacional de Montevidéo, capitão da Celeste Olímpica durante muitos anos, um dos maiores zagueiros de um país produtor de zagueiros, De León tem uma parede recheada de troféus. Em campo, ostentava no semblante a força sóbria dos grandes caudilhos do pampa. Conta-se que Zico pedia desculpas sempre que cruzava o olhar com De León dentro de campo: “Desculpa aí, chefe, não quis olhar nos seus olhos. Eu não teria essa ousadia”, teria dito o Galinho. De León, sobranceiro e mangnânimo, poupou-o do castigo. Segundo dizem, De León sorriu duas vezes na vida. A primeira, aos dois anos, quando Ponce De León, seu pai, fez uma cosquinha no seu pé direito. A segunda, e última, foi quando um repórter perguntou se ele jogaria no Inter.