Eu tava vendo o Blog de uma amiga, vi um horóscopo egípcio, decidi fazer um Tópico com ele, falando um pouco dos deuses egípcios. Ia por um pouco sobre a religião, mas, não vou, se quiserem, eu ponho...
Deus Rá
Deus Rá, o sol, é a principal divindade dos egípcios. As características deste Deus são poder, força e criatividade. As pessoas que nasceram sob sua proteção são extrovertidas, cheias de energia e ótimos líderes. Gostam de enfrentar situações difíceis e de superá-las. Seu ponto fraco é não saber perder. Elas se consideram como o sol, o centro do universo, que tudo gira à sua volta. Se contrariadas ficam deprimidas.
Deusa Neit
É a antiga deusa da caça, seu animal sagrado era o cão. Neit era chamada "a que abre os caminhos ". As características desta Deusa são sua grande capacidade de análise, paciência e senso de organização. As pessoas nascidas sob a sua proteção são muito práticas, cuidadosas e reparam nos mínimos detalhes, porque estão sempre atentas a tudo o que acontece. Sabendo usar as suas qualidades positivamente alcançam o que
consideram a sua maior felicidade, segurança e serenidade, mas sempre correm o risco de perder o equilíbrio por não saberem dar o justo valor a cada coisa.
Deusa Maat
Filha de Rá, é a Deusa da justiça, da verdade e do senso da realidade. No mundo dos deuses ela ocupa um lugar muito importante. Sem Maat, a criação divina (a Terra e seus habitantes ) não poderia existir tudo se
afundaria no caos inicial. As características desta deusa são capacidade de observação, senso de justiça e sabedoria para criar harmonia à sua volta. As pessoas nascidas sob sua proteção tem um temperamento simpático e afável, além de um grande senso estético. Usando as suas qualidades positivamente tornam-se famosas e muito queridas. Em geral, essas pessoas têm problemas em fazer escolhas e precisam sempre de opinião dos outros. Para terem sucesso, no entanto é necessário aprenderem a fazer suas próprias escolhas.
Deus Osíris
É o deus mais importante. De acordo com a lenda, ele era o Rei dos deuses. O faraó que junto com sua irmã e esposa Ísis, governava com justiça, mas era invejado por seu irmão Set que o assassinou por ciúme. As pessoas nascidas sob sua proteção também têm a proteção de Ísis; se caracterizam em terem emoções e sentimento muito intensos além de terem uma persistência incomum. Possuem uma enorme energia e resistem a todas adversidades, dispostos sempre a lutar por aquilo em que acreditam. São também
vítimas da influência de Set, por isso são extremamente ciumentos e quando não se encontram vivem desconfiados de todos. Para ajuda-los Osíris deu-lhes o dom da intuição que, bem empregado, os livrará das situações perigosas.
Deusa Hátor
É a deusa dos céus a grande sacerdotisa do panteão egípcio, deusa da música e da dança, protetora dos prazeres e do amor, da vaidade feminina e da alegria. As pessoas que nasceram sob sua proteção possuem muita sensualidade e uma grande capacidade de amar; a permanente jovialidade e a alegria ao riso são constantes. Estas pessoas são quase sempre felizes, mas basta um pequeno problema para que se sintam desgraçados.
Deus Anúbis
O deus com cabeça de chacal, o guia dos mortos, o mediador entre o céu e a Terra, temido pela sua frieza e severidade do seu juízo. As pessoas que nasceram sob sua proteção têm grande força de vontade, paciência e inteligência aguda. Essas pessoas sabem conduzir o seu destino, tornando-se pessoas de sucesso em qualquer setor, porém este demora a chegar, porque Anúbis é o senhor do tempo e retarda as conquistas.
Embora sejam fiéis, têm excesso de ambição e exagerado orgulho que, às vezes, os torna egocêntricos e pouco modestos.
Deusa Bastet
Representa o poder benéfico dos raios do sol; é uma das esposas de Rá, a divindade dos gatos selvagens,com muita agilidade e vigor. As pessoas que nasceram sob sua proteção são bondosas, humanitárias, leais e muito cordiais e gostam de trabalhar em favor dos mais fracos. São independentes como os gatos, gostam de carinho mas se mantêm muito distantes, são geralmente alegre e divertidos, gostam de brincar e têm aptidão para a carreira artística. Devem controlar a rebeldia.
Deusa Tauret
A deusa da felicidade, protetora das mulheres grávidas, do nascimento e do renascimento no reino dos mortos, o Duad. As pessoas que nasceram sob sua proteção têm grande sensibilidade e intuição, tendência para assuntos místicos, esotéricos, astrológicos ou mágicos. Elas têm enorme bondade e capacidade de entendimento; possuem um olhar profundo e doce. As pessoas devem desenvolver inata em prol do bem ao próximo, mas devem evitar o desperdício de energia.
Deusa Sekhmet
A poderosa deusa da força e da guerra, encarregada de destruir os inimigos de Rá e do faraó ; é considerada o olho do sol. As pessoas nascidas sob sua proteção têm consciência da própria força, da grande vitalidade e potência física, são igualmente pessoas de grande magnetismo, com senso de organização e muita energia, aventureiros ou inovadores. É necessário ter cuidado com os excessos, com os impulsos descontrolados para não destruírem o que está a sua volta. Só encontram o equilíbrio com o casamento. A energia e a força devem ser usadas para construir o bem próprio e dos outros.
Deus Ptah
O grande deus da fertilidade masculina, criador de tudo que existe. Ele representa as forças criadoras espirituais, sendo considerado o Grande Construtor ou Divino Artesão, protetor das belas-artes e dos artistas As pessoas que nasceram sob sua proteção têm firmeza de temperamento, paciência e perseverança,um grande talento para as artes e tudo que se relaciona construção de objetos. Para alcançar a felicidade devem canalizar todas as virtudes para a realização de coisas que tenham valor espiritual e despertem sentimentos de beleza e harmonia, caso contrário correm o risco de se transformarem em pessoas que vive em constante insatisfação e não se realizam. No amor, encontrarão a felicidade quando conseguirem satisfazer sua exigente capacidade sexual.
Deus Toth
É uma divindade auto-concebida, que apareceu no mundo sobre uma flor de lótus no amanhecer dos tempos. É um dos deuses primordiais. É o senhor das palavras, criador da fala e da escrita, deus do tempo e das
medidas, criador de todas as ciências, portador das forças civilizadoras. É representado como um homem com cabeça de Íbis, a ave sagrada. Por ter recuperado o olho de Rá, que tinha fugido para Núbia na forma de Tefnut, como prêmio o deus Rá deu a Toth a Lua, e o transformou no deus do disco branco, governador das estrelas ; também foi advogado do deus assassinado Osíris e de seu filho Hórus. As pessoas nascidas sob sua proteção têm grande capacidade de comunicação e uma inteligência rápida e penetrante. Seus protegidos têm uma natureza dupla, nervosa e inconstante, são muito ativos, sempre inventando coisas para fazer ou dizer. Embora sensíveis como a flor de lótus, no amor eles são frios como a Lua e inconstantes como as aves voando de galho em galho.
Deusa Ísis
Irmã e mulher de Osíris, tinha grandes poderes mágicos. Entre outras coisas era a protetora das crianças, o que a tornava mais popular. As pessoas nascidas sob sua proteção têm grande sensibilidade e poderosa imaginação, forte instinto materno ou paterno; estão sempre prontas para socorrer os necessitados, são fiéis no amor e compreensivas em relações aos outros. Gostam da vida doméstica, são muito sentimentais,
fracas para entender os aborrecimentos, gentis, têm um latente mau humor quando as coisas não são como o esperado, tornando-se fechadas e antipáticas. De natureza tímida e introvertida. Sua candura natural e sua
ingenuidade lhe renderam, tanto da vida quanto dos outros, alguns bons tombos e decepções, o que o fez que se tornasse desconfiado e um tanto arredio, como para se proteger. Às vezes, você é uma presa fácil de um complexo de inferioridade, pois se dá pouco valor e hesita muito em reclamar ou bater os punhos na mesa. Mas você se sobressai quando se trata de julgar, colocar as coisas em seus devidos lugares, separar o joio do trigo. Sua melhor qualidade, sem dúvida, é o discernimento. É naturalmente dotado para todas as profissões que exijam precisão e habilidade manual, sabe se filiar à disciplina, trabalhando bem em administrações. Profissão médica ou paramédica são indicadas.
Vou pôr o horóscopo egípcio...
16 de Janeiro a 15 de Fevereiro, deus Basket
16 de Fevereiro a 15 de Março, deus Tauret
16 de Março a 15 de Abril, deus Sekhmet
16 de Aril a 15 de Maio, deus Ptah
16 de Maio a 15 de Junho, deus Thoth
16 de Junho a 15 de Julho, deusa Ísis
16 de Julho a 15 de Agosto, deus Rá
16 de Agosto a 15 de Setembro, deusa Neit
16 de Setembro a 15 de Outubro, deusa Maat
16 de Outubro a 15 de Novembro, deus Osíris
16 de Novembro a 15 de Dezembro, deus Hator
16 de Dezembro a 15 de Janeiro, deus Anúbis
Sou Tauret, vou falar da religião...
A religião Egípcia pode ser vista como uma maneira de pensar, uma maneira de estruturar o mundo e de mantê-lo para que seja possível que a Criação persista. Ela refletia a vida na terra entre os humanos e também a vida num plano maior entre os deuses. A religião dos Egípcios antigos não incluía somente o ambiente natural ao seu redor e seus compromissos com a sociedade, mas também estava ligada profundamente, quase misticamente ao mundo interno da mente humana. Ali existia a unidade e a correspondência entre essas duas esferas. Tudo tinha seu lugar e sua função dentro da Criação, e o Homem era parte da Criação, não o foco da mesma.
A percepção que o homem tinha do mundo ao seu redor baseado nesta filosofia era simbólica. Símbolos apontam para coisas acima da compreensão natural e viajam entre diferentes níveis de consciência/conhecimento. As respostas intrínsecas provindas destes níveis de consciência permitiam uma compreensão acima do dia-a-dia mundano; essas atividades mundanas se transformavam em atos de deuses e transferiam os humanos para uma Presença que só pode ser descrita com Divina.
Essa Divindade era ao mesmo tempo o Deus Criador, o Rei e cada um dos deuses que eram adorados diariamente, sendo secretamente dentro de grandiosos templos ou em casa, em altares caseiros. Para o Egípcio antigo não existia de fato uma diferença entre estes aspectos do Divino. Ele também não sentia nenhuma diferença entre o que era "religioso" e o que não era. Essa palavra não existia. Para ele, o Divino estava presente todos os dias e em todos os lugares, em todos os níveis de sua existência. Eles simplesmente se dirigiam ao aspecto do Divino que era mais apropriado para o assunto em questão. Para fazer um paralelo, eu arriscaria comparar este comportamento ao dos católicos que, por exemplo, procuram Santo Antônio quando querem arrumar casamento.
A religião Egípcia é hoje em dia classificada como Monolatrista, diferente do Politeísmo e do Monoteísmo. Na monolatria os vários deuses são parte de um só, como várias personalidades do mesmo ser, como os vários órgãos que compõem um só corpo humano. Netjer é o nome dado à Deus como um todo, e ele pode se referir à um Nome em específico, como Wesir (Osíris), ou como o Deus maior. Para o pensamento moderno isso pode parecer contraditório, porém os egípcios viam isso como aspectos complementares. Assim como o dia não existe sem a noite e a ordem não existe sem o caos. Por exemplo: eles tinham vários mitos que explicavam a Criação, e todos "conviviam" harmoniosamente, um não excluindo o outro. Os vários Mitos de Criação ensinam que a Existência aconteceu por causa das ações do Deus Criador, sendo ele Atun em Iunu (Heliopolis) ou Ptah em Mennefer (Menfis).
Ma'at era a Ordem Divina das coisas e dos seres vivos, e o princípio do equilíbrio que reagiria se a Existência fosse ameaçada. Pode se "traduzir" Ma'at como ordem, verdade ou equilíbrio, ou até mesmo como uma expressão: "toda ação gera uma reação". Era portanto importante fazer Ma'at no mundo para que o equilíbrio fosse mantido, já que a tendência natural era que as forças do caos invadissem e destruíssem a Criação. E isso devia ser feito em todos os níveis da existência - nos mais altos escalões assim como entre todos os leigos.
Ma'at foi o primeiro ideal que foi separado da não-existência primordial quando o mundo foi criado. Seguindo o ideal de Ma'at é que foram formadas as leis básicas da criação e da estruturação do universo.
"Ma'at é eterna e não mudou desde o tempo em que ela se formou "
(Ptahotep)
O conceito de Ma'at, personificado por uma divindade feminina, é o foco da filosofia dos Egípcios Antigos. Ela prevalece em todos os níveis de existência: o nível cosmológico, a ideologia do reinado, os níveis sociais e individuais. É um tópico vasto demais para que vejamos mais do que a pontinha do iceberg, mas o conceito de Ma'at está conectado intimamente com o mito mais antigo da Criação: Atum em Heliopolis. Quando Atum deu vida a Shu e Tefnut por seus poderes andrógenos, os Textos dos Túmulos ("Coffin Texts") descrevem-no dizendo:
"Tefnut é minha filha viva
e ela deverá se unir à seu irmão Shu;
seu nome é Vida e
o nome dela é Ma'at."
Sem Vida e Ma'at, não há possibilidade de criação; o movimento, a dinâmica e a diferenciação têm que ser guiadas por uma ordenação, estruturação, princípio regulador. Por isso Ma'at é uma parte integrada do próprio Deus Criador.
O Retorno Eterno
Nascido da Criação, o sol, Ra, viaja do leste ao oeste marcando o tempo e envelhecendo a cada hora do dia, até morrer e desaparecer no horizonte. A ordem e a estrutura de Ma'at, está portanto presente, garantindo o equilíbrio, garantindo que haverá um renascimento na manhã seguinte. Portanto Ma'at viaja com Ra na barca solar durante o dia, e na barca noturna durante a noite, mantendo o curso e impedindo que forças destrutivas engulam a barca.
Por trás de tudo isso estava a percepção de que a existência é circular e eterna.O que aconteceu no primeiro momento da Criação, Zep Tepy ("Primeira Vez") seria repetido muitas e muitas vezes. Desde a época pré-dinástica, os Egípcios eram agricultores, eles sabiam muito bem que as sementes plantadas este ano retornariam como colheita no ano seguinte, assim como o sol nasce todos os dias. Mas quando as forças destrutivas como a seca e a fome ameaçavam sua existência, eles acreditavam que os deuses os haviam abandonado. Os deuses garantiam a sua existência, sem eles não haveria vida, nem ordem ou prosperidade, somente caos e desordem. Portanto era vital e necessário manter os deuses satisfeitos e no Egito, e isso era uma ocupação diária e tinha que ser mantida. No nível social, isso era feito nos templos, e num nível mais individual, isso era feito nos altares caseiros com as estátuas de deuses encontradas em todos os lares egípcios.
"O Re, Senhor de Ma'at
Que vive de acordo com Ma'at
que se alegra em Ma'at
Que é completo por causa de Ma'at
Que persiste por causa de Ma'at
Que é elogiado por Ma'at
Que é poderoso através de Ma'at
Que governa através de Ma'at
Que é coroado por Ma'at
Que ascende em Ma'at
Que descende em Ma'at
Que se alimenta de Ma'at
Que é unido à Ma'at
O Re, eterno nas ações, perfeito nos planos
de coração justo, que estabelece Ma'at
em tudo o que ele cria...!"
Para voltar de onde começamos - o Rei como representante dos deuses na terra, era o responsável por manter Ma'at, e governava por sua autoridade. A oferenda mais importante do Rei era presentear os deuses com Ma'at, o que pode ser visto em inúmeras pinturas de todos os períodos. Da mesma maneira, era comum os reis usarem o nome 'Amado por Ma'at' como um reflexo de sua função pelas Duas Terras. Somente ao 'fazer Ma'at' o Rei cumpria com suas responsabilidades perante Deus e Homens.
O mediador entre humanos e deuses era o rei. Durante sua coroação, o novo rei era transformado num deus vivo, um conceito que passou por mudanças nos mais de 3000 anos de história do Egito antigo, mas mesmo assim era a base para a estrutura religiosa, econômica e estrutural predominante.
Nos tempos mais remotos a palavra ntjr era usada para se referir ao rei diretamente, nesta época ele também era chamado de 'filho de Re'. Mais tarde, a palavra pr, que significa 'grande casa' era usada para se referir ao rei (pense na Casa Branca, ou no Brasil no Palácio da Alvorada) e a partir daí temos Per A´a significando 'grande Casa', que significa 'Faraó'.
A teoria na qual está baseado este conceito era de que quando o rei, chamado de Heru Vivo (Horus), morria, ele passava para o reinado de Wesir (Osiris) e deixava o seu reinado nas mãos de seu filho, tal qual no mito de Wesir (Osiris), Aset (Isis) e Heru (Horus). O mais novo rei se torna o Heru Vivo no momento de sua coroação, e é portanto transformado para um estado divino.
Portanto o Reinado Divino se baseia em precedentes místicos e em duas gerações, a transmissão do status de pai para filho como designado pelos deuses no início dos tempos. Uma distinção importante deve ser feita; a posição de rei é que é sagrada. A posição é eterna, mas a pessoa que a ocupa é humana e obviamente muda com o tempo.
Os antigos egípcios não viam problemas com esta transformação. O rei era humano e divino ao mesmo tempo, e portanto era ativo no plano mundano de existência e também no reino dos Netjeru. Esta maneira 'dupla' de se perceber isto era para ele complementar, ao invés de contraditória, como uma pessoa moderna a veria. E como o Rei era tanto humano quanto Divino, ele era a pessoa mais indicada para servir de elo entre o mundo dos Netjeru e o mundo dos humanos. Ele servia a ambos.
"O que é o rei do Alto Egito?
O que é o rei do Baixo Egito?
É um deus sob cuja orientação você vive
O pai e a mãe de todos os humanos
Sozinho consigo
Aquele que é único"
(Rekhmire)
Como o faraó não podia estar presente em todos os templos do Egito ao mesmo tempo, havia então pinturas em relevo aonde o faraó fazia seus rituais; e ele tinha seus representantes - os altos sacerdotes. Suas tarefas eram cuidar das necessidades do Egito, assim como o faraó - mantendo a boa ordem na sociedade e preservando-a para as futuras gerações. Essa tarefa era feita em dois níveis ao mesmo tempo, o mundano e o cósmico. O ritual transcende o nível mundano e atinge o reino de Deus. Por isso pode se dizer que o trabalho de um sacerdote era ao mesmo tempo funcional e místico, fazendo o ritual aqui na terra e trabalhando com os humanos, e atingindo o reino de Deus.
Responsabilidade do Rei
A tarefa mais importante do rei era servir aos deuses e assim possibilitar a existência da ordem e da estrutura da sociedade. Ele é visto como filho de vários deuses, não só um; no Papiro Harris o rei Ramesses III é tido como filho de Amon, Atum, Ptah, Shu, Djehuty (Thoth), Wesir (Osiris), Wepwawet, Heru (Horus) e outros. Ele na verdade se torna a encarnação deles na terra. Ao respeitar e obedecer a vontade dos deuses, ele mantém Ma'at, o princípio da ordem, justiça e harmonia, que é necessário para que a nossa existência continue. Aqui, os cultos tem um papel importante.
O Rei vive em e para Ma'at. Ao recitar e ofertar ele está cumprindo com seus deveres; ele representa a humanidade e personifica o Egito. Ele era o governante pela graça dos deuses e portanto ele tinha a obrigação de lutar contra as forças destrutivas e manter o equilíbrio e a justiça na sociedade.
O conceito do Ka e do Ba é muito antigo e por isso não é fácil de ser compreendido por nosso pensamento moderno. Para os antigos Egípcios o ser humano era composto de cinco elementos diferentes: o Ba, o Ka, o Akh, o Ren (nome) e o Shwt (sombra). Vou tentar explica cada um deles.
O Ba
É comumente igualado ao nosso conceito de alma (cuja definição pode variar dependendo quem vai explicar), porém existem várias diferenças.
O Ba se refere a todas as qualidades não-físicas que formam a personalidade de um ser humano. Isso inclui também o poder de cada um - e tanto Deuses como humanos tem um Ba.
Uma função importante do Ba era tornar possível que o morto saísse de sua tumba e reencontrasse seu Ka. Já que o corpo físico não podia mais fazer isso, era o Ba, transformado em um pássaro com cabeça de humano, que podia voar entre a tumba e o submundo. Também se acreditava que o Ba pudesse assumir a forma que quisesse, e que tinha que se reunir com o falecido todas as noites para que o falecido pudesse viver para sempre e se tornar em Akh: um ancestral. Ao contrário da alma, ou do espírito, o Ba era bastante ligado ao corpo físico. Acreditava-se até que o Ba tivesse necessidades físicas, como comida e água.
O Ka
Originalmente a palavra Ka significava "touro", porém isso logo se alterou para se tornar algo mais intelectual e com maior poder espiritual. É quase impossível traduzir o conceito para nossa língua, mas tente imaginá-lo como sendo a "força criativa dentro de cada ser, seja divino ou não". A palavra "sustenance" (sustento, subsistência) também já foi usada para sua descrição.
Acreditava-se que o Deus criador Khnum criava o Ka das pessoas quando criava a pessoa em seu torno para cerâmica. O Ka então seguia a pessoa como uma sombra, ou como sua cópia durante toda a vida, mas quando a pessoa morria, o Ka voltava ao seu lar divino. Ele também dependia de ofertas de alimentos, verdadeiros ou como desenhos nas paredes das tumbas. Diferentemente do Ba, o Ka não ingeria esses alimentos e sim assimilava sua energia da mesma maneira que as estátuas dos Deuses "assimilavam" a energia das ofertas colocadas para eles.
No dia a dia, ao dar comida ou bebida à alguém, os antigos Egípcios usavam muito a frase: ParaSeuKa, para observar a energia de vida do Ka.
Akh
Esta é a forma na qual os mortos sagrados vivem na eternidade. É também o resultado da união entre o Ka e o Ba. Acreditava-se que o Akh vivia para sempre, inalterado, e era muitas vezes chamado de "Aquele que Brilha".
Ren - Nome
O Nome (ren) era uma parte muito importante de um indivíduo. Era considerado uma parte viva do indivíduo e acreditava-se que o Nome, ou até mesmo a palavra, fosse a expressão perfeita da pessoa, ou do objeto em questão. Uma criança recém nascida tinha que receber um nome imediatamente ou não viria à esse mundo de modo apropriado.
Muitas vezes os antigos não queriam pronunciar o nome de uma divindade, e usavam sinônimos, como por exemplo: Yinepu (Anubis) era muitas vezes chamado de "aquele que está perante a câmara sagrada", significando o templo de mumificação. Desta maneira, o nome verdadeiro da divindade ficaria oculto e protegido.
Acreditava-se que ao pronunciar o nome de uma pessoa, essa pessoa viveria. Isso, unido à ofertas aos nossos entes queridos, faria com que eles vivessem entre Aqueles que Brilham. O poder no nome era tanto que os único que podiam destruir poderes demoníacos eram aqueles que sabiam seu nome. Quando o morto passasse pelos caminhos do submundo, ele afastaria os perigos dizendo: "Eu te conheço e sei teus Nomes".
Shwt - Sombra
A Sombra (shwt) também era uma parte viva e essencial do indivíduo. É preciso lembrar que em um país como o Egito, uma sombra pode ser uma bênção protetora dos raios quentes do sol. Também era visto como uma entidade com poder e que podia se mover com grande rapidez.
Assim como a Sombra podia proteger, ela precisava ser protegida também. Aqui a dualidade do antigo Egito pode ser vista novamente, aonde tudo existe em sua forma complementar também. Nada existia sozinho, por si próprio, as funções sempre estavam interligadas com o universo, com Netjer e com o Homem.
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