=D Eu estou de volta minha gente! Depois de revirar o escritório de casa em busca dos capítulos da trama, um retiredzinho básico, e pouca vontade de escrever pela falta de publico, eu voltei com mais um capítulo! Viva! Aleluia! Milagre! \o/
PS: Entre o capítulo doze e o capítulo treze houve uma passagem de cinco anos. Esse capítulo é narrado por Ders.
Capítulo XIII
Cartas, Papéis e Livros
Onde entre xícaras de leite se discute sobre negócios que vão afetar muita gente
A gélida chuva da noite em Carlin castigava os belos bosques da cidade, que já estiveram repletos de flores, mas agora estavam enlameados e repletos de impurezas típicas de sujeira: vermes, ratos e outras coisinhas nojentas.
Aquela chuva fina escorria pelos telhados das humildes casas da cidade das mulheres, que nunca enfrentara um vendaval como aquele. Os ventos chegavam a arrancar flores e galhos de árvores, que eram carregados violentamente pela brisa pelos ares, e pousavam com a sutileza de um tijolo nas águas do oceano nórdico.
Pelo tal tempo, as pessoas nem saíam de suas casas. Os poucos que se aventuravam nas molhadas ruas da cidade, ou eram levados quilômetros de seus destinos pelos ventos, ou chegavam parcialmente inteiros em áreas seguras, já que era grande o número de coisas jogadas ao relento.
Assim, uma reunião ao ar livre ali seria basicamente um suicídio. Logo, para os típicos encontros de amigos, era preciso encontrar locais seguros, a maioria abaixo da terra. O único problema era que estes estavam simplesmente lotados.
Mas felizmente, eu consegui encontrar um local para minha reunião de última hora. Onde? Bem, a taverna da cidade, é claro. Com aquele tempo louco, ninguém se atreveria a descer até o litoral oeste beber alguma coisa na taverna. E sobretudo, o pessoal que fora se encontrar comigo tinha poder o suficiente para barrar a entrada de qualquer um. Menos da rainha, é claro.
Naquela noite escura de inverno, eu estava em uma reunião de negócios. Depois de muito esforço, consegui marcar uma reunião com alguns representantes do conselho Carlinense de imobiliária.
Eu estava sentada em uma cadeira de madeira simples. Apesar de sua aparência, o móvel estava em péssimas condições. Repleto de poeira e com uma das pernas menor que a outra. Era decididamente um convidativo à ficar ali ou sentar-se no chão mesmo. Apesar de esse estar pior ainda...
A taverna era uma acomodação bastante limitada que ficava no subsolo de Carlin. Consistia eu um monte de cadeiras e mesas de madeira empoeiradas espalhadas sobre um chão de pedra em frente à um balcão de carvalho simples. E quem comandava a taverna era Dane, uma mulher incrível que além de servir vinho e cerveja, conseguia um leite quente puro e delicioso. E naquelas condições climáticas, bem, o leite era a melhor opção.
Sentados em cadeiras a minha frente, ao redor de uma mesa simples, estavam três corretores de imóveis. Aparentemente sem experiência, mas com minha influência, foi o melhor que pude conseguir. Trajavam um terno negro, com calças e botas dessa mesma cor. Um deles era loiro, tinha cabelos curtos e “lambidos” para trás. Tinha cara séria e uma verruga grotesca no nariz. Outro era moreno, tinha longos cabelos presos em um coque e um olhar vazio em uma cara debochada. O último, ruivo, tinha cabelos desarrumados e cara de sonso.
O moreno segurava um livro grosso amarelo, a lista de todos os imóveis o mundo. E ao invés de passá-lo para mim, eu percebia que ele encarava meus seios com uma cara safada. Dava-me vontade de quebrar uma cadeira em sua cabeça naquele momento, mas me contive pela necessidade de sua ajuda naquela hora.
- Barnaby, entregue o livro para a srta. Por favor – Disse o loiro. Tinha uma voz forte e sedutora, que causava boa impressão.
O homem moreno me passou o livro com a mesma cara malandra. Peguei o livro e o puxei de modo que o safado batesse o peito na mesa e se sacudisse de dor.
Abri o livro e comecei a explorá-lo página por página, em busca de algo que me agradasse. O pior era que aquilo não interessava apenas a mim. Logo, eu teria que escolher, em nome de pelo menos cinqüenta pessoas, qual seria o primeiro Salão de Guilda da Cavaleiros Sombrios.
- C-como p-p-pode per-c-c-ebberrr – Gaguejou o ruivo – T-t-t-t-em-o-os v-vá-ri-as o-o-pções de s-salõ-õ-es d...
- O que meu colega quer dizer é que temos inúmeras opções de Salões de guilda vagos para sua escolha, mas se pudesse nos dizer a cidade de sua preferência, facilitaria o processo – Disse o moreno com uma voz de cafajeste.
- Como? Ah, sim, claro – Eu falei vasculhando o livro – Eu prefiro Thais...
- Página 45 – Disse o moreno me encarando com malícia.
- Humpff... Obrigado – Falei com cara de “se manca mané” encarando o moreno – Ah, sim. Já escolhi o Salão da Guilda!
- Mas já? – Comentou o loiro voltando a ativa – Bem, poderia nos passar o livro?
Entreguei o aberto em uma página com uma enorme planta para eles. Pareceram se surpreender com a escolha.
- Tem certeza de que quer este? – Pediu o loiro encarando os colegas.
- Absoluta.
- Bem... O Salão Sangrento não é muito escolhido, mas se insiste...
- E porque ninguém o escolhe? É básico, tem biblioteca, sacadas, sala de reuniões, é perfeito!
- T-t-al-v-v-ez o no-o-me s-se-já-a b-b-em su-su-ges-ges-tivo. – Falou o ruivo com dificuldade.
- Salão Sangrento? Bem, eu achei muito boa a arquitetura do local... Bem localizado... Calmo...
- Calmo? – Falou o moreno – Pelo jeito não conhece a reputação do Salão Sangrento... Sabe... Dizem que existe uma maldição ali!
- Sou indiferente a isso. Quanto ele custa?
- 60.000 ouros – Falou o Loiro fechando o livro.
- Como? – Falei me aproximando – 60.000?
- É. Lembrando que estes 60.000 são apenas de entrada. O aluguel é de 35.000 ao mês. Mas é claro que este será dividido pelos habitantes.
- Hã... Claro...
- Perfeito – Disse o loiro. Em seguida, abriu uma maleta de couro de crocodilo sobre a mela e retirou um maço de papéis e me entregou – Assine em todas as linhas pontilhadas.
Depois de algum tempo assinando, devolvi a papelada à ele.
- 60.000 ouros serão extraídos de sua conta bancário no próximo mês, e à partir dali, 35.000 mensalmente. Muito obrigado por fazer negócios com a gente.
- Carlo, creio que a chuva tenha terminado, podemos ir – Disse o moreno, que se chamava Barnaby.
- Hei onde pensam que vão? – Gritei ao vê-los se levantarem das cadeiras.
- Em bora!
- Ah não! – Falei tirando uma enorme lista e um maço de cartas do bolso do meu casaco púrpura – Vão me ajudar a escrever algumas cartas antes.
Não ficou muito bom, eu sei, faltou descrição, eu sei... Mas era necessário pra fatos futuros :O
Apontem erros!
E no próximo capítulo...
As cartas de Ders são enviadas para todos os membros da guilda, e os interessados correm para Thais para tentar conseguir um quarto na casa