Bem, antes de tudo, isso é apenas um conto que eu escrevi, sem continuação e nada mais, apenas se eu decidir postar otro conto aqui.... bem é meio non sense mas eu não ligo nao =)
la vai
Sublime Suicídio
Minha cabeça palpitava, com a pressão do serviço, e ainda os problemas aparentemente insolúveis que pesavam mais que chumbo. Salto de minha cama com a intenção de arejar a cabeça.
Dirigindo-me a varanda pude ver a lua que se refletia por toda a cidade molhada, sua cor variando do prata para o dourado. Eu tinha uma ampla vista do ultimo andar.
Acendo um cigarro, devoro-o como um leão devoraria sua presa, como se fosse sua ultima refeição, em poucas, porem longas tragadas já restava apenas a “bituca”. Com um simples gesto nos dedos, arremesso o que sobrara do cigarro varanda a fora, que cai rodopiando bruscamente, ate sumir de minha vista, e encontrar o solo molhado.
Saindo do ar fresco e úmido da varanda, e dirigindo-me para a sala. Ligo a TV e sento-me no sofá, não dando nem tempo de me aconchegar e me aparece a face daquele desgraçado na televisão. Fazendo-me esquentar mais ainda. Vou-me para a adega, procuro uma garrafa de vinho em especial. Voltando para a sala, sento-me no sofá novamente.
“Nada de interessante passando”. Quando por pirraça o controle me para de funcionar, “Diabo viu”. Sem ânimo para me levantar, começo a beber a garrafa lentamente enquanto assisto a esse canal. “Ótimo! Fofocas”.
Como se a televisão tivesse atirado uma faca em meu peito, a imagem de minha ex-esposa aparece na tela... Ao lado dele.
“Presidente diz que sua atual namorada aceitou seu pedido de casamento...”. Não era mais uma faca, agora a TV me acertara profundamente com uma doze de dois canos, e a imagem sorridente do casal se focalizava, “Sua vaca, me trocou por um corrupto lazarento”. Sem dó nem piedade, esvazio rapidamente o vinho que iríamos dividir em nosso aniversario de vinte e cinco anos de casados.
Agora eu me encontrava ainda mais abalado, espiritualmente e fisicamente. Em uma simples e compulsiva sensação mórbida vou-me a saída do meu apartamento. Olho para o elevador... Mas a escada que se erguia ao lado dele, e levava ate uma porta, que deixava os raios da lua passaram por seus vãos, me chamou a atenção, como se uma sereia cantasse uma atrativa serenata.
Não iria consegui subir as escadas no estado que me encontrava, mesmo sem ter bebido muito, eu cambaleava. Erro meu. Como se fosse uma armação do Diabo, lá estava o corrimão, que recentemente havia sido colocado. Cambaleando um pouco me seguro na “mão-do-diabo”, ate chegar na porta. Abro a porta iluminada; cheguei ao térreo. Quase que automático começo a caminhar, ate trombar ao pequeno muro que não impedia nem uma criança de cair. Como se um amigo me incentivasse com tapinhas amigáveis em minha costa, subo no pequeno muro, e começo suar frio.
Por incrível que pareça eu não suava frio, mesmo agora balançando em sentido ao vento, sempre ameaçado cair, se não fosse pelas mãos firmes do Diabo que seguravam ambos os meus pés; Eu era sua marionete, e ele se divertia com o meu estado. Começa chover novamente, gotas frias, o suficiente para me retomar ao estado sóbrio; mas era tarde demais, eu já havia feito minha escolha. O fim.
Vento. Ventania. Uma velocidade assustadora. Solto minha ultima lágrimas, que contorna meu nariz, e passa sobre meu lábio ressecado, que gosto amargo ela tinha, como se fosse vinda de mau gosto.
Olho para o céu pela ultima vez. As nuvens estavam refletindo o brilho da lua. E ali estava a lua, como um grotesco olho que me encarava com frieza. Por um instante pensei ter visto algo nela. Quando o Diabo sentiu que meu desespero havia crescido, retirou suas garras de meus pés.
Passo a frente. O vento intensifica mais sua voracidade, como se quisesse alcançar a minha queda para a morte. Esse fora a minha queda mais demorada, cada centímetro que eu caia, uma página do livro de minha vida passava em minha mente. Eu já havia lido e relido o livro inteiro, e tido tempo para pedir perdão, mas minh’alma já pertencia a Ele.
O chão molhado se aproximava agora, pude ate ver meu cigarro. Por instantes pensei que o maldito Diabo me reservava outra surpresa, achei que o chão fosse se partir ao meio, e eu cairia em um profundo mar de enxofre, ate não me restar nem os ossos. Mas não, o chão se aproximava, e a ultima coisa que pude ver, era o reflexo da lua sobre o chão molhado, ela que lamentava meu fim com sua cor cinza deprimente. E os anjos... Sim, havia anjos, eles que cantavam um melancólico coro.
Um coro, sobre meu sublime suicídio.
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