Infelizmente apenas o competidor Mestre Shake enviou o texto, portanto temos um W.O e obviamente não teremos votação. Mas mesmo assim, vamos agitar
Comentem sobre o texto, façam suas críticas, amaldiçoem o autor, só não deixem o tópico morrer
Vamos ao que interessa:
"As trombetas soam, as vozes ecoam
os sinos badalam, as lâminas estalam
eis o cavaleiro em seu glorioso resplendor
aproximando-se com sua nobre força e valor"
Eu, Diego Rodrigo Garcia, Investido dos poderes de Arauto das Justas, declaro vitorioso o Cavaleiro Mestre Shake, visto que seu adversário Mr Utopia não se fez presente para enfrenta-lo!
Eis a obra de nosso campeão:
Dou-lhe meus parabéns por seu texto e peço humildemente à Gloriosa Bela~ que providencie sua pena de campeão.Falando com os mortos
Diário do druida,
31/10/2011
Samhain! Ó capitalizada festa dos mortos, tão esperada e tão amada, onde todas as criaturas da noite saem para espiar os vivos. Seja bem vindo por nós, druidas modernos, talvez os únicos a saber a profundidade dessa interessante época em que o espaço entre o mundo dos vivos e dos mortos se encurta.
Já coloquei meu farto pão com generosas porções de mel em meu altar. Creio que esperar uma volta ao redor do sol faz ter vontade de comer algo doce. Você bem pode me perguntar quem sou então, afinal é uma dúvida comum de quem me ouve dizer essas coisas estranhas. Sou um druida moderno, sou um inimigo dos hipócritas cristãos que tanto nos perseguiram desde que ingleses travavam suas guerras contra dinamarqueses, saxões e gauleses até a nossa quase extinção. Quase.
Afinal tenho a proteção dos deuses. É véspera de Samhain e hoje estive falando com os mortos.
A nós, injustiçados e perseguidos pela igreja antiga (e habilmente pela nova também) resta-nos pouca coisa de nossa antiga religião. A mim nada falta, pois meu pai que também foi druida me deixou dois volumes escritos pelo próprio Merlin que ensinam tudo que um druida precisa saber. Você bem sabe que não há livros entre os druidas, afinal o conhecimento só deve ser passado da boca de um druida para o ouvido de um druida, por isso há tão pouca coisa.
Já é hora de você perguntar então, porque o arturiano Merlin faria uma coisa dessas? O lendário druida que era o terror dos saxões, fiel amigo de Artur, Galahad, Gawain, Lancelot e Guinevere e inimigo declarado da Igreja Católica. Por que Merlin trairia sua própria religião?
Pelo que meu pai me disse, o já envelhecido Merlin foi capturado em uma invasão dinamarquesa e vendido a rica e poderosa Igreja onde foi enlouquecido e obrigado e escrever esses livros que tenho em minhas mãos. Todo conhecimento druida está aqui e como chegou, após tudo isso, nem imagino saber. O que importa é que já completei os rituais, sou um druida. Eu mesmo escrevo neste diário minhas próprias descobertas ocultas que a muito ultrapassam os velhos druidas que acompanhavam os exércitos de reis bêbados e ambiciosos. No Samhain invocarei os deuses adormecidos para trazer de volta seus seguidores e varrer da terra seus inimigos. Será perfeito. Os mortos olham por mim, eles sabem e eles rezam.
O livro diz que o mais poderoso objeto de um ritual de invocação da manifestação divina é a cabeça de um rei ou príncipe. Uma pena que haja tão poucos reinos verdadeiros nos dias de hoje e que eu esteja morando atualmente numa república federativa. O segundo item mais poderoso é a cabeça de um druida e isso eu o tenho. Meu pobre pai, claro. Ele se sentirá orgulhoso essa noite fazendo parte do Mundo Novo, ah vai! Para compensar, atearei fogo nesse maldito cristão inglês que capturei...
- Por favor, cara! Me deixa ir, eu juro que não vi sua cara – gritou o garoto para mim.
Nem me dignei a falar com ele. Era minha hora. Meus pais me preparam para ser o escolhido a trazer a antiga religião de volta, a fazer com que respeitem a época de Samhain e não mais a transformem numa época festiva de essência capitalista e protagonizada pelo excêntrico Michael Myers. Não! Não será mais assim. Não importa se terei que escrever os ensinametos dos pagãos, que seja errado! Serei EU! O poderoso druida, o arcano, mestre das magias ocultas a renovar a antiga religião, a religião dos homens!
- Me deixa ir embora cara! Por favor não faz isso, por favor eu juro que te pago o que quiser! Te ajudo a achar alguma outra pessoa para estar aqui! – Continuou implorando o garoto e seus olhos se arregalaram de forma espetacular ao ver que estava-lhe colocando lenha em volta de onde ele estava e pegando uma tocha – O que você vai fazer cara? Não faz isso, meu Deus!
- Contemple... – E ateei fogo em tudo.
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Dois policiais avançavam a casa incendiada. O primeiro fez a chamada por bombeiros, porém não havia tempo se pessoas estivessem dentro da cabana. Carlos arrombou a porta para entrar na casa consumida pelo inferno.
Não havia ninguém lá dentro, mas pensou ter sentido o cheiro de carne queimando. Seja como for, a cabana era pequena e não viu muita coisa além. Qualquer um que estivesse lá dentro vivo gritaria por socorro.
Voltou para onde era seguro ao lado de seu parceiro gordo que terminara de chamar a unidade de bombeiros e ambulância.
- Não havia ninguém lá dentro – disse um ofegante Carlos coberto por fuligem.
- Meu Deus Carlos! Tem alguém ali! – Exclamou Jonas o policial gordo.
E Carlos viu.
Alguém no meio das chamas que consumiam o que minutos antes era uma casa ajoelhou-se calmamente e pegou algo branco do chão. Um crânio. Levantou-se e foi embora.
Ficaram os dois policiais petrificados. Como poderia alguém sobreviver no meio de chamas tão densas?
Após os bombeiros apagarem as chamas, após a verificação ao redor da propriedade, os policiais se dirigiram a onde o homem se ajoelhara. Tudo em volta havia sido destruído, tudo virara nada mais do que algo que lembrava carvão. Até mesmo dois corpos encolhidos em um canto, carbonizados até ficarem irreconhecíveis. Tudo estava destruído.
Tudo menos um livro.
Ao ler a primeira página, Carlos estremeceu e disse impressionado:
- Às vezes acho que o Halloween é mais do que uma data de doces e fantasias...
- Porque? O que é que tem ai? Deixa-me ver!
Jonas leu uma única página, a única intacta. Só uma frase se mostrava legível entre o resto do livro arruinado:
“É véspera de Samhain e hoje estive falando com os mortos...”
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