E começa mais uma justa! Infelizmente o cavaleiro Zack746 não se apresentou a tempo... então a justa será só entre Suf Legend e Pedro Patrulheiro!
O tema é Anticristo e a votação vai até 24/08! Votem!
>> Pedro Patrulheiro
>> Suf LegendSenhor,
Acho lamentável repetir fatos que sua onisciência já sabe, mas como bom ser inferior escrevo como para alguém alheio os fatos que se seguem.
Ezequiel sempre foi um homem carismático, Você sabe. Tem agora seus 33 anos. Dedicou oito anos ao ensino superior formando-se em Filosofia e Teologia. Ninguém sabia explicar o porquê, mas todos simpatizavam com aquele moço. Possuía aquela beleza que apenas pessoas em paz consigo mesmo possuem, apesar de seus traços não chamarem atenção das beatas das paróquias que tinha passado.
Quando e porque tinha decidido servir ao Senhor, ninguém sabia (talvez possa me responder em outras oportunidades). Sua vocação era clara, todos admiravam sua retórica. Fazia sermões exemplares, criando fiéis assíduos nas missas de Domingo pelas comunidades que passava. Não foram poucas, quatro em cinco anos. Quando indagava aos bispos porque toda essa relocação recebia respostas evasivas, afinal eram apenas as ordens que recebiam e repassavam. Era o destino que o Senhor escolheu, não é mesmo?
Estranhamente, isso não lhe incomodava. Gostava de novos ares, de novos rebanhos. Pastoreava onde fosse necessário procurar as ovelhas desgarradas, e fazia isto muito bem. Era notável a diferença do número de fieis da primeira missa e da última, subiam de forma espontânea, uns a mais dessa vez, outros nos próximos encontros.
Nunca tinha ficado responsável por comunidades de cidade grande, brincava que bicho do mato que era, seu lugar era entre os seus. Vive (ou vivia) feliz.
Depois desses cinco anos de dedicação a sua religão já tem formado uma pequena fama. Quando chegava aos novos locais era recebido por fofocas vindas sabe-se-lá-como de ser o melhor pregador de sermões já visto pelos seus fiéis fervorosos (com seus elogios um pouco exagerados); que depois de ouvir Ezequiel, até descrentes viravam católicos.
Ezequiel ouvia tudo isso ser murmurado às sombras e achava besteira. Admitia, a si mesmo (e ao Senhor, claro), que conseguia tocar os corações dos cristãos, mas tinha medo de se transformar numa figura orgulhosa. Seus discursos eram preparados na hora, nada pensado ou escrito antes. Nas horas vagas orava ao Senhor agradecendo o seu dom e pedindo graças aos necessitados. Talvez venha daí suas habilidades, graça do Senhor.
Em suma, era um padre exemplar.
Quando fui encontrar Ezequiel, não chovia ou fazia tempo ruim (para azar dos românticos), era no final da tarde e a atmosfera estava seca, não que estes pormenores me incomodem de alguma forma, mas acho interessante destacar. Bati em sua porta e percebi sua cara de espantado, mas de homem firme que não se abala. Minha presença demoníaca ser perceptível não me era novidade, já tive vários contatos com humanos e já esperava que não precisaria me apresentar ao vosso seguidor. Estranhei a sua reação, a de me mandar entrar.
Entrei, ele me ofereceu um café (deve ser o costume) e pediu para sentar-me. Indagou se seria o lúcifer. Oras, Senhor, acha educado receber um visitante e logo de cara perguntar uma coisas dessas? Não gostei nenhum pouco dessa atitude e me senti levemente incomodado. Vou tentar repassar da melhor forma possível o nosso diálogo, me perdoe os enganos:
- Sim, sou lúcifer, anjo caído, e todas aquelas baboseiras de títulos que gostam de me colocar. Como se sente em frente do senhor dos infames? – Acredito que meu sarcasmo ficou mais visível do que o esperado, mas foi melhor assim.
- Percebo que é o mal em corpo desde que chegou perto da minha porta, mas por que me visita? Está na minha hora e não cumpri minha missão com Deus?
- Vamos em parte, Ezequiel. Você pode escolher, padre, se quer continuar vivendo ou prefere a morte. As condições são simples, apesar dos motivos serem complexos.
- Explique-se – O coitado parecia bem abalado, sei que não é uma notícia que se deve dar assim. Tenho pressa, apesar da eternidade.
- Você tem cumprido sua missão de forma exemplar, padre. Bem demais. Eu e o seu Senhor temos acordos.
Nesse ponto ele riu de mim, aquela risada gostosa que me fez sorrir, deu pena dele, Senhor, senti vontade de sair da sala e deixa-lo lá, mas negócios são negócios. Quando percebeu meu sorriso, não gostou nenhum pouco. Devo assustar muito eles, Senhor, mas esta é minha sina, não é? O que acontece com eles quando veem a Deus? Entram em um estado de euforia, em nirvana?
- Pode não entender, mas não cabe a você entender, só acreditar no que digo. Sim, sou o satanás, você lê que eu tento o homem e a mulher para seguir seus instintos primitivos, considerados por suas crenças, profanos. Não acha que é simples demais, tudo o que tem de fazer é seguir um livro escrito por homens de carne e osso igual a ti e tudo está feito pra você. Eternidade naquela baboseira de céu? Bem... Não cabe a eu discutir com você, padre, sobre essas coisas.
- Se isso tudo for verdade, o que quer? – Perguntou.
- O que queremos é que deixe de ser padre. Largue essa besteira e vá ser professor, não foi sempre esse teu sonho? Ele me contou. Simples assim, precisamos que deixe de pregar a eucaristia, não serve de nada mesmo. Como disse, você tem cumprido sua missão católica de evangelizar bem demais. O céu não precisa de tantas almas, tenho direito a alguma parte.
Começou a duvidar, neste momento, falou muita coisa que não me recordo completamente. Discursou por cerca de meia hora, conversa enfadonha, Senhor, não sou dos deles pra me admirar com palavras bem colocadas e energia interior.
- Como disse, Ezequiel, é simples. Deves deixar a igreja católica e seguir outro caminho, senão terá de morrer. O que te espera pode ser o céu ou o inferno, a coisa não é tão simples como tua religião prega. Posso trocar sua alma por uns pares de ladrões e assassinos se Deus assim concordar. Nós estamos dando a chance de escolher se prefere viver até seus 84 anos, criando família, se assim desejar, vivendo sozinho ou queimando a igreja a quem serviu.
Ele era irredutível, tentei persuadi-lo que era melhor seguir nossos conselhos, o Senhor sabe que dei o meu melhor. Por fim, acabei desistindo de tentar mostrar o destino mais arranjado. Sai pela porta de trás, como de costume deixando-lhe um prazo de 666 horas (achei que o número cabia bem as suas crenças de pobre mental, me diverti com a reação dele quanto ao número).
Acaba-se o prazo daqui alguns minutos e exijo, por parte do Senhor, que cumpra a risca o combinado. Acho cabível uma morte de algo natural, um câncer (daqueles rápidos) ou uma doença sexualmente transmissível, nada de um louco entrando durante uma missa e matando ele ou algo do tipo. Gostaria de uma morte cruel, seria interessante algo que os que continuarem vivos pudessem culpar o senhor, sua onisciência talvez consiga pensar em algo melhor. Lembre-se que não queremos um mártir. Em troca deixo a escolha do Senhor o que fazer com algumas almas de alguma catástrofe que ocorrer em breve.
Espero que aconteça rápido, estarei observando de longe.
Abraços de um velho amigo.
Sem Título
As trevas reinavam soberanas naquela pequena cidade da Macedônia. Nem as luzes das estrelas se atreviam a perturbar aquele momento.
Apenas as tochas da população reunida na praça da cidade iluminavam o local. Como um espetáculo jamais visto as pessoas estavam espantadas, algumas excitadas. No centro da praça, amarrado a uma viga de madeira, havia um homem musculoso, algo raro para o tempo de fome da época, e a sua frente um sarcedote; possivelmente orgulhoso por ter sido escolhido o juiz do maior crime da história.
“Semeador da discórdia!”, esbravejou o juiz, “tu que vieste a este mundo somente para trazer guerras e destruir o amor que Cristo nos proporcionou. Foste capturada e agora serás julgado pelos crimes que cometeste, não só contra o povo, mas também contra Deus!”
“Cala-te!”, respondeu o réu, “quem achas que és para julgar-me? Um nobre servo de Deus? Tu não és nada! Serves por temor e queres falar de amor? Meu único crime foi tentar libertar o mundo dessa mentira!”
A população ali reunida ouviu enfurecidas tais blasfêmias, como um homem ousaria desafiar a Deus? Bastava o representante do Senhor ordenar e o anticristo seria queimado e voltaria para o inferno, de onde n deveria ter saído.
“Como ousas falar isso do meu Senhor?”, proferiu o juiz, “ Deus é a verdade e somente a verdade o libertará! Queimem esse homem!”
“Das chamas vim e as chamas retornarei. Destruirás meu corpo mas meu espírito ficará, guerras e doenças atacarão a humanidade, e em nome do meu pai reinarei nesse mundo!”
Com essas últimas palavras gravadas no tímpano o povo emudeceu-se. Calaram para assistir o fim agonizante do homem que julgavam ser as causas de todos os males. Pena que estavam enganados quanto ao fim.
“Pai nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós ao Vosso reino, seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendidos, não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos dos homens do norte. Amém”
Publicidade:
Jogue Tibia sem mensalidades!
Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
https://taleon.online







Curtir: 



Responder com Citação




