É uma pena, mas temos nosso primeiro penalizado. A disputa será apenas entre o Cavaleiro Calmo e o Mr. Utopia D:
>>>Mr. Utopia:
>>>Cavaleiro Calmo:Ciranda das passagens morte e vida.
- Mãe...acorda mãe...acorda...-a menina chacoalhava a mãe , que assustada sentou na cama e pegou sua garrucha na cabeceira da cama.
- Qui foi Maria Aparecida???Otra raposa nas galinha????
- Não mãe - falou sorrindo a menina - vou me atrasar para o primeiro dia de aula, vamo logo...- Fez uma tentativa falha de tentar mover sua mãe pelo braço quarto à fora.
- Então vo lá esquenta o café pro cê...
- Não precisa - interrompe a menina - já tomei.
- Mesmo??
- Mesmo - abriu outro sorriso - e já escovei os dente também.
- Ára Marica Aparecida , se tivé mentindo pra mãe já sabe que vai leva varinha de marmelo , sabe?!
- Sei sim mãe , e juro pra senhora que escovei - A menina fez o gesto de juramento cruzando os dedos e abrindo outro sorriso que fazia o dia raiar mais cedo.
- Então dexa a mãe se vesti , pega sua caderneta e lapisera e me espera na porta.
- Tá , mais rápido tá?! - Agora a menina soltava gargalhadas ao ver careta que sua mãe fez. Feliz saiu saltitando indo em direção à porta que dava para olhar do quarto da mãe, e lá esperou.
A menina brincalhona e ansiosa se chamava Maria; Maria Aparecida só quando sua mãe lhe dava broncas pelas "artes" que fazia, juntamente com os meninos vizinhos de outras fazendas.
Maria estava ansiosa pelo primeiro dia de aula por muitos motivos, era a primeira vez que iria para uma escola de verdade, ia conhecer novos amigos, rever os meninos com que brincava nos campos de soja, conhecer e comprovar que existia outra menina além dela e o mais importante : o Pedro. Pedro era o menino com quem ela mais brincava , o único que não a amolava por ser menina e o único menino que gostava de brincar de ciranda. Desejava que ficassem na mesma classe , carteira à carteira , para ficarem de "pivetagem" a manhã toda, sentia que ele seria seu melhor amigo na escola inteira, quer...
- Maria Aparecida! Tá dormindo de pé ai?? - Sua mãe chegara de mansinho e dera um "baita" susto em seus devaneios -Vamo que o curso é longi.
Estava noite e a estrada estava em péssima conservação. A terra seca levantava o pó , e a mãe de Maria esbravejava e apontava para a rua culpando o prefeito por seu vestido branco agora ser amarelo , quase marrom.
- Ára Maria , por isso quero que ocê estude , pra num ter que enfrentá essas estrada de poerão... Vire professora , vá pra cidade , case com um moço apegado... E quando estiver madame , me chame pra mora cum ocê. - Esse último comentário rendeu muitas risadas e brincadeiras, por parte das duas, o restante do caminho de 4 km até a escola.
- Es...cola Juuuão Be...rrôla...
- Beróla Maria , beróla. - corrigiu-lá - Escuta filha - a mãe se abaixou à altura de Maria - Num vo pode te busca, mas se lembra o caminho de vorta , né?!
- Lembro sim senhora.
- Então , se vorta , deve tá dia , mas se tivé noite , se lembra do que a gente converso , né?! nada de responde os espirito das estrada...- a mãe abriu um sorriso e brincou - Num quero minha filha endemonhada me acordando todo dia...
- Podi dexa - disse a menina em meio a risadas.
- Então vá lá , que a inspetora ta chamando , vai - deu um leve empurrão para Maria tomar seu rumo.
Antes de Maria terminar o lance de escadas rumo ao interior da escola , deu uma última olhada em sua mãe, agachada e lhe dando "tchaus" com um sorriso marejado.
- Tchau mamãe!!! - Acenou Maria.
- Vai logo Maria Aparecida!! - A postura dura da mãe não convenceu Maria , que andando acenou e sorriu.
A sala foi facil de achar , o dificil foi aguentar as aulas. Nem sinal do Pedro , e a sala era uma chatice . Tinha pego uma sala misturada , era creche , 5 ° série e ela tudo misturado à comando de uma professora esguia de óculos e mal encarada.
O tempo passou devagar mas o intervalo chegou e era de encontra o Pedro. Maria contemplou aquele pátio cheio de crianças correndo , trepando nas traves , comendo , uma selvageria. Reconheceu num canto , ele , seu melhor amigo , rodeado por outros meninos vizinhos da fazenda. Chegou mais perto , até entrar no meio da rodinha.
- Pedro...
- Maria - assustou-se - Que se faz aqui???
- Dá oi pro meu melhor amigo - Esse comentário fez com que os outros meninos fizessem um sonoro "hmm" e alguns balbuciaram "namoradinha , Pedro??". - Ele não é meu namorado , seus bocó . A gente brinca de ciranda , só.
- Ciranda Pedro??? - Falou um gorducho de bochechas "cor de fogo" - Que dize que o Pedro gosta de ciranda , bonequinha e maquiage , é?!
- Cala boca seu gordo , não gosto não ... Ela ta inventando tudo - Apontou para Maria.
- Não to não , você tá mentindo!!! - Maria não entendia o por que do Pedro negar a amizade entre eles.
- Maria , sai daqui , se ta mentindo , vo fala pra sua mãe , sua mentirosa.. eu so menino , menino não brinca de ciranda, coisa de criança e de menina, vai procura lá no maternal pra i brinca. - Sonoras risadas debochadas vieram do grupinho.
- Nunca mais fale comigo , nunca!!! - Gritou entre soluços e tentativas de tapas em Pedro - Não gosto mais de ocê... - Saiu batendo o pé , chorando e furiosa em meio a gritinhos de "ahh.. Pedro , você é foda..." , "... mostra pra essas menina que quem manda é menino..." que vinham do grupinho em que Pedro estava.
Passou o resto do dia no banheiro , chorando , encostada em um canto das privadas individuais. Não sabia por que o Pedro teria feito aquilo , sempre brincaram , desde que a mãe dele veio morar ali na fazenda "Raio de sol" não se desgrudavam mais. brincavam muito de ciranda , era a brincadeira favorita dos dois , confidenciara ele para ela certo dia. Ficou assim o dia todo , entre soluços e pensamentos, até o sinal tocar avisando que era fim das aulas.
Já estava anoitecendo e aquela poeira deixara muito escuro a estrada, quando Maria ouviu:
- Maria...Espere... Maria.
Maria fazia o sinal da cruz e pensava , "será os espirito, meu deuszin".
- Maria, sou eu... espere por mim - Agora o som era mais nitido , fazendo com que Maria apertasse o passo e continuasse a fazer sinais de cruz com a mão que não segurava o caderno.
- Maria... Sou eu , fala comigo - O som era tão perto que Maria começou a correr , tampando os ouvidos com a mão e o caderno. Correu alguns metros e caiu naquela estrada poerenta cheia de pedrinhas.
- Meu Jesus abeçoado seja , leve esse espirito pra longe de mim , que ele não me possua , meu Santo Anjo - Maria repetia a ladainha em meio a sinais de cruz e aperto nos ouvidos. A voz já virara passos , e Maria viu que era uma pessoa.
- Maria sua doida , ocê ta bem??? - Era Pedro - Que deu em ocê pra correr feito uma loca na noite??? E ainda caiu , olha tua roupa sua burra... Dexa te ajudar - Pedro ajudou Maria a se levantar e também a bater a mão no vestido para tirar os excessos de poeira que estragavam o vestido da menina.
- Não precisa me ajuda, vai lá com seus amigo lá... aquele gorducho gostou de ocê - Maria apontara o caminho contrario com o nariz.
- Me desculpa por hoje... fui pedi desculpa pr ocê mais a professora disse que ocê foi imbora... quase não acreditei quando te vi aqui...
- Não preciso das tua desculpa, hmpf - Maria estava furiosa com ela , que caira , e com ele por ser cara-de-pau.
- Desculpa Maria , por favo, num fiz por mal...
- Vo pensa...
O trajeto inteiro foi de puro silêncio. Chegando mais perto da casa de Maria , Pedro falou :
- Já penso???Me perdoô??
- Mais ou menos - Maria deu uma risadinha de canto de boca.
Maria viu Pedro ficar pensativo e como um relance viu uma ideia surgindo em seu rosto, perguntou:
- Que foi???Que cara de matuto é essa???
Pedro parou em frente à Maria , pegou suas mãos e disse:
- Vamos cirandar???
FIM
A votação dura até o dia 23 deste mês.Canta a Ciranda
Dia dos pais, o dia em que a família se reúne pra comemorar e celebrar. Todos os familiares adoram. Neto não. Não era pelo seu pai ter escolhido por nele o próprio nome e de seu avô (Alberto Campelo) nem pela comida, pois sua avó era chefe de cozinha e trabalhara na TV cozinhando. Alberto Campelo Neto não suportava debater com seu avô. O coroa sempre lhe fazia entrar em discussões e sempre saía com a palavra final. Era quase um esporte para o velho derrubar os argumentos do jovem. Neste ano Neto queria fazer diferente, mas foi inútil.
—Hora de visitar o papai – Disse Alberto Campelo Filho
— Qual foi pai? Vamos passar em casa dessa vez.
— Tradição é tradição – Retrucou Alberto Campelo Filho – Além disso, é o primeiro dia dos pais do seu irmãozinho e o Seu Campelo faz questão.
— Ainda vai levar o piá?
— Vem logo.
Voto vencido numa ditadura, Neto seguiu para o carro. Olhou para seu irmão na cadeirinha e pensou “Esse moleque podia dormir a tarde toda”. Doce ilusão que sabia que não ia acontecer.
Às onze horas em ponto, eles chegaram à casa de seu avô, Seu Campelo. Entraram e começaram as saudações. Neto foi direto a sua vó.
— Bença Vó.
— Deus te abençoe – Disse sua avó com muito afeto – Onde está o pequenininho?
— Graças ao bom Deus, dormindo – Disse Campelo Filho.
— Bom, pois seu pai ainda está na cama, ele está um pouco indisposto.
Neto gostou. “Se o velho não levanta, sem debates pra ele me encher o saco”. Entraram todos, avó, mãe, pai, irmão e Neto. Sua avó estava falando de como estava atarefada e contando coisas divertidas que aconteceram com ela, quando uma voz ranzinza faz eco vindo do quarto.
— Todos chegam e ninguém fala com o vovô? – Seu Campelo estava de pé e aparentando boa saúde.
Seguiram-se novos cumprimentos até ele chegar a Neto.
— Quero bater um papo com você mocinho.
— Ah coroa, se for debater de novo...
Mais rápido que uma bala, um tapa intercepta a nuca de Neto.
— Coroa não. Senhor!
— Que seja...
Eles iam começar outra discussão, porém foram surpreendidos por Campelo Filho. Ele disse que ia sair por um pouco com sua mãe e sua esposa, e pediu pra seu pai olhar os netos. Embora não fosse babá, o avô gostou da ideia de ficar com seus netos. Neto com seus impulsivos 17 anos, não conseguiu disfarçar a insatisfação. O bebê, ou Luquinhas, estava dormindo e nem a sabia de nada. Assim que saíram, meio que instintivamente, Luquinha abre o berreiro.
— Coroa, faz alguma coisa – Neto não suportava mais tanto choro, todos esses dias.
— Canta ciranda que ele para.
— Cantar o quê?
— Ciranda cirandinha – disse seu Campelo franzindo a testa - aquela cantiga de ninar.
— Isso não funciona.
— Moleque! Faz e pronto.
— Mas por quê? – Pronto, havia iniciado mais um debate.
— Sua geração questiona demais! Vocês tem que confiar nos que são mais velhos – argumenta vovô.
— Minha geração é a melhor – Neto esquecera tudo e concentrou em buscar argumentos – Nós conseguimos falar com pessoas em todo mundo em tempo real. Achamos curas de várias doenças e você diz que devíamos ouvir os mais velhos? A Geração Y é assim, movida pelo ímpeto.
— Geração o que? – Seu Campelo não sabia o que era acho digno perguntar.
— Geração Y! – gritou mesmo tendo um avô com perfeita audição - Os nascidos entre 1980 e 2000. Somos essa geração que está entrando no mercado de trabalho e mudando conceitos e reinventando ideias.
— Hum... – com uma cara de desdém seu avô o fitava – então vocês acham que sou um dinossauro?
— Vovô isso é óbvio. – alfineta Neto – O senhor tem que entender, que fazer a coisa certa por tempo demais não é garantia de sucesso.
— Então, o que acha de uma prova prática? – Seu Campelo voltava com seu brilho no olhar. Parecia que ia dar xeque-mate mais uma vez em seus debates.
— O que quiser. Manda coroa. – Neto se tocou que era arriscado, mas ele ia pagar pra ver.
O velho pega o neto mais novo no colo e vai em direção a Neto. Entrega o nas mãos e desafia:
— Faz ele parar de chorar. – Sorria o avô agora com uma expressão de felicidade.
— Eu?
— Não. Minha sombra. É claro que é você. Ou vai me dizer que a geração... geração...
— Y!
— Que seja, é fácil. Se um velho dinossauro como eu consegue não deve ser difícil pra alguém da geração Y.
Neto tentou balançar, falar com ele, fazer caretas e nada. Desistindo e vendo seu irmão ficar vermelho, o entregou a seu avô. O velho então respirou fundo e começou a cantar num tom quase hipnótico:
— Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar. Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar...
Luquinhas não só parou de chorar, como olhava para o avô espantado. Neto fazia a mesma coisa. Seu avô prossegiu:
— O anel que tu me deste era vidro e se quebrou. O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou.
Luquinhas agora repousava calmamente no colo de seu avô. Neto morto de curiosidade teve de perguntar:
— Como fez isso? – Sussurrou para evitar um novo berreiro.
— Eu disse que funcionava. Isso que você tem de aprender.
— A ouvir os mais velhos?
— Isso também... Todavia, me refiro a um bom e conhecido ditado “Quem não se lembra do passado, está condenado a repeti-lo”. Se uma coisa vai dar certo, não hesite em tentar. Sua geração pode inovar, mas não deve esquecer a base.
Neto não havia entendido bem, mas ficou feliz de seu irmão estar calado e concordou com o velho que lhe vencera mais uma vez.
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