Bem-vindos à décima quarta Justa Literária!
>>> Dard Drak
>>> Mano MendigoTrouxas
Encontram a casa. Ele desiste, quer voltar. Ela o segura pelo braço, não deixa. Ele resiste, tenta se soltar. Ela diz que não quer ficar sozinha, faz voz arrastada e melosa. Ele persiste em resistir mas desiste novamente, vamos em frente então. Ela agradece por agradecer e toca a campainha.
- Oi, você veio! Peraí, isso na testa é uma cicatriz?
- Sim, fiz com batom.
- Outro HP, e ainda mulher... Se bem que você mal tem seios mesmo.
- EI! Gosto dele.
- Viesse de Hermione. Mais da metade das garotas vieram como ela, é fácil – só agora repara no rapaz ao lado – E aí? Amigo dela? Está vestido de quê?
- Ah...
- De nada. Só quis colocar a bata.
- Não vale. Tem de ser algum personagem.
- Considere ele como um aluno normal de Hogwarts, então. Um figurante, que tal?
- Não...
- Tá – ela abaixa a cabeça, exclama algo – Já sei! – mexe na bolsa, tira um batom – Vem cá, fica quieto... Droga, acho que errei o formato, deixa eu apagar... Ih, borrou tudo, liga não, deu até um efeito, parece que está sangrando... Prontinho! Personagem conhecido.
- Outro HP... Vai, entrem logo.
- Essa bobagem de ter que vir como algum personagem faz ter um monte de cicatrizados na festa – estão no corredor, o anfitrião sumiu por uma porta – A daquele ali está pingando e nem percebe. E o HP do lado dele é loiro, nada a ver. Hum, acho que vi entrar naquela sala duas garotas que conheci no último encontro, vou lá ver se são elas. Já volto.
Fica sozinho.
Por algum tempo permanece no mesmo lugar; a excitação de novato o incita a querer ver cada canto da casa e a timidez também de novato o impele a ter vontade de voltar para a sua. Observa acanhado os convidados que passam pelo corredor indo rapidamente de uma sala a outra, repara tímido nos detalhes de suas roupas. Não foi preciso olhar muitas pessoas para notar que a maioria eram Harry Potters improvisados no último instante, forçados a obedecerem ao capricho do dono da festa. Menos tolo e mais seguro ao deduzir que não era o único fantasiado de forma tão precária, finalmente começa a andar, passos lentos, tímido continuava. O “já volto” dela estava demorando demais.
Corredor largo, casa enorme. À esquerda três entradas, à direita mais três, quase todas com pequenos cartazes acima das portas. No final do corredor havia uma escada estreita que levava ao segundo andar – bloqueada por um pequeno armário - e uma saída para o quintal. Entra na primeira sala; cadeiras dobráveis e uma TV gigante ocupam a maior parte do espaço, e alguns Harrys e um Draco sorridente ajeitam dezenas de cabos em caixas de som.
- Desculpe, mas ainda não pode entrar aqui. Só lá para as dez que vamos passar os filmes – Avisa uma Luna Lovegood.
A fita mais do que o necessário, dá uma de mal educado e rude; apalermado, só após escutar um “Tá bem?” impaciente ele tira a visão dos longos cabelos prateados. Meneia a cabeça vagaroso, boboca, sai da sala porém previsível que é por duas vezes volta o rosto. Entra na porta em frente, “Jogos de Xadrez”.
Cinco pequenas mesas serviam de apoio a cinco tabuleiros de xadrez bruxo. Vê um Neville excessivamente magro vencer com facilidade um Dumbledore demasiado jovem de barba curta. Nota que um Rony tem apenas três peças sobrando contra sete de um Harry de cicatriz preta. Percebe desanimado e ingenuamente surpreso o silêncio no local; exceto o rumor vindo do restante da casa, ouve-se unicamente o bater das peças ao serem movidas pelos tabuleiros de vidro – e movidas manualmente. Quando um peão branco se aproximou de um peão preto este não o atingiu com suas espadas, de forma alguma; estavam lá, imóveis e agachados, escondendo as armas. Um cavaleiro não derrubou a torre ao sitia-la, e quando finalmente Rony perdeu para o Harry seu rei possivelmente por vaidade não jogou a coroa no chão admitindo a derrota. Tais situações contudo ocorriam em sua cabeça, e censurou-se e chamou-se de besta por fantasiar tanto, mas entediado e incomodado e decepcionado que estava, saiu dali.
A terceira porta a encontra fechada, uma Hermione ruiva – ou uma Gina de cabelos espessos? – lhe diz que ainda arrumam os móveis. Acima da porta lê-se no cartaz “Cabeça de Javali”. Demora alguns segundos murmurando para si mesmo, tentando lembrar-se de onde vinha aquele nome. Caminha para a sala seguinte, “Salão Comunal”.
Caso não soubesse do que se tratava aquela festa, sentir-se-ia em pleno Halloween: abóboras de papel balançavam por linhas finas no teto, morcegos de plástico se viam grudados nas paredes juntos com desenhos de vassouras e caldeirões e em todo lugar onde era possível havia preto, do sofá de estofo preto às cortinas pretas, além de duas mesas com panos pretos e cadeiras, essas sim, não pretas mas marrons. Não encontra uma tocha sequer de luz bruxuleante – oras, há energia elétrica. Acha sua amiga num canto, com duas Hermiones; tenta aliás contar quantas Hermiones haviam naquela sala, desde as de cabelos cheio às de cabelos lisos, morenas a loiras, bonitas a feias, dentuças e não dentuças. Conta onze até flagrar uma muito íntima com um Rony – o primeiro sardento com quem se depara na casa -, intimidade quase que obscena, lábios quase que se tocando; não aprova aquilo, nem um pouco. Pensa que tal cena nunca aconteceria de verdade, seria forçado, demais, só fariam aquilo quando estivessem sozinhos, nunca em público, jamais, entretanto se esquece deles ao vislumbrar um Draco de olhar frio e desdenhoso. Face pálida, um quê de doente, cabelos loiros claramente oxigenados penteados para trás. Sozinho sentado no sofá passava a sensação de que se encontrava ali por obrigação. Odiava todos os presentes, era visível. Sentia falta dos lacaios Crable e Goyle. “Será que sua voz também é arrastada?” imagina. Se segura para não atravessar a sala e ir em sua direção para olha-lo de mais perto. Tão fixo o observa que Draco o percebe, e lhe dirige um olhar de desprezo tal como somente para Harry daria. Constrangido, volta para o corredor.
Após passar pela quinta porta, a cozinha – de onde fora educadamente expulso -, a sexta dá para um banheiro razoavelmente grande. De dentro saem um Harry e uma Hermione de mãos dadas, risonhos e com um ar muito maior do que de reles amizade. Não aprova aquilo, nem um pouco. Pensa que tal cena nunca aconteceria de verdade, seria forçado, demais, pobre Rony, amigo desleal o dele e Hermione então nem se fala. Ri da situação e de si mesmo, mais do segundo, caminha para o quintal. Parecia que iriam encenar algo.
- Você tem varinha?
- Não.
- Tenho uma sobrando, se quiser.
- Tudo bem, não precisa, vou só olhar.
Fica indeciso; era um Snape ou um Sirius aquele que lhe ofereceu uma varinha? Pela bondade, seria o Sirius, lógico. O dono da casa está no meio do quintal, quinze a vinte pessoas em volta, formando um semicírculo.
- Um, dois, três, vai!
Todos os magos sacam de suas batas varinhas de tamanhos e cores variados e começam a proferir inúmeras magias. Correm, pulam, gritam, as batas esvoaçantes atrapalhando seus movimentos, as varinhas sendo erguidas ou desajeitadas ou pomposamente, uns e outros caindo ao chão e se levantando logo depois. Muitas das magias ele nem recordava para o que serviam porém certamente, certeza tinha e muita, que “Alorromora” não era uma magia de ataque, e ela fora dita pelo anfitrião da festa. Mais da metade daqueles magos estaria condenada a ir para Azkaban; “Crucios” e “Imperios” e inclusive “Avada Kedavras” eram pronunciadas à exaustão, mas felizmente ninguém morria. Um forte Neville tinha aguentado três “Avadas” e ainda assim se suportava em pé, e isso o fez ter a ideia de que ele deveria desenhar três marcas na sua testa como prova de tamanha resistência. Desejou que Vold... Você-Sabe-Quem estivesse no meio para derrotar um por um, todavia tudo que viu foi um Dumbledore de face imutável, a máscara o estorvava e o tornava alvo fácil. Envergonhado, de si próprio, do conhecimento do anfitrião a respeito de palavras mágicas e do Neville invencível que sem querer arremessara sua arma ao tentar conjurar um “Expelliarmus” no Draco sorridente que vira mais cedo, do quintal vai embora sem saber quem dali sairia vencedor. “Se ao menos elas soltassem fagulhas...” remata.
- Tava te procurando. Vem, vão passar o primeiro filme.
Sala lotada, pegam cadeiras extras de outra sala para se sentar. Luzes apagadas, início do filme. Só o vira uma vez, no cinema; finalmente se anima com a festa, relaxa, a excitação de novato volta. Por causa dele, igual a outros iniciantes, começara a ler os livros. No momento lia o quarto. Sua amiga sempre se envaidecia por ter conhecido a história muito antes de ela ir para o cinema; “O que veio depois é tudo modinha”, repetia constantemente.
Consegue ouvir atentamente os primeiros minutos, com semblante sereno no rosto. Dumbledore entregando Harry bebê aos Dursley, Harry jovem passando maus momentos com os tios e primo, a chuva de cartas, a aparição de Hagrid revelando seu passado. Mas os diálogos paralelos e críticas não tardam:
- “...pois a irmã dela, lhe causou esta cicatriz.”
- Por que mudaram para plataforma nove e três quartos se é nove e meia? Besteira.
- E o Hagrid nem vai com ele à estação.
- Draco já deveria ter aparecido duas vezes. Sacanagem cortar as cenas dele.
- Ah, a Hermione! Eles eram tão bonitinhos quando crianças...
- A parte da Lilian morrendo é ridícula, parece aqueles filmes B de ação.
- Poderia ser pior, veja Eragon.
A não ser quando destoam de modo gritante do livro, as falas em si mal são ouvidas, ficam esquecidas e abafadas. Sequer Dumbledore e sua sabedoria impõem respeito. Quem o estivesse assistindo pela primeira vez – o que não era o caso de ninguém ali – não compreenderia nada. Chateado e cansado do barulho, diz à amiga que vai ao banheiro, e a deixa conversando animadamente com um Cedrico a respeito de seu próprio destino trágico. Chega ao corredor e lá permanece, imóvel.
Ouve aplausos vindos da “Sala Comunal”; entra nela, logo compreende que acontecia um joguinho de perguntas, comandado por um “Olho Tonto” Moody cujo olho era na realidade de cartolina e não se mexia convulsivamente. Cada resposta certa dava um pequeno brinde. “Quem sabe ganho algo”, reflete esperançoso. Pega a primeira cadeira vaga que acha.
- Qual foi o resultado da partida de quadribol entre Grifinória e Sonserina que Harry jogou pela primeira vez?
- 170 a 60 para Grifinória!
- Do que é feita a varinha de Harry?
- Azevinho e pena de fênix!
- Com quantos anos...
Ou ele que não era tão fã assim, ou aqueles o eram bem mais; indeciso ficou quanto a isso. Inconformado, está a sair quando ouve a pergunta seguinte;
- Em O Prisioneiro de Azkaban, qual o nome do grifo que...
- Bicuço!
Havia acabado de ler o terceiro livro há poucos dias.
Ganha uma caixinha com um sapo de chocolate dentro. Este não pulou para fugir quando a abriu e, enquanto o come, pensa que tartaruga de chocolate – branco - é bem melhor.
O Cabeça de Javali havia sido aberto. O olha de relance, um papelão preto diz “Cerveja amanteigada”; fica curioso, interessado. Antes que se decidisse, a porta do banheiro se abre e vê Harry e Hermione saindo de mãos dadas amorosos novamente. Faz um estalo com a língua, desiste, resolve voltar ao filme mas quando nota está de frente para a porta que leva à rua, passou pela sala sem dar caso. Presta atenção ao som vindo do lado, conclui que Harry e Draco crianças estavam prestes a brincar e brigar voando com vassouras – Hermione criança certinha inutilmente dava no amigo um sermão chatinho para impedi-lo -, dá um meio sorriso forçado fraco e feio que some rápido, abre a porta e vai embora. Na rua lembra-se que não vira nenhum “cicatrizado” de óculos, remendados ou não. A bata já não mais a usa, está enrolada em suas mãos.
Chega em casa, pai estranha batom na testa, “Antes era no pescoço”, brinca, ele ignora. Entra no seu quarto, vê “O Cálice de Fogo” na cama, o ignora também. Liga a televisão, tenta assistir algo, não consegue. O celular toca, finge não ouvir. Entediado, olha para o livro de novo, em seguida para a televisão mais uma vez, depois para o chão demoradamente; faz um muxoxo, desliga a TV, pega o livro e o abre.
Começava o Torneio Tribruxo.
A votação dura até dia 15.A melhor festa fantasia
Aquela festa foi hilária, a fantasia mais engraçada foi a do batman, porque tinha uma mancha branca atrás!!! A pior, mais mal feita foi, deixa eu pensar.... Ah, lembrei, a do Power Rangers!! Ele pintou um capacete de vermelho e pegou aqueles óculos de festa, sabe? Sua “armadura” era vermelha, uma jaqueta, quando perguntei à ele que diabos era aquilo, me surpreendi de monte com a resposta. Senti dó também de um menino que usara uma fantasia de Super-Homem, com os “músculos” infláveis, sabe? E a garotada maldosa socava esses músculos, fazendo o pobre menino chorar de vergonha. Acabou que todos que agrediram o pobre garoto foram expulsos da festa. E, a minha fantasia também não foi lá aquelas coisas, mas classifico como criativa.. Eu fiz uma do pernalonga, meu personagem favorito.
Tá, não foi muito criativo...
Teve também uma garota de... Mulher Maravilha, lógico, todas meninas vão com essa fantasia!! Por sinal ela é bem bonita, mas ela nem deu bola pra mim!
Mas, deu pra dançar, se divertir, rir, foi a melhor festa de todas, a melhor festa fantasia!!!
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