A Linha de Dolqui
Nos anais de da história de Nionda existem vários episódios famosos, atos de loucura e guerras sangrentas.
Mas se você fizer um exame de próstata nos anais achará pequenas histórias dentro desses episódios. Um grande exemplo foi o acontecimento na Batalha das Margens.
Todos os cidadões de Nionda e Terras Próximas conhecem essa passagem dos Anais. Ocorrida durante a Guerra das Cargas (quando Vânia e Enori disputavam quem ia receber o dinheiro das cargas que vinham das Terras Próximas), quando Lhorchenbauer Luin, 76° rei de Nionda, mandou um grupo de guerreiros mal treinados raptarem a mulher e as seis filhas do governador de Enori, Frak Hains.
A sorte dos guerreiros de Vânia foram duas. A primeira foi que quando adentraram na cidade Enori, as tropas estavam não tão longe dali protegendo o governador que tentava ganhar a confiança dos elfos de Elfresta. Só estavam na cidade os cidadões, os monges e as mulheres de Hains.
Raptaram elas e cavalgaram durante dois dias em direção a Vânia. Quando chegaram perto dos rios das Colinas Sagradas, viram que o exército de Enori cavalgava rapidamente as suas costas urrando e brandindo suas armas.
Deixaram seus cavalos a morte e atravessaram o mais largo, raso e lamacento rio das Colinas: o rio Dolqui.
Então os guerreiros de Vânia tiveram seu segundo golpe de sorte. Jogaram as mulheres de Enori na margem e se posicionaram em linha reta, um ao lado do outro, nas margens do rio gritando de medo. Os guerreiros de Vânia eram praticamente gorilas de tantos músculos.
A tropa de Enori ficou desconcertada com aquilo. O que seria isso? Vários homens gigantes acompanhando o contorno do Dolqui gritando? Será que era uma ameaça?
O comandante da tropa de Enori, Lothar, mandou os soldados fazerem o mesmo que os outro, mas sem gritar. Quando os guerreiros do outro lado viu Enori fazer o mesmo pararam de gritar e ficaram olhando para eles do outro lado do rio, protegendo a fronteira sem saber.
Foi uma batalha de franquezas. Se alguém do outro lado do rio vacilasse, recebia uma flechada de um arqueiro do outro lado. Eram dois exércitos olhando um para o outro ameaçadoramente, sem falar, sem beber, sem sentar, deitar, dormir... Dia e noite. Sol escaldante e chuvas tortuosas.
Durante três meses os exércitos ficaram assim. Quando alguém importante morria, rapidamente era substituído. O exército de Vânia mais tarde adotou essa tática de guerra batizando-a de “A Linha de Dolqui” em homenagem ao rio.
E foi assim que se sucedeu a Batalha das Margens.
Mas o que ninguém sabe é o que ocorreu durante os três meses.
O nome dele era Roderik. Ele servia à Vânia.
Seu parceiro do lado morreu ao seu lado de cansaço e rapidamente uma faca voou do outro lado do Dolqui para garantir a morte, mas a faca desviou e cortou a frente da bota esquerda de Roderik. Para não ter uma faca na nuca, nem inclinou a cabeça para olhar.
De noite, naquele mesmo dia, insetos de todos os tipos vieram para comer os restos do parceiro de Roderik que ainda jazia ao seu lado, aliás, “Na natureza, nada se cria, nada se perde. Tudo se transforma”. Um mosquito que não conseguia se banquetear com o parceiro de Roderik, se virou e picou o pé deste.
Um dia depois, o dedão esquerdo de Roderik era simplesmente pus. Sabendo que não ia agüentar pediu “substituição”.
O rei Lhorchenbauer mandou de Vânia um jovem magrelo de nome Dmitri. Foi um erro.
Jovem, cheio de energia, hiperativo e tagarela. Fazendo algo que exigia concentração, não ia dar certo.
Depois de três dias Dmitri começou a ficar impaciente. Não agüentava mais aquilo. O homem que tinha que olhar do outro lado do rio era feio. E ninguém falava! Porque Deus, PORQUE?!?
Então em um surto:
- E aí? – disse alto Dmitri acenando para o outro lado do rio
As tropas de ambos os lados se tencionaram. Quem era ele? Porque ele falou? Não ouviam nada além dos zumbidos das Colinas Sagradas, e de repente vem um magricela e fala alguma coisa.
- Ei, psiu! – chamou um dos homens de Vânia
Dmitri começou a andar em direção ao outro lado. Que mal poderia ter. Aliás, nem Enori sabia o que fazer. Aquilo devia ser provavelmente uma ilusão. Quem ia se arriscar assim, certo?
- Não... – disse Dmitri – Eles devem ser legais.
Chegou bem perto do homem feio do outro lado e disse:
- E aí?
O homem ficou parado. Seus olhos disparam para todos os cantos. Ambos os olhos das margens se concentravam em Dmitri e o homem feio.
- Que foi? – perguntou de novo Dmitri – Vai fingir que não me conhece? Sou eu o magrelo do outro lado. – chegou perto do ouvido do homem e disse – Eu sei que rolou um clima...
Foi a gota d’água. Sem saber o que fazer o homem feio se apunhalou. Ao cair, o arqueiro do outro lado atirou uma flecha, mas acertou no pé de Dmitri. O garoto gritou e caiu na lama do rio.
Ambas as margens começaram a se atacar naquele exato momento. Saíram de seus lugares e correram para o outro lado gritando feito loucos e começou a guerra.
Daí todos sabem como terminou a Batalha. Os elfos vieram para socorrer os enorianos, contornando as Colinas. Dizem que Vânia já teria perdido a Batalha se tivessem ficado quietos, pois os elfos iriam pegar eles pelas costas.
Lhorchenbauer diz que ele mandou ordens para que seu exército atacasse, mas na realidade, foi tudo culpa de Dmitri. Este foi preso e julgado por Illiano Luin, 77° rei de Nionda (que assumiu o cargo do pai na semana seguinte do fim da Batalha das Margens), condenando-o por crimes de guerra. Mas Illiano sabia que Dmitri é quem salvou Nionda, e não o pai. O que vale é deixar nos Anais que a família Luin sempre salvou Nionda.
E isso foi apenas uma das pequenas histórias nos Anais...:: Lorofous ::..
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