Criando um tópico apenas por três motivos:
1 - Para você que leu o conto durante o ocncurso e agora quer comentar.
2 - para você que estava se fodendo pro concurso.
3 - Há tempos eu queria criar um tópico
Vamos lá..
Comentem, verdadeiramente o propósito do tópico é esse. Xinguem, espantem-se, taquem tijolos em mim... Se manifestem!Kiwi
- Fetiches? - Disse bebendo um curto gole do suco de morango. Léo o olhava fixamente, com cara de paranóico. Não dava pra saber no que estava pensando, mas pelo queixo esborrachado no chão, parecia boquiaberto com a demora do amigo em falar daquilo.
- Ora essa! - Disse energético, desajeitando-se na cadeira de ferro - Na sala tu sempre fala dessas coisas com a maior cara de pau. Que lerdeza é essa?
Mauro corou.
- Bom... - Demorou-se brincando com o canudo do suco. Suspirou e virou a cara na direção do balcão pra ver melhor a mulher do balcão. Estava com uma saia curtinha. Oh aquelas pernas! Grossas e bronzeadas. O movimentar lento era cruel aos olhos de quatorze anos de Mauro.
- As pernas da Joelma me excitam - Falou baixinho sem tirar os olhos delas. Ela sentou-se. Ah meu pai! Estava sem calcinha. Ah não, ah não! Abrira as pernas discretamente - Despudorada! - e dava pra ver tudo através do vidro do balcão. Léo riu ao notar a nada discreta elevação nas calças do amigo.
- É - Riu um pouco mais e bebeu outro gole do suco de maçã. Não gostava, mas ouvira falar que Bruna gostava, então precisava se acostumar se pretendia namorar com ela. Mauro repetia sempre aquelas palavras chatas que amigo sempre dá nessas horas. “Todo mundo sabe que ela é uma puta”, “Porra ela meteu chifres do Edu!” e ainda de vez em quando era mais radical: “A vagaba toca uma siririca no intervalo!” Mas Léo nem se estressava. Bruna era popular e bonita. Tinha merda na cabeça, fato comprovado, mas era melhor que muita espertinha naquela oitava série.
- Mas e ai - Seguiu Léo batendo na mesma tecla de sempre - Quais seus fetiches?
Mauro terminou o suco de morango e riu de leve, olhando maliciosamente pro outro.
- Quer saber pra me excitar é? - Riu alto, atraindo uns olhares feios de umas senhoras que estavam passando - Nem adianta, não vou gozar vendo você usar a roupa da Joelma.
Léo arregalou os olhos e socou o braço de Mauro que indicou o dedo do meio fulminando o colega com os olhos cinzentos. Ficaram em silêncio por uns segundos até Mauro comentar alguma coisa sobre Joelma que Léo não ouviu. Olhava abismado pra rua, de onde um cara alto, de uns vinte anos, saía de um Gol vermelho. Mauro ainda tava hipnotizado pelo bronze excessivo da Joelma, que arrumava seus desgrenhados cabelos negros cacheados e se levantava limpar uma mesa que vagara. Maldita mesa! A visão panorâmica acabara.
- Porra ela levantou - Comentou baixinho, pousando o copo do suco que ainda tava em suas mãos sobre a mesa, tirando uns pratos com migalhas do pastel que comeu antes e os guardanapos de perto. Derrubou um dos suportes e se apressou em levantar, queimando por dentro quando Joelma virou ver o que tinha acontecido.
- Ora essa - Disse o homem que saíra do carro - Léo... Ta fazendo o que aqui?
- Ian, cala essa boca - Falou Léo aborrecido de ver o irmão mais velho por ali - Ta me seguindo agora é?
- Ta me achando com cara de guarda-costas de Barbie? - Passou a mão na barba mal-feita e puxou uma cadeira de uma mesa do lado e sentou ali, do lado do Mauro. Cumprimentou ele e olhou com nojo pros restos de comida na mesa. Disfarçou. - Vim ver a Helô.
- Ela deve ter ido dar a bunda por ai.
- Tu ta com inveja.
- Por quê?
- Porque a Helô é gostosa.
Ela era uma sobrinha de uma das secretárias que trabalhavam no hotel do pai do Léo e do Ian. Era loira, com o cabelo meio “pote” com umas mechas cor de rosa. Andava sempre com umas roupas pretas com caveiras e penduricalhos esquisitos e falava engraçado. Mandava tudo se foder. Era chata pra cacete e mensalmente tinha umas birras com a tia no apartamento delas que dava pra ouvir do apartamento do Léo. Ian saía com ela desde o ensino médio, mas só começaram a namorar uns quatro anos depois. Mesmo assim Ian chifrava ela semanalmente, quando enchia a cara sexta de noite e saía correndo pelado na praia.
- Ela é uma tábua, fala sério! - Quase berrou Léo com a cara fechada. Mentia, mas odiava admitir que a Helô era uma gostosa e que se masturbava pensando nela. Também não ia contar, mas tinha certeza que Ian sabia disso. Era inevitável. No meio da noite, quando ele ia visitar a família com ela, começavam os sons do quarto dele. Uma meia hora depois levantavam, e dava pra ver os peitos nada generosos dela.
- Ah Léo cala a boca.
Mauro se limitou a ir rumo ao balcão falar com Joelma, que lixava as unhas de uma forma tão furiosa que parecia que elas iam estourar. A Joelma era bronzeada, tinha aqueles cabelos encaracolados até a bunda - que era enorme. Os peitos intimidavam até o maior pegador e aqueles lábios carnudos eram desejados por qualquer moleque que ia de tarde matar o tempo ali na lanchonete, comer um pastel de palmito e beber um suco qualquer. Tinha quase uns trinta. Mas Mauro achava que tinha chance.
- Me vê um suco de kiwi - Disse se apoiando no balcão e não conseguindo disfarçar o nervosismo, apesar de tentar. Desviava o olhar furtivamente, mas só o que via eram umas putas cochichando numa mesa perto da janela e Léo gritando com Ian na mesa deles, lá na calçada da rua. Preferiu encarar os lábios da Joelma. Tentou com todas as forças não baixar os olhos pra vagina. Mas era quase uma tortura.
- Kiwi? - Respondeu com a voz pasma.
Léo notou a falta do amigo e direcionou os olhos pro balcão. Passou a mão pelos cabelos negros longos e sussurrou um palavrão.
- O lesado foi atrás dela - Limitou-se a dizer
- O Mauro? - Ian virou pra mesma direção e riu da cena. Mauro arrumava o cabelo loiro e a roupa enquanto Joelma estava indo pra cozinha arrumar seja lá o que ele tinha pedido - Esse teu amigo deve ser retardado. Acha mesmo que a Joelma vai dar pra ele?
- Sei lá, ele fantasia coisas impossíveis.
- E tu não? Ou o lance com a Bruna com certeza vai realmente existir? - Ian gargalhou ao ver a cara de fúria do irmão, que mandou-o, nada discretamente, ir à merda - Ora, ta nervosinho porque ouviu umas verdades é?
- Ian cala boca porra. Quem te falou da Bruna? - Não estava surpreso. Era de praxe que Ian ficasse controlando sua vida. Era capaz até de estar subornando seus colegas em busca de informações. Ian era perito na destruição total da adolescência alheia. Só porque seus pais o botavam no cabresto quando tinha dezesseis. Não podia ir a festas, sair de noite, curtir com os amigos. E descontava no irmão.
- Ninguém precisa falar. Já te vi olhando pra ela com cara de babão - Comentou Ian analisando os restos no prato do Léo - Camarão? Hmm o pastel de camarão daqui é bom mesmo. Vou pedir um.
- Como assim cara de babão? - Léo estava começando a suar ligeiramente preocupado. Será que era tão discreto assim?
- Porra cara, ela só não notou se é cega. Qualquer pessoa com meio cérebro saca que tu ta de quatro por ela.
Mauro voltara com um copo enorme com um líquido verde viscoso com uns negócios pretos em mãos.
- Que é isso? Suco de meleca? - Indagou Ian, meio rindo da cara que Léo fizera de “vou te esganar”.
- Kiwi - Limitou-se a falar.
- Kiwi? - Léo fez uma cara de nojo e desviou o olhar do copo. Ian nada disse e levantou-se, rumando ao balcão. Lá se escorou e falou alguma coisa inaudível pra Joelma, que sorriu maliciosamente e entrou na cozinha.
- É Kiwi.
- Pra que isso? Kiwi é nojento.
- É nada. E também pretendo usar isso no banheiro.
- Vai tocar punheta olhando pra um copo? Que tosco.
- Nada disso sua anta - Falou Mauro batendo com a mão na testa - Tudo pra ti termina nisso né?
- Ora essa, que mais tu faria com isso no banheiro?
- Vou me lambuzar com isso.
Léo torceu a face e ficou boquiaberto por uns tempos. Ai começou a rir freneticamente. Quase caiu da cadeira de tanto rir, chegando a ficar vermelho.
- Vai brincar de incrível Hulk? - Falou ainda rindo muito, fazendo Ian desviar o olhar de uma das garotas da mesa da janela pra ele.
- Não seu otário. É um fetiche.
Léo parecia profundamente arrependido de ter tocado no assunto antes. Parou de rir e olhou com a sobrancelha erguida pro amigo.
- Se lambuzar com suco de Kiwi? E o que isso tem de excitante?
- Da música - Faliu Mauro com a cara de que aquilo era a coisa mais óbvia do mundo - Lembra?
- É uma música. Não quer dizer que tu tem que jogar suco de Kiwi em você.
- Mas e se eu quiser? - Falou ele indiferente ao comentário - Imagine Joelma me lambendo todinho.
- Vai se lambuzar e sair saltitante por ai gritando “Joelma me lambe”?
- Tu não tens imaginação - Disse sarcástico.
- Melhor não ter imaginação que ter demais. Porra depois eu que sou neurótico. A Joelma nunca vai querer nada contigo! Nem pintado de ouro. Ou melhor, lambuzado de suco de kiwi.
- Assim como a Bruna ta se fodendo pra você. Ela ta mais pro Tiago.
- O Tiago é um vegetal. Eles nunca vão ter nada.
- E vocês vão ter?
Léo se calou. Ian chegou com um pastel de camarão em mãos e sentou-se ao lado do irmão, comendo furiosamente.
- Vai ficar de encosto por muito tempo?
- Eu já disse: Tou esperando a Helô.
- Ela nunca vai chegar.
- Marcamos às três.
- São três e vinte.
- Ela sempre atrasa.
- Porque ta transando com um bocó qualquer.
- Foda-se. Chifro-a também.
- Como vocês mantêm uma relação? - Léo estava com uma cara confusa.
Ian ignorou e seguiu comendo o pastel.
- Mauro - Léo olhou feio pro irmão e voltou a falar com o colega, que estava do outro lado da mesa, olhando pra praia do outro lado da rua. Teve a impressão de ver Bruna e Tiago por lá. Apertou os olhos mas não viu nada - Porque Kiwi?
- Por causa da música - Falou ainda procurando os dois. O Rio era enorme, decididamente haviam outras pessoas parecidas com os dois. Devia estar delirando ou vendo sósias.
- Isso não é fetiche. É psicose.
- Pela Joelma eu viro psicótico.
- Você já é?
- Qual a história do kiwi? - Disse Ian se metendo na conversa. Estava com a boca cheia e uns camarões caíam de sua boca rumo ao chão imundo.
- Mauro vai se lambuzar de suco de kiwi pra Joelma lamber ele.
- Léo!
- Mauro! - Olhou feio Ian. Não riu, apenas olhou com uma cara de surpresa e ligeiro nojo e uma pitada de compreensão pela psicose do outro. Nunca fora assim, mas um amigo seu, Elias, era. Logo, sabia mais ou menos o que se passava na cabeça do amigo do Léo - Pra que isso? Joelma e você nunca vão ter nada.
- Por quê?
- Porque ela tem o dobro da sua idade, porra!
- E daí? Ela pode muito bem ter algo comigo.
- Só se quiser ser presa por pedofilia.
- Não sou criança.
- Nem adulto.
Mauro suspirou e voltou a olhar Joelma que falava animada com um rapaz que indiscretamente olhava pros seus peitos. Ela parecia notar. E gostar. Porque não demonstrava felicidade quando Mauro o fazia? Que decepcionante.
- Mauro... - Ian falou baixo, terminando o pastel de camarão e ignorando os gestos de Léo pra que Mauro não o ouvisse - Olha... Já é difícil que Joelma queira algo com você. E não é se lambuzando com suco de kiwi que ela vai querer!
- E quer que eu faça o que?
- Sei lá. Não assisto novela pra saber como lidar com sentimentos.
- Sentimentos? Não tenho sentimentos. Tenho atração.
Ian suspirou e repreendeu Mauro com o olhar.
- Pior ainda. Se tivesse sentimentos podia rolar algo por pena.
- Rola sexo por pena.
- Mas não é prazeroso.
- Mas rola.
- Eu posso lhe mostrar como conseguir um encontro. Não com Joelma. Com outra garota.
- Quero com Joelma! - Mauro teimava como uma criança de cinco anos faz.
- Porque você não é legal comigo? - Léo estava se metendo na conversa, com o olhar severo e a cara mais furiosa possível. Estava apoiado à mesa com os cotovelos, erguendo-se na direção de Ian.
- Porque você é meu irmão.
- Mas ai sim você devia ser legal comigo! Ou será que rola aquele lance de eu ter roubado a atenção dos nossos pais?
- Que atenção? Eles me odeiam.
- Porra, tu fumava maconha!
- E tu tinha que conta né! - Ian estava olhando lívido para o irmão, e pela cara que ambos faziam, e as poses em que se encontravam, parecia que iam se levantar e se estapear ali na frente.
- Ian, como ia dizendo...? - Mauro tentou inutilmente continuar a conversa, crendo veemente que conseguiria ir pra cama com Joelma.
- Que porra, quer saber da verdade? - Ian se levantara e estava praticamente gritando, atraindo olhares curiosos. A vontade de Mauro era ser laranja para se esconder na parede. Sentiu-se um idiota quando Joelma lançou aquele olhar quente na sua direção - Eu não sou legal contigo porque tu nunca me deu razões pra isso! Feliz agora?
- Não! - Sempre com uma resposta na ponta da língua. Talvez fosse melhor ele ter calado a boca e matado o assunto.
Suspiraram. Ian se sentou e ficaram calados por uns instantes.
- Você me odeia porque sou diferente demais de você - Disse Léo por fim.
- Que culpa eu tenho se você não sabe pegar ninguém? Ou ainda, não transa com ninguém.
- Eu tenho quatorze.
- Nessa idade eu não era mais virgem.
- Tu trai a Helô, não pode falar nada.
- O QUE? - Bradou uma voz feminina às costas de Ian. Este se virou. Era Helô.
- Helô? Que cê ta fazendo aqui? - Ian surpreendeu-se ao ver a namorada parada em pé com aquele olhar reprovador. E diga-se de passagem: ela não tinha o direito de lançar aquele olhar.
- Eu ouvi o que acho que ouvi? Você está me traindo?
- Não, você deve estar com problema no ouvido! Eu disse pra não furar tanto as orelhas! - Ian suava excessivamente enquanto tremia levemente pelas extremidades. Léo fuzilou-o com seus olhos e parou em pé.
- Como assim? Você disse que ela ia vir pra cá! - Gritou indignado. A essa altura todos olhavam para a mesa conferir como ficaria o final daquela situação familiar. Até Joelma parara o serviço e estava sensualmente escorada no balcão.
- Eu não disse exatamente isso.
- Você mentiu pra mim? Ah não! Tudo faz sentido, seria coincidência demais vocês dois virem pra esse lugar quase deserto há essa hora! Ian tu ta me seguindo?
- E-eu... Eu... - Engoliu em seco e sorriu amarelo.
- Como você pôde? - Disseram os dois “traídos” em coro.
- Você acha que pode me seguir? Ver minhas companhias e o que faço? Que porra é essa?
- Acha que eu não tem sentimentos? Acha que sou sua bonequinha de pano?
Mauro soltou um longo e sonoro suspiro e levantou-se. Ninguém estava nem aí pra ele, mas sim para a briga na mesa. Arrumou o cabelo e pegou o suco de kiwi, entornando-o na boca e soltando o copo indelicadamente sobre a mesa. Saiu andando rumo à praia. Léo notou.
- Mauro! Espera! Não quero ficar mais nenhum segundo perto desse vil! - Disse isso cuspindo no irmão mais velho. Virou-se na direção da praia e seguiu o amigo, deixando o casal se entender.
- Está acabado! Tudo acabado! - Bradou Helô, púrpura.
- Ah não venha dar uma santinha! Eu sei que tu dá o rabo nos banheiros públicos!
- Então sabia disso e mesmo assim ficou comigo? Nossa, que lindo! - Sarcástica, como de costume.
- Então! Fique comigo também! Não vamos nos separar por uma coisinha boba dessas, vamos?
- VAMOS! - Ela estava vermelha a essa altura - E sabe por quê? Porque eu sou pior que você - Disse isso e começou a agredi-lo com sua gigantesca bolsa de mão, arrancando exclamações e onomatopéias não só dele, mas de todos os presentes.
***
Após o espetáculo teatral ali, Joelma soltou uma risadinha e voltou para a cozinha secar a louça. Secava enquanto cantarolava uma certa musiqueta. Sua companheira, Alice, preparava um suco pastoso e nojento para um dos clientes e aumentou o volume do radinho socado sobre uma mesa num canto da cozinha. Joelma começou a rebolar sua bunda gorda.
- Eu amo essa música! - Exclamou exaltada enquanto tentava acompanhar o ritmo.
- Fala sério, o cara se lambuza com suco! Que coisa nojenta.
- Nojento nada! - Joelma protestou sorrindo radiante - Eu acho legal fazer isso. Sabe eu ia gostar de um amante que chegasse a ponto de se lambuzar pra me excitar!
- Joelma! Eu não conhecia esse seu lado! - Riram as duas.
- Fazer o que? São fetiches.
Manteiga.
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