"O Bernardo, com 6 anos, foi colocado, depois de anestesiado, numa mesa de operações. Algumas artérias no seu pescoço foram interrompidas (com um arame), enquanto a maioria dos nervos da perna esquerda foram cortados abaixo da cintura. Parte do cérebro foi também removida. Em seguida, o Bernardo foi preso a uma passadeira e os seus captores esperaram que o efeito da anestesia passasse. Quando despertou, teve a vaga consciência (aquela que o bocado de cérebro que lhe deixaram ainda permitia) que estava preso numa passadeira rolante em movimento, que o obrigava a andar, apesar das dores horríveis. Entretanto, os seus captores observavam-no, curiosos, enquanto lhe administravam impulsos eléctricos directamente nos nervos superficiais das plantas dos pés.
Depois de ler esta pequena descrição ninguém duvidará de que o Bernardo foi sujeito a uma tortura hedionda. E se eu lhes disser que o Bernardo não é um ser humano, como o texto leva a crer, mas um gato? Continuará a ser tortura? Não. Foi antes apelidado de "estudo científico" e foi realizado na Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha. Um total de 8 gatos foram utilizados neste suposto contributo para o conhecimento científico, bombasticamente intitulado de "Adaptive fusimotor reflex control in the decerebrate cat" [Murphy PR, Brain Research, 821, 38-49, 1999]."
Alternativas
Técnicas in-vitro. Consiste na utilização de culturas de células, partes de tecidos e órgãos, ou mesmo órgãos inteiros, para realizar os testes. Podem também ser feitos com células humanas, atingindo um grau de confiança impossível com os testes tradicionais. Para testar a irritabilidade de um produto na pele, por exemplo, é usada pele humana produzida em laboratório. Os efeitos do produto podem ser medidos com precisão pela quantidade de enzimas expelida. Este tipo de testes pode também ser implantado com sucesso em toxicologia, já que a maior parte dos efeitos tóxicos provocados por agentes externos ao organismo registam-se ao nível celular.
Testes com organismos inferiores. Usando culturas de bactérias, bolores, fungos, insectos e moluscos é também possível prever os resultados de certos produtos nos humanos. A hidra, por exemplo, é um pequeno animal que, ao ser cortado em pedaços, cria novas hidras. O efeito do produto a estudar nesta reprodução pode ajudar a prever se este irá criar deficiências de crescimento em fetos humanos.
Simulações computacionais. Actualmente temos à nossa disposição uma grande capacidade computacional que pode ser usada para simular com rigor processos fisiológicos e metabólicos nos humanos. Um exemplo é o uso de computadores para prever os efeitos cancerígenos de produtos, já que se conhecem actualmente várias das estruturas moleculares que provocam o cancro nos humanos. À medida que essa base de dados vai aumentando, mais confiança podemos ter nos resultados da simulação.
O uso de vídeos e programas interactivos na educação é também um método amplamente utilizado em países como a Grã-Bretanha, Suécia, Argentina, Holanda e Noruega, que proíbem a vivissecção com fins educativos. Por cá ainda se acha que dissecar uma rã malcheirosa é altamente educativo.
O homem. De todos, este é sem dúvida o melhor método. É evidente que não podemos fazer testes de Daizer e LD50 em humanos (se calhar até se arranjavam voluntários, a julgar pelo exemplo de um laboratório na Grã-Bretanha, que realizou testes a insecticidas com humanos, aos quais pagava cerca de 150 contos... [http://www.apdconsumo.pt/cobaias_humanas.html]), mas existem alguns produtos que podem ser testados em humanos. A BodyShop [www.bodyshop.com], por exemplo, testa os seus cosméticos em voluntários humanos, que usam pensos com o produto a testar durante 4 horas, altura em que os efeitos são estudados.
Métodos não-invasivos, como a EEG (electroencefalografia), a MEG (magnetoencefalografia) e a PET (tomografia de emissão de positrões), podem ser usados para estudar os efeitos de enfartes, doenças de Alzheimer e Parkinson, sem efeitos secundários.
Estudos e inquéritos, assim como resultados de acidentes e suicídios, podem fornecer informação preciosa sobre os efeitos de produtos nocivos. Em 1985, levantou-se uma onda de protesto em torno de um grupo de cientistas que usou dados de experiências nazis sobre hipotermia, feitas com judeus (colocados em tanques de água gelada durante horas) [OMNI, 1985]. É verdade que os resultados foram obtidos de uma forma não ética e completamente desumana. Mas não seria ainda menos ético ignorar os resultados e repeti-los em animais?
http://www.ajc.pt/cienciaj/n12/alternativa.php3
Queriam alternativas? Só digitei no Google e peguei as 2 primeiras páginas, eita preguiça...
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