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Tópico: Orcs - O outro lado da história

Visão do Encadeamento

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    Padrão Capítulo cinco - Flores e borboletas


    — Dos humanos? — Pensa o shaman.

    O motivo do menino ter fugido ele já sabia, os humanos odeiam os orcs, nem um orc meio humano eles iriam perdoar, mas ainda restava algumas dúvidas. Como ele aguentou tanto tempo no meio dos humanos? Não tem como esconder que ele não é um menino comum. Por que só agora? Eles podiam ter acabado com a vida dele enquanto ele ainda era um bebê. E o mais importante, de quem era o sangue em sua roupa quando foi encontrado, já que não se encontrava ferido. Dúvidas que pretende tirar, com cuidado, sem assustar-lo.
    Ainda muito apreensivo com a resposta do menino, o shaman pergunta.

    — Por que os humanos estão te procurando?
    — Eles me acusaram de espionagem, e a ela de traição, iriamos ser punidos com a morte, seriamos enforcados, mas ela não deixou.

    Apesar da resposta parecer óbvia, não foi, a pergunta foi de grande ajuda. O shaman notou que quando ele falava sobre "ela", ficava cada vez mais triste. Como ainda não sabia quem era ela, perguntou.

    — Ela? Quem é?
    — Uma camponesa que me criou, o nome ela é Lynda.

    Ele notou que o menino ficou mais triste ainda ao falar o nome dela. Agora para o shaman o motivo do menino ter sido acusado de espionagem e ela de traição ficou claro. Ainda restão dúvidas, mais delicadas e que talvez nem o menino soubesse responder. Preocupado com a reação dele, o shaman começou a ir mais devagar com as perguntas.

    — Os humanos te feriram? Quando você fugiu.
    — Nãa-ão, a Lynda me protegeu. — E uma tímida lágrima escorreu dos olhos do menino.
    — Então de quem era o sangue manchado em sua roupa?

    Quando o shaman fez a pergunta, o menino lembrou do dia em que fugiu de Thais e começou a soluçar de tanto chorar.

    Analepse/Flashback - Thais - alguns dias atrás.

    — Apresse-se Alexandre, temos que sair daqui o mais rápido possível. — Disse a camponesa impaciente.
    — Por que temos que ir?

    Mal sabia o inocente menino que ele e a camponesa estavam sendo julgados e por que desconfiaria? Afinal, nunca fizeram nada de errado. Mas não é o que os humanos acham.

    — Eles não nós querem mais aqui. Eu te prometo que você nem vai sentir saudades. — Respondeu delicadamente a camponesa.
    — E para onde nós vamos?
    — Para Ab'Dendriel, é uma cidade cujo a maior parte da população é constituída de elfos, mas alguns humanos moram lá, ouvi dizer que é uma cidade linda, com flores e borboletas por todos os lados, sempre foi meu sonho morar lá. Não se preocupe, lá você vai ser tratado muito melhor do que aqui, os elfos são muito inteligentes, não são preconceituosos, ouvi dizer que os elfos protegem uma comunidade de Trolls no subsolo de Ab'Dendriel, os trolls também são discriminados, alguns humanos até caçam eles.

    Alexandre ficou encantado com as coisas que a camponesa disse sobre Ab'Dendriel e ficou tentando imaginar como a cidade seria.


    — Arrume a sua mala, vamos viajar ainda hoje!
    — Hoje? — Feliz murmurou o menino.

    Rapidamente ele fez a sua mala e falou.

    — Terminei.
    — Então vamos. — Disse a camponesa.

    Ao abrir a porta a camponesa deu de cara com vários guardas de Thais, logo que notou que estavam vindo em sua direção, rapidamente entrou em casa e chaveou a porta, estava com muito medo, pois sabia o perigo que representava.

    — Vá buscar a sua mala, Alexandre. — Logo após de ela ter terminado a frase, alguém bate na porta, tão forte que ela leva um susto, apesar de saber que isso logo ia acontecer.
    — Esqueça a mala! Fuja pela janela.

    Antes do menino ter tempo de questionar o que ela disse, os guardas arrombaram a porta e entraram na casa.

    — Fomos ordenados a levar vocês dois para a prisão, onde passaram a noite.
    — Mas porquê? Não fizemos nada de errado.
    — Você foi acusada de traição e o orc de espionagem, são acusações gravíssimas. Não podemos deixar uma traidora e um espião vivos, amanhã bem cedo vocês serão enforcados. — Disse furioso um dos guardas que achava que ela estava se fazendo de desentendida.

    A camponesa sabia que ela e o menino estavam sendo julgados, devido a denúncias de vizinhos caluniosos, só não prévia que fosse tão rápido e que a punição fosse tão grave.

    — Estou sendo punida por cuidar de uma criança? Eles acreditam mesmo que os orcs iriam enviar uma criança para roubar informações secretas de Thais? — Pensou a camponesa aflita, só não falou isso para os guardas pois sabia que "chantagem emocional" não iria funcionar e ia acabar deixando-os mais furiosos.

    Ela também sabia que não ia mais conseguir fugir, pois estava perto da porta e dos guardas, porém ainda podia ajudar o menino a fugir, pois ele já estava perto da janela devido a ordem que lhe tinha dado. Como não tinha mais como sair viva de lá, decidiu dedicar-se somente a salvar a vida do menino, afinal ele não precisava morrer e ainda tinha uma vida inteira pela frente.

    — Posso me despedir dele? Já que vamos ficar em prisões diferentes. — Perguntou a camponesa.

    Há dois tipos de prisão, a que abriga humanos e a outro que abriga outras raças. Ela usou esse artifício para se aproximar do garoto. Os guardas não responderam nada, mesmo assim ela foi na direção do menino. Os guardas não a seguiram, isso foi um bom sinal.
    Ela se ajoelhou, abraçou o menino e sussurrou.

    — Quando eu me levantar, fuja a janela.
    — Mas... — Disse o menino preocupado com a camponesa.
    — Eu prometo que vou logo depois de você.
    — Me prometa que quando você sair por essa janela, você vai correr o mais rapido que puder para o norte, mesmo que alguma coisa aconteça comigo, agora diga que promete.
    — Eu prometo!

    Quando ela se levantou, os dois cumpriram as promessas, ele rapidamente pulou pela janela e ela foi logo em seguida, porém ela nunca teve a intenção de sair viva, apenas de conseguir tempo para que ele pudesse correr e se esconder e depois seguir para o norte, longe das ameaças de Thais. Ela quis desdo do começo apenas bloquiar a janela com seu corpo e fazer com que os guardas perdessem tempo atingindo-a.
    E o plano deu certo, ela bloquiou a janela com seu corpo e um dos guardas golpeou ela com uma lança, que fez seu sangue jorrar e alcançar o menino, quando ele foi atingido pelo sangue, ele se virou para atrás e viu a camponesa caindo da janela e ficou paralisado por alguns segundos até que lembrou da promessa que tinha feito.

    "— Me prometa que quando você sair por essa janela, você vai correr o mais rapido que puder para o norte, mesmo que alguma coisa aconteça comigo."

    O menino correu até não ter mais força, não parou nem para beber água, a sorte dele foi ter sido encontrado por um grupo de orcs que estavam caçando nos arredores de Thais, pois tinham comida e água de sobra.
    O menino estava chorando muito, não tinha condições de responder. O shaman soube respeitar, pois sabia que estava mexendo diretamente numa ferida do garoto quando fez essa pergunta.

    Última edição por Blackfriars; 21-02-2012 às 04:53.



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