-- O adeus
Era cedo, o sol ainda não radiava, mas muitos já estavam preparados para a batalha.
Não sabíamos oque enfrentaríamos, e crenças, por mais diversas que podiam ser, foram bem vindas. Preces para todos os Deuses, muitos pediam ajuda aos seus antepassados, e outros elaboravam rotas de emboscada para os inimigos.
A diversidade de guerreiros era grande. Entre magos, arqueiros, guerreiros e curandeiros. TODOS estavam nervosos por enfrentar o desconhecido, mas encontrávamos nossas forças em um general calmo e pensativo no portão do quartel.
Todos estávamos preparados e equipados devidamente para a batalha, não muito pesados e nem muito leves. Suprimentos suficientes para uma batalha que julgávamos curta.
Antes de abrir o portão, general nos olhou, um por um, arrumou armaduras, corrigiu bainhas, alinhou poções. Cumprimentou cada soldado como um filho, olhou no fundo dos olhos de cada um e disse palavras de força. Acredito que para cada um ele disse algo diferente, pois cada um se identificava com oque ele dizia e mudava sua expressão facial. Realmente, aquele era o líder certo no momento incerto.
Quando ele se aproximou de mim, fiquei nervoso, ele era alto como um Cyclop e forte como um golem. Talvez daí o apelido de War Golem. Moreno com cabelo raspado, barba mal feita e com cicatrizes de guerras passadas. Usava uma armadura de aço com detalhes em vermelho, lembrando um verdadeiro rei, seu escudo era imenso e sua espada não decepcionava, era incrível como ele conseguia manusear uma espada de duas mãos e ainda segurar um escudo numa batalha.
“Lembro de você e seu irmão crescendo e correndo por entre armas e forjas, sua infância foi tirada de você e lhe dado o fardo de um guerreiro, soube que você foi a escolha certa assim que o vi carregando seu amigo em suas mãos, vi sua nobreza ao se levantar sem forças para tirar ele do meio dos restos mortais dos outros ursos para ficar com você, e vejo hoje você e ele preparados como um só.
Você está pronto Elus, sinto orgulho de lutar com você!”
Marchando para fora do quartel, víamos nosso reino se afastando cada vez mais, com o sol nascendo por detrás dele.
A visão era linda, havia parado de nevar e o sol estava realmente aquecendo o coração dos pais e mães, irmãos e esposas daqueles que haviam partido sem a certeza do retorno.
Era difícil marchar com a base de neve já colocada no chão na noite anterior, nenhum de nós utilizávamos cavalos, e todos nós nos ajudávamos na empreitada.
Com o céu ficando cinza já sabíamos onde estávamos chegando, e ao norte, podíamos avistar a sombra sinistra que rodeava aquele pobre vilarejo.







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