-- Batizado
Meu primeiro impulso não foi me abrigar, mas sim, se armar.
Precisava de uma arma se quisece sobreviver, e com minhas mãos eu não faria nada..
Procurei a margem do rio congelado por pedras ponte-agudas e para minha salvação lá estava uma, no formato ideal. Talvez até já tivece sido usada por outro guerreiro, não sei. Tratei de buscar um galho grosso de árvore e refina-lo para servir de cabo para minha lança improvisada.
Sorte ou azar meu os galhos das arvores ficavam quebradiços e tava quase impossível modelar um bastão daquele jeito, minha alternativa foi quebrar um 'braço' de uma árvore grande e firme para servir de lança.
Meia torta e áspera demais para deixar deslizar na mão, eu tinha minha lança improvisada, e teoricamente a sobrevivencia garantida.
Meu próximo passo dali foi conseguir me aquecer; Já estava congelando e espirrando demais com o frio que estava, todo meu treinamento não era nada contra a natureza.
Sorte também eu ter encontrado uma toca de coelho ali ao lado da árvore, talvez por ela ser grande o suficiente para trazer conforto aos coelhos.
Não funcionou em base de segurança, estoquei a lança com esperança que a toa não estivece vazia, e não estava.
Consegui carne e peles para aquecer meus pés. Com os restos do mesmo cipó que usei na lança, usei também para modelar um calçado para mim, e aos poucos fui me preparando para meu objetivo.
Após conseguir ao menos me vestir, vagava pela floresta em busca de uma caverna que eu pudece me aquecer e fazer uma fogueira para me alimentar. Já estava escuro e começando a nevar, meu desespero aumentava cada vez mais, com medo de morrer congelado, aquele couro estava me aquecendo, mas não o suficiente. O vento castigava ainda mais minha pele, que se cortava com um unico espirro.
Ferido e previamente paralizado, encontrei uma caverna para me proteger, com minhas ultimas forças usei as lenhas que encontrei pelo caminho para formar uma fogueira.
Estava pronto para morrer.
Acordei com lambidas no rosto, uma raposa.
Assustado levantei com um grito, ela fez o mesmo. Mas fugiu.
Me preparei para seguir minha jornada, mas ainda nevava e provavelmente expulsei aquela raposa de um abrigo.
Logo tudo se silenciou e pela minha surpresa, e pavor. Um ronco apavorante ecoo por aquela caverna, morcegos voaram em direção a saida. Eu estava a um passo de sair daquela caverna, ou ir a fundo e confirmar minhas suspeitas.
Escorado nas paredes e me espreitando feito cobra com minha lança na mão, fui adentrando na caverna, enquanto o ruido ficava cada vez mais alto e minha visão cada vez menor.
Estava muito escuro e eu estava me guiando apenas pelo som e pelo cuidado de cada passo que eu firmava no chão não nivelado e destruido.
O cheiro de carniça ficava cada vez mais forte, e ali pude notar que me inimigo estava a poucos passos; Como lutar com algue que não vejo?
Recuei, e percebi que só havia um caminho por qual a luz era guiada, e por ali me mantive até tropeçar em um buraco, pequeno, mas suficiente para encaixar meu pé. Outro lance de sorte não ter fraturado nenhum osso nem batido a cabeça. Eu estava fraco e concerteza morreria ao me confrontar com um inimigo muito maior do que eu.
Nochão com a dor do impacto sobre meu ombro, cheguei a conclusão que não precisaria fazer nenhuma força para derrotar meu inimigo e chegar ao meu objetivo principal.
Reuni pedras ao redores do buraco e cravei o cabo de minha lança no chão, caucei com as pedras e firmei ainda mais com barro umido que trouxe do lado de fora. Em pouco tempo e com a temperatura do chão da caverna, o barro se endureceu e a lança ficou firme, apontada para o escuro infinito diante de mim. Preparado para a batalha, apertei minhas vestimentas e me preparei para o pior. Virei em direção as sombras e gritei, o mais alto que pude..
"aaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAA..!!!!"
O barulho foi estrondante, ecoando cada vez mais alto. E cada vez mais alto, e mais alto. E de lá, voltou outro rosnado, feroz, cruel...
Escutava as pegadas pesadas e massivas de um urso, e oque mais me apavorava, era não saber o tamanho dele, se a lança ia suportar o impacto a ponto de matalo ou se ele desviaria da lança.
Para pelo menos aliviar minhas duvidas, me coloquei poucos passos depois da lança, para que minha sombra escondesse a lança e assim ele vir em minha direção com os olhos fixados.
E assim o foi, o impacto que ele atingiu a lança e pelo incrivel que pareça ela ter suportado, foi tanto que ele foi bruscamente freiado soltando um grunhido agonizante, o estralo feito no chão, as pedras soltando feito raio, a lama se espalhando em minha direção.
Tudo aquilo me obrigou a me jogar no chão e torcer para que ele tenha morrido com tamanha violencia de impacto.
Já no chão, ele não se movimentava mais, apenas suspirava.
Podia ver o medo em seus olhos. E ele concerteza podia ver nos meus também. O abracei, e pedi perdão. Fiquei com ele até ele partir.
Dois inocentes com medo do mundo que os obrigava a seguir em frente, dois inocentes no fio da espada.
Cortei suas patas, tirei todo seu coro, arranquei sua cabeça.
Não foi fácil tirar a lança de dentro de um urso relativamente grande e pesado, corta-lo e prepara-lo.
Fiz em sua homenagem um enterro de guerreiro. Um enterro digno de alguém que valeria morrer.
Seu corpo grande e pesado foi queimado, seu coro me protegeria do frio e sua cabeça me vangloriaria.
"Você não morreu em vão meu amigo."