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Tópico: A Ilha das Lamentações

  1. #11
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    O barco de Lug fez um barulho seco ao chocar-se lentamente com os recifes. Um vento apagou a chama na lamparina que ficava pendurada na proa do barco. Lome não se conteve e subiu nas pedras úmidas para ver o momento exato em que seu tio sairia da embarcação. Notou um movimento na parte interna. Uma pequena porta se abriu e Lug deu um passo para fora da cabine. Aparentemente sem ainda notar a garota, desceu por uma escada rudimentar feita de cordas e pisou nas pedras. Estava murmurando algo incompreensível.

    - Titio? Lome se antecipou.

    Surpreso, Lug grunhiu algum som mais alto, virou-se e, vendo sua sobrinha ali na praia, sorriu. Aproximou-se da garota, que já o fitava de forma apreensiva. Abaixou, olhou-a bem nos olhos. A essa altura, Lome estava estática, paralisada como uma estátua de mármore. A aparência de Lug era a pior possível. Parecia um náufrago? Não... Sabia-se lá com o quê ele estava parecendo. A menina tentou mostrar-se indiferente, talvez com medo de ofender o tio. Mas este continuava murmurando algo por entre os dentes (o que já estava deixando a garota irritada) e foi acariciar a sobrinha. Lome sentiu um dedo gelado e úmido; um toque levemente anfíbio roçar-lhe a orelha no momento em que a voz estranhamente rouca de Lug pronunciou algo que pelo resto de sua vida iria ecoar em sua memória: “Gi... Le... Farg... ....” Ao ouvir isso, Lome não se conteve e gritou, correndo apavorada em direção à sua casa.

    Abraçada à sua filha Lome, Mylla olhava o céu lá fora, através da janela e a ampulheta que indicava terem passado umas duas horas desde que o Tenner e a Shirà foram ao farol em busca de Lug. Pouco depois, a porta se abriu e os dois estavam de volta. Tenner contou a Mylla que Lug não estava na praia. E não havia sinal dele pela areia. Shirà ficou quieta num canto, pensativa. Aquele barco... Era sem dúvida o barco de Lug. Mas estava em um estado deplorável, como se estivesse abandonado há anos. A notícia de que Lug não havia sido encontrado, deixou Lome ainda mais assustada. Percebendo isso, Tenner resolveu que todos dormiriam juntos ali na sala, naquele fim de noite. Pela manhã sairiam atrás de Lug. Shirà cantou uma doce canção de ninar para a sobrinha. Tenner ficou apreensivo em uma cadeira perto da porta enquanto Lome dormiu sobre uma grande bancada coberta com tecidos macios, junto com Mylla e Shirà. Tenner sentiu-se um tanto infantil naquela situação, mas a verdade é que o medo de Lome contagiou a todos.

    Seguiu-se uma manhã fria, envolta por uma névoa espessa e úmida, contrastando com o límpido céu da noite anterior. Enquanto passantes curiosos se amontoavam perto da estátua de Gánor es Othialla, na Praça Central, um homem se dirigia apressado à casa dos Mines Mariel. “Espero que eles saibam onde está a Shirà...”


    -----------------------------------
    @Thomazml (tardiamente): Cara! Ainda bem que você viu a parada dos peixes. Realmente, eu alonguei muito a viagem "normal" pra uma época em que não havia forte comércio. Hum... tentei melhorar explicando que os arenques viviam afastados da costa? Bom receber comentários assim porque às vezes, quem escreve se empolga e não enxerga essas coisas óbvias.

    @Sadu Zefenazar Obrigado pelo comentário e por estar acompanhando.

    (Sem nomes novos e bizarros nesse capítrulo! HOORAYYYY!!!!!! :yelrotflm)

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    Última edição por Karasutengu; 09-08-2010 às 15:42.
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  2. #12
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    boa historia

    continue...

  3. #13
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    5


    O estriduloso grito de uma ave marinha, cortou a monotonia cinzenta daquela manhã em Othialla. As pessoas acordavam e se dirigiam ao centro da cidade para dedicarem-se a seus afazeres diários. A rotina de Wrebh Esqiall não era muito diferente. Ele estava indo até seu comércio onde vendia pão junto com dois sócios. Porém, ao chegar à praça central viu um grupo de pessoas amontoando-se perto da estátua de Gánor es Othialla, fundador da cidade. Chegou perto para ver o que estava acontecendo e, aproximando-se, sentiu um forte odor metálico, não exatamente desagradável, mas um pouco enjoativo. Ao pé da estátua, dormia um homem magro, de aparência cansada. Trajava uma calça de pano visivelmente apodrecido e uma camisa branca rasgada e imunda. Tinha alguns escassos fios de barba distribuídos de forma desigual pela face e longos cabelos grisalhos enrolados, de aparência endurecida e mal-cuidada. Em seus cabelos, havia toda sorte de alga pendurada, dando a este a aparência de um “séssartróllar”, o lendário trasgo dos pântanos, que aparece nas mais lúgubres histórias do povo fyr. A pele daquele homem tinha uma coloração pálida, levemente esverdeada e exalava o odor metálico que o padeiro, havia pouco, sentira no ar. Wrebh mal podia acreditar no que via. Apesar de estar diferente, com aparência mais velha, ele não teve dúvidas. Aquele homem fétido era Lug!

    A passos largos, Wrebh foi imediatamente à casa de Shirà, sua vizinha, a fim de avisá-la sobre a volta do marido, mas não encontrou ninguém ali. Pensou então na casa da irmã de Lug, Mylla. Foi correndo até lá, com um misto de alegria e apreensão, esperando encontrar a moça.

    Tenner acordou sobressaltado quando alguém bateu forte e rapidamente na porta, despertando todos na casa.
    -Senhor Mines! Sinto muito acordá-lo a essas horas, mas estou procurando pela Shirà... O senhor sabe onde ela estaria?
    -Wrebh? O que houve? – Antes que Tenner, ainda em estado letárgico respondesse alguma coisa, Shirà adiantou-se, aparecendo perto da porta, com os cabelos desarrumados de quem acaba de acordar e dobras de lençóis marcando seu rosto. Trajava uma longa camisola branca, que pelo tamanho era da Mylla, mais alta, e não dela. Shirà tinha mesmo uma beleza fora do comum. Sua pele era clara e tinha olhos negros levemente amendoados. Os cabelos, que usava na altura do ombro, tinham uma raríssima cor verde escura, com uns poucos fios azulados e brilhantes, que davam a ela a aparência de algum ser mítico; como uma fada ou uma sereia. Essa beleza exótica e delicada era um verdadeiro espelho de sua personalidade, sempre atenta e carinhosa com todos em sua volta.

    Wrebh soluçou, talvez por sentir-se desconcertado ao ver Shirà, linda em seu despertar no mais simples dos trajes. Ali, em sua simplicidade, aquela mulher poderia ofuscar a mais bela Amazona coberta de ouro. Desviando o olhar que insistia em ver sua vizinha, Wrebh respondeu:
    -Lug voltou, Shirà! Ele está na praça central da cidade, dormindo sob a Estátua...


    ------------------------------------------
    Nomes que aparecem nesse capítulo:


    - Wrebh Esqiall: vizinho de Shirà e Lug. Trabalha como padeiro em Othialla.
    - Séssartróllar: "trasgo dos pântanos" (swamptroll para os jogadores de TIBIA) Aprendi no "literatura" que trasgo é um bom equivalente a troll. Usarei a palavra quando couber...


    Obrigado pelos comentários!!
    Última edição por Karasutengu; 12-08-2010 às 18:01.
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  4. #14
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    Primeiro, quero pedir desculpas. Não é a primeira vez que passo por este tópico, mas a preguiça impediu-me de (ler e) comentar anteriormente.

    A história deste tópico e uma das mais cativantes desta seção atualmente. Você desde o início soube construir um clima perfeito e um equilíbrio entre descrição e ação. Eu, pessoalmente, consegui imaginar os ambientes perfeitamente. Dou-lhe meus parabéns.

    Fiquei curioso com a descrição do cheiro metálico exalado de Lug, aguardo ansiosamente o próximo capítulo para descobrir mais.

    P.S.: Até aonde eu conheço, trasgo é uma criatura pertencente ao folclore português, uma espécie de duende da cultura lusitana, e totalmente diferente do troll escandinavo. Na minha opinião, o único termo passível de troca seria orc para ogro — já que desconfia-se da origem deste último, acreditando que deriva de orcus (a palavra geradora do termo orc).

  5. #15
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    Padrão 6-7

    6


    Na praça, Lug abriu os olhos e deparou-se com a multidão ao seu redor. Meio indiferente, levantou-se e perguntou onde estava; que lugar era aquele. Uma das pessoas o reconheceu:
    - Lug... Vo... Você está em Othialla! Por Fýyr, onde mais poderia estar?
    - Ah! Respondeu, sem dar muita importância.
    Lug olhou a cidade como se nunca houvesse estado ali, com um olhar cinza e sem brilho, ao mesmo tempo vago e analítico. As pessoas confabulavam sobre aquele estranho ser que aparecera no meio da praça. Uns estavam felizes por Lug estar de volta, aparentemente bem. Outros diziam que Lug estava morto e que aquele era apenas o seu fantasma, enviado para amaldiçoar o povoado por algum demônio dos mares. Alguns falavam também no séssartróllar que teria tomado a forma de Lug para, à noite, alimentar-se dos cérebros das criancinhas. Um velho senhor que estava ali perguntou a Lug sobre seus amigos marinheiros. De uma forma friamente natural, Lug virou-se para o velho e respondeu que não sabia. Foi nesse momento que, em sua longa camisola branca, Shirà apareceu, correndo ao seu encontro...

    - Lug, meu amor! Você está vivo! disse, abraçando com todo o carinho do mundo aquele homem maltrapilho. Em seguida, deu-lhe um longo beijo, sem importar-se com o odor e sabor metálicos de sua boca ressecada.
    - Shirà... Eu estava com saudades dos seus braços... Vamos para casa. Prepare-me um banho, por favor, pois estou muito cansado.
    - Sim, Lug. Vamos logo.

    Shirà pareceu reanimar seu marido, como se ao vê-la, este voltasse a si mesmo. Já não tinha mais a aparência perdida e alheia à realidade de antes. Após Shirà vieram Mylla, sua irmã e Wrebh, seu vizinho. Tenner ficou em casa com a filha, que não quis ver o tio. Os quatro foram para a casa de Lug, em silêncio. Passada a euforia do encontro, todos estranhavam a aparência de Lug: apesar de seus trinta e três anos, ele aparentava agora ter cerca de cinquenta. Chegaram a casa e Mylla ficou com Wrebh na sala, enquanto Shirà desceu com o marido para preparar-lhe um banho com sais perfumados.

    Wrebh, o vizinho de Lug era um homem de aparência roedora, não muito alto, com cabelos negros cacheados, corpo e rosto massudos e nariz redondo, sob o qual ele cultivava um esquisitíssimo bigode que pairava sobre uma pequena boca com dentes salientes. Devia ter entre trinta e cinco e trinta e oito anos e era tão desengonçado quanto parecia. Falava pouco, parte medo de dizer o que não devia, parte por não ter muito assunto, mas era sempre muito prestativo. Ficar ali naquela sala junto de Mylla causava a ele certo desconforto. Resolveu, então, voltar para a padaria.
    - Senhora Mylla, vou deixar vocês. Tenho trabalho me aguardando. Acho que já não vão precisar mais de mim, né? Se quiserem algo, saberão onde me encontrar.
    - Tudo bem, Wrebh. Obrigado por tudo.

    Pouco depois, Shirà apareceu. Mylla não quis tecer comentários sobre Lug, apenas limitou-se a perguntar se o irmão estava bem, no que Shirà respondeu com um sinal de cabeça. Mais ou menos uma hora depois, Lug apareceu na sala, já com aparência bem melhor. Seus cabelos ondulados estavam mais arrumados e a barba estava feita. Trajava agora uma bela túnica avermelhada, com um cinto dourado. Foi até a mesa e sentou-se com as duas mulheres.

    - Mylla, minha querida irmã... Como estou? Lug, ainda visivelmente abatido, parecia fazer um esforço hercúleo para esboçar uma alegria. Mylla apenas sorriu de forma positiva.
    - Lug... Conte-nos! O que houve com você? O que aconteceu com seu barco, seus amigos? Porque demorou tanto a voltar? Shirà, pelo visto, tinha várias interrogações em sua mente.

    O semblante de Lug ficou sério. Olhou para as duas mulheres. Fez-se um silêncio. Por fim, ele disse:
    - Seu aniversário estava próximo, Shirà. Resolvi que iria até os rochedos de Darder no extremo sul para procurar a raríssima pérola escarlate, para presenteá-la. Minha equipe toda concordou.

    Houve uma nova pausa. Nisso, Lug começou a murmurar algo. Com uma voz estranha que parecia cuspida por entre os dentes disse:

    - ...E nunca chegamos em Darder, sabe? Acidente. Mar perigoso, ali. É! Errei o caminho. Eram pedras. Era uma torre. Noite. Tempestade. Ondas. Sangue. Morte... Sim! Uma torre! E uma ilha! Uma ilha que chorava! Uma ilha aos prantos! Eu matei! Foi ruína! A tempestade! Desespero! Gi... Le... Farg... AAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!

    Mylla e Shyrà estavam perplexas com a cena e a súbita alteração de humor. Lug tossiu aquelas palavras desconexas com a maior dificuldade do mundo. Pareceu ter dito tudo sem respirar. Estava com os olhos vermelhos e sem fôlego. Após dizer aquilo, apenas pediu licença e foi se deitar.

    -------------------------------------------------------------------
    @Tadeik: Que bom que gostou da história! Obrigado pelos comentários! Fico feliz, pois escrever essa história dá um certo trabalho... São muitos os detalhes e, com isso, aumentam as chances de haver passagens incoerentes. Costumo reler várias vezes os capítulos antes de postar aqui. Fui pesquisar sobre os TRASGOS e, de fato, são duendes da mitologia portuguesa. Como eu disse, podem ser EQUIVALENTES aos trolls. Usarei o termo pois quero evitar nomes em inglês. Já basta a língua fyr pra confundir... :triste:

    @Outros_Leitores: foi mal o capítulo-grande... O desencadear dos acontecimentos obrigou... hehehehe
    --------------------------------------------------------------------
    Nomes que aparecem nesse capítulo:


    - Darder: ao sul de Othialla, em um local de mar um tanto agitado, há uma pequena formação rochosa. As conchas que vivem ali produzem a "pérola escarlate" de coloração avermelhada. "Darder" vem de "Dardermyszà" - "Pedras Isoladas"

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    7

    Antes de continuarmos com a história, faz-se mister uma breve menção à administração de Othialla. O comando da cidade ficava a cargo de Chefe, escolhido pelos druidas e sacerdotes em um ritual complexo. Esse Chefe tomava as decisões na cidade, que tinham de ser aprovadas pelo Conselho, composto de cinco membros escolhidos pela população. Resumidamente, esse era o sistema político na cidade, cuja estrutura básica era muito comum nos demais povoados fyr. No momento, o Chefe da cidade era Rhizód Frinneqa, um homem forte e austero, notável caçador, inteligente, justo, respeitados por todos. Rhizód não era natural de Othialla, era um fyr do norte - seu sotaque monótono entregava suas origens - que se estabeleceu na cidade, adquirindo notoriedade no local.

    Na semana marcada pela volta de Lug, Rhizód não ouvia falar em outro assunto em seu escritório, próximo ao farol. Muitas pessoas iam vê-lo querendo saber notícias do pescador, outras, mais supersticiosas, pediam que decretasse seu banimento para terras afastadas. Muitos chagavam a afirmar a aparição um fantasma flutuando sobre o mar, em direção à cidade na noite de sua volta. Naquela manhã, Rhizód resolveu visitar Lug. Os dois eram conhecidos, não sendo íntimos. O Chefe não tinha a mínima intenção de baní-lo e não era muito supersticioso. Na verdade, acreditava que o povo estava apenas chocado com um acontecimento pouco usual, que quebrou a monótona rotina da pequena cidade perto do mar. Sua maior preocupação era o destino dos quatro homens que embarcaram com ele e não voltaram. Saiu de seu escritório e, na companhia de um dos membros do Conselho, caminhou até a casa de Lug Mariel.

    Após mais ou menos sete dias de sua chegada, Lug estava mais coerente em seu comportamento. Falava pouco, dormia muito, estava visivelmente cansado, mas nunca mais foi visto falando sozinho, murmurando bizarrices incompreensíveis ou cuspindo frases desconexas. Sua família achou melhor não perguntar mais nada sobre o ocorrido durante sua viagem, porém, o tema seria trazido novamente à tona naquele dia.

    Foi o próprio Lug quem atendeu à porta de sua casa. Lá também estava seu amigo Tenner e sua esposa Shirà.
    - Senhor-Chefe Frinneqa, Grande Caçador das Terras do Norte! Bem vindo à minha casa. Vamos entrando; pedirei a Shirà que lhe sirva o nosso melhor chá!
    - Muito obrigado, Lug! A hospitalidade dos Mariel é sempre acolhedora. Venho aqui com meu amigo Targos, Representante do Conselho. Gostaríamos de conversar com você.
    Sentaram-se na sala. Shirà percebeu que eles iriam falar sobre a viagem e ficou apreensiva. Mas sabia que era inevitável. Em algum momento, iriam tocar no assunto. Qual seria a reação de seu marido?


    --------------------------------------------------------------------
    Nomes que aparecem nesse capítulo:


    - Rhizód Frinneqa: Chefe de Othialla. Rhizód é um caçados das terras ao norte que fez daquela pequena cidade o seu lar.
    - Targos: representante do conselho.




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    Última edição por Karasutengu; 13-09-2010 às 14:12.
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  6. #16
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    <<Atualizado>>

    CAPITULO 7 FRESQUINHO, LOGO APÓS O 6....


    Caro Lucas CS ou outo moderador, favor fundir os posts. Depois eu apago esses escritos semi-inúteis.

    Obrigado!
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  7. #17
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    EEEEEE *-----* continua ta legal :3
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    Por mais que você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... // pense nisso...

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  8. #18
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    Padrão 8

    8
    Sentados na sala de Lug, Rhizód e Targos estavam visivelmente incomodados com o assunto que iriam abordar e o clima na casa estava tenso. Após conversarem um tempo sobre coisas triviais, Rhizód tocou logo no assunto.

    - Bem, Lug... Nós sabemos que você está cansado, após a viagem. Mas queremos saber algumas coisas. Pessoas vêm falar conosco sobre as estranhas condições de sua volta. Indagam-nos sobre seus amigos... O que houve com eles? Você sabe?
    Lug parou por um instante, como se quisesse se lembrar de algo. Por fim, disse:
    - Desculpem-me, cavalheiros. Os acontecimentos da viagem ainda estão turvos na minha mente. Não me lembro ao certo de como aconteceu, mas... Sei que eles estão mortos. Infelizmente, essa é a única certeza que lhes posso dar. O mar os levou.
    - Hum... Devemos então proceder aos ritos funerários.
    Targos interveio: “Mas Lug, você tem certeza de que estão mortos? Realizar rituais fúnebres para pessoas vivas é maldição na certa! Uma blasfêmia contra a vida!”
    - Nobre Targos, pode realizar os rituais sem medo. Eles estão mortos sim.
    - Se você diz, Lug, assim o faremos – falou o Chefe. Há também pessoas que afirmam que você saiu de seu barco flutuando, como um fantasma. O Senhor Mines mesmo disse não ter visto pegadas suas pela praia.
    Lug ficou em silêncio, como se tentasse lembrar o que havia ocorrido naquele dia.

    Shirà, voltando da cozinha, respondeu por Lug: “Meu marido chegou aqui com algas presas no cabelo e roupas molhadas. Ele saiu de seu barco nas pedras e nadou até o outro lado da praia, mais perto do centro da cidade. Por isso vocês não encontraram pegadas dele ao redor do barco.” A esposa do pescador estava visivelmente incomodada com as perguntas, com medo de que seu marido voltasse a ter reações estranhas.
    - Senhores – continuou Lug – minha esposa diz isso, mas eu mesmo não me lembro dos fatos com clareza. Com o passar dos dias, sinto que minhas lembranças vão ficando cada vez mais claras. Se eu me lembrar de algo mais, assumo o compromisso de ir até o conselho e prestar todas as informações.
    - Assim esperamos, Lug. Você e sua família sempre foram muito respeitados na comunidade. Estou feliz com sua volta, mas preocupado com os outros quatro marinheiros, respondeu o Chefe.

    Tenner tentou – e conseguiu – mudar o tópico do assunto para trivialidades cotidianas. Os dois visitantes terminaram o chá que lhes fora servido e despediram-se de seus anfitriões. Quando saíram, uma chuva fina teve início sobre a cidade.

    - E então Targos? Ele parece bem, não acha? Melhor do que eu esperava, em todo caso.
    - Não sei bem. Achei-o meio apreensivo.
    - Talvez devessemos dar mais um tempo a ele.
    - Sim, Rhizód... Mas é muito estranho a única certeza dele ser a morte dos quatro companheiros de viagem.
    - É... Essa viagem parece mesmo ter alterado sua percepção das coisas. Mas como ele mesmo falou, sua memória esta melhorando com o tempo. Vamos falar com os druidas para que procedam aos rituais funerários o quanto antes.
    - Não é nisso que eu estou pensando.
    - E no que é?
    - Assassinato!


    ------------------------------------------------------

    Nomes bizarros? Que nomes??

    @seleto grupo de leitores: Antes de mais nada, obrigado por acompanhar e pelos comentários. O capítulo 9 já está pronto, em processo de revisão... Porém, ainda tenho dúvidas se ele será de fato publicado. Isso porque ele difere do resto da história, sendo centrado em uma caçada... Emtão, CASO eu o publique mesmo, não estranhem a mudança abrupta de estilo. Será algo momentâneo.

    Abraços

    Karasutengu
    Última edição por Karasutengu; 24-09-2010 às 11:13.
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  9. #19
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    Padrão 9

    9


    Uma borboleta pousou no nariz de Lome no momento em que ela despertava naquele fim de semana. Ela estava decidida a ver o tio e iria até a casa dele, junto com os pais para almoçar. O dia estava bonito e uma brisa fresca vinha do mar. Lome era uma menina esperta e sorridente, de oito anos de idade. Não era parecida com Mylla, loira e alta; mas sim com seu pai, Tenner. Tinha uma pele mais escura e cabelos negros ondulados. Seus olhos grandes de olhar decidido, com uma intensa coloração mel, atestavam que, como em seu pai, corria nela o sangue das selvagens Amazonas do extremo leste. Ela olhou pela janela e viu a praia calma. Respirou profundamente e estava feliz. E assim estava toda a família, vendo que Lug se recuperava. A cor de seus olhos e de sua pele estava mais natural e ele parecia mais animado. Já falava até em voltar a pescar.

    Antes mesmo de Lome acordar, seu pai e Wrebh, vizinho de Lug, já haviam partido, com o nascer do sol, para uma caçada. Ah... Como Lug gostava da suculenta carne da qapybharã, aquele roedor grande e gordo que vivia nos lamacentos pântanos a sudeste da cidade. Tenner queria fazer uma surpresa ao amigo, levando para o almoço sua carne favorita. Em casa, Mylla já preparava o delicioso molho que iria temperar o animal. Especiarias picantes, sal grosso e a seiva gelatinosa de uma planta local entravam na receita. Mylla e Tenner eram famosos por seus pratos, verdadeiras iguarias capazes de surpreender e agradar aos mais exigentes paladares. Até os pântanos deviam ser umas duas horas de caminhada. Tenner e Wrebh pegaram a tortuosa trilha, que adentrava a floresta, passando por encostas íngremes e pequenos córregos. Chegaram ao pântano e, na lama, não tardaram a achar as pegadas da qapybharã, que levavam à sua toca. Esta, sempre tem uma ou duas saídas ocultas, não muito distantes da principal. O plano era simples: enquanto Wrebh ateava fogo em uma das entradas, abanando para que a espessa fumaça entrasse nos túneis, Tenner esperaria que o animal saísse por algum buraco camuflado. A fumaça não tardou em tomar conta da toca, que não devia ser muito grande. Logo, com um barulho rápido, folhas e galhos explodiram no pântano e a qapybharã partiu assustada em busca de abrigo. Tenner foi correndo atrás dela e, com uma funda, deu um tiro certeiro que deixou o animal inconsciente. Tirou da cintura uma pequena faca com a qual feriu fatalmente o futuro almoço. Wrebh apagou o fogo e os dois colocaram a caça em uma sorte de trenó de couro, para facilitar o transporte. Pelo tamanho, o almoço seria farto.

    Os dois estavam ansiosos para voltar pra Othialla, onde eram aguardados. Eram mais ou menos onze da manhã quando os dois caçadores chegaram à casa de Lug. Mylla e Lome já estavam lá, junto com os donos da casa. Lug mal pôde acreditar quando viu seus amigos chegando com a caça! O animal teve rapidamente seu couro e entralhas retirados. Pedaços da carne eram mergulhados no molho feito por Mylla e postos para assar, estalando sobre as brasas e exalando um aroma que tomou conta da cidade. Alguns amigos e curiosos chegaram para o banquete. Ainda que não tivessem sido convidados, foram muito bem recebidos pelos Mariel. Todos estavam felizes e o almoço logo se tornou uma festa, com cantorias, danças e piadas.

    Enquanto isso, o Chefe Rhizód Frinneqa se reunia com o Conselho. Embora acreditasse na inocência de Lug, muitas pessoas influentes na cidade, bem como parte do Conselho estavam convictos de que ele era um assassino. E, como tal, deveria ser julgado.


    --------------------------------------------------------
    Nomes que aparecem nesse capítulo:


    - Qapybharã: do tupi "kapii'gwara", de ka'pii (capim) + gwara (comedor) - capivara para os íntimos. Quem é brasileiro conhece; quem não é, procure na Wikipédia. Rato grande. Muito gostoso.
    Duos habet et bene pendentes.

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  10. #20
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    KRAI VÉI!!! Massaa demais a história. Só demrei um pouco a ler pq é mei cansativa e tem uns nomes esquisitos. Mas gostei. Kd o proximo capítulo?

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