O Samurai
Lorofous
Em um mundo paralelo representando uma das possibilidades do futuro da humanidade, em um bar chamado “O Blundra”, Jack e Dudu conversam com um andróide com Inteligência Artificial. E outras coisas artificiais também.
- ..., aí ela disse: “Eu sou freira!” – disse o andróide com a sua voz nasalada e robótica
- Esse robô é louco, diz aí, Dudu! – disse Jack caindo na gargalhada
- Aff...- suspirou Dudu – Só um droga desse mesmo, para nos divertir!
- É.... ainda mais com o que essa droga de Governo anda fazendo com a gente. – disse Jack alterando seu sorriso bobo para uma carranca – Há um ano e meio, a mineração enchia nossos bolsos de dinheiro, hoje qualquer buraco que fazemos no chão, metade do dinheiro vai “pra” eles! – deu um sorriso malicioso e terminou – Se eu achar fezes de gato farei questão de dividir com eles.
- Qualé bigode! – retrucou Dudu – O expediente acabou. Beba sua cerveja e deixa o robô contar mais sobre suas aventuras sexuais!
E foi o que o andróide fez.
***
Do lado de fora do bar, na rua mal-cuidada e cheia de buracos, O Samurai andava. Estava indo cumprir o dever que tinha com o Governo.
Os Samurais eram os assassinos profissionais, pessoais e secretos do Governo. Claro que depois de, algo entre um século, eles deixaram de ser secretos. Só o Governo e os próprios Samurais acham que ainda são “discretos”.
Ele olhou para o letreiro de neon vermelho escrito “O Blundra”. Só que “L” e o “R” estava com curto circuito, e apagaram em fagulhas.
Ele abriu a porta de madeira e ouviu o Heavy Metal que tocava no volume máximo. A escória do planeta todo estava lá. Os maiores grupos de traficantes e criminosos estavam jogando cartas. O cheiro de maconha era reconhecível. Mas eles não eram seu alvo. Sabia quem eram, mas só fazia o que era mandado. Esse era o grande problema dos samurais.
Aproximou-se e falou com o atendente.
- Barman, procuro por Crowley.
- Sem querer ofender, Samurai, mas aqui não damos informações, agora se quiser uma bebida...
Foi muito rápido. O Samurai tirou de dentro de sua túnica beje sua katana e bateu com a lâmina dela na mesa. Durante o resto dos anos d’O Blundra, o talhado no balcão lembrava este dia. O barman arregalou os olhos e gaguejou:
- C-c-crowley, né? Talvez eu o c-c-conheça...! – estalou os dedos e continuou –Ele aparece por aqui praticamente todos os dias depois das sete, para recolher as apostas.
- Apostas foram declaradas ilegais, mas o Governo não chega até esse bairro e o que o Governo não vê, não pode saber, certo? – berrou baixo o samurai – Engana-se. Estou aqui a serviço do Dookie! Me entregue Crowley e relevarei suas palavras!
- Hãã... bem... – disse o barman olhando para uma mulher ao lado do Samurai - ... ele já deve estar chegando, porque não espera na companhia da Alana aqui?
O Samurai olhou para a bela mulher ao seu lado, que se apresentou como Alana.
***
- ... aí ela disse: “ Ei! Meu nome é Rosário!” – disse o andróide
Dudu começou a rir descontroladamente, mas Jack tinha seus olhos em outro local.
- Dêem uma olhada ali. – disse apontando com o dedão para o balcão – Um maldito Samurai! Esses esnobes nojentos, sempre trazem encrenca.
- Ei relaxe! – disse Dudu ajeitando seu cabelo – O sujeito só quer diversão. Olhe a “profissional” ao lado dele.
- Nunca se divertem. – retrucou Jack. Ninguém nunca mais viu a carranca de Jack como naquele dia – Você é jovem e não lembra, mas eu me lembro como era quando trabalhavam para o Governo. E agora isso ta de volta?
- Eita! Hoje é dia – riu Dudu limpando a espuma de cerveja de sua boca – Primeiro reclamou do Governo, agora dos Samurais, dá um tempo! – apontou para o Samurai que entrava em uma porta junto com a mulher chamada Alana.
- É sexta à noite! Vamos beber, ficar de porre e quem sabe nos divertir com umas cocotas, hein? – disse Dudu cutucando Jack com o cotovelo
- Quem me dera! Se a Claire descobre me mata! – choramingou Jack. Seu olhos já não era mais visíveis, tamanha a carranca que tinha.
- Ela nem precisa saber! Olha, ta vendo aquela garota sentada ali? O nome dela é Annie. Chega junto nela.
- Tá bom.
Jack se levantou e se sentou na mesa praticamente atrás da dele.
- Então... – começou Jack com um sorriso sedutor – Seu nome é Annie? Você sabe quem sou eu?
- Não. – disse batendo seu copo na mesa de madeira
- Sou a fantasia de toda a mulher!
- Fantasia? – riu Annie – E qual é mascara que você tá usando agora?
- Há, há,há...! – riu Dudu – Ela disse isso? Cara, que fora!
- Maluca... tomara que Woso castigue ela!
- Cara... tu é quem não sabe chegar na mulher. Se liga em mim. – disse piscando um olho e pulando na mesa de Annie.
- Você foi muito mal-educada com meu amigo ali. – começou Dudu – Ele até chorando!
- É? E porque você não faz carinho nele?
- Eu tive uma idéia melhor: porque você não faz um carinho nele? – retrucou Dudu e saiu emburrado da mesa – Que mulher malcriada – disse para Jack
- Odeio esse tipo de mulher.
- Dois. – bebeu metade da cerveja e continuou – É tudo jogo duro.
- Mulher não faz jogo duro. – disse Jack confuso. Pelo menos com a Claire não fora...
- Claro que faz! Tem umas que pagam um pau danado e quando a gente chega junto ela dá o fora. Acho que é pelo prazer de sentir homens ao seu pés! Vem.
Terminaram a cerveja e os dois foram na mesa de Annie.
- Oh não! Os dois? – perguntou ela massageando a testa
- É isso aí! Eu não desisto! – disse Dudu piscando
- Da minha parte, só quero ver se ele consegue. Hehehe...
- Você é durona, mas sei que está interessada em mim.
- Cai fora! – disse Annie
Jack puxou um lenço, jogou no chão e disse:
- Ei, Dudu, caiu aqui.
Eles se abaixaram e Jack falou:
- Dudu, deixa ela pra lá, tem várias mulheres aqui no bar!
- Nada disso, cara! Agora é uma questão de honra!
***
O Samurai fechou a porta atrás de si, e se encaminhou ao barman novamente.
- Onde está o Crowley? - perguntou
- E-ele ainda não chegou, senhor, mas já tá pra chegar.
- Torça por isso, homem, ou voltarei minha atenção para as ilegalidades em seu bar!
***
- Vamos, admita! – ficou dizendo Dudu
- Eu não vou admitir nada! Você já tá me enchendo o saco!
- Sério? – disse rindo
- Tá certo! Eu admito, gostei de você e daí?
- Então por que o jogo duro com a gente? – perguntou Jack novamente confuso
- Com você não, Mané! Só com ele... Queria ver ele lambendo minhas botas.
- Não falei que ela era desse tipo? – disse Dudu radiante – Venci pela insistência! – passou o braço pelos ombros de Annie e disse – Vamos para um lugar mais sossegado?
- Tá certo. – respondeu Annie
***
- Ahn...? – resmungou o Samurai olhando para trás – Crowley? Grrrr...
***
- Falou! – disse Jack com seu sorriso bobo novamente – Até amanhã, Dudu!
- Falou, Jack!
No momento seguinte, ouviu um barulho cortando o ar e uma fisgada nas costas. O bar começou a girar. Pessoas se levantando, gritando, chorando...
“Da próxima vez, tomem mais cuidado!”. Essa foi a desculpa do Samurai ao perceber seu engano.
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